Nota	Tecnologia	Conclusão	Status
316638	Medicamento - NILOTINIBE	Favorável	Finalizada em 25/02/2025 09:23:15	Ver Nota

Paciente

Idade

Sexo *

Masculino

Feminino

Cidade *

Dados do Advogado do Autor

Nome do Advogado

Número OAB

Autor está representado por

Dados do Processo

Esfera/Órgão *

Vara/Serventia *

NT 316638

Esta tecnologia já foi finalizada e não pode mais ser editada

Diagnóstico Principal

CID *

Diagnóstico *

Meio(s) confirmatório(s) do diagnóstico já realizado(s) *

laudo médico.

Descrição da Tecnologia

Tipo da Tecnologia *

Registro na ANVISA? *

Situação do registro *

Nome comercial

Princípio Ativo *

Descrição *

Via de administração *

Posologia *

nilotinibe 200mg, 120 cp. Tomar 2 cp de 12/12h.

Uso contínuo?

Duração do tratamento

Unidade

Indicação em conformidade com a aprovada no registro? *

Previsto em Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Min. da Saúde para a situação clínica do demandante? *

O medicamento está inserido no SUS? *

O medicamento está incluído em *

Oncológico? *

Outras Tecnologias Disponíveis

Tecnologia

Descrever as opções disponíveis no SUS e/ou Saúde Suplementar *

<p style="text-align: justify;">sim, alternativamente aos TKI seria poss&iacute;vel oferecer ao paciente tratamentos baseados em interferon, quimioterapia convencional ou mesmo transplante alog&ecirc;nico de medula &oacute;ssea.</p>

Existe Genérico? *

Existe Similar? *

Descrever as opções disponíveis de Genérico ou Similar *

Custo da Tecnologia

Tecnologia

Laboratório

Marca Comercial

Apresentação

Preço de Fábrica

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da Tecnologia - Tratamento Mensal

Tecnologia

Dose Diária Recomendada

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da tecnologia

Fonte do custo da tecnologia

Evidências e resultados esperados

Tecnologia

Evidências sobre a eficácia e segurança da tecnologia *

<p style="text-align: justify;">O nilotinibe &eacute; um TKI de 2&ordf; gera&ccedil;&atilde;o que tem como alvos o s&iacute;tio de liga&ccedil;&atilde;o da ATP do BCR-ABL, inibindo a sua atividade. Tem atividade sobre outras prote&iacute;nas como o c-KIT e as PDGFR <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?SaolOS">(7)</a> e pot&ecirc;ncia cerca de 30 vezes maior do que o imatinibe quando tomado em doses de 400-600 mg duas vezes ao dia <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?ShLdrB">(8)</a>. Entre seus efeitos adversos gerais os mais comuns s&atilde;o rash cut&acirc;neo, prurido, constipa&ccedil;&atilde;o, cefaleia, fadiga e nauseas (&gt; 10%). Eventos adversos cardiovasculares merecem especial aten&ccedil;&atilde;o como hipertens&atilde;o arterial sist&ecirc;mica, doen&ccedil;a arterial oclusiva e prolongamento do intervalo QT que s&atilde;o frequentes <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?ctyIuu">(7)</a>. Os eventos adversos hematol&oacute;gicos s&atilde;o comuns como trombocitopenia, neutropenia e anemia que ocorrem em 35%, 21% e 13% dos casos respectivamente <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?1DlZVg">(8)</a>.</p>

<p style="text-align: justify;">Em 2007, foi publicado ensaio cl&iacute;nico de fase II, neste estudo, 280 pacientes portadores de LMC que falharam o uso de imatinibe (por intoler&acirc;ncia ou inefic&aacute;cia) receberam nilotinibe 400 mg duas vezes ao dia <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?vIQWDg">(9)</a>. Foi observada taxa de resposta citogen&eacute;tica maior de (i.e. identifica&ccedil;&atilde;o de cromossomo Philadelphia &lt; 35% das met&aacute;fases em exame citogen&eacute;tico adequado) 48%. A sobrevida geral em 1 ano estimada foi 95%.</p>

<p style="text-align: justify;">Ensaio cl&iacute;nico de fase II subsequente, que contou com 119 pacientes portadores de LMC em fase cr&ocirc;nica ou acelerada com intoler&acirc;ncia ou resist&ecirc;ncia ao imatinibe, tamb&eacute;m avaliou a efic&aacute;cia do nilotinibe <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?CqRils">(10)</a>. Neste estudo, a resposta hematol&oacute;gica ocorreu em 47% dos casos e a resposta hematol&oacute;gica maior foi de 29%. A sobrevida geral e a sobrevida livre de progress&atilde;o em 12 meses foram 79% e 73%, respectivamente <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?JPae2D">(10)</a>.</p>

<table>
	<tbody>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align: center;">Item</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">Descri&ccedil;&atilde;o</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">Quantidade</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">Valor Unit&aacute;rio*</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">Valor Anual&nbsp;</p>
			</td>
		</tr>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align: center;">NILOTINIBE</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">200 MG CAP DURA CT BL AL PLAS PVC/PVDC TRANS X 112</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">14</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">R$ 15.183,83</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">R$ 212.573,62</p>
			</td>
		</tr>
	</tbody>
</table>

<p style="text-align: justify;">* Valor unit&aacute;rio considerado a partir de consulta de pre&ccedil;o da tabela CMED. Pre&ccedil;o m&aacute;ximo de venda ao governo (PMVG) no Rio Grande do Sul (ICMS 17%). O PMVG &eacute; o resultado da aplica&ccedil;&atilde;o do Coeficiente de Adequa&ccedil;&atilde;o de Pre&ccedil;os (CAP) sobre o Pre&ccedil;o F&aacute;brica &ndash; PF, PMVG = PF*(1-CAP). O CAP, regulamentado pela Resolu&ccedil;&atilde;o n&ordm;. 3, de 2 de mar&ccedil;o de 2011, &eacute; um desconto m&iacute;nimo obrigat&oacute;rio a ser aplicado sempre que forem realizadas vendas de medicamentos constantes do rol anexo ao Comunicado n&ordm; 15, de 31 de agosto de 2017 - Vers&atilde;o Consolidada ou para atender ordem judicial. Conforme o Comunicado CMED n&ordm; 5, de 21 de dezembro de 2020, o CAP &eacute; de 21,53%. Alguns medicamentos possuem isen&ccedil;&atilde;o de ICMS para aquisi&ccedil;&atilde;o por &oacute;rg&atilde;os da Administra&ccedil;&atilde;o P&uacute;blica Direta Federal, Estadual e Municipal, conforme Conv&ecirc;nio ICMS n&ordm; 87/02, sendo aplicado o benef&iacute;cio quando cab&iacute;vel.</p>

<p style="text-align: justify;">&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">Com base na dose prescrita, e ap&oacute;s consulta ao &iacute;ndice PMVG 17% da&nbsp; tabela CMED em abril de 2024 elaborou-se a tabela acima, em que se estimou o custo anual do tratamento com a medica&ccedil;&atilde;o nilotinibe.</p>

<p style="text-align: justify;">N&atilde;o foram encontradas avalia&ccedil;&otilde;es econ&ocirc;micas do nilotinibe para o cen&aacute;rio brasileiro.</p>

<p style="text-align: justify;">An&aacute;lise de custo-efetividade sob perspectiva de seguros de sa&uacute;de estadunidenses avaliou o uso de nilotinibe em segunda linha em compara&ccedil;&atilde;o com outro TKI de 2&ordf; gera&ccedil;&atilde;o, o dasatinibe <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?l6yRBV">(11)</a>. No modelo empregado, foi estimada idade m&eacute;dia ao diagn&oacute;stico de 65 anos e horizonte anal&iacute;tico &lsquo;at&eacute; o fim da vida&rsquo;. Neste estudo o uso de nilotinibe apresentou melhores desfechos de sa&uacute;de&nbsp; com incremento em 1,9 ano de vida ajustado para a qualidade QALY e 2,2 anos de vida, al&eacute;m de menores custos (redu&ccedil;&atilde;o de U$ 12.655), de maneira que foi dominante sobre a outra alternativa terap&ecirc;utica <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?Uxuv1o">(11)</a>. Em outro estudo conduzido por Bonif&aacute;cio e colaboradores, com delineamento muito semelhante por&eacute;m em realidade Italiana, o uso de nilotinibe tamb&eacute;m esteve associado a melhores desfechos de sa&uacute;de (+1,86 QALY e +2,16 LY) e melhores desfechos econ&ocirc;mico (&euro; -38.760,00) <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?6lntS8">(12)</a>.</p>

<p style="text-align: justify;">Tanto o National Institute of Healh and Care Excellence (NICE) brit&acirc;nico quanto o Scottish Medicines Consortium (SMC) escoc&ecirc;s recomendam a incorpora&ccedil;&atilde;o da medica&ccedil;&atilde;o nilotinibe para pacientes com LMC em fase cr&ocirc;nica que apresentaram falha ou intoler&acirc;ncia a pelo menos um TKI em primeira linha desde que fornecido com desconto pelo fabricante <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?xBCb4T">(13,14)</a>.</p>

Benefício/efeito/resultado esperado da tecnologia *

<p style="text-align: justify;">taxas de sobrevida geral que variaram entre 80 e 95% aproximadamente, por&eacute;m n&atilde;o existem dados de efic&aacute;cia decorrentes de ensaios cl&iacute;nicos comparativos.</p>

Recomendações da CONITEC para a situação clínica do demandante *

Conclusão

Tecnologia

Conclusão Justificada *

Conclusão *

<p style="text-align: justify;">Trata-se de um paciente com diagn&oacute;stico de leucemia miel&oacute;ide cr&ocirc;nica, que apresentou falha terap&ecirc;utica ap&oacute;s o uso dos TKI preconizados em primeira e segunda linha pelo SUS. De maneira que, a indica&ccedil;&atilde;o de nilotinibe est&aacute; bem estabelecida, inclusive no PCDT vigente para a patologia em segunda linha, apresentando boa efic&aacute;cia al&eacute;m de ser custo-efetivo neste cen&aacute;rio.</p>

Há evidências científicas? *

Considera-se urgência as situações de ocorrência imprevista de agravo à saúde, com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita da assistência médica imediata (Resolução CFM 1451/95)

Justifica-se a alegação de urgência, conforme definição de Urgência e Emergência do CFM? *

Justificativa *

Referências bibliográficas *

<p style="text-align: justify;"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?V0W8vv">1. Chronic Myeloid Leukemia | R&uuml;diger Hehlmann | Springer [Internet]. [citado 20 de outubro de 2021]. Dispon&iacute;vel em: https://www.springer.com/gp/book/9783030719128</a></p>

<p style="text-align: justify;"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?V0W8vv">2. Jabbour E, Kantarjian H. Chronic myeloid leukemia: 2020 update on diagnosis, therapy and monitoring. Am J Hematol. junho de 2020;95(6):691&ndash;709.</a></p>

<p style="text-align: justify;"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?V0W8vv">3. Protocolos Cl&iacute;nicos e Diretrizes Terap&ecirc;uticas - PCDT [Internet]. Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de. [citado 26 de agosto de 2021]. Dispon&iacute;vel em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/protocolos-clinicos-e-diretrizes-terapeuticas-pcdt/protocolos-clinicos-e-diretrizes-terapeuticas-pcdt</a></p>

<p style="text-align: justify;"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?V0W8vv">4. Hochhaus A, Baccarani M, Silver RT, Schiffer C, Apperley JF, Cervantes F, et al. European LeukemiaNet 2020 recommendations for treating chronic myeloid leukemia. Leukemia. abril de 2020;34(4):966&ndash;84.</a></p>

<p style="text-align: justify;"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?V0W8vv">5. Cortes J, Jabbour E, Kantarjian H, Yin CC, Shan J, O&rsquo;Brien S, et al. Dynamics of BCR-ABL kinase domain mutations in chronic myeloid leukemia after sequential treatment with multiple tyrosine kinase inhibitors. Blood. 1o de dezembro de 2007;110(12):4005&ndash;11.</a></p>

<p style="text-align: justify;"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?V0W8vv">6. Kanate AS, Majhail NS, Savani BN, Bredeson C, Champlin RE, Crawford S, et al. Indications for Hematopoietic Cell Transplantation and Immune Effector Cell Therapy: Guidelines from the American Society for Transplantation and Cellular Therapy. Biol Blood Marrow Transplant J Am Soc Blood Marrow Transplant. julho de 2020;26(7):1247&ndash;56.</a></p>

<p style="text-align: justify;"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?V0W8vv">7. Nilotinib: Drug information - UpToDate [Internet]. [citado 24 de abril de 2024]. Dispon&iacute;vel em: https://www.uptodate.com/contents/nilotinib-drug-information?search=nilotinib&amp;source=panel_search_result&amp;selectedTitle=1~33&amp;usage_type=panel&amp;kp_tab=drug_general&amp;display_rank=1</a></p>

<p style="text-align: justify;"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?V0W8vv">8. Kantarjian H, Giles F, Wunderle L, Bhalla K, O&rsquo;Brien S, Wassmann B, et al. Nilotinib in imatinib-resistant CML and Philadelphia chromosome-positive ALL. N Engl J Med. 15 de junho de 2006;354(24):2542&ndash;51.</a></p>

<p style="text-align: justify;"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?V0W8vv">9. Kantarjian HM, Giles F, Gattermann N, Bhalla K, Alimena G, Palandri F, et al. Nilotinib (formerly AMN107), a highly selective BCR-ABL tyrosine kinase inhibitor, is effective in patients with Philadelphia chromosome-positive chronic myelogenous leukemia in chronic phase following imatinib resistance and intolerance. Blood. 15 de novembro de 2007;110(10):3540&ndash;6.</a></p>

<p style="text-align: justify;"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?V0W8vv">10. P&nbsp; le C, Og O, F G, Dw K, J C, N G, et al. Nilotinib (formerly AMN107), a highly selective BCR-ABL tyrosine kinase inhibitor, is active in patients with imatinib-resistant or -intolerant accelerated-phase chronic myelogenous leukemia. Blood [Internet]. 15 de fevereiro de 2008 [citado 24 de abril de 2022];111(4). Dispon&iacute;vel em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18048643/</a></p>

<p style="text-align: justify;"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?V0W8vv">11. Li N, Yang X, Fan L, Totev T, Guerin A, Chen L, et al. Nilotinib versus dasatinib as second-line therapy in patients with Philadelphia chromosome-positive chronic myeloid leukemia in chronic phase who are resistant or intolerant to imatinib: a cost-effectiveness analysis based on real-world data. J Med Econ. abril de 2017;20(4):328&ndash;36.</a></p>

<p style="text-align: justify;"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?V0W8vv">12. Bonifacio M, Maheshwari V, Tran D, Agostoni G, Filioussi K, Viana R. Economic Model to Evaluate the Cost-Effectiveness of Second-Line Nilotinib Versus Dasatinib for the Treatment of Philadelphia Chromosome-Positive Chronic Myeloid Leukemia (CML-CP) in Italy. PharmacoEconomics - Open. janeiro de 2022;6(1):95&ndash;104.</a></p>

<p style="text-align: justify;"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?V0W8vv">13. 1 Recommendations | Dasatinib, nilotinib and high-dose imatinib for treating imatinib-resistant or intolerant chronic myeloid leukaemia | Guidance | NICE [Internet]. NICE; [citado 20 de dezembro de 2021]. Dispon&iacute;vel em: https://www.nice.org.uk/guidance/ta425/chapter/1-Recommendations</a></p>

<p style="text-align: justify;"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?V0W8vv">14. nilotinib (Tasigna) [Internet]. Scottish Medicines Consortium. [citado 23 de abril de 2024]. Dispon&iacute;vel em: https://www.scottishmedicines.org.uk/medicines-advice/nilotinib-tasigna-fullsubmission-44008/</a></p>

NatJus Responsável *

Instituição Responsável *

Nota técnica elaborada com apoio de tutoria? *

Outras Informações *

<p style="text-align: justify;">Segundo laudo m&eacute;dico, o paciente de 47 anos &eacute; portador de leucemia mieloide cr&ocirc;nica (LMC) (CID 10 C92.1) diagnosticada em outubro de 2019. Iniciado tratamento com inibidor da tirosina-quinase (TKI) de primeira gera&ccedil;&atilde;o - imatinibe 400 mg, atingindo resposta hematol&oacute;gica completa 5 meses ap&oacute;s in&iacute;cio de tratamento, por&eacute;m sem atingir resposta molecular (PCR bcr-abl p210 28% em maio/2020). Optado, ent&atilde;o, por troca para TKI de segunda gera&ccedil;&atilde;o - dasatinibe 100 mg/dia, no entanto o paciente evoluiu com anemia significativa e microangiopatia, al&eacute;m de n&atilde;o atingir resposta molecular (PCR bcr-abl p210 5,3% em agosto de 2020). O medicamento foi suspenso devido a complica&ccedil;&otilde;es e posteriormente reiniciado, na dose de 40 mg/dia, pois n&atilde;o tolerou aumento de dose. Apresentou resposta hematol&oacute;gica, por&eacute;m sem resposta molecular, sendo assim considerado refrat&aacute;rio a todas as medica&ccedil;&otilde;es utilizadas (TKI de primeira e segunda gera&ccedil;&atilde;o). Em 2021 foi ent&atilde;o pleiteado a medica&ccedil;&atilde;o nilotinibe com objetivo de atingir resposta molecular, melhorando as chances de prosseguir com o transplante de medula &oacute;ssea alog&ecirc;nico, &uacute;nica op&ccedil;&atilde;o de cura dispon&iacute;vel para a patologia em quest&atilde;o. Recebeu tutela antecipada do medicamento fazendo uso at&eacute; o presente momento.</p>

<p style="text-align: justify;">A LMC &eacute; neoplasia de c&eacute;lulas tronco hematopoi&eacute;ticas resultante da transloca&ccedil;&atilde;o dos bra&ccedil;os longos dos cromossomos 9 e 22, a t(9;22)(q34;q11) tamb&eacute;m conhecido como cromossomo Philadelphia, que resulta na forma&ccedil;&atilde;o do gene de fus&atilde;o BCR-ABL1 que apresenta atividade de tirosino quinase de maneira continuada <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?E2fwNo">(1)</a>. Entre os achados cl&iacute;nicos sugestivos desta patologia est&atilde;o leucocitose acompanhada de eosinofilia e basofilia, presen&ccedil;a de &ldquo;desvio &agrave; esquerda&rdquo; na leucometria, que pode incluir blastos e as formas &ldquo;intermedi&aacute;rias&rdquo; da s&eacute;rie granuloc&iacute;tica neutrof&iacute;lica (pr&oacute;-miel&oacute;citos, miel&oacute;citos, metamiel&oacute;citos, bastonados e segmentados), esplenomegalia, anemia em graus variados, plaquetose e plaquetopenia. A maioria (90%) dos pacientes recebem diagn&oacute;stico na chamada fase cr&ocirc;nica (LMC-FC), e 40% destes pacientes descobrem a doen&ccedil;a ao realizar um hemograma fortuitamente. A incid&ecirc;ncia anual estimada desta patologia &eacute; de 1-2 casos por 100.000 adultos segundo estimativas internacionais <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?hSaaLj">(2)</a>, afeta homens com maior frequ&ecirc;ncia que mulheres, e a mediana de idade ao diagn&oacute;stico &eacute; de 57-59 anos <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?wQeNE7">(3,4)</a>. No Brasil, no ano de 2019, foram registrados 127.134 procedimentos de quimioterapia para LMC em adultos, de maneira que se estimou uma preval&ecirc;ncia de cerca de 15.892 casos no pa&iacute;s naquele ano <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?49H1cD">(3)</a>.</p>

<p style="text-align: justify;">A hist&oacute;ria natural da progress&atilde;o da doen&ccedil;a &eacute; sabida. A dura&ccedil;&atilde;o da fase cr&ocirc;nica pode ser longa e de curso indolente <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?pwuvIX">(3)</a>, a fase acelerada da LMC (LMC-FA) e a crise bl&aacute;stica (LMC-CB) s&atilde;o formas mais agressivas e apresentam risco para desfechos negativos, inclusive &oacute;bito. A dura&ccedil;&atilde;o mediana da LMC-FA &eacute; de 1-1,5 anos at&eacute; progress&atilde;o ou &oacute;bito e da LMC-CB &eacute; de 6 meses at&eacute; progress&atilde;o ou &oacute;bito.</p>

<p style="text-align: justify;">O advento dos inibidores de tirosino quinase (TKI; imatinibe, dasatinibe, nilotinibe, bosutinibe) revolucionou o tratamento da LMC. Pacientes que, at&eacute; o final do s&eacute;culo passado, apresentavam uma expectativa de vida de 20% em 10 anos, passaram a apresentar uma expectativa de vida de 80-90% em 10 anos <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?rgoNdw">(2)</a>. Entre os pacientes tratados em primeira linha com imatinibe, 10-15% ter&atilde;o tratamento suspenso por intoler&acirc;ncia e 20-25%, por n&atilde;o atingirem crit&eacute;rios de resposta &oacute;timos, conforme consenso do European Leukemia Net (ELN) <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?6hWhJD">(1,4)</a>. A monitoriza&ccedil;&atilde;o de resposta ao tratamento, se d&aacute; por hemogramas seriados, an&aacute;lise de cari&oacute;tipo e quantifica&ccedil;&atilde;o de transcritos BCR-ABL1 por m&eacute;todo de rea&ccedil;&atilde;o em cadeia de polimerase quantitativa (PCR) avaliados conforme a escala internacional (IS). Define-se como falha de tratamento, para pacientes em fase cr&ocirc;nica, &gt; 10% de transcritos BCR-ABL1 ap&oacute;s 6 meses de tratamento, &gt; 1% de transcritos BCR-ABL1 ap&oacute;s 12 meses de tratamento e&nbsp; a qualquer momento ap&oacute;s isso se &gt; 1% de transcritos BCR-ABL1, surgimento de muta&ccedil;&otilde;es que conferem resist&ecirc;ncia ao inibidor de tirosino quinase em uso ou surgimento de altera&ccedil;&otilde;es citogen&eacute;ticas adicionais de alto risco para progress&atilde;o (a saber cromossomo Philadelphia adicional, +8, i(17p), abn(3q26), +19, -7/7q-, 11q23).&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">Em caso de falha terap&ecirc;utica, definida pelos crit&eacute;rios acima, &eacute; conduta recomendada que a escolha do TKI subsequente seja baseada no perfil de efeitos adversos e no perfil de muta&ccedil;&otilde;es do dom&iacute;nio quinase (KD) do gene BCR-ABL1 <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?uZZJWc">(1,2,4,5)</a>. A maioria das muta&ccedil;&otilde;es do BCR-ABL1 KD s&atilde;o trat&aacute;veis com TKIs de segunda gera&ccedil;&atilde;o, com exce&ccedil;&atilde;o da muta&ccedil;&atilde;o do T315I, sens&iacute;vel apenas ao ponatinibe <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?fVbECn">(2,4)</a>. Entre pacientes que apresentam resist&ecirc;ncia a um TKI de segunda gera&ccedil;&atilde;o, a chance de se atingir uma resposta terap&ecirc;utica profunda e duradoura &eacute; baixa, de maneira que &eacute; consenso a indica&ccedil;&atilde;o de transplante alog&ecirc;nico de medula &oacute;ssea <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?igwINN">(4,6)</a>.</p>

<p style="text-align: justify;">Atualmente, a perspectiva de remiss&atilde;o &lsquo;livre de tratamento&rsquo; (TFR - Isto &eacute; a descontinua&ccedil;&atilde;o do TKI e acompanhamento de pacientes em remiss&atilde;o molecular profunda com exame de PCR de alta sensibildiade) para LMC &eacute; poss&iacute;vel entre um grupo selecionado de pacientes. Entre os pr&eacute;-requisitos para faz&ecirc;-lo est&atilde;o: encontrar-se se em primeira fase cr&ocirc;nica, tratamento de dura&ccedil;&atilde;o de pelo menos 5 anos e resposta molecular maior (RMM4) de pelo menos 2 anos de dura&ccedil;&atilde;o e n&atilde;o ter ocorrido falha terap&ecirc;utica pr&eacute;via. Al&eacute;m destes itens &eacute; necess&aacute;rio que o paciente tenha acesso a teste de PCR para BCR-ABL1 de alta sensibilidade para identifica&ccedil;&atilde;o de uma eventual reca&iacute;da molecular (o que ocorre em ~ 50% dos casos) <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?LvNFvF">(4)</a>.</p>

Anexos

Nota Técnica 316638

PDF Nota Técnica