Mudanças entre as edições de "Framework de testes automatizados"
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Edição das 16h46min de 29 de abril de 2015
Conteúdo |
INTRODUÇÃO
O teste funcional automatizado consiste basicamente em executar um mesmo algoritmo com diferentes massas de dados. Para cenários diferentes temos dados diferentes com resultados esperados diferentes, e inserir estes dados e resultados diretamente no código implica em replicar (tantas vezes quantos cenários diferentes existirem) código para poder atender a diferentes situações.
O objetivo de se desenvolver um framework para automação dos testes é permitir que seja criada uma camada de dados independente da camada de algoritmos que executam a automação. Esta é a tradicional divisão de software em duas camadas. Esta divisão (algoritmo versus dados) é válida tanto para testes automatizados funcionais como para testes unitários.
Este arquivo descreve a documentação técnica para manutenção do framework de testes automatizados a ser utilizado para testes unitários e testes funcionais. O documento está organizado em seções que descrevem separadamente as características de cada parte da arquitetura do framework.
VISÃO ARQUITETURAL POR SERVIÇO PRESTADO
A arquitetura do framework de testes desenvolvido pode ser vista sob o ponto de vista da funcionalidade fornecida para os desenvolvedores. A Figura abaixo ilustra a divisão por funcionalidade da arquitetura proposta.
Núcleo genérico
O núcleo genérico do framework tem a função de carregar os dados dos cenários (provenientes de arquivos XML), carregar os cenários e executá-los, independentemente se esta execução se trata de um teste funcional com Selenium ou de um teste unitário. Trata-se de um conjunto de classes, em sua maioria abstratas, que definem um conjunto de comportamentos esperados da funcionalidade de testes automatizados.
Núcleo Selenium
O núcleo Selenium é uma camada sobre o núcleo genérico, que usa os serviços deste (por herança e composição) para a execução de testes funcionais em páginas web. É um conjunto de classes em sua maioria também abstratas que, além de estender as classes do núcleo genérico, camada faz uso do Selenium WebDriver para acessar o navegador, preencher os campos de formulário e conferir os valores dos elementos HTML.
É importante observar que esta camada é independente do sistema web que será testado. Ou seja, qualquer sistema web baseado com páginas HTML pode ter seus testes funcionais automatizados com base no framework desenvolvido.
Testes do PJe
Nesta camada estão as classes que implementam de fato a automação dos casos de teste do Pje. Elas são desenvolvidas segundo o padrão Page Object e, na hierarquia do framework, estendem funcionalidades de FluentPage.
São um conjunto de classes concretas responsáveis por armazenar os dados e definir o algoritmo concreto para execução. Cada caso de teste requer uma classe específica para armazenamento dos dados e outra para a execução do teste. A classe de armazenamento de dados é responsável por realizar a leitura do arquvo XML e armazenamento dos dados para execução.
VISÃO ARQUITETURAL POR CAMADAS
Sob outro ponto de vista o framework pode ser analisado de acordo com as camadas tradicionais da arquitetura em camadas, com divisão de dados e lógica de negócio. A Figura a seguir exibe a arquitetura dividida em camadas.
Arquivo xml cenários
Este arquivo é responsável por armazenar os dados para execução dos cenários. Para cada caso de teste é necessário criar um arquivo xml com os dados para sua execução. Em um arquivo podem ser definidos vários cenários para execução, com valores diferentes entre eles.
Arquivo xml indexador
Este arquivo funciona como um conjunto de links para os cenários que serão executados, cenários estes cujos dados de execução são definidos no arquivo xml descrito na seção anterior.
De acordo com a relação entre o arquivo indexador e o arquivo de cenários ilustrada na Figura acima, um arquivo indexador fornece links para vários arquivos de cenários. Tanto arquivos xml indexadores quando arquivos de cenário devem ser criados dentro do diretório xml/ da aplicação.
Em geral deve haver poucos arquivos de indexação de cenários, pois cada um deles referencia inúmeros arquivos de cenários.
Classes de indexação de cenários
Classes de indexação são as classes chamadas pelo Junit como ponto de partida para a automação. No framework existe apenas uma classe, abstrata, chamada TesteBase, e que utiliza apenas a anotação @Test do Junit.
Para cada arquivo xml indexador descrito na seção anterior deve existir uma classe de indexação criada pelo desenvolvedor. Esta classe deve estender TesteBase, somente; nenhuma outra implementação é necessária.
O nome da classe também deve guardar relação com o nome do arquivo xml indexador. Por exemplo, se o nome do arquivo indexador for Cenarios1G.xml, o nome da classe deverá ser Cenarios1GTest. Ou seja, o nome da classe deve possuir o sufixo Test. No padrão de desenvolvimento do framework esta classe deve ser criada abaixo da estrutura src/test/java, conforme ilustrado pela Figura 3.
Relação entre os nomes das classes e arquivos XML
- Classe indexadora de cenários: o nome da classe indexadora é livre, contudo, deve terminar com o sufixo Test. Por exemplo, para criar uma classe indexadora de cenários de teste para processos de primeiro grau o nome da classe poderia ser Cenarios1GTest.
- Arquivo XML indexador: o nome do arquivo XML indexador deve ser idêntico ao nome da classe indexadora de cenários, porém, sem o sufixo Test. No caso do exemplo acima, o nome do arquivo XML indexador de cenários de teste para processos de primeiro grau seria Cenarios1G.xml.
- Classes de execução de cenários: o nome da classe de execução é livre. Por exemplo, para um caso de teste de cadastro de processo o nome da classe poderia ser CadastroProcesso.
- Classes de dados de cenários: o nome da classe de dados de cenários deve ser idêntico ao nome da classe de execução de cenários, porém, acrescido do prefixo Dados. No exemplo acima, o nome da classe de dados de cenários para um caso de teste de cadastro de processo seria DadosCadastroProcesso.
- Arquivo XML de cenários: o nome do arquivo xml de cenários deve ser idêntico ao nome da classe de execução de cenários. No exemplo acima, o nome do arquivo XML de cenários para um caso de teste de cadastro de processo seria CadastroProcesso.xml.
Relacionamento entre as classes das camadas
O framework desenvolvido é composto por um conjunto de classes abstratas com métodos abstratos cuja implementação deve ser realizadas pelas classes concretas de execução e de dados. As classes abstratas definem também métodos template concretos que, de acordo com a definição do padrão Template Method, têm em sua implementação a chamada de métodos hook abstratos que devem ser implementados pelas subclasses.
A figura abaixo apresenta um diagrama de sequência que ilustra a dinâmica de comunicação entre as classes do framework. Trata-se apenas de uma visão geral, e não da real implementação desta lógica.
A sequência descrita no diagrama é executada para cada uma das classes que herdam da superclasse TesteBase. A seguir é apresentada uma breve descrição dos passos ilustrados no diagrama:
* chamada 1: para cada subclasse de TesteBase o JUnit instancia um objeto daquela classe. Esta classe possui uma lista de cenários a serem executados que é descrita no arquivo XML indexador que tem o mesmo nome da classe, sem o sufixo Test.
* chamada 1.1: para cada objeto criado são instanciados tantos objetos quantos descritos no arquivo indexador. Estes objetos são instâncias de classes que implementam a interface ICenario. São objetos que irão executar a lógica do teste.
* cahamada 1.1.1: cada objeto criado na chamada 1.1 cria seu objeto de dados. Este objeto é uma instância de uma subclasse de DadosBase. A subclasse de dados tem o mesmo nome da subclasse de execução acrescido do prefixo Dados.
* chamada 1.1.2: cada objeto criado na chamada 1.1 invoca o método carregarDados() de seu objeto de dados. Este método é abstrato e deve ser implementado pelas subclasses, com objetivo de carregar os dados do arquivo XML do cenário.
* chamada 2: para cada objeto criado na chamada 1 o JUnit invoca o método executar(). Este método é o único da superclasse TesteBase que possui a anotação @Test, necessária para o JUnit identificar os métodos que devem ser invocados.
* chamada 2.1: para cada objeto de ICenario é invocado o método executar(), que efetivamente executa o cenário de teste com os dados carregados na chamada 1.1.2.
ESTRUTURA DO NÚCLEO GENÉRICO
O núcleo genérico é composto basicamente por classes responsáveis por carregar dados de arquivos XML e executar cenários de teste. Apesar de alguns dados serem carregados automaticamente pelo framework a partir dos arquivos XML, espera-se que dados estrutados para execução dos cenários sejam carregados manualmente pelos desenvolvedores. Além disso, o framework também espera que os desenvolvedores implementem o método executar() das classes de execução. As classes pertencentes ao núcleo genérico são apresentadas nas seções seguintes. O diagrama de classes completo do núcleo genérico está disponível no ambiente de desenvolvimento do projeto, em um arquivo do Astah.
É importante observar que o framework é composto basicamente por abstrações de comportamentos esperados de classes que executam e armazenam dados para execução de cenários. É importante manter esta arquitetura de modo a evitar o acoplamento entre as classes do projeto, facilitando o reuso e a substituição destas classes caso necessário.
Classe TesteBase
É uma classe abstrata de cujas subclasses são instanciados objetos para execução do método marcado com a anotação @Test. Esta classe possui um método concreto executar(), que é o único da classe marcado com a anotação @Test.
No contexto do framework, executar() é um método projetado de acordo com o padrão Template Method. O trecho de código a seguir ilustra a implementação resumida deste método.
Os métodos preTeste() e posTeste() são método abstratos que devem ser implementados pelas subclasses de TesteBase. No método preTeste() devem ser implementadas ações que se espera realizar antes de ser iniciada a execução dos cenários. Um exemplo de ação a ser implementada no preTeste() seria a execução de determinados scrips para preparação do banco de dados ou a execução de logon no sistema.
Já no método posTeste() devem ser implementadas ações que devem ser executadas após a execução dos cenários. Um exemplo de ação a ser implementada no posTeste() seria a execução de determinados scripts para limpeza do banco de dados ou a execução de logoff no sistema.
Por fim, o método concreto executarTeste() implementa a chamada do objeto (da classe ControleTesteBase) que de fato executa os cenários, com interação pela lista de cenários definidos no arquivo indexador dec cenários.
Esta classe ainda possui um atributo da classe ControleTesteBase, responsável por realizar a carga do arquivo XML indexador. A seção seguinte apresenta a documentação desta classe.
Classe ControleTesteBase
É uma classe abstrata responsável por controlar a iteração entre os cenários que serão executados. Contudo, ela não executa diretamente os cenários. Em vez disso, esta classe mantém uma lista de blocos lógicos que contém conjuntos de cenários que devem ser executados em conjunto para completar um caso de teste. O conceito de bloco lógico é apresentado da seção seguinte. O trecho de código a seguir apresenta as principais características da classe ControleTesteBase.
O método executarCenarios() é responsável por varrer a lista de blocos lógicos e, para cada um deles, invocar o método executar dos respectivos cenários de execução. Além de executar os cenários esta classe também faz a carga de fato dos cenários descritos no arquivo XML indexador.
A classe ControleTesteBase tem ainda um atributo da classe ControleBlocosLogicos, que controla os blocos lógicos de cenários. O conceito de bloco logico é apresentado na seção seguinte.
Classe BlocoLogico
Um bloco lógico é um conjunto de cenários de teste que devem ser executados atomicamente para que o caso de teste seja considerado bem sucedido. Se a execução de algum cenário do bloco lógico falhar o resultado do teste deste bloco lógico é considerado falho. Os blocos lógicos são definidos no arquivo XML indexador, conforme apresentado na seção específico sobre o arquivo indexador.
O próprio objeto de bloco lógico realiza a carga de seus cenários a partir do arquivo XML indexador, e também executa estes cenários de teste. O trecho de código seguinte apresenta as principais características da classe.
Além destas características a classe BlocoLogico mantém uma lista de cenários de execução, que são objetos de classes que implementam a interface ICenario. A função do método executarCenarios() é exatamente invocar o método executar() de cada um destes objetos.
Classe DadosBase
É uma classe abstrata que define uma lógica para carga de dados a partir de arquivos XML. Além de manipular os dados para execução esta classe é responsável por armazenar os resultados da execução do cenário bem como os resultados esperados da execução. Estes dois últimos conceitos são devidamente apresentados nas seções seguintes.
O método responsável por realizar esta carga de dados é o método inicializar(). O trecho de código a seguir ilustra a implementação resumida deste método.
O método concreto inicializar() implementa o padrão Template Method, definindo um esqueleto de algoritmo que deve ser implementado pelas subclasses.
O método concreto copiarDados() é responsável por copiar dados de outro cenário para execução. Este conceito é apresentado mais detalhadamente no capítulo de documentação dos arquivos XML. Contudo, em resumo, o framework permite que se defina um cenário (seus dados) e, em vez de se informar os dados na própria definição do cenário no arquivo XML, copia-se estes dados de outro cenário já definido, com objetivo de reutilizar estes dados.
Por sua vez, o método concreto carregarDadosAutomaticos() permite que o próprio framework preencha os atributos da classe de dados de acordo com os valores informados no arquivo XML. Isso é possível sempre que os nós de dados não tenham filhos. O trecho de código a seguir ilustra um exemplo de cenário definido num arquivo XML em que os dados são carregados automaticamente pelo framework.
Para que seja possível a carga automática dos dados a classe de dados que estende DadosBase deve possuir todos os atributos definidos no arquivo XML. Por exemplo, deve haver atributos para email, telefoneDDD, telefoneNumero e cadastrarPush, com seus métodos get e set. Todos os atributos definidos no arquivo XML devem estar implementados na classe de dados, entretanto, o contrário não é verdadeiro. Ou seja, Os atributos definidos na classe de dados não precisam ter seus valores definidos no arquivo XML. Isso porque alguns atributos podem ter seus valores setados com valores provenientes do resultado da execução de cenários anteriores. Este conceito é apresentado apropriadamente em seção específica.
Interface IResultadoCenario
A execução de cenários pode produzir resultados que são utilizados pelos cenários seguintes. Tomemos como exemplo um bloco lógico que contenha os cenários de cadastro de processo e de consulta de processo. O objetivo é cadastrar um processo, distribuí-lo e verificar se ele é apresentado corretamente na consulta processual. Neste contexto não é possível informar no arquivo XML do cenário de consulta processual o número do processo, pois ele ainda não existe, visto que o processo ainda não foi distribuído. Para resolver este problema é necessário que o cenário de cadastro de processo produza um resultado que será utilizado posteriormente pela consulta de processo. Isso é possível por meio de classes que implementam a interface IResultadoCenario.
Esta interface define um comportamento que deve ser apresentado por classes que armazenam resultados de execução de cenários. A figura a seguir apresenta o diagrama de classes desta interface.
O objeto que se comporta desta maneira é semelhante a um mapa de valores, com um conjunto de pares valor e chave. O framework disponibiliza uma classe concreta que implementa esta interface, tal qual o trecho de código a seguir.
Apesar de o framework disponbilizar uma classe concreta simples para tratar os resultados, nada impede o desenvolvedor de criar uma nova classe estendendo ou decorando (padrão Decorator) a classe fornecida.
Classe GerenciadorResultadosBase
A execução de um cenário de teste envolve um conjunto de valores de entrada e um ou mais resultados esperados. Estes resultados podem ser uma mensagem na tela ou uma lista de objetos apresentados em uma página HTML na forma de tabela. Para tratar este último caso o framework possui o conceito de Resultados Esperados. Não se deve confundir este conceito com aquele apresentado na seção anterior.
A consulta de processo, por exemplo, é um cenário que possui resultados esperados. Ao criar um cenário de teste para consulta processual, a partir de um conjunto de parâmetros de pesquisa é possível que sejam determinados quais processos devem retornar nesta consulta.
Neste contexto, as classes GerenciadorResultadosBase e ComparadorResultadosBase (apresentado na seção seguinte) implementam a lógica de carga e comparação de resultados esperados com resultados encontrados. Resultados encontrados são aqueles apresentados após a execução de cenário. Pode ser uma página HTML ou simplesmente uma lista de objetos retornados da execução de um método.
O diagrama ilustrado na figura a seguir mostra o relacionamento entre as classes GerenciadorResultadosBase e ComparadorResultadosBase.
REFERÊNCIAS
Frameworks: http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.29.6157&rep=rep1&type=pdf
Selenium Webdriver: http://www.seleniumhq.org/projects/webdriver
Fluentlenium: https://github.com/FluentLenium/FluentLenium
Design Pattern Page Object: https://code.google.com/p/selenium/wiki/PageObjects
Design Pattern Decorator: http://www.dofactory.com/net/decorator-design-pattern
Design Pattern Template Method: http://www.dofactory.com/net/template-method-design-pattern
Design Patterm Singleton: http://www.dofactory.com/net/singleton-design-pattern