Nota	Tecnologia	Conclusão	Status
348541	Medicamento - IBRUTINIBE	Não favorável	Finalizada em 15/05/2025 19:25:15	Ver Nota

Paciente

Idade

Sexo *

Masculino

Feminino

Cidade *

Dados do Advogado do Autor

Nome do Advogado

Número OAB

Autor está representado por

Dados do Processo

Esfera/Órgão *

Vara/Serventia *

NT 348541

Esta tecnologia já foi finalizada e não pode mais ser editada

Diagnóstico Principal

CID *

Diagnóstico *

Meio(s) confirmatório(s) do diagnóstico já realizado(s) *

Laudo médico

Descrição da Tecnologia

Tipo da Tecnologia *

Registro na ANVISA? *

Situação do registro *

Nome comercial

Princípio Ativo *

Descrição *

Via de administração *

Posologia *

ibrutinibe 140 mg, tomar 3 comprimidos ao dia, 90 comprimidos/mês, uso contínuo

Uso contínuo?

Duração do tratamento

Unidade

Indicação em conformidade com a aprovada no registro? *

Previsto em Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Min. da Saúde para a situação clínica do demandante? *

O medicamento está inserido no SUS? *

O medicamento está incluído em *

Oncológico? *

Outras Tecnologias Disponíveis

Tecnologia

Descrever as opções disponíveis no SUS e/ou Saúde Suplementar *

<p style="text-align: justify;">quimioterapia citot&oacute;xica ou tratamento de suporte cl&iacute;nico exclusivo</p>

Existe Genérico? *

Existe Similar? *

Descrever as opções disponíveis de Genérico ou Similar *

Custo da Tecnologia

Tecnologia

Laboratório

Marca Comercial

Apresentação

Preço de Fábrica

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da Tecnologia - Tratamento Mensal

Tecnologia

Dose Diária Recomendada

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da tecnologia

Fonte do custo da tecnologia

Evidências e resultados esperados

Tecnologia

Evidências sobre a eficácia e segurança da tecnologia *

<p style="text-align: justify;">Efetividade, efic&aacute;cia e seguran&ccedil;a:</p>

<p style="text-align: justify;">O ibrutinibe &eacute; um inibidor irrevers&iacute;vel da tirosina-quinase de Bruton (BTK). Ao bloquear o BTK, o ibrutinibe diminui a sobreviv&ecirc;ncia e a migra&ccedil;&atilde;o dos linf&oacute;citos B, atrasando assim a progress&atilde;o do c&acirc;ncer. Apresenta boa biodisponibilidade via oral, com meia-vida de 4-6 horas, grande volume de distribui&ccedil;&atilde;o e metabolismo predominantemente hep&aacute;tico <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?jHbhWw">(4)</a>. Entre seus efeitos adversos est&atilde;o dist&uacute;rbios da ades&atilde;o plaquet&aacute;ria associados a sangramentos em mucosas e pele, fibrila&ccedil;&atilde;o atrial e infec&ccedil;&otilde;es particularmente pneumonias bacterianas e f&uacute;ngicas.</p>

<p style="text-align: justify;">O uso de ibrutinibe como terapia de primeira linha no tratamento da LLC foi avaliado em dois estudos: o RESONATE-2 <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?Vxy6Vq">(5)</a> e o Alliance A041202 <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?fZLeOk">(6)</a>. No primeiro, randomizaram 269 pacientes para receber ibrutinibe ou clorambucil por at&eacute; 12 ciclos, n&atilde;o houve cegamento <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?T0wcmD">(5)</a>. Atualiza&ccedil;&atilde;o com seguimento mediano de 5 anos destes pacientes foi publicada em 2020 <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?1di3rN">(7)</a>, o ibrutinibe foi superior ao clorambucil ao demonstrar aumento da sobrevida livre de progress&atilde;o (70% vs 12% em 5 anos; HR 0,14; IC 95% 0,09 a 0,218) e aumento da sobrevida geral (83% vs 68% em 5 anos; HR 0,45; IC 95% 0,26 a 0,76) <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?BKnr6u">(7)</a>. O ibrutinibe tamb&eacute;m apresentou benef&iacute;cio sobre qualidade de vida com maior n&uacute;mero de pacientes atingindo melhoras clinicamente significativas na escala EQ-5D-5L (60% vs 44%). Entre as toxicidades apresentadas pelos usu&aacute;rios do ibrutinibe ao longo desses anos, destacam-se diarreia (50%), tosse (36%) e fadiga (36%), al&eacute;m de fibrila&ccedil;&atilde;o atrial (16%) e hipertens&atilde;o arterial sist&ecirc;mica (26%). N&atilde;o foram descritos eventos adversos de grau 4 ou 5.</p>

<p style="text-align: justify;">No estudo Alliance A041202 <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?S5V8QP">(6)</a> foram randomizados pacientes idosos, com mais de 65 anos, sem tratamento pr&eacute;vio para LLC em atividade para receberem na propor&ccedil;&atilde;o 1:1:1 ibrutinibe, ibrutinibe + rituximabe ou rituximabe + bendamustina <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?IbPG7s">(6)</a>. Neste estudo, ibrutinibe apresentou benef&iacute;cio em sobrevida livre de progress&atilde;o quando comparado com o regime de quimioimunoterapia (88% vs 74% em 2 anos; HR 0,39; IC 95% 0,26 a 0,58). A sobrevida geral n&atilde;o foi diferente entre os grupos de interven&ccedil;&atilde;o utilizados (90% ibrutinibe; 95% rituximabe + bendamustina) ap&oacute;s 2 anos de seguimento <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?4LtKr9">(6)</a>. Importante ressaltar que o crossover ibrutinibe era permitido em at&eacute; 1 ano de progress&atilde;o da doen&ccedil;a.</p>

<p style="text-align: justify;">Em um estudo menor, de fase 2, conduzido entre 27 pacientes com LLC, portadores da dele&ccedil;&atilde;o do cromossomo 17p, a receber ibrutinibe (combinado ou n&atilde;o a rituximabe) em primeira linha <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?xrDfVu">(8)</a>, a sobrevida livre de progress&atilde;o em 6 anos foi de 60% e a sobrevida geral 79%. Cinco pacientes (19%) descontinuaram o medicamento do estudo e receberam protocolo baseado em venetoclax (inibidor do BCL2), e outros 5 por eventos adversos (2 = fibrila&ccedil;&atilde;o atrial, 2 = novo tumor de diferente histologia) <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?nYY7PD">(8)</a>. Importante ressaltar que em an&aacute;lise ad-hoc do estudo CLL4 entre pacientes com LLC em atividade tratados com clorambucil, fludarabina ou fludarabina em associa&ccedil;&atilde;o com ciclofosfamida em primeira linha, a presen&ccedil;a de dele&ccedil;&atilde;o do TP53 (presente em 7,6% dos pacientes ao diagn&oacute;stico) esteve associada a uma pior sobrevida livre de progress&atilde;o e a uma piora da sobrevida geral (5% vs 17% PFS em 5 anos; 20% vs 59% SG 5 anos) independentemente do regime terap&ecirc;utico utilizado <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?94eM1R">(9)</a>.</p>

<p style="text-align: justify;">No seu relat&oacute;rio, a CONITEC realizou ampla busca na literatura cient&iacute;fica para avaliar se o ibrutinibe &eacute; eficaz, seguro, eficiente e vi&aacute;vel economicamente para o tratamento de pacientes com leucemia linfoc&iacute;tica cr&ocirc;nica recidivada ou refrat&aacute;ria (LLC RR), que s&atilde;o ineleg&iacute;veis ao tratamento com an&aacute;logos de purinas <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?5Utii0">(1)</a>. Foram realizadas buscas no PubMed/MEDLINE, Embase, Cochrane Library e LILACS, al&eacute;m da busca manual, considerando ensaios cl&iacute;nicos randomizados (ECR) e revis&otilde;es sistem&aacute;ticas de ibrutinibe para o tratamento de pacientes com LLC RR. Foram inclu&iacute;dos dois estudos, sendo um ECR e uma revis&atilde;o sistem&aacute;tica com meta-an&aacute;lise indireta. O ECR identificou maior efic&aacute;cia do ibrutinibe em rela&ccedil;&atilde;o ao comparador selecionado (i.e rituximabe), (sobrevida global: HR 0,446 [IC 95% 0,221&ndash;0,900], sobrevida livre de progress&atilde;o: HR 0,180 [IC 95% 0,105&ndash;0,308] e taxa de resposta global: 53,8% vs 7,4%, p&lt;0,0001) e semelhan&ccedil;a no perfil de seguran&ccedil;a, apesar da aus&ecirc;ncia do reporte de par&acirc;metros estat&iacute;sticos (eventos adversos gerais 99% vs 90,4% e grau 3/4 82,7% vs 59,6%). Paralelamente, a revis&atilde;o sistem&aacute;tica identificou maior efic&aacute;cia para o ibrutinibe em rela&ccedil;&atilde;o ao grupo que recebeu tratamentos escolhidos pelo m&eacute;dico, tanto para sobrevida global (HR 0,25 [IC 95%, 0,12-0,54), quanto para sobrevida livre de progress&atilde;o (HR 0,06 [IC 95%, 0,04-0,11]). A qualidade de evid&ecirc;ncia, conforme avalia&ccedil;&atilde;o realizada pelo sistema GRADE, variou de baixa a moderada a depender dos comparadores e desfechos avaliados.</p>

<p style="text-align: justify;">Custo:</p>

<table>
	<tbody>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align: justify;">Item</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: justify;">Descri&ccedil;&atilde;o</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: justify;">Quantidade</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: justify;">Valor Unit&aacute;rio*</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: justify;">Valor Anual</p>
			</td>
		</tr>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align: justify;">IBRUTINIBE</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: justify;">140 MG CAP DURA CT FR PLAS OPC X 90</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: justify;">13</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: justify;">R$ 40.703,65</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: justify;">R$ 529.147,45</p>
			</td>
		</tr>
	</tbody>
</table>

<p style="text-align: justify;">* Valor unit&aacute;rio considerado a partir de consulta de pre&ccedil;o da tabela CMED. Pre&ccedil;o m&aacute;ximo de venda ao governo (PMVG) no Rio Grande do Sul (ICMS 17%). O PMVG &eacute; o resultado da aplica&ccedil;&atilde;o do Coeficiente de Adequa&ccedil;&atilde;o de Pre&ccedil;os (CAP) sobre o Pre&ccedil;o F&aacute;brica &ndash; PF, PMVG = PF*(1-CAP). O CAP, regulamentado pela Resolu&ccedil;&atilde;o n&ordm;. 3, de 2 de mar&ccedil;o de 2011, &eacute; um desconto m&iacute;nimo obrigat&oacute;rio a ser aplicado sempre que forem realizadas vendas de medicamentos constantes do rol anexo ao Comunicado n&ordm; 15, de 31 de agosto de 2017 - Vers&atilde;o Consolidada ou para atender ordem judicial. Conforme o Comunicado CMED n&ordm; 5, de 21 de dezembro de 2020, o CAP &eacute; de 21,53%. Alguns medicamentos possuem isen&ccedil;&atilde;o de ICMS para aquisi&ccedil;&atilde;o por &oacute;rg&atilde;os da Administra&ccedil;&atilde;o P&uacute;blica Direta Federal, Estadual e Municipal, conforme Conv&ecirc;nio ICMS n&ordm; 87/02, sendo aplicado o benef&iacute;cio quando cab&iacute;vel.</p>

<p style="text-align: justify;">O ibrutinibe &eacute; produzido pela empresa Janssen-Cilag Farmac&ecirc;utica Ltda sob o nome comercial Imbruvica&reg; na forma farmac&ecirc;utica de c&aacute;psulas de 140 mg e vendido em embalagens de 90 e 120 unidades. A partir da prescri&ccedil;&atilde;o m&eacute;dica fornecida no processo e de consulta &agrave; tabela CMED atualizada em abril de 2025 foi elaborada a tabela acima.</p>

<p style="text-align: justify;">No seu relat&oacute;rio, a CONITEC descreveu avalia&ccedil;&atilde;o econ&ocirc;mica do uso de ibrutinibe em pacientes com LLC RR que s&atilde;o ineleg&iacute;veis ao tratamento com an&aacute;logos de purinas <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?H3U5zE">(1)</a>. O demandante realizou uma an&aacute;lise de custo-efetividade/utilidade utilizando uma an&aacute;lise de sobrevida particionada comparando ibrutinibe &agrave; escolha do m&eacute;dico, para um horizonte temporal de 17 anos. A incorpora&ccedil;&atilde;o do ibrutinibe ao SUS geraria uma raz&atilde;o de custo-efetividade incremental (RCEI) de R$ 147.467 e R$ 115.051, respectivamente, para cada AVAQ ganho e ano de vida ganho. Os pareceristas do NATS realizaram uma an&aacute;lise adicional para um horizonte temporal de 30 anos e excluindo a sobreposi&ccedil;&atilde;o da taxa de mortalidade sobre a sobrevida global obtendo os seguintes resultados: RCEI de R$ 110.638/ano de vida ganho e R$ 140.832/AVAQ ganho. O demandante tamb&eacute;m apresentou uma avalia&ccedil;&atilde;o de impacto or&ccedil;ament&aacute;rio, que utilizou a popula&ccedil;&atilde;o por demanda aferida, com base em dados extra&iacute;dos do DATASUS, identificando uma popula&ccedil;&atilde;o eleg&iacute;vel que variou de 463 no primeiro ano a 1.365 no quinto ano da an&aacute;lise, demonstrando para o cen&aacute;rio base um impacto or&ccedil;ament&aacute;rio variando de R$ 17 milh&otilde;es no primeiro ano a R$ 57 milh&otilde;es no quinto ano, totalizando um impacto or&ccedil;ament&aacute;rio acumulado em cinco anos de R$ 183 milh&otilde;es. Para os cen&aacute;rios alternativos, o impacto or&ccedil;ament&aacute;rio acumulado foi de R$ 144,5 milh&otilde;es e R$ 202,6 milh&otilde;es para os cen&aacute;rios alternativos 1 e 2, respectivamente.</p>

<p style="text-align: justify;">Ainda, na consulta p&uacute;blica deste relat&oacute;rio de recomenda&ccedil;&atilde;o novo desconto foi proposto pelo demandante para incorpora&ccedil;&atilde;o de ibrutinibe, de 62,1382% em rela&ccedil;&atilde;o ao PMVG 0% (R$ 415,71/comprimido). Com isso, uma poss&iacute;vel incorpora&ccedil;&atilde;o do ibrutinibe geraria uma RCEI de R$ 107.579/ano de vida ganho e R$ 136.937/AVAQ ganho, ainda acima do limiar de disposi&ccedil;&atilde;o a pagar para doen&ccedil;as graves (R$ 120.000/AVAQ ganho). Al&eacute;m disso, esse novo pre&ccedil;o proposto geraria um impacto or&ccedil;ament&aacute;rio incremental de R$ 17.087.946,72 no primeiro ano e um total acumulado de R$ 177.808.462,93 em cinco anos da an&aacute;lise.</p>

<p style="text-align: justify;">O uso desta tecnologia no Reino Unido, de acordo com o National Institute for Health and Care Excellence (NICE) <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?Psb04p">(10)</a>, &eacute; recomendado nas seguintes condi&ccedil;&otilde;es: pacientes que receberam pelo menos uma linha de tratamento pr&eacute;vio, e aqueles que apresentam dele&ccedil;&atilde;o do cromossomo 17p ou muta&ccedil;&atilde;o do TP53 ou incapacidade de receber quimio-imunoterapia. Adicionalmente sua incorpora&ccedil;&atilde;o s&oacute; foi poss&iacute;vel mediante acordo comercial e redu&ccedil;&atilde;o do pre&ccedil;o da medica&ccedil;&atilde;o (Patient Access Scheme) <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?4BowEt">(10)</a>. De maneira muito semelhante o Canada&acute;s Drug Agency recomenda o financiamento do ibrutinibe entre pacientes n&atilde;o candidatos a receber quimio-imunoterapia, desde que a RCUI apresente redu&ccedil;&atilde;o para um n&iacute;veis aceit&aacute;veis <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?WsM4qJ">(11)</a>.</p>

Benefício/efeito/resultado esperado da tecnologia *

<p style="text-align: justify;">Benef&iacute;cio/efeito/resultado esperado da tecnologia: aumento da sobrevida livre de progress&atilde;o e aumento da sobrevida geral para tratamento em primeira linha do LCC.</p>

Recomendações da CONITEC para a situação clínica do demandante *

Conclusão

Tecnologia

Conclusão Justificada *

Conclusão *

<p style="text-align: justify;">A evid&ecirc;ncia cient&iacute;fica dispon&iacute;vel aponta benef&iacute;cio cl&iacute;nico para os desfechos de efic&aacute;cia: sobrevida global e sobrevida livre de progress&atilde;o do ibrutinibe em rela&ccedil;&atilde;o ao outros tratamentos em pacientes com LLC. Adicionalmente, o perfil de seguran&ccedil;a desta interven&ccedil;&atilde;o parece ser semelhante &agrave;s alternativas de tratamento.</p>

<p style="text-align: justify;">No entanto, o f&aacute;rmaco pleiteado apresenta um perfil de custo-efetividade desfavor&aacute;vel - ou seja, o benef&iacute;cio ganho com a sua incorpora&ccedil;&atilde;o n&atilde;o ultrapassa o benef&iacute;cio perdido pelo deslocamento de outras interven&ccedil;&otilde;es em sa&uacute;de que poderiam ser adquiridas com o mesmo investimento, perfazendo portanto mau uso dos recursos dispon&iacute;veis ao sistema. Ag&ecirc;ncias de avalia&ccedil;&atilde;o de tecnologias de outros pa&iacute;ses n&atilde;o recomendaram a incorpora&ccedil;&atilde;o do f&aacute;rmaco em seus sistemas, ou apenas o fizeram ap&oacute;s acordo de redu&ccedil;&atilde;o de pre&ccedil;o. No Brasil, o &oacute;rg&atilde;o p&uacute;blico institu&iacute;do para assessorar o Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de na incorpora&ccedil;&atilde;o de novas tecnologias no SUS (CONITEC) j&aacute; realizou sua avalia&ccedil;&atilde;o para o tratamento da LLC RR, e emitiu parecer de n&atilde;o incorpora&ccedil;&atilde;o. Na sua decis&atilde;o final, os membros do Comit&ecirc; de Medicamentos da CONITEC consideraram que a tecnologia avaliada se manteve acima do limiar de custo-efetividade e, portanto, n&atilde;o custo-efetiva.</p>

<p style="text-align: justify;">Embora o caso em tela verse sobre a utiliza&ccedil;&atilde;o do ibrutinibe como tratamento de primeira linha para LLC &mdash; uma indica&ccedil;&atilde;o distinta da avaliada pela CONITEC &mdash;, a aus&ecirc;ncia de an&aacute;lise econ&ocirc;mica espec&iacute;fica n&atilde;o impede que se considere, de forma plaus&iacute;vel, que o medicamento tamb&eacute;m n&atilde;o se revele custo-efetivo nesse contexto, dadas as caracter&iacute;sticas de pre&ccedil;o e efetividade que se mant&ecirc;m similares. Dessa forma, &eacute; presum&iacute;vel que o cen&aacute;rio de inefici&ecirc;ncia econ&ocirc;mica observado na linha subsequente tamb&eacute;m se aplique ao uso inicial da tecnologia no SUS.</p>

<p style="text-align: justify;">Finalmente, o impacto or&ccedil;ament&aacute;rio da terapia pleiteado, mesmo em decis&atilde;o isolada, &eacute; elevado, com potencial de comprometimento de recursos p&uacute;blicos extra&iacute;dos da coletividade - recursos p&uacute;blicos que s&atilde;o escassos e que possuem destina&ccedil;&otilde;es or&ccedil;ament&aacute;rias com pouca margem de realoca&ccedil;&atilde;o, e cujo uso inadequado pode acarretar preju&iacute;zos a toda a popula&ccedil;&atilde;o assistida pelo SUS.</p>

Há evidências científicas? *

Considera-se urgência as situações de ocorrência imprevista de agravo à saúde, com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita da assistência médica imediata (Resolução CFM 1451/95)

Justifica-se a alegação de urgência, conforme definição de Urgência e Emergência do CFM? *

Justificativa *

Referências bibliográficas *

<p style="text-align: justify;"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?qNQ20P">1. Comiss&atilde;o Nacional de Incorpora&ccedil;&atilde;o de Tecnologias no SUS (CONITEC). Ibrutinibe no tratamento de pacientes com Leucemia Linfoc&iacute;tica Cr&ocirc;nica recidivada ou refrat&aacute;ria (LLC RR), que s&atilde;o ineleg&iacute;veis ao tratamento com an&aacute;logos de purinas. Relat&oacute;rio Recom No 900 [Internet]. maio de 2024; Dispon&iacute;vel em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/relatorios/2024/ibrutinibe-no-tratamento-de-pacientes-com-leucemia-linfocitica-cronica-recidivada-ou-refrataria-llc-rr-que-sao-inelegiveis-ao-tratamento-com-analogos-de-purinas</a></p>

<p style="text-align: justify;"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?qNQ20P">2. Hallek M. Chronic lymphocytic leukemia: 2020 update on diagnosis, risk stratification and treatment. Am J Hematol. novembro de 2019;94(11):1266&ndash;87.</a></p>

<p style="text-align: justify;"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?qNQ20P">3. Hallek M, Cheson BD, Catovsky D, Caligaris-Cappio F, Dighiero G, D&ouml;hner H, et al. iwCLL guidelines for diagnosis, indications for treatment, response assessment, and supportive management of CLL. Blood. 21 de junho de 2018;131(25):2745&ndash;60.</a></p>

<p style="text-align: justify;"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?qNQ20P">4. Ibrutinib: Drug information - UpToDate. Dispon&iacute;vel em: https://www.uptodate.com/contents/ibrutinib-drug-information?search=ibrutinib&amp;source=panel_search_result&amp;selectedTitle=1%7E70&amp;usage_type=panel&amp;kp_tab=drug_general&amp;display_rank=1</a></p>

<p style="text-align: justify;"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?qNQ20P">5. Burger JA, Tedeschi A, Barr PM, Robak T, Owen C, Ghia P, et al. Ibrutinib as Initial Therapy for Patients with Chronic Lymphocytic Leukemia. N Engl J Med. 17 de dezembro de 2015;373(25):2425&ndash;37.</a></p>

<p style="text-align: justify;"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?qNQ20P">6. Woyach JA, Ruppert AS, Heerema NA, Zhao W, Booth AM, Ding W, et al. Ibrutinib Regimens versus Chemoimmunotherapy in Older Patients with Untreated CLL. N Engl J Med. 27 de dezembro de 2018;379(26):2517&ndash;28.</a></p>

<p style="text-align: justify;"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?qNQ20P">7. Burger JA, Barr PM, Robak T, Owen C, Ghia P, Tedeschi A, et al. Long-term efficacy and safety of first-line ibrutinib treatment for patients with CLL/SLL: 5 years of follow-up from the phase 3 RESONATE-2 study. Leukemia. 2020;34(3):787&ndash;98.</a></p>

<p style="text-align: justify;"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?qNQ20P">8. Sivina M, Kim E, Wierda WG, Ferrajoli A, Jain N, Thompson P, et al. Ibrutinib induces durable remissions in treatment-na&iuml;ve patients with CLL and 17p deletion and/or TP53 mutations. Blood. 16 de dezembro de 2021;138(24):2589&ndash;92.</a></p>

<p style="text-align: justify;"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?qNQ20P">9. Gonzalez D, Martinez P, Wade R, Hockley S, Oscier D, Matutes E, et al. Mutational status of the TP53 gene as a predictor of response and survival in patients with chronic lymphocytic leukemia: results from the LRF CLL4 trial. J Clin Oncol Off J Am Soc Clin Oncol. 1o de junho de 2011;29(16):2223&ndash;9.</a></p>

<p style="text-align: justify;"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?qNQ20P">10. National Institute for Health and Care Excellence. Recommendations | Ibrutinib for previously treated chronic lymphocytic leukaemia and untreated chronic lymphocytic leukaemia with 17p deletion or TP53 mutation | Guidance | NICE [Internet]. NICE; 2017 [citado 25 de abril de 2025]. Dispon&iacute;vel em: https://www.nice.org.uk/guidance/ta429/chapter/1-Recommendations</a></p>

<p style="text-align: justify;"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?qNQ20P">11. Canada&acute;s Drug Agency. Provisional Funding Algorithm - Indication: Chronic lymphocytic leukemia. janeiro de 2025;</a></p>

NatJus Responsável *

Instituição Responsável *

Nota técnica elaborada com apoio de tutoria? *

Outras Informações *

<p style="text-align: justify;">Justificativa para prescri&ccedil;&atilde;o</p>

<p style="text-align: justify;">Conforme documentos apresentados pela parte (Evento 1, LAUDO8; Evento 9, LAUDO6), trata-se de paciente do sexo masculino, 67 anos, portador de leucemia linfoc&iacute;tica cr&ocirc;nica (LLC). O diagn&oacute;stico foi realizado por meio de imunofenotipagem de sangue perif&eacute;rico em dezembro de 2024. Encontra-se no est&aacute;dio RAI-III (alto risco) e ECOG 2. Apresenta-se sintom&aacute;tico e com progress&atilde;o da doen&ccedil;a, com cansa&ccedil;o, prostra&ccedil;&atilde;o e perda de peso. At&eacute; o momento, n&atilde;o realizou nenhum tratamento, pois, segundo o relat&oacute;rio m&eacute;dico, a quimioterapia com fludarabina + ciclofosfamida + rituximabe, disponibilizada pelo Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de, est&aacute; contraindicada devido &agrave; sua idade e &agrave; comorbidade cardiol&oacute;gica (Evento 9, PET1, P&aacute;gina 2). Ressalta-se que, nos relat&oacute;rios m&eacute;dicos apresentados, n&atilde;o foi explicitada qual comorbidade cardiol&oacute;gica a parte apresenta. Exames complementares de tomografia computadorizada de t&oacute;rax e abdome (Evento 9, PADM8), realizados em novembro de 2024, evidenciaram a presen&ccedil;a de m&uacute;ltiplas linfonodomegalias na cavidade abdominal e no mediastino, al&eacute;m de esplenomegalia (ba&ccedil;o com dimens&otilde;es aumentadas). Neste contexto, pleiteia ibrutinibe para tratamento de primeira linha para LLC por per&iacute;odo indeterminado.</p>

<p style="text-align: justify;">A LLC &eacute; uma neoplasia maligna de linf&oacute;citos B maduros caracterizada por linfocitose (contagem absoluta de linf&oacute;citos &gt; 5000 x 10 ^ 9/L), que pode ser acompanhada por anemia, plaquetopenia, sintomas constitucionais, esplenomegalia e linfonodomegalias <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?zmddw0">(2)</a>. &Eacute; uma doen&ccedil;a indolente, o que significa que nem sempre requer tratamento e muitas vezes uma conduta expectante est&aacute; indicada. Cabe salientar que a LLC &eacute; a neoplasia hematol&oacute;gica mais comum na terceira idade e &eacute; considerada uma doen&ccedil;a incur&aacute;vel, mas que pode ser controlada atrav&eacute;s de tratamento quimioter&aacute;pico e de suporte adequados <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?It8fvt">(2)</a>.</p>

<p style="text-align: justify;">A indica&ccedil;&atilde;o de tratamento em 1&ordf; e 2&ordf; linha, conforme consenso internacional de especialistas, requer a presen&ccedil;a crit&eacute;rios de doen&ccedil;a &lsquo;em atividade&rsquo;, a saber <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?vMgUqq">(3)</a>: hemoglobina &lt; 10 g/dL ou plaquetas &lt; 100 x 10^9 / L (mantendo tend&ecirc;ncia de queda - muitos casos mant&eacute;m plaquetometrias est&aacute;veis por longos per&iacute;odos, de maneira que muitos pacientes n&atilde;o necessitam tratamento automaticamente), esplenomegalia (palp&aacute;vel &gt; 6 cm abaixo do gradil costal esquerdo), linfonodos muito aumentados (&gt; 10 cm no maior eixo), linfocitose progressiva (aumento em 50% ap&oacute;s 2 meses, ou aumento em 100% em 6 meses), complica&ccedil;&otilde;es auto-imunes (anemia hemol&iacute;tica autoimune e p&uacute;rpura trombocitop&ecirc;nica imune), acometimento extranodal sintom&aacute;tico, sintomas constitucionais (perda de peso &gt; 10% em 6 meses, fadiga com ECOG 2 ou maior, febre &gt; 38&ordm;C por 2 ou mais semanas, sudorese noturna com dura&ccedil;&atilde;o &gt; 1 m&ecirc;s).</p>

Anexos

Nota Técnica 348541

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