Nota	Tecnologia	Conclusão	Status
353423	Procedimento - Implante Valvar Aórtico Transcateter (TAVI)	Não favorável	Finalizada em 26/05/2025 13:08:48	Ver Nota

Paciente

Idade

Sexo *

Masculino

Feminino

Cidade *

Dados do Advogado do Autor

Nome do Advogado

Número OAB

Autor está representado por

Dados do Processo

Esfera/Órgão *

Vara/Serventia *

NT 353423

Esta tecnologia já foi finalizada e não pode mais ser editada

Diagnóstico Principal

CID *

Diagnóstico *

Meio(s) confirmatório(s) do diagnóstico já realizado(s) *

laudo médico

Descrição da Tecnologia

Tipo da Tecnologia *

Registro na ANVISA? *

Situação do registro *

Nome comercial

Princípio Ativo *

Descrição *

Via de administração *

Posologia *

Uso contínuo?

Duração do tratamento

Unidade

Indicação em conformidade com a aprovada no registro? *

Previsto em Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Min. da Saúde para a situação clínica do demandante? *

O procedimento está inserido no SUS? *

O procedimento está incluído em *

Oncológico? *

Outras Tecnologias Disponíveis

Tecnologia

Descrever as opções disponíveis no SUS e/ou Saúde Suplementar *

<p style="text-align: justify;">&nbsp;tratamento cir&uacute;rgico convencional (c&oacute;digo 04.06.01.069-2, implante de pr&oacute;tese valvar) ou tratamento de suporte.&nbsp;</p>

Existe Genérico? *

Existe Similar? *

Descrever as opções disponíveis de Genérico ou Similar *

Custo da Tecnologia

Tecnologia

Laboratório

Marca Comercial

Apresentação

Preço de Fábrica

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da Tecnologia - Tratamento Mensal

Tecnologia

Dose Diária Recomendada

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da tecnologia

Fonte do custo da tecnologia

Evidências e resultados esperados

Tecnologia

Evidências sobre a eficácia e segurança da tecnologia *

<p style="text-align: justify;">O procedimento chamado de TAVI (ou implante percut&acirc;neo de v&aacute;lvula a&oacute;rtica) &eacute; um procedimento hemodin&acirc;mico no qual uma pr&oacute;tese a&oacute;rtica &eacute; guiada por um cateter orientado por fluoroscopia e ecocardiografia at&eacute; ser posicionada no anel a&oacute;rtico. Ap&oacute;s posicionamento e libera&ccedil;&atilde;o da pr&oacute;tese, a localiza&ccedil;&atilde;o &eacute; confirmada por inje&ccedil;&atilde;o de contraste, ecocardiografia ou aortografia. O implante da pr&oacute;tese valvar a&oacute;rtica pode ser realizado com diferentes modelos e pelas vias transfemoral, transapical, subcl&aacute;via e transa&oacute;rtica. A mais utilizada e com maior n&uacute;mero de evid&ecirc;ncias &eacute; a via transfemoral (2).</p>

<p style="text-align: justify;">Em seu relat&oacute;rio mais recente, a CONITEC realizou ampla busca da literatura cient&iacute;fica para avaliar o uso de TAVI em pacientes com EAo. Os primeiros estudos de grande impacto que avaliaram a aplicabilidade da TAVI verificaram seu uso em pacientes considerados inoper&aacute;veis e de alto risco. O estudo PARTNER B foi um ensaio cl&iacute;nico randomizado, que incluiu 358 pacientes com EAo grave inoper&aacute;veis, randomizados para TAVI ou tratamento cl&iacute;nico em 21 centros nos Estados Unidos, entre maio de 2007 e mar&ccedil;o de 2009 (7,8). A preval&ecirc;ncia de fibrila&ccedil;&atilde;o atrial (48,4% versus 32,9%, P=0,004) e doen&ccedil;a pulmonar obstrutiva cr&ocirc;nica (52,5% versus 41,3%, P=0,04) foi maior no grupo de tratamento cl&iacute;nico conservador. A mortalidade perioperat&oacute;ria com TAVI foi de 1,1%. Durante o procedimento ou 24 horas ap&oacute;s, tr&ecirc;s pacientes (1,7%) apresentaram AVC, 0,6% apresentaram emboliza&ccedil;&atilde;o da valva e 1,1% passaram por mais de dois implantes valvares. Tr&ecirc;s pacientes (1,7%) precisaram passar por reprocedimento para tratar regurgita&ccedil;&atilde;o a&oacute;rtica clinicamente significativa em um ano. O TAVI reduziu a mortalidade nos pacientes considerados inoper&aacute;veis quando comparados ao tratamento cl&iacute;nico conservador em todas as an&aacute;lises. No primeiro ano, a taxa de mortalidade foi 30,7% no grupo TAVI versus 49,7% no grupo conservador (HR 0,55; IC95% 0,40 a 0,74; P&lt;0,001), no segundo ano, 43,3% versus 68%, no terceiro ano, 54,1% versus 80,9% e em cinco anos, 71,8% versus 93,6% (HR 0,5; IC95% 0,39 a 0,65; P&lt;0,0001). A taxa de AVC em 30 dias foi significantemente maior no grupo TAVI (6,7% versus 1,7%; P=0,03). Esse resultado se manteve no primeiro ano (10,6% versus 4,5%), e no segundo e terceiro anos de acompanhamento. Em cinco anos, n&atilde;o houve diferen&ccedil;a estatisticamente significativa entre o risco de AVC no grupo TAVI (16%) e no grupo de tratamento cl&iacute;nico (18,2%) (HR 1,39; IC95% 0,62 a 3,11; P=0,55). Complica&ccedil;&otilde;es vasculares maiores e sangramento maior foram mais frequentes com TAVI, enquanto hospitaliza&ccedil;&atilde;o foi mais frequente no grupo de tratamento conservador.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">Um segundo ensaio cl&iacute;nico, desta vez n&atilde;o randomizado, recrutou pacientes em um hospital universit&aacute;rio no Reino Unido entre dezembro de 2007 e junho de 2009 (9). Foram inclu&iacute;dos 85 pacientes com idade m&eacute;dia de 81 (&plusmn;7) anos. Destes, 47 foram tratados clinicamente e 38 foram submetidos a TAVI. Um paciente (2,6%) morreu ap&oacute;s 24 horas do procedimento, a mortalidade em 30 dias foi de 5,2% e durante os sete meses de tempo m&eacute;dio de acompanhamento, a mortalidade foi de 13% no grupo TAVI. Entre os 38 pacientes do grupo TAVI, 13 (34%) precisaram implantar marcapasso permanente dentro de 30 dias, um (2,6%) teve AVC imediatamente ap&oacute;s o procedimento, um (2,6%) teve um pseudoaneurisma femoral com reparo cir&uacute;rgico e dois (5,2%) tiveram insufici&ecirc;ncia renal necessitando de hemodi&aacute;lise tempor&aacute;ria. Entre os 47 pacientes do grupo de tratamento cl&iacute;nico, 14 (30%) fizeram valvuloplastia a&oacute;rtica por bal&atilde;o como procedimento paliativo. N&atilde;o foi relatada a mortalidade em 30 dias para esse grupo. Durante o tempo de acompanhamento, a mortalidade foi de 28%.</p>

<p style="text-align: justify;">Uma revis&atilde;o sistem&aacute;tica avaliou o tratamento com TAVI ou outros tratamentos para EAo (10). Foram inclu&iacute;dos estudos em pacientes considerados inoper&aacute;veis ou com alto risco cir&uacute;rgico e com compara&ccedil;&otilde;es para mortalidade e outros desfechos cl&iacute;nicos importantes at&eacute; 5 anos ap&oacute;s o tratamento. Tr&ecirc;s ensaios cl&iacute;nicos randomizados de boa qualidade foram inclu&iacute;dos. A idade m&eacute;dia dos pacientes variou de 83 a 85 anos, cerca de metade eram mulheres e a classe funcional da New York Heart Association (NYHA) classe funcional III ou IV variou de 83,8% a 94,2%. No grupo de 358 pacientes cirurgicamente inoper&aacute;veis, TAVI foi superior &agrave; terapia m&eacute;dica para mortalidade por todas as causas (resultados do estudo PARTNER j&aacute; citado acima). O grupo de pacientes de alto risco, por&eacute;m n&atilde;o inoper&aacute;veis, foi oriundo de dois ensaios cl&iacute;nicos de n&atilde;o inferioridade (n=1.494). Neste grupo de pacientes, o TAVI n&atilde;o mostrou diferen&ccedil;as significativas em todas as causas de mortalidade em dois anos (HR 1,03; IC95% 0,82 a 1,29) e at&eacute; 5 anos (HR 0,83; IC95% 0,83 a 1,12) em compara&ccedil;&atilde;o com a cirurgia aberta.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">Ao se indicar TAVI a um paciente, assim como ao se indicar cirurgia de troca valvar, os benef&iacute;cios do procedimento devem superar os riscos. Para a TAVI existe uma taxa estimada de &oacute;bito em 30 dias de aproximadamente 7%, e os demais riscos que envolvem o procedimento s&atilde;o: infarto agudo do mioc&aacute;rdio (1%), acidente vascular cerebral (3% a 7%), sangramento (3% a 4%), les&atilde;o renal aguda (22%), complica&ccedil;&otilde;es vasculares e valvares (1% a 7%), surgimento de fibrila&ccedil;&atilde;o atrial, surgimento de anormalidades de condu&ccedil;&atilde;o card&iacute;aca (5,7% a 42.5%), mau posicionamento e migra&ccedil;&atilde;o do dispositivo valvar (1 a 2%), e risco de evolu&ccedil;&atilde;o para cirurgia aberta (1% a 5%) (11).</p>

<p style="text-align: justify;">Em geral, o custo do procedimento varia conforme o material escolhido para uso e tamb&eacute;m conforme custo do servi&ccedil;o envolvido. Em seu relat&oacute;rio publicado em 2021, a Conitec estimou o custo do TAVI em&nbsp; R$110.980,00, dividido em dois componentes: custo da pr&oacute;tese (vari&aacute;vel conforme valor de mercado, no momento da an&aacute;lise estimado em R$ 82.735,59) e custo do procedimento (fixo em R$ 28.244,41) (2). N&atilde;o foram demonstrados or&ccedil;amentos no processo.</p>

<p style="text-align: justify;">O procedimento consta na tabela SIGTAP sob c&oacute;digo &ldquo;04.06.01.152-4 - IMPLANTE TRANSCATETER DE V&Aacute;LVULA A&Oacute;RTICA (ITVA)&rdquo;, com financiamento via Fundo de A&ccedil;&otilde;es Estrat&eacute;gicas e Compensa&ccedil;&otilde;es (FAEC), e com valor total previsto de R$ 57.000,00.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">Quanto &agrave; custo-efetividade do procedimento, nas an&aacute;lises econ&ocirc;micas a avalia&ccedil;&atilde;o determin&iacute;stica dos dados produziu um ganho incremental de 0,6 anos de vida ajustados por qualidade (QALY), a um custo incremental ao longo dos 5 anos de R$ 113.376,78. Dessa forma, o valor da raz&atilde;o de custo-utilidade incremental (RCUI) foi R$ 189.920,69 por QALY ganho. O impacto or&ccedil;ament&aacute;rio incremental foi estimado em cerca de 80 a 100 milh&otilde;es de reais anuais e em aproximadamente 467 milh&otilde;es em cinco anos. Em an&aacute;lises complementares, foi estimado que, considerando um limiar te&oacute;rico de 3 PIB per capita por QALY ganho como limite, o valor m&aacute;ximo do custo total do procedimento (incluindo pr&oacute;tese) deveria ser de R$ 57.292,10 para que o procedimento pudesse ser incorporado ao sistema.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">Considerando esses dados, em parecer preliminar a comiss&atilde;o considerou que apesar das evid&ecirc;ncias que suportam o benef&iacute;cio cl&iacute;nico da interven&ccedil;&atilde;o, os dados econ&ocirc;micos de rela&ccedil;&atilde;o de custo-utilidade incremental e impacto or&ccedil;ament&aacute;rio s&atilde;o desfavor&aacute;veis, e assim foi recomendada a n&atilde;o incorpora&ccedil;&atilde;o no SUS do procedimento. Ap&oacute;s consulta p&uacute;blica, o Plen&aacute;rio da Conitec entendeu que houve argumenta&ccedil;&atilde;o suficiente para mudan&ccedil;a de entendimento acerca de sua recomenda&ccedil;&atilde;o preliminar; a Comiss&atilde;o optou por incorporar o implante percut&acirc;neo da v&aacute;lvula a&oacute;rtica (TAVI) para tratamento da estenose a&oacute;rtica grave em pacientes com estenose a&oacute;rtica grave sintom&aacute;tica inoper&aacute;veis, por&eacute;m condicionada no m&aacute;ximo ao valor considerado custo-efetivo na an&aacute;lise para o Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de (SUS).</p>

Benefício/efeito/resultado esperado da tecnologia *

<p style="text-align: justify;">corre&ccedil;&atilde;o da estenose a&oacute;rtica sem a necessidade de procedimento cir&uacute;rgico de grande porte com circula&ccedil;&atilde;o extracorp&oacute;rea, com consequente redu&ccedil;&atilde;o de riscos cir&uacute;rgicos.</p>

Recomendações da CONITEC para a situação clínica do demandante *

Conclusão

Tecnologia

Conclusão Justificada *

Conclusão *

<p style="text-align: justify;">A estenose a&oacute;rtica grave, quando sintom&aacute;tica, representa uma redu&ccedil;&atilde;o na sobrevida global dos pacientes e na sua qualidade de vida, impactada por sintomas como angina, s&iacute;ncopes e dispneia aos esfor&ccedil;os. Nestes casos, em pacientes com estenose a&oacute;rtica inoper&aacute;veis, a literatura &eacute; robusta quanto ao TAVI representar uma op&ccedil;&atilde;o de tratamento associada a ganhos, ainda que modestos, tanto em qualidade de vida quanto em sobrevida global (ganho em QALYs estimado pela CONITEC em 0,6). No caso em tela, o paciente n&atilde;o preenche crit&eacute;rios tradicionais de EAo inoper&aacute;vel pelas defini&ccedil;&otilde;es da maioria dos ensaios cl&iacute;nicos conduzidos sobre o tema (estimativa de risco cir&uacute;rgico acima de 50%). Mesmo assim, compreendemos o desejo da equipe assistente por t&eacute;cnicas menos invasivas de manejo do que a cirurgia aberta.</p>

<p style="text-align: justify;">No entanto, como principais justificativas para o presente parecer desfavor&aacute;vel, cabem considera&ccedil;&otilde;es de custo e custo-efetividade. A an&aacute;lise econ&ocirc;mica realizada pela CONITEC resultou em perfil de custo-efetividade desfavor&aacute;vel para a interven&ccedil;&atilde;o proposta, e estimou que essa tecnologia necessita de um desconto de cerca de 65% para se tornar custo-efetiva no cen&aacute;rio brasileiro.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">Em seu parecer final, ap&oacute;s per&iacute;odo de consulta p&uacute;blica, n&atilde;o foram modificadas as conclus&otilde;es principais das an&aacute;lises realizadas e consideradas pela Conitec, dentre as quais destacamos trecho da Avalia&ccedil;&atilde;o Econ&ocirc;mica:</p>

<p style="text-align: justify;">Considerando um limiar de 3 PIB per capita por ano de vida ajustado por qualidade (QALY) e analisando separadamente os componentes do custo TAVI como o custo do procedimento (considerado fixo e equivalente a R$ 28.244,41) e o custo da pr&oacute;tese (vari&aacute;vel), estimou-se que, para o TAVI ser considerado custo-efetivo, o custo m&aacute;ximo do procedimento TAVI deve ser de R$ 57.292,1 e consequentemente, o custo m&aacute;ximo isolado da pr&oacute;tese equivalente a R$ 29.047,69.</p>

<p style="text-align: justify;">Mesmo considerando que os custos de execu&ccedil;&atilde;o do procedimento seriam absorvidos pelo financiamento usual do hospital, seria necess&aacute;rio que a aquisi&ccedil;&atilde;o da pr&oacute;tese pelo hospital fosse poss&iacute;vel pelo valor definido em tabela Sigtap (R$ 57.000,00), valor proposto tendo como base o m&aacute;ximo estimado como custo-efetivo pela Conitec (R$ 57.292,10).</p>

<p style="text-align: justify;">Tamb&eacute;m a portaria deixa claro o condicionamento da incorpora&ccedil;&atilde;o &agrave; adequa&ccedil;&atilde;o do perfil de custo-efetividade da tecnologia:</p>

<p style="text-align: justify;">PORTARIA SCTIE/MS N&ordm; 32, DE 28 DE JUNHO DE 2021</p>

<p style="text-align: justify;">Torna p&uacute;blica a decis&atilde;o de incorporar, no &acirc;mbito do Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de (SUS), o implante percut&acirc;neo de v&aacute;lvula a&oacute;rtica (TAVI) para tratamento da estenose a&oacute;rtica grave em pacientes inoper&aacute;veis, condicionada, no m&aacute;ximo, ao valor considerado custo-efetivo na an&aacute;lise para o SUS.</p>

<p style="text-align: justify;">Ressaltamos a imprescindibilidade da considera&ccedil;&atilde;o dessas quest&otilde;es, n&atilde;o s&oacute; na defini&ccedil;&atilde;o de pol&iacute;tica de sa&uacute;de p&uacute;blica mas tamb&eacute;m em decis&otilde;es individuais, sob risco de inadvertidamente prover atendimento privilegiado, com recursos p&uacute;blicos extra&iacute;dos da coletividade - recursos p&uacute;blicos que, mesmo em pa&iacute;ses ricos, s&atilde;o finitos e possuem destina&ccedil;&otilde;es or&ccedil;ament&aacute;rias espec&iacute;ficas com pouca margem de realoca&ccedil;&atilde;o, e cuja destina&ccedil;&atilde;o inadequada pode acarretar preju&iacute;zos &agrave; toda popula&ccedil;&atilde;o assistida pelo SUS.</p>

Há evidências científicas? *

Considera-se urgência as situações de ocorrência imprevista de agravo à saúde, com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita da assistência médica imediata (Resolução CFM 1451/95)

Justifica-se a alegação de urgência, conforme definição de Urgência e Emergência do CFM? *

Justificativa *

Referências bibliográficas *

<ol>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">Roques F, Nashef SA, Michel P, et al. Risk factors and outcome in European cardiac surgery: analysis of the EuroSCORE multinational database of 19030 patients. Eur J Cardiothorac Surg. 1999 Jun;15(6):816-22; discussion 822-3.&nbsp;</p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">BRASIL. Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de. Comiss&atilde;o Nacional de Incorpora&ccedil;&atilde;o de Tecnologias no Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de (Conitec). Implante percut&acirc;neo de v&aacute;lvula a&oacute;rtica (TAVI) para tratamento da estenose a&oacute;rtica grave em pacientes inoper&aacute;veis. Maio de 2021. Dispon&iacute;vel em <a href="http://conitec.gov.br/images/Relatorios/2021/20210629_Relatorio_611_TAVI_estenose-aortica-grave_Final.pdf">http://conitec.gov.br/images/Relatorios/2021/20210629_Relatorio_611_TAVI_estenose-aortica-grave_Final.pdf</a>&nbsp;</p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">Nkomo VT, Gardin JM, Skelton TN, Gottdiener JS, Scott CG, Enriquez-Sarano M. Burden of valvular heart diseases: a population-based study. Lancet. 2006 Sep 16;368(9540):1005-11.</p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">BRASIL. Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de. Comiss&atilde;o Nacional de Incorpora&ccedil;&atilde;o de Tecnologias no Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de (Conitec). Implante por Cateter de Biopr&oacute;tese Valvar A&oacute;rtica (TAVI) para o Tratamento da Estenose Valvar A&oacute;rtica Grave em Pacientes Inoper&aacute;veis. Agosto de 2013. Dispon&iacute;vel em <a href="http://conitec.gov.br/images/Incorporados/TAVI-final.pdf">http://conitec.gov.br/images/Incorporados/TAVI-final.pdf</a>&nbsp;</p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">Nashef, Samer A M et al. &ldquo;EuroSCORE II.&rdquo; European journal of cardio-thoracic surgery : official journal of the European Association for Cardio-thoracic Surgery vol. 41,4 (2012): 734-44; discussion 744-5.&nbsp;</p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">O&#39;Brien SM, Shahian DM, Filardo G, Ferraris VA, Haan CK, Rich JB, Normand SL, DeLong ER, Shewan CM, Dokholyan RS, Peterson ED, Edwards FH, Anderson RP; Society of Thoracic Surgeons Quality Measurement Task Force. The Society of Thoracic Surgeons 2008 cardiac surgery risk models: part 2--isolated valve surgery. Ann Thorac Surg. 2009 Jul;88(1 Suppl):S23-42.</p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">Leon, M.B., et al., Transcatheter aortic-valve implantation for aortic stenosis in patients who cannot undergo surgery. N Engl J Med, 2010. 363(17): p. 1597-607.</p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">Kapadia, S.R., et al., 5-year outcomes of transcatheter aortic valve replacement compared with standard treatment for patients with inoperable aortic stenosis (PARTNER 1): a randomised controlled trial. Lancet, 2015. 385(9986): p. 2485-91</p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">Rajani, R., et al., Prognostic benefit of transcatheter aortic valve implantation compared with medical therapy in patients with inoperable aortic stenosis. Catheter Cardiovasc Interv, 2010. 75(7): p. 1121-6</p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">Liu Z, Kidney E, Bem D, Bramley G, Bayliss S, de Belder MA, Cummins C, Duarte R. Transcatheter aortic valve implantation for aortic stenosis in high surgical risk patients: A systematic review and meta-analysis. PLoS One. 2018 May 10;13(5):e0196877.</p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align: justify;"><a href="http://paperpile.com/b/kJ0NOi/xjEF">Alsara O, Alsarah A, Laird-Fick H. Advanced age and the clinical outcomes of transcatheter aortic valve implantation. J Geriatr Cardiol 2014;11:163&ndash;70.</a></p>
	</li>
</ol>

NatJus Responsável *

Instituição Responsável *

Nota técnica elaborada com apoio de tutoria? *

Outras Informações *

<p style="text-align: justify;">Trata-se de paciente de 71 anos de idade portador de estenose a&oacute;rtica grave sintom&aacute;tica. O paciente vem em acompanhamento com equipes de cardiologia e cirurgia cardiovascular no Hospital de Cl&iacute;nicas de Porto Alegre (HCPA) e tamb&eacute;m apresenta hipertens&atilde;o arterial sist&ecirc;mica, diabetes mellitus em uso de insulina, retinopatia e polineuropatia diab&eacute;ticas e doen&ccedil;a renal cr&ocirc;nica est&aacute;gio 4. O paciente apresentou 2 infartos do mioc&aacute;rdio previamente e foi submetido a cirurgia de revasculariza&ccedil;&atilde;o mioc&aacute;rdica no passado. Conforme laudo m&eacute;dico (Evento 1, LAUDO8), o paciente j&aacute; foi submetido a esternotomia pr&eacute;via (devido &agrave; cirurgia de revasculariza&ccedil;&atilde;o mioc&aacute;rdica j&aacute; realizada) e o risco cir&uacute;rgico do paciente &eacute; de 34,3%. Portanto, o paciente foi considerado inoper&aacute;vel pela equipe assistente. Neste contexto, &eacute; pleiteado o Implante Valvar A&oacute;rtico Transcateter (TAVI).</p>

<p style="text-align: justify;">A estenose a&oacute;rtica (EAo) &eacute; um espessamento valvar, evidenciado em ecodopplercardiograma. A sua principal etiologia &eacute; a calcifica&ccedil;&atilde;o degenerativa, relacionada a fatores de risco para aterosclerose, principalmente ao envelhecimento (2). De acordo com uma base populacional americana, entre adultos at&eacute; 64 anos, a preval&ecirc;ncia &eacute; de 0,2%, na faixa et&aacute;ria de 65 a 74 anos, 1,3%, e acima de 75 anos, 2,8% (3). As manifesta&ccedil;&otilde;es cl&iacute;nicas de estenose a&oacute;rtica s&atilde;o: angina, tontura ou s&iacute;ncope, insufici&ecirc;ncia card&iacute;aca. O progn&oacute;stico cl&iacute;nico ap&oacute;s o in&iacute;cio dos sintomas de disfun&ccedil;&atilde;o ventricular esquerda reportado &eacute; de 50% de mortalidade em dois anos, sendo recomendado o tratamento de troca valvar a&oacute;rtica nesses pacientes (4).&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">A troca valvar cir&uacute;rgica (SARV &ndash; do ingl&ecirc;s surgical aortic valve replacement) &eacute; o tratamento de escolha para os pacientes com estenose a&oacute;rtica grave e sintom&aacute;tica. Segundo registro norte-americano, a mortalidade cir&uacute;rgica da SARV isolada &eacute; de 3,2% e a taxa de acidente vascular cerebral (AVC) perioperat&oacute;rio 1,5% (4). Dados brasileiros apresentam piores resultados, com letalidade m&eacute;dia intra-hospitalar de 13,9%, chegando a 20% para procedimentos com revasculariza&ccedil;&atilde;o associada (2). Como a preval&ecirc;ncia da EAo &eacute; maior em idosos, a presen&ccedil;a de comorbidades faz com que cerca de 30% dos idosos tenham a cirurgia contraindicada pelo alto risco cir&uacute;rgico. Os pacientes com EAo considerados inoper&aacute;veis s&atilde;o aqueles com condi&ccedil;&otilde;es coexistentes associadas a uma probabilidade de morte em 30 dias ap&oacute;s a cirurgia de troca valvar &ge; 50% ou a sequelas graves e irrevers&iacute;veis. Existem diversos modelos de estratifica&ccedil;&atilde;o de risco para predizer a mortalidade p&oacute;s-operat&oacute;ria em cirurgia valvar. Os mais utilizados s&atilde;o: EuroSCORE, STS Score (STS)&nbsp; e Ambler Score (AS). Quanto ao risco cir&uacute;rgico em espec&iacute;fico, cabe considerar que h&aacute; atualiza&ccedil;&atilde;o do escore publicada em 2012 (EuroSCORE II), melhor calibrado para a crescente gravidade dos pacientes e para os avan&ccedil;os cir&uacute;rgicos do per&iacute;odo (5).&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">O Implante por Cateter de Biopr&oacute;tese Valvar A&oacute;rtica (TAVI, do ingl&ecirc;s transcatheter aortic-valve implantation) foi desenvolvido no intuito de oferecer uma alternativa para os pacientes com EAo sintom&aacute;ticos com contraindica&ccedil;&atilde;o &agrave; SARV por elevado risco cir&uacute;rgico ou por condi&ccedil;&otilde;es t&eacute;cnicas que inviabilizam a cirurgia (ex. v&aacute;lvula a&oacute;rtica em porcelana, radia&ccedil;&atilde;o tor&aacute;cica pr&eacute;via, etc.). &Eacute; um procedimento em que uma nova v&aacute;lvula a&oacute;rtica &eacute; inserida por meio de cateter em vaso femoral, sem necessidade de circula&ccedil;&atilde;o extracorp&oacute;rea ou abertura da caixa tor&aacute;cica, podendo ser alternativa para pacientes de alto risco e sendo t&atilde;o efetiva quanto o procedimento cir&uacute;rgico. Os pacientes com EAo inoper&aacute;veis e n&atilde;o submetidos ao TAVI s&atilde;o acompanhados com tratamento cl&iacute;nico, sendo este exclusivamente voltado para al&iacute;vio dos sintomas, n&atilde;o havendo no momento tratamento medicamentoso capaz de curar ou retardar a progress&atilde;o da doen&ccedil;a.</p>

Anexos

Nota Técnica 353423

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