Nota	Tecnologia	Conclusão	Status
353497-A	Medicamento - TOCILIZUMABE	Não favorável	Finalizada em 26/05/2025 14:23:07	Ver Nota
353497-B	Medicamento - TECLISTAMABE	Não favorável	Finalizada em 26/05/2025 14:22:58	Ver Nota

Paciente

Idade

Sexo *

Masculino

Feminino

Cidade *

Dados do Advogado do Autor

Nome do Advogado

Número OAB

Autor está representado por

Dados do Processo

Esfera/Órgão *

Vara/Serventia *

Esta tecnologia já foi finalizada e não pode mais ser editada

Diagnóstico Principal

CID *

Diagnóstico *

Meio(s) confirmatório(s) do diagnóstico já realizado(s) *

laudo médico

Descrição da Tecnologia

Tipo da Tecnologia *

Registro na ANVISA? *

Situação do registro *

Nome comercial

Princípio Ativo *

Descrição *

Via de administração *

Posologia *

Tocilizumabe 8 mg/kg - 500 mg. Aplicar 500 mg de até 8/8h, até 4 aplicações em 24h, podendo realizar mais aplicações após as primeiras 24h.

Uso contínuo?

Duração do tratamento

Unidade

Indicação em conformidade com a aprovada no registro? *

Previsto em Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Min. da Saúde para a situação clínica do demandante? *

O medicamento está inserido no SUS? *

O medicamento está incluído em *

Oncológico? *

Outras Tecnologias Disponíveis

Tecnologia

Descrever as opções disponíveis no SUS e/ou Saúde Suplementar *

<p style="text-align:justify">tratamento de suporte cl&iacute;nico exclusivo <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?broken=IEehaU">(1)</a>.</p>

Existe Genérico? *

Existe Similar? *

Descrever as opções disponíveis de Genérico ou Similar *

Custo da Tecnologia

Tecnologia

Laboratório

Marca Comercial

Apresentação

Preço de Fábrica

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da Tecnologia - Tratamento Mensal

Tecnologia

Dose Diária Recomendada

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da tecnologia

Fonte do custo da tecnologia

Evidências e resultados esperados

Tecnologia

Evidências sobre a eficácia e segurança da tecnologia *

<p style="text-align:justify">Teclistamabe &eacute; um anticorpo biespec&iacute;fico do tipo IgG4 que atua direcionando c&eacute;lulas T contra c&eacute;lulas plasmocit&aacute;rias malignas por meio da liga&ccedil;&atilde;o simult&acirc;nea ao CD3 (em linf&oacute;citos T) e ao ant&iacute;geno BCMA (B-cell maturation antigen), altamente expresso nas c&eacute;lulas do mieloma m&uacute;ltiplo (5). Esse mecanismo induz ativa&ccedil;&atilde;o e expans&atilde;o de linf&oacute;citos T, acompanhada por aumento de citocinas inflamat&oacute;rias como IL-6, IFN-&gamma; e TNF-&alpha;, resultando em lise das c&eacute;lulas tumorais BCMA+. O tratamento resulta em redu&ccedil;&atilde;o sustentada de c&eacute;lulas tumorais BCMA+, entretanto, essa ativa&ccedil;&atilde;o imune tamb&eacute;m pode desencadear a s&iacute;ndrome de libera&ccedil;&atilde;o de citocinas (SLC), uma toxicidade imunomediada comum nesse tipo de terapia. O tocilizumabe, um anticorpo monoclonal humanizado antagonista do receptor da interleucina-6 (IL-6R), por sua vez, tem sido amplamente utilizado para manejo da SLC, por bloquear a sinaliza&ccedil;&atilde;o da IL-6, principal citocina envolvida nesse evento adverso. Seu uso &eacute; recomendado especialmente em casos de SLC de grau 2 ou superior, com resposta cl&iacute;nica geralmente r&aacute;pida.</p>

<p style="text-align:justify">O estudo MajesTEC-1, de fase 1, aberto e de bra&ccedil;o &uacute;nico, avaliou a seguran&ccedil;a e a efic&aacute;cia preliminar do teclistamabe em pacientes com mieloma m&uacute;ltiplo recidivado ou refrat&aacute;rio (6). Foram inclu&iacute;dos 157 pacientes, com mediana de seis linhas terap&ecirc;uticas pr&eacute;vias. Na coorte tratada com a dose recomendada para fase 2 (1500 &mu;g/kg por via subcut&acirc;nea semanalmente, ap&oacute;s doses escalonadas), observou-se uma taxa de resposta global de 65% [intervalo de confian&ccedil;a de 95% (IC95%): 48&ndash;79], com 58% dos pacientes atingindo resposta parcial muito boa ou melhor. A dura&ccedil;&atilde;o mediana da resposta n&atilde;o foi alcan&ccedil;ada na data do corte, e 85% dos pacientes respondedores permaneciam vivos e em tratamento ap&oacute;s mediana de 7,1 meses de seguimento.</p>

<p style="text-align:justify">Ap&oacute;s maior tempo de acompanhamento, os dados maduros desse estudo foram publicados (5). Um total de 165 pacientes foi avaliado quanto a desfechos de import&acirc;ncia cl&iacute;nica. A taxa de resposta global observada foi de 63,0%, sendo que 39,4% dos pacientes atingiram resposta completa ou melhor. A negativa&ccedil;&atilde;o da doen&ccedil;a m&iacute;nima residual foi documentada em 26,7% da popula&ccedil;&atilde;o total, e em 46% dos pacientes que atingiram resposta completa. A dura&ccedil;&atilde;o mediana de resposta foi de 18,4 meses (IC95%: 14,9 &ndash; n&atilde;o estim&aacute;vel), e a sobrevida livre de progress&atilde;o foi de 11,3 meses (IC95%: 8,8 &ndash; 17,1). Cabe ressaltar que medidas de suporte para o tratamento da s&iacute;ndrome de libera&ccedil;&atilde;o de citocinas foram fornecidas a 110 pacientes (66,7%); esses tratamentos inclu&iacute;ram a administra&ccedil;&atilde;o de tocilizumabe (em 60 pacientes [36,4%]), oxig&ecirc;nio de baixo fluxo por c&acirc;nula nasal (em 21 [12,7%]) e glicocorticoides (em 14 [8,5%]).</p>

<p style="text-align:justify">J&aacute; o tocilizumabe foi avaliado retrospectivamente com dados de um ensaio cl&iacute;nico de c&eacute;lulas T com receptores quim&eacute;ricos de ant&iacute;genos (CAR-T cell) direcionado ao CD19. Foram analisados 11 casos: 5 linfomas difusos de grandes (LDGCB) c&eacute;lulas B e 6 leucemias linfobl&aacute;sticas agudas (LLA) <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?ksE9Qf">(7)</a>. Os dois grupos foram comparados com caracter&iacute;sticas dos pacientes, informa&ccedil;&otilde;es sobre SLC e resultados cl&iacute;nicos. Tr&ecirc;s pacientes foram pr&eacute;-tratados com tocilizumabe para profilaxia e os demais foram tratados com tocilizumabe no momento do diagn&oacute;stico de SLC. A SLC ocorreu em 81,8% dos pacientes (9/11), grau 3 ou superior ocorreu em 55,6% dos pacientes com SLC (5/9). Os dois grupos foram semelhantes nas caracter&iacute;sticas dos pacientes, perfil CAR-T e SLC. No entanto, o tocilizumabe produziu uma efic&aacute;cia muito melhor contra a SLC no grupo LDGCB em compara&ccedil;&atilde;o com o grupo LLA (80% versus 16,7%, P = 0,08).</p>

<table>
	<tbody>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align:center">Item</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">Descri&ccedil;&atilde;o</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">Quantidade</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">Valor Unit&aacute;rio</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">Valor Anual</p>
			</td>
		</tr>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align:center">TECLISTAMABE</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">10 MG/ML SOL INJ SC CT FA VD TRANS X 3,0 ML</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">210</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">R$ 5.723,27</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">R$ 1.201.886,70</p>
			</td>
		</tr>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align:center">TOCILIZUMABE</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">20 MG/ML SOL DIL INFUS IV CT FA VD TRANS X 10 ML&nbsp;</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">18</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">R$ 1.717,52</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">R$ 30.915,36</p>
			</td>
		</tr>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align:center">Total:</p>
			</td>
			<td colspan="4">
			<p style="text-align:center">R$ 1.232.802,06&nbsp;</p>
			</td>
		</tr>
	</tbody>
</table>

<p style="text-align:justify">* Valor unit&aacute;rio considerado a partir de consulta de pre&ccedil;o da tabela CMED. Pre&ccedil;o m&aacute;ximo de venda ao governo (PMVG) no Rio Grande do Sul (ICMS 17%). O PMVG &eacute; o resultado da aplica&ccedil;&atilde;o do Coeficiente de Adequa&ccedil;&atilde;o de Pre&ccedil;os (CAP) sobre o Pre&ccedil;o F&aacute;brica &ndash; PF, PMVG = PF*(1-CAP). O CAP, regulamentado pela Resolu&ccedil;&atilde;o n&ordm;. 3, de 2 de mar&ccedil;o de 2011, &eacute; um desconto m&iacute;nimo obrigat&oacute;rio a ser aplicado sempre que forem realizadas vendas de medicamentos constantes do rol anexo ao Comunicado n&ordm; 15, de 31 de agosto de 2017 - Vers&atilde;o Consolidada ou para atender ordem judicial. Conforme o Comunicado CMED n&ordm; 5, de 21 de dezembro de 2020, o CAP &eacute; de 21,53%. Alguns medicamentos possuem isen&ccedil;&atilde;o de ICMS para aquisi&ccedil;&atilde;o por &oacute;rg&atilde;os da Administra&ccedil;&atilde;o P&uacute;blica Direta Federal, Estadual e Municipal, conforme Conv&ecirc;nio ICMS n&ordm; 87/02, sendo aplicado o benef&iacute;cio quando cab&iacute;vel.</p>

<p style="text-align:justify">O teclistamabe &eacute; produzido pelo laborat&oacute;rio farmac&ecirc;utico Janseen-Cilag farmac&ecirc;utica LTDA sob o nome comercial Tecvayli&reg;. O tocilizumabe &eacute; produzido pela Produtos Roche Qu&iacute;micos e Farmac&ecirc;uticos S.A. sob o nome comercial Actemra&reg;. Em consulta &agrave; tabela CMED em abril de 2025 e utilizando as informa&ccedil;&otilde;es apresentadas na prescri&ccedil;&atilde;o fornecida foi elaborada a tabela acima em que est&aacute; totalizado o custo do tratamento com as tecnologias pleiteadas para o primeiro ano de tratamento.</p>

<p style="text-align:justify">N&atilde;o foram encontrados estudos de custo-efetividade que avaliem o teclistamabe para o tratamento do mieloma m&uacute;ltiplo refrat&aacute;rio no cen&aacute;rio nacional, assim como n&atilde;o foram encontradas avalia&ccedil;&otilde;es para o uso do tocilizumabe no tratamento da s&iacute;ndrome de libera&ccedil;&atilde;o de citocinas.</p>

<p style="text-align:justify">O Instituto Nacional de Excel&ecirc;ncia em Cuidados de Sa&uacute;de (do ingl&ecirc;s, National Institute for Health and Care Excellence - NICE), do governo brit&acirc;nico, realizou an&aacute;lise de evid&ecirc;ncias e de custo do tratamento do mieloma m&uacute;ltiplo com teclistamabe <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?broken=QQZ3Xd">(8)</a>. Essa ag&ecirc;ncia foi favor&aacute;vel ao reembolso desse medicamento desde que fornecido atrav&eacute;s de acordo comercial confidencial firmado com o fabricante do medicamento.</p>

<p style="text-align:justify">A ag&ecirc;ncia canadense de avalia&ccedil;&atilde;o de tecnologias (Canadian Agency for Drugs &amp; Technologies in Health [CADTH]) (9) avaliou o tratamento do mieloma m&uacute;ltiplo refrat&aacute;rio a pelo menos tr&ecirc;s linhas de tratamento com teclistamabe. Em seu parecer final, a ag&ecirc;ncia constatou que o medicamento n&atilde;o era custo-efetivo para o sistema de sa&uacute;de canadense e, desta forma, s&oacute; seria reembolsado caso houvesse redu&ccedil;&atilde;o de pre&ccedil;o por parte do fabricante.</p>

<p style="text-align:justify">O NICE fez uma avalia&ccedil;&atilde;o r&aacute;pida do uso de tocilizumabe e corticoster&oacute;ides para o tratamento da s&iacute;ndrome de libera&ccedil;&atilde;o de citocinas <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?j1gRFR">(10)</a>. Cabe ressaltar que as evid&ecirc;ncias avaliavam predominantemente a s&iacute;ndrome de libera&ccedil;&atilde;o de citocinas relacionada ao tratamento com c&eacute;lulas T com receptores quim&eacute;ricos de ant&iacute;genos (CAR-T cell) e n&atilde;o teclistamabe como &eacute; o caso do pleito em tela. Em seu relat&oacute;rio est&aacute; descrito aus&ecirc;ncia de ensaios cl&iacute;nicos randomizados de boa qualidade metodol&oacute;gica avaliando esses medicamentos para o tratamento dessa condi&ccedil;&atilde;o e a exist&ecirc;ncia apenas de estudos retrospectivos de baixa qualidade. O &oacute;rg&atilde;o n&atilde;o fez recomenda&ccedil;&atilde;o em rela&ccedil;&atilde;o ao uso dessa combina&ccedil;&atilde;o de medicamentos (corticoster&oacute;ides e tocilizumabe), por&eacute;m informa que esse tratamento pode estar associado a diminui&ccedil;&atilde;o do risco de desenvolvimento de s&iacute;ndrome de libera&ccedil;&atilde;o de citocinas de alto grau.&nbsp;</p>

Benefício/efeito/resultado esperado da tecnologia *

<p style="text-align:justify">&nbsp;o tratamento com teclistamabe, embora ainda sem estudos comparativos, apresentou taxa de resposta global de 63% e resposta completa em cerca de 39% dos pacientes. J&aacute; o uso de tocilizumabe para s&iacute;ndrome de libera&ccedil;&atilde;o de citocinas, apesar da aus&ecirc;ncia de ensaios randomizados, demonstrou efic&aacute;cia de aproximadamente 80% no tratamento da s&iacute;ndrome de libera&ccedil;&atilde;o de citocinas.</p>

Recomendações da CONITEC para a situação clínica do demandante *

Conclusão

Tecnologia

Conclusão Justificada *

Conclusão *

<p style="text-align:justify">N&atilde;o existe ensaio cl&iacute;nico randomizado que demonstre o real benef&iacute;cio do tratamento do mieloma m&uacute;ltiplo refrat&aacute;rio a pelo menos tr&ecirc;s linhas de tratamento com teclistamabe. Existe apenas estudo de fase I-II que associou o uso desse medicamento a 63% de taxa de resposta global e aproximadamente 39% de taxa de resposta completa. N&atilde;o h&aacute; portanto evid&ecirc;ncia de benef&iacute;cio clinicamente relevante para as pessoas, como aumento de sobrevida global.</p>

<p style="text-align:justify">Para o tratamento da s&iacute;ndrome de libera&ccedil;&atilde;o de citocinas com tocililzumabe, geralmente associada ao tratamento com anticorpos biespec&iacute;ficos, n&atilde;o existem ensaios cl&iacute;nicos randomizados de boa qualidade metodol&oacute;gica. A sua efic&aacute;cia &eacute; descrita apenas em estudos retrospectivos, de qualidade limitada, no contexto de tratamento com terapias CAR-T cell.</p>

<p style="text-align:justify">Al&eacute;m das incertezas em termos de benef&iacute;cios clinicamente relevantes, a combina&ccedil;&atilde;o de tratamentos pleiteada tem perfil de custo-efetividade desfavor&aacute;vel - ou seja, o benef&iacute;cio ganho com a sua incorpora&ccedil;&atilde;o n&atilde;o ultrapassa o benef&iacute;cio perdido pelo deslocamento de outras interven&ccedil;&otilde;es em sa&uacute;de que n&atilde;o mais poderiam ser adquiridas com o mesmo investimento, perfazendo portanto mau uso dos recursos dispon&iacute;veis ao sistema. Ag&ecirc;ncia de avalia&ccedil;&atilde;o de tecnologias do Reino Unido recomendou a incorpora&ccedil;&atilde;o do teclistamabe em seus sistemas de sa&uacute;de apenas ap&oacute;s acordo de redu&ccedil;&atilde;o de pre&ccedil;o com o fabricante. O impacto or&ccedil;ament&aacute;rio da terapia pleiteada, mesmo em decis&atilde;o isolada, &eacute; elevado, com potencial de comprometimento de recursos p&uacute;blicos extra&iacute;dos da coletividade - recursos p&uacute;blicos que s&atilde;o escassos e que possuem destina&ccedil;&otilde;es or&ccedil;ament&aacute;rias com pouca margem de realoca&ccedil;&atilde;o, e cujo uso inadequado pode acarretar preju&iacute;zos a toda a popula&ccedil;&atilde;o assistida pelo SUS.</p>

<p style="text-align:justify">Compreende-se o desejo do paciente e da equipe assistente de buscar tratamento para uma doen&ccedil;a grave e refrat&aacute;ria e com baixa expectativa de vida. No entanto, frente a incerteza de benef&iacute;cio incremental relevante; &agrave; estimativa de perfil de custo-efetividade desfavor&aacute;vel; ao alto impacto or&ccedil;ament&aacute;rio mesmo em decis&atilde;o isolada; e &agrave; aus&ecirc;ncia de avalia&ccedil;&atilde;o pela Comiss&atilde;o Nacional de Incorpora&ccedil;&atilde;o de Tecnologias no Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de, entendemos que se imp&otilde;e o presente parecer desfavor&aacute;vel.</p>

Há evidências científicas? *

Considera-se urgência as situações de ocorrência imprevista de agravo à saúde, com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita da assistência médica imediata (Resolução CFM 1451/95)

Justifica-se a alegação de urgência, conforme definição de Urgência e Emergência do CFM? *

Justificativa *

Referências bibliográficas *

<p style="text-align:justify">1. Kumar SK, Rajkumar V, Kyle RA, van Duin M, Sonneveld P, Mateos MV, et al. Multiple myeloma. Nat Rev Dis Primer. 20 de julho de 2017;3(1):1&ndash;20.</p>

<p style="text-align:justify">2. Multiple myeloma: Clinical features, laboratory manifestations, and diagnosis - UpToDate.</p>

<p style="text-align:justify">3. Multiple myeloma: Prognosis. Dynamed.</p>

<p style="text-align:justify">4. BRASIL. Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de. Diretrizes Diagn&oacute;sticas e Terap&ecirc;uticas do Mieloma M&uacute;ltiplo. Dispon&iacute;vel em <a href="https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/pcdt/arquivos/2023/portaria-conjunta-no-27-ddt-mieloma-multiplo.pdf">https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/pcdt/arquivos/2023/portaria-conjunta-no-27-ddt-mieloma-multiplo.pdf</a>&nbsp;</p>

<p style="text-align:justify">5. Moreau P, Garfall AL, van de Donk NWCJ, et al. Teclistamab in Relapsed or Refractory Multiple Myeloma. N Engl J Med. 2022 Aug 11;387(6):495-505.</p>

<p style="text-align:justify">6. Usmani SZ, Garfall AL, van de Donk NWCJ, et al. Teclistamab, a B-cell maturation antigen &times; CD3 bispecific antibody, in patients with relapsed or refractory multiple myeloma (MajesTEC-1): a multicentre, open-label, single-arm, phase 1 study. Lancet. 2021 Aug 21;398(10301):665-674.</p>

<p style="text-align:justify">7<a href="https://www.zotero.org/google-docs/?broken=rZSHZv">. Luan C, Wang H, Zhou J, et al. Improved efficacy with early tocilizumab in the prophylaxis and treatment of cytokine release syndrome of chimeric antigen receptor T cell (CAR-T) therapy for diffuse large B-cell lymphoma than acute lymphoblastic leukemia. Biomed Technol. 1o de setembro de 2023;3:59&ndash;65.</a></p>

<p style="text-align:justify">8. <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?broken=h7fA0O">National Institute For Health And Care Excellence.Teclistamab for treating relapsed and refractory multiple myeloma after 3 or more treatments [TA1015] [Internet]. 2024. Dispon&iacute;vel em: </a>https://www.nice.org.uk/guidance/ta1015</p>

<p style="text-align:justify">9. <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?Lnrall">Canadian Agency for Drugs and Technologies in Health (CADTH). Teclistamab for the treatment of adult patients with relapsed or refractory multiple myeloma who have received at least three prior lines of therapy, including a proteasome inhibitor, an immunomodulatory agent and an anti-CD38 monoclonal antibody, and who have demonstrated disease progression on the last therapy. - Details [Internet]. 2023 [citado 14 de abril de 2025]. Dispon&iacute;vel em: </a>https://www.cda-amc.ca/teclistamab</p>

<p style="text-align:justify">10<a href="https://www.zotero.org/google-docs/?KxIcKs">. National Institute for Health and Care Excellence. Anticytokine Therapy and Corticosteroids for Cytokine Release Syndrome and for Neurotoxicity Following T-Cell Engager or CAR T-Cell Therapy [Internet]. 2024. Dispon&iacute;vel em: https://www.cda-amc.ca/anticytokine-th</a><strong><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?KxIcKs">erapy-and-corticosteroids-cytokine-release-syndrome-and-neurotoxicity-following-t</a></strong></p>

NatJus Responsável *

Instituição Responsável *

Nota técnica elaborada com apoio de tutoria? *

Outras Informações *

<p style="text-align:justify">A parte autora apresenta laudo m&eacute;dico (Evento 1 - LAUDO4) descrevendo ser portadora de mieloma m&uacute;ltiplo (CID10: C0) IgG/Kappa, ISS2 com diagn&oacute;stico em 2012. Iniciou tratamento com CTD (ciclofosfamida, talidomida e dexametasona) no mesmo ano, terminando o &uacute;ltimo ciclo em julho de 2012, quando realizou transplante de c&eacute;lulas tronco hematopo&eacute;ticas com MEL22. Depois disso, utilizou talidomida de manuten&ccedil;&atilde;o at&eacute; 2019, quando apresentou progress&atilde;o de doen&ccedil;a e iniciou tratamento com VCd (bortezomibe, dexametasona e ciclofosfamida) de novembro de 2019 at&eacute; junho de 2020 com resposta parcial. Em novembro de 2021 apresentou nova progress&atilde;o de doen&ccedil;a iniciando tratamento com VTd (bortezomibe, talidomida e dexametasona) at&eacute; julho de 2022. Em dezembro de 2022, apresentou nova progress&atilde;o de doen&ccedil;a sendo tratada com VDT-PACE (bortezomibe, talidomida, dexametasona, cisplatina, doxorrubicina, ciclofosfamida e etoposideo). Solicitou lenalidomida judicialmente e obteve deferimento. Dessa forma, iniciou VRD em agosto de 2023, apresentando resposta m&iacute;nima. Perdeu acesso ao medicamento e foi inclu&iacute;do em protocolo de pesquisa cl&iacute;nica com isatuximabe, pomalidomida e dexametasona, apresentando, dessa vez, resposta parcial. Em outubro de 2024 apresentou progress&atilde;o de doen&ccedil;a sendo inclu&iacute;do novamente em protocolo de pesquisa com carfilzomibe e dexametasona. Nessa situa&ccedil;&atilde;o, pleiteia tratamento com teclistamabe em associa&ccedil;&atilde;o com tocilizumabe.</p>

<p style="text-align:justify">O mieloma m&uacute;ltiplo (MM) &eacute; uma neoplasia hematol&oacute;gica caracterizada pela prolifera&ccedil;&atilde;o de plasm&oacute;citos clonais e tipicamente acompanhada pela secre&ccedil;&atilde;o de imunoglobulinas monoclonais detect&aacute;veis no soro ou na urina (1). Os plasm&oacute;citos proliferam dentro da medula &oacute;ssea e provocam les&otilde;es espec&iacute;ficas em &oacute;rg&atilde;os alvo, como les&otilde;es &oacute;sseas osteol&iacute;ticas, fraturas patol&oacute;gicas, anemia ou outras citopenias, hipercalcemia (pela destrui&ccedil;&atilde;o &oacute;ssea) e insufici&ecirc;ncia renal. Pode ser considerada uma doen&ccedil;a rara, correspondendo de 1% a 2% de todos os c&acirc;nceres e aproximadamente 17% das neoplasias hematol&oacute;gicas. Dados epidemiol&oacute;gicos estadunidenses apontam uma incid&ecirc;ncia de aproximadamente 7 casos a cada 100.000 pessoas/ano. &Eacute; uma doen&ccedil;a mais caracter&iacute;stica da popula&ccedil;&atilde;o idosa, com mediana de idade ao diagn&oacute;stico de 65 a 74 anos (2).</p>

<p style="text-align:justify">O diagn&oacute;stico se d&aacute; pela suspeita cl&iacute;nica aliada &agrave; crit&eacute;rios diagn&oacute;sticos como evid&ecirc;ncia de dano em &oacute;rg&atilde;os-alvo que possa ser atribu&iacute;do &agrave; doen&ccedil;a proliferativa de plasm&oacute;citos acrescido de um ou mais biomarcadores de malignidade - plasm&oacute;citos monoclonais na medula &oacute;ssea &ge; 60%, rela&ccedil;&atilde;o da cadeia leve afetada versus n&atilde;o afetada &ge; 100 (desde que a concentra&ccedil;&atilde;o absoluta da cadeia leve afetada seja &ge; 100 mg/L) e mais de uma les&atilde;o focal &ge;5 mm em exame de resson&acirc;ncia magn&eacute;tica (2). O MM &eacute; uma doen&ccedil;a heterog&ecirc;nea; alguns pacientes apresentam sintomas rapidamente progressivos e disfun&ccedil;&atilde;o org&acirc;nica, enquanto outros apresentam uma apresenta&ccedil;&atilde;o cl&iacute;nica mais indolente. O progn&oacute;stico depende de diversos fatores como o estadiamento da doen&ccedil;a, fatores biol&oacute;gicos como anormalidades citogen&eacute;ticas, fatores cl&iacute;nicos como idade, comorbidades e resposta ao tratamento (3).</p>

<p style="text-align:justify">Diversos esquemas terap&ecirc;uticos est&atilde;o dispon&iacute;veis para o tratamento espec&iacute;fico do MM (1). Como primeira linha, preconiza-se a realiza&ccedil;&atilde;o de 3 a 4 ciclos de algum esquema quimioter&aacute;pico e a realiza&ccedil;&atilde;o de Transplante Aut&oacute;logo de C&eacute;lulas Tronco Hematopo&eacute;ticas (TCTH) para aqueles pacientes eleg&iacute;veis. No caso de pacientes sem condi&ccedil;&otilde;es cl&iacute;nicas ou muito idosos para tal, a quimioterapia, associada ou n&atilde;o &agrave; radioterapia, &eacute; a alternativa indicada. Por ocasi&atilde;o da recidiva, est&atilde;o dispon&iacute;veis hoje diversas classes de medicamentos que podem ser utilizados em muitos esquemas terap&ecirc;uticos. Quando poss&iacute;vel, &eacute; prefer&iacute;vel que se utilizem esquemas que englobam dois ou tr&ecirc;s medicamentos em combina&ccedil;&atilde;o para uma melhor chance de resposta.</p>

<p style="text-align:justify">No Brasil, n&atilde;o existe um esquema preconizado como padr&atilde;o para a primeira linha de tratamento do MM, mas uma orienta&ccedil;&atilde;o geral de tratamento com uma combina&ccedil;&atilde;o de medicamentos por 3 a 4 ciclos, com ou sem radioterapia, seguida pela realiza&ccedil;&atilde;o do TCTH aut&oacute;logo, para aqueles pacientes eleg&iacute;veis para tal (4). Dentre os medicamentos dispon&iacute;veis, hoje se sabe que esquemas que contenham os inibidores de proteassomas (bortezomibe) e imunomoduladores (talidomida) alcan&ccedil;am melhores resultados terap&ecirc;uticos e sobrevida livre de doen&ccedil;a. Para a segunda, terceira ou demais linhas de tratamento, da mesma maneira, inexiste um esquema formalmente indicado, mas sugerem-se combina&ccedil;&otilde;es de medicamentos que n&atilde;o tenham sido usados em protocolos anteriores.</p>

<p>&nbsp;</p>

Anexos

Nota Técnica 353497

PDF Nota Técnica