Nota	Tecnologia	Conclusão	Status
352876-A	Medicamento - OXALATO DE ESCITALOPRAM	Não favorável	Finalizada em 23/05/2025 17:59:37	Ver Nota
352876-B	Medicamento - RIVAROXABANA	Não favorável	Finalizada em 23/05/2025 18:05:20	Ver Nota

Paciente

Idade

Sexo *

Masculino

Feminino

Cidade *

Dados do Advogado do Autor

Nome do Advogado

Número OAB

Autor está representado por

Dados do Processo

Esfera/Órgão *

Vara/Serventia *

Esta tecnologia já foi finalizada e não pode mais ser editada

Diagnóstico Principal

CID *

Diagnóstico *

Meio(s) confirmatório(s) do diagnóstico já realizado(s) *

laudo médico

Descrição da Tecnologia

Tipo da Tecnologia *

Registro na ANVISA? *

Situação do registro *

Nome comercial

Princípio Ativo *

Descrição *

Via de administração *

Posologia *

 oxalato de escitalopram 10mg - 1 comprimido ao dia.

Uso contínuo?

Duração do tratamento

Unidade

Indicação em conformidade com a aprovada no registro? *

Previsto em Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Min. da Saúde para a situação clínica do demandante? *

O medicamento está inserido no SUS? *

O medicamento está incluído em *

Oncológico? *

Outras Tecnologias Disponíveis

Tecnologia

Descrever as opções disponíveis no SUS e/ou Saúde Suplementar *

<p style="text-align: justify;">inibidores seletivos da recapta&ccedil;&atilde;o de serotonina, fluoxetina e sertralina. H&aacute;, tamb&eacute;m, antidepressivos tric&iacute;clicos (amitriptilina e imipramina). No contexto da ansiedade generalizada, h&aacute; f&aacute;rmacos benzodiazep&iacute;nicos disponibilizados pelo SUS (clonazepam e diazepam).</p>

Existe Genérico? *

Existe Similar? *

Descrever as opções disponíveis de Genérico ou Similar *

<p>vide CMED</p>

Custo da Tecnologia

Tecnologia

Laboratório

Marca Comercial

Apresentação

Preço de Fábrica

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da Tecnologia - Tratamento Mensal

Tecnologia

Dose Diária Recomendada

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da tecnologia

Fonte do custo da tecnologia

Evidências e resultados esperados

Tecnologia

Evidências sobre a eficácia e segurança da tecnologia *

<p style="text-align: justify;">O escitalopram &eacute; um antidepressivo pertencente &agrave; classe dos inibidores seletivos da recapta&ccedil;&atilde;o de serotonina (ISRS). Atualmente, &eacute; indicado no tratamento de TDM, transtorno de p&acirc;nico, TAG e transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno de estresse p&oacute;s-traum&aacute;tico, fobia social e transtorno dism&oacute;rfico pr&eacute;-menstrual [8].</p>

<p style="text-align: justify;">Uma revis&atilde;o sistem&aacute;tica com meta-an&aacute;lise, do grupo Cochrane, avaliou a efic&aacute;cia e tolerabilidade do escitalopram em compara&ccedil;&atilde;o a outros antidepressivos no tratamento de TDM moderado &agrave; grave <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?oriJ5Q">[10]</a>. Quatorze estudos compararam o escitalopram com outro ISRS e oito compararam o escitalopram com um agente antidepressivo mais recente (venlafaxina, bupropiona e duloxetina). O desempenho do escitalopram n&atilde;o diferiu das alternativas dispon&iacute;veis no SUS (fluoxetina e sertralina) nos principais desfechos avaliados: n&uacute;mero de pacientes que responde ao tratamento (OR=0,81, IC95%=0,60-1,10, P=0,17, tr&ecirc;s estudos com o total de 783 participantes para fluoxetina; e OR=1,06, IC95%=0,73-1,53, P=0,76, dois estudos somando 489 participantes para sertralina); n&uacute;mero de interrup&ccedil;&otilde;es por inefic&aacute;cia (OR=0,57, IC95%=0,15-2,15, P=0,41, quatro estudos somando 813 participantes para fluoxetina e OR=3,09, IC95%=0,32-30,08, P=0,33, um estudo com 274 participantes para sertralina); n&uacute;mero de interrup&ccedil;&otilde;es por efeitos adversos (OR=0,75, IC95%=0,44-1,28, P=0,29, quatro estudos no total de 813 participantes para fluoxetina e OR=1,08, IC95%=0,35-3,37, P=0,89, dois estudos com 489 participantes para sertralina) e n&uacute;mero de eventos adversos (OR=0,80, IC95%=0,59-1,07, P=0,13, quatro estudos com 804 participantes para fluoxetina e OR=0,62, IC95%=0,33-1,19, P=0,15, dois estudos totalizando 483 participantes para sertralina).&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">Nessa linha, uma segunda revis&atilde;o sistem&aacute;tica com meta-an&aacute;lise comparou efic&aacute;cia de m&uacute;ltiplos antidepressivos no tratamento de TDM <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?SzCRyV">[29]</a>. Para isso, foram inclu&iacute;dos 117 ensaios cl&iacute;nicos randomizados, totalizando 25.928 participantes, acerca de 12 antidepressivos (bupropiona, citalopram, duloxetina, escitalopram, fluoxetina, fluvoxamina, milnaciprano, mirtazapina, paroxetina, reboxetina, sertralina e venlafaxina). Escitalopram mostrou-se mais eficaz que a fluoxetina (OR=1,32, 95%IC=1,12-1,55) e igualmente eficaz a sertralina (OR=1,06, 95%IC=0,88-1,27). Novamente, escitalopram, sertralina e fluoxetina foram igualmente tolerados.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">Mais recentemente, uma nova revis&atilde;o sistem&aacute;tica com meta-an&aacute;lise comparou a efic&aacute;cia e tolerabilidade de 21 antidepressivos no manejo de TDM <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?3ZUsB7">[9]</a>. Foram identificados 522 ensaios cl&iacute;nicos randomizados, envolvendo 116.477 participantes. Em termos de efic&aacute;cia, todos os antidepressivos foram mais eficazes do que o placebo. A amitriptilina, antidepressivo da classe dos tric&iacute;clicos disponibilizado pelo SUS, mostrou-se mais eficaz do que os demais f&aacute;rmacos (OR=2,13, 95%IC=1,89-2,41). Novamente, o escitalopram foi considerado superior &agrave; fluoxetina (OR=1,34, 95%IC=1,11-1,61) e t&atilde;o eficaz quanto a sertralina (OR=1,20, 95%IC=0,97-1,48). Em contrapartida, n&atilde;o houve diferen&ccedil;as em tolerabilidade entre escitalopram, fluoxetina e sertralina.</p>

<p style="text-align: justify;">No contexto do transtorno de ansiedade generalizada, publicada em 2020, uma revis&atilde;o sistem&aacute;tica e meta-an&aacute;lise buscou comparar a efic&aacute;cia de antidepressivos (ISRS e IRSN) no tratamento de transtornos de ansiedade <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?k60Jne">[30]</a>. Foram inclu&iacute;dos 57 ensaios cl&iacute;nicos randomizados, duplo-cego e controlados por placebo, totalizando 16.056 participantes. Quando comparados com placebo, os ISRS (incluindo escitalopram, sertralina e fluoxetina) demonstraram superioridade em al&iacute;vio dos sintomas de ansiedade (diferen&ccedil;a m&eacute;dia padronizada=0,51, IC95% 0,47-0,56; P&lt;0,001). Os ISRS tamb&eacute;m n&atilde;o diferiram em tolerabilidade (P= 0,36). Nessa linha, uma revis&atilde;o sistem&aacute;tica e meta-an&aacute;lise em rede (2019) avaliou a efic&aacute;cia de tratamentos farmacol&oacute;gicos para TAG <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?5jwsVD">[31]</a>. Foram inclu&iacute;dos 89 ensaios cl&iacute;nicos randomizados, totalizando 25.441 pacientes em uso de agomelatina, benzodiazep&iacute;nicos, bupropiona, buspirona, citalopram, duloxetina, escitalopram, fluoxetina, hidroxizina, imipramina, maprotilina, mirtazapina, paroxetina, pregabalina, quetiapina, sertralina, tiagabina, venlafaxina, vortioxetina, entre outros. Novamente, o escitalopram mostrou-se mais eficaz do que placebo, sem diferen&ccedil;a estatisticamente significativa dos demais f&aacute;rmacos avaliados.</p>

<table>
	<tbody>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align: center;">Item</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">Descri&ccedil;&atilde;o</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">Quantidade</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">Valor Unit&aacute;rio*</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">Valor Anual&nbsp;</p>
			</td>
		</tr>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align: center;">OXALATO DE ESCITALOPRAM</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">10 MG COM REV CT BL AL PLAS TRANS X 60</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">6</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">R$ 52,75</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">R$ 316,50</p>
			</td>
		</tr>
	</tbody>
</table>

<p style="text-align: justify;">* Valor unit&aacute;rio considerado a partir de consulta de pre&ccedil;o da tabela CMED. Pre&ccedil;o m&aacute;ximo de venda ao governo (PMVG) no Rio Grande do Sul (ICMS 17%). O PMVG &eacute; o resultado da aplica&ccedil;&atilde;o do Coeficiente de Adequa&ccedil;&atilde;o de Pre&ccedil;os (CAP) sobre o Pre&ccedil;o F&aacute;brica &ndash; PF, PMVG = PF*(1-CAP). O CAP, regulamentado pela Resolu&ccedil;&atilde;o n&ordm;. 3, de 2 de mar&ccedil;o de 2011, &eacute; um desconto m&iacute;nimo obrigat&oacute;rio a ser aplicado sempre que forem realizadas vendas de medicamentos constantes do rol anexo ao Comunicado n&ordm; 15, de 31 de agosto de 2017 - Vers&atilde;o Consolidada ou para atender ordem judicial. Conforme o Comunicado CMED n&ordm; 5, de 21 de dezembro de 2020, o CAP &eacute; de 21,53%. Alguns medicamentos possuem isen&ccedil;&atilde;o de ICMS para aquisi&ccedil;&atilde;o por &oacute;rg&atilde;os da Administra&ccedil;&atilde;o P&uacute;blica Direta Federal, Estadual e Municipal, conforme Conv&ecirc;nio ICMS n&ordm; 87/02, sendo aplicado o benef&iacute;cio quando cab&iacute;vel.</p>

<p style="text-align: justify;">O escitalopram &eacute; produzido por diversos laborat&oacute;rios. Em consulta &agrave; tabela CMED, no site da ANVISA, realizada em outubro de 2024, selecionou-se a alternativa de menor custo. De acordo com esse dado e conforme a prescri&ccedil;&atilde;o m&eacute;dica, foi elaborada a tabela acima estimando o custo do medicamento para um ano de tratamento.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">N&atilde;o foram encontrados estudos de custo-efetividade comparando escitalopram com alternativas dispon&iacute;veis no SUS para o tratamento de TDM. Contudo, o Instituto Nacional para Sa&uacute;de e Cuidados de Excel&ecirc;ncia (do ingl&ecirc;s, National Institute for Health and Care Excellence ou NICE), do governo brit&acirc;nico, recomenda que se prescreva sertralina como primeira linha por ser a op&ccedil;&atilde;o com melhor custo-efetividade <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?voJBUg">[32]</a>. De fato, em an&aacute;lise cr&iacute;tica das meta-an&aacute;lises descritas acima, divulgada em 2020, a Ag&ecirc;ncia Canandese de Drogas e Tecnologias (do ingl&ecirc;s, Canadian Agency for Drugs and Technologies in Health ou CADTH), afirmou que &quot;todos os tratamentos dispon&iacute;veis atualmente, independentemente da novidade e do pre&ccedil;o, s&atilde;o provavelmente iguais e podem ser usados para pacientes com TDM&quot; <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?Agbe9H">[33]</a>.</p>

Benefício/efeito/resultado esperado da tecnologia *

<p style="text-align: justify;">&nbsp;resposta ou remiss&atilde;o do TDM e TAG com efic&aacute;cia equipar&aacute;vel &agrave;s alternativas dispon&iacute;veis pelo SUS</p>

Recomendações da CONITEC para a situação clínica do demandante *

Conclusão

Tecnologia

Conclusão Justificada *

Conclusão *

<p style="text-align: justify;">O escitalopram &eacute; um f&aacute;rmaco eficaz e seguro no tratamento de transtorno depressivo maior. Contudo, o tratamento desta condi&ccedil;&atilde;o no sistema de sa&uacute;de p&uacute;blico baseia-se na sequ&ecirc;ncia: tratamento de primeira linha com antidepressivo inibidor seletivo da recapta&ccedil;&atilde;o de serotonina (por exemplo, fluoxetina ou sertralina) ou com antidepressivo tric&iacute;clico (como a amitriptilina ou a nortriptilina); caso n&atilde;o haja resposta suficiente depois de tempo m&iacute;nimo de uso (em at&eacute; 12 semanas), sugere-se aumento da dose <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?eleQWO">[8]</a>. Diante da resposta ineficaz, recomenda-se a troca entre f&aacute;rmacos (por exemplo, de inibidor seletivo da recapta&ccedil;&atilde;o de serotonina para antidepressivo tric&iacute;clico). Ainda que comprovada a refratariedade, restam antidepressivos tric&iacute;clicos (como a amitriptilina ou a nortriptilina), bem como o acr&eacute;scimo de l&iacute;tio, medicamento dispon&iacute;vel pelo SUS. Caso se mantenha a aus&ecirc;ncia de resposta, pode-se combinar inibidor seletivo da recapta&ccedil;&atilde;o de serotonina, antidepressivo tric&iacute;clico e l&iacute;tio.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">Em rela&ccedil;&atilde;o ao transtorno de ansiedade generalizada, apesar de a prescri&ccedil;&atilde;o de escitalopram possuir embasamento cient&iacute;fico adequado, n&atilde;o h&aacute; evid&ecirc;ncias de que o f&aacute;rmaco seja&nbsp; superior, quando comparado &agrave;s alternativas de f&aacute;rmacos antidepressivos ISRS dispon&iacute;veis pelo SUS, tanto em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; efic&aacute;cia quanto acerca de tolerabilidade.</p>

<p style="text-align: justify;">No caso em tela, portanto, n&atilde;o h&aacute; elementos que indiquem que foram esgotadas as op&ccedil;&otilde;es medicamentosas disponibilizadas no SUS, de acordo com as informa&ccedil;&otilde;es constantes nos documentos m&eacute;dicos dispon&iacute;veis.</p>

Há evidências científicas? *

Considera-se urgência as situações de ocorrência imprevista de agravo à saúde, com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita da assistência médica imediata (Resolução CFM 1451/95)

Justifica-se a alegação de urgência, conforme definição de Urgência e Emergência do CFM? *

Justificativa *

Referências bibliográficas *

<p style="text-align: justify;"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?35ZcDK">1. Kessler RC, Ormel J, Petukhova M, McLaughlin KA, Green JG, Russo LJ, et al. Development of lifetime comorbidity in the World Health Organization world mental health surveys. Arch Gen Psychiatry. 2011;68(1):90&ndash;100.</a></p>

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NatJus Responsável *

Instituição Responsável *

Nota técnica elaborada com apoio de tutoria? *

Outras Informações *

<p style="text-align: justify;">Segundo laudo m&eacute;dico (Evento 1, LAUDO12; Evento 1, LAUDO13), a parte autora, com 93 anos de idade, apresenta diagn&oacute;stico de gastrite, ansiedade, insufici&ecirc;ncia venosa (trombose venosa em membros inferiores) e doen&ccedil;a de Alzheimer. Consta que j&aacute; fez uso dos medicamentos omeprazol, sendo substitu&iacute;do por pantoprazol para controle da gastrite; fluoxetina e amitriptilina, sem efeito, para depress&atilde;o, substitu&iacute;dos por venlafaxina e, posteriormente, por escitalopram. Al&eacute;m disso, utiliza rivaroxabana, diosmina/hesperidina, amiodarona e donepezila. Os medicamentos foram deferidos &agrave; parte por tutela de urg&ecirc;ncia (Evento 4, DESPADEC1). Nesse contexto, pleiteia acesso jurisdicional aos tratamentos. O presente parecer t&eacute;cnico versar&aacute; sobre a utiliza&ccedil;&atilde;o de escitalopram no tratamento de transtorno depressivo maior e transtorno de ansiedade generalizada.</p>

<p style="text-align: justify;">O transtorno depressivo maior (TDM) &eacute; uma condi&ccedil;&atilde;o prevalente e incapacitante. Pesquisas comunit&aacute;rias, realizadas em 14 pa&iacute;ses diferentes, estimam que a preval&ecirc;ncia ao longo da vida de transtornos depressivos unipolares &eacute; de 12% [1]. Em 2022, a Pesquisa Vigitel, promovida pelo Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de, apontou Porto Alegre como a capital brasileira com maior n&uacute;mero de pessoas vivendo com depress&atilde;o: 17,5 casos a cada 100.000 habitantes [2]. Atualmente, TDM representa a segunda principal causa de incapacidade nos Estados Unidos [3]. Al&eacute;m disso, o TDM &eacute; altamente recorrente: ap&oacute;s recupera&ccedil;&atilde;o de um epis&oacute;dio, a taxa estimada de recorr&ecirc;ncia em dois anos &eacute; superior a 40% e, depois de dois epis&oacute;dios, o risco de recorr&ecirc;ncia em cinco anos &eacute; de aproximadamente 75% [4] Para diagn&oacute;stico de TDM &eacute; necess&aacute;rio, pelo menos, duas semanas com humor deprimido ou anedonia acompanhada da maioria dos seguintes sintomas: ins&ocirc;nia ou hipersonia, mudan&ccedil;a no apetite ou peso, retardo psicomotor ou agita&ccedil;&atilde;o, baixa energia, baixa concentra&ccedil;&atilde;o, pensamentos de inutilidade ou culpa e pensamentos recorrentes sobre morte ou suic&iacute;dio [5]&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">Para o tratamento de depress&atilde;o, almeja-se a remiss&atilde;o dos sintomas depressivos [6]. Em geral, mensura-se a severidade dos sintomas por meio da Escala de Depress&atilde;o de Hamilton (HAM-D). Valores menores ou igual a sete s&atilde;o considerados remiss&atilde;o da doen&ccedil;a, enquanto que uma redu&ccedil;&atilde;o superior a 50% do escore sinaliza resposta ao tratamento.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">O tratamento farmacol&oacute;gico &eacute; indicado para pacientes com diagn&oacute;stico de TDM moderado a grave [8]. Diversos antidepressivos, de diferentes mecanismos de a&ccedil;&atilde;o, servem no tratamento de TDM [9]. De fato, metan&aacute;lises de ensaios cl&iacute;nicos randomizados demonstram efic&aacute;cia de amitriptilina [10] citalopram [11] duloxetina [12], escitalopram [10], imipramina [13], mirtazapina [14], paroxetina [15], sertralina [16], entre outros.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">Tendo em vista as in&uacute;meras alternativas dispon&iacute;veis, diretrizes internacionais recomendam a sele&ccedil;&atilde;o de antidepressivos conforme perfil de efeitos adversos e potenciais intera&ccedil;&otilde;es medicamentosas, ambos individualizados ao paciente [17]. F&aacute;rmacos recomendados como primeira linha no tratamento de TDM est&atilde;o dispon&iacute;veis pelo SUS (por exemplo, sertralina e fluoxetina) [17]. Nesse ponto, &eacute; interessante frisar que, de forma a diagnosticar refratariedade ao tratamento, deve-se utilizar dose otimizada por per&iacute;odo de tempo m&iacute;nimo (entre duas e seis semanas). Na aus&ecirc;ncia de resposta, pode-se aumentar a dose dentro dos limites terap&ecirc;uticos [8,17]. Ap&oacute;s aumento para dose m&aacute;xima tolerada, opta-se entre a troca de antidepressivo (preferencialmente por antidepressivos de classes diferentes) ou a adi&ccedil;&atilde;o de um f&aacute;rmaco que potencialize a a&ccedil;&atilde;o antidepressiva (como o l&iacute;tio, dispon&iacute;vel pelo SUS). Em caso de depress&atilde;o refrat&aacute;ria, &eacute; poss&iacute;vel utilizar a combina&ccedil;&atilde;o de antidepressivos (por exemplo, amitriptilina e fluoxetina).&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">J&aacute; o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) caracteriza-se pela combina&ccedil;&atilde;o de medo e preocupa&ccedil;&atilde;o excessivos, de dif&iacute;cil controle, causando importante preju&iacute;zo no funcionamento individual [18,19]. A preocupa&ccedil;&atilde;o apresenta-se de forma multifocal, envolvendo in&uacute;meros aspectos da vida - por exemplo, finan&ccedil;as, rela&ccedil;&otilde;es interpessoais, sa&uacute;de e futuro. Sintomas f&iacute;sicos inespec&iacute;ficos, como dor e altera&ccedil;&otilde;es em trato gastrointestinal, tamb&eacute;m podem estar presentes. Trata-se de uma doen&ccedil;a cr&ocirc;nica cujos primeiros sintomas usualmente aparecem no in&iacute;cio da vida adulta [18]. Ao longo de suas vidas, sabe-se que pacientes com diagn&oacute;stico de TAG possuem risco aumentado para desenvolver comorbidades cl&iacute;nicas (asma, s&iacute;ndrome do intestino irrit&aacute;vel, entre outras) e psiqui&aacute;tricas (transtorno depressivo maior, abuso de subst&acirc;ncias, entre outros) [20]. No Brasil, o TAG &eacute; bastante prevalente, acometendo cerca de 14% da popula&ccedil;&atilde;o em geral [21] e 22% dos idosos [22]. Nessa linha, estima-se que, globalmente, 275 milh&otilde;es de pessoas s&atilde;o afetadas por transtornos de ansiedade, resultando em aproximadamente 26 milh&otilde;es de anos vividos com incapacidade [23]. Tem-se, portanto, elevado impacto econ&ocirc;mico [24].</p>

<p style="text-align: justify;">Para o seu tratamento, diretrizes internacionais recomendam associa&ccedil;&atilde;o de mudan&ccedil;as de estilo de vida (atividades f&iacute;sicas e higiene do sono), psicoterapia e estrat&eacute;gias farmacol&oacute;gicas [25,26]. Como primeira linha de tratamento, utilizam-se os inibidores seletivos da recapta&ccedil;&atilde;o de serotonina (ISRS) - entre eles, a fluoxetina e a sertralina, disponibilizadas no componente b&aacute;sico da assist&ecirc;ncia farmac&ecirc;utica do SUS e no competente especial da SES/RS, respectivamente - ou os inibidores da recapta&ccedil;&atilde;o de serotonina e de noradrenalina (IRSN), como a venlafaxina. Ap&oacute;s seis semanas de uso de dose otimizada, entre 30% e 50% dos pacientes apresentam resposta ao tratamento inicial com ISRS ou com IRSN [27,28]. Diante da aus&ecirc;ncia de resposta ou resposta parcial ap&oacute;s pelo menos 4 a 6 semanas de tratamento, recomenda-se aumento subsequente de dose at&eacute; m&aacute;ximo tolerado pelo paciente com reavalia&ccedil;&atilde;o de resposta entre quatro e seis semanas [29]. Caso n&atilde;o haja resposta satisfat&oacute;ria, pode-se trocar por outro f&aacute;rmaco de primeira linha (em geral, recomenda-se alterar a classe farmacol&oacute;gica de, por exemplo, ISRS para IRSN) ou de segunda linha. H&aacute; evid&ecirc;ncias sugerindo que antidepressivos tric&iacute;clicos (como a amitriptilina e a imipramina, disponibilizadas pelo SUS) apresentam efic&aacute;cia similar aos ISRS e IRSN no manejo de TAG [28]. Em fun&ccedil;&atilde;o de seu perfil de seguran&ccedil;a, uma diretriz internacional sugere os antidepressivos tric&iacute;clicos como segunda linha de tratamento [26]. Situa&ccedil;&atilde;o similar ocorre com benzodiazep&iacute;nicos (entre eles, o clonazepam e o diazepam, ambos disponibilizados pelo SUS), tamb&eacute;m recomendados como segunda linha de tratamento de TAG por seu perfil de toxicidade. Se n&atilde;o houver resposta &agrave; segunda tentativa com medicamentos de primeira ou segunda linha, sugere-se associa&ccedil;&atilde;o de f&aacute;rmacos, por exemplo, pregabalina ou olanzapina aos ISRS [8,26].</p>

Anexos

Nota Técnica 352876

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