Nota	Tecnologia	Conclusão	Status
354365-A	Medicamento - ISATUXIMABE	Não favorável	Finalizada em 27/05/2025 17:08:28	Ver Nota
354365-B	Medicamento - CARFILZOMIBE	Não favorável	Finalizada em 27/05/2025 17:08:13	Ver Nota

Paciente

Idade

Sexo *

Masculino

Feminino

Cidade *

Dados do Advogado do Autor

Nome do Advogado

Número OAB

Autor está representado por

Dados do Processo

Esfera/Órgão *

Vara/Serventia *

Esta tecnologia já foi finalizada e não pode mais ser editada

Diagnóstico Principal

CID *

Diagnóstico *

Meio(s) confirmatório(s) do diagnóstico já realizado(s) *

laudo médico

Descrição da Tecnologia

Tipo da Tecnologia *

Registro na ANVISA? *

Situação do registro *

Nome comercial

Princípio Ativo *

Descrição *

Via de administração *

Posologia *

Isatuximabe 500 mg - Uso contínuo. Aplicar 500mg EV 4x por mês no primeiro ciclo (D1, D8, D15 e D22). Aplicar 500 mg EV 2x por mês nos ciclos seguintes (D1 e D15).

Uso contínuo?

Duração do tratamento

Unidade

Indicação em conformidade com a aprovada no registro? *

Previsto em Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Min. da Saúde para a situação clínica do demandante? *

O medicamento está inserido no SUS? *

O medicamento está incluído em *

Oncológico? *

Outras Tecnologias Disponíveis

Tecnologia

Descrever as opções disponíveis no SUS e/ou Saúde Suplementar *

<p style="text-align:justify">segundo as DDTs, os tratamentos do MM recidivado ou refrat&aacute;rio incluem novo TCTH aut&oacute;logo, repeti&ccedil;&atilde;o do uso de medicamentos anti-mieloma j&aacute; utilizados anteriormente ou uso de outros medicamentos n&atilde;o utilizados na primeira linha. Na primeira recidiva, esquemas com tr&ecirc;s medicamentos, envolvendo aqueles n&atilde;o utilizados na terapia pr&eacute;via, s&atilde;o recomendados. Os esquemas podem incluir inibidores de proteassoma (bortezomibe), agentes alquilantes (ciclofosfamida e cisplatina), corticosteroides (dexametasona), antraciclinas (doxorrubicina e doxorrubicina lipossomal), inibidores da topoisomerase (etoposido) e alcaloides da vinca (vincristina) (4).</p>

Existe Genérico? *

Existe Similar? *

Descrever as opções disponíveis de Genérico ou Similar *

Custo da Tecnologia

Tecnologia

Laboratório

Marca Comercial

Apresentação

Preço de Fábrica

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da Tecnologia - Tratamento Mensal

Tecnologia

Dose Diária Recomendada

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da tecnologia

Fonte do custo da tecnologia

Evidências e resultados esperados

Tecnologia

Evidências sobre a eficácia e segurança da tecnologia *

<p style="text-align:justify">O carfilzomibe &eacute; um inibidor do proteassoma 20S. O proteassoma &eacute; um complexo catal&iacute;tico multienzim&aacute;tico encontrado no n&uacute;cleo e no citoplasma das c&eacute;lulas eucari&oacute;ticas, respons&aacute;vel pela degrada&ccedil;&atilde;o ou processamento das prote&iacute;nas intracelulares. A sua inibi&ccedil;&atilde;o leva ao ac&uacute;mulo de prote&iacute;nas intracelulares, resultando em morte celular. Comparado ao bortezomibe (outro f&aacute;rmaco desta mesma classe), o carfilzomibe tem maior seletividade para a atividade semelhante &agrave; quimiotripsina do proteassoma e se liga de forma irrevers&iacute;vel. Al&eacute;m disso, difere do bortezomibe por apresentar taxa menor de intera&ccedil;&otilde;es medicamentosas e n&atilde;o ser metabolizado pelo f&iacute;gado <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?broken=JGDZmy">(6)</a>. J&aacute; o isatuximabe &eacute; um anticorpo monoclonal IgG1 direcionado contra um ep&iacute;topo espec&iacute;fico da mol&eacute;cula CD38, uma ectoenzima altamente expressa nas c&eacute;lulas do mieloma m&uacute;ltiplo. Sua a&ccedil;&atilde;o terap&ecirc;utica ocorre por m&uacute;ltiplos mecanismos, incluindo citotoxicidade celular dependente de anticorpo (ADCC), citotoxicidade dependente do complemento (CDC), fagocitose celular dependente de anticorpo (ADCP) e indu&ccedil;&atilde;o direta de apoptose, independentemente da sinaliza&ccedil;&atilde;o mediada por receptores Fc. Al&eacute;m disso, o isatuximabe pode modular o microambiente imunol&oacute;gico, suprimindo a indu&ccedil;&atilde;o e fun&ccedil;&atilde;o de c&eacute;lulas T reguladoras e reduzindo a atividade imunossupressora das c&eacute;lulas tumorais <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?GMWu1R">(7)</a>.</p>

<p style="text-align:justify">O uso do carfilzomibe associado com dexametasona foi avaliado no estudo de fase 3, ENDEAVOR <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?T6n732">(7,8)</a>. Neste ensaio cl&iacute;nico randomizado, aberto, foram inclu&iacute;dos 929 pacientes com MM recidivado que haviam recebido de uma a tr&ecirc;s linhas de terapia anteriores. Os pacientes foram randomizados para receber carfilzomibe e dexametasona ou bortezomibe e dexametasona. Em uma primeira an&aacute;lise, foi observado benef&iacute;cio significativo em termos de sobrevida livre de progress&atilde;o para os pacientes tratados com carfilzomibe quando comparados ao grupo de controle (mediana de 18,7 vs 9,4 meses, P&lt;0,0001). Al&eacute;m disso, observou-se maior taxa de resposta objetiva: 77% no grupo carfilzomibe vs. 63% no grupo bortezomibe (P&lt;0,0001) <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?B3ww7x">(7,8)</a>. Em 2017, foi publicada uma an&aacute;lise atualizada com acompanhamento prolongado observando-se uma melhora na sobrevida global mediana: 47,6 meses no grupo de carfilzomibe vs. 40,0 meses no grupo de bortezomibe (P=0,010) (<a href="https://www.zotero.org/google-docs/?ushMjr">8</a>). Neste estudo os efeitos adversos mais comuns (grau 3 ou superior) foram anemia (14% vs. 10%), hipertens&atilde;o (9% vs. 3%), trombocitopenia (8% vs. 9%) e pneumonia (7% vs. 8%). Neuropatia perif&eacute;rica (grau 2 ou superior) foi observada em 6% dos pacientes no grupo de carfilzomibe em compara&ccedil;&atilde;o com 32% no grupo de bortezomibe. Em ambos os grupos, 5% dos pacientes morreram durante o tratamento nos 30 dias anteriores &agrave; &uacute;ltima administra&ccedil;&atilde;o. Em 151 pacientes, divididos em ambos os grupos, foi realizada ecocardiografia seriada, que mostrou dois pacientes em ambos os grupos com redu&ccedil;&atilde;o da fra&ccedil;&atilde;o de eje&ccedil;&atilde;o do ventr&iacute;culo esquerdo <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?lvxIXr">(7,8)</a>.</p>

<p style="text-align:justify">O estudo cl&iacute;nico randomizado de fase 3 IKEMA avaliou a efic&aacute;cia e seguran&ccedil;a da associa&ccedil;&atilde;o de isatuximabe ao esquema padr&atilde;o com carfilzomibe e dexametasona em pacientes com mieloma m&uacute;ltiplo recidivado ou refrat&aacute;rio que haviam recebido de uma a tr&ecirc;s linhas de tratamento pr&eacute;vio <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?PkByCY">(9)</a>. Os 302 participantes foram randomizados em dois grupos: isatuximabe + carfilzomibe + dexametasona (n=179) versus carfilzomibe + dexametasona (n=123). A adi&ccedil;&atilde;o de isatuximabe ao esquema padr&atilde;o resultou em benef&iacute;cio significativo na sobrevida livre de progress&atilde;o (SLP) [hazard ratio (HR) de 0,53, intervalo de confian&ccedil;a de 99% de 0,32 a 0,89; p unilateral=0,0007]. A mediana de SLP n&atilde;o foi atingida no grupo interven&ccedil;&atilde;o, enquanto foi de 19,15 meses no grupo controle. Al&eacute;m disso, houve melhora importante na profundidade da resposta: a taxa de resposta global foi de 87% no grupo isatuximabe versus 83% no controle; resposta muito boa parcial ou melhor em 73% vs. 56% (p=0,0011); resposta completa em 40% vs. 28%; e negativa&ccedil;&atilde;o da doen&ccedil;a m&iacute;nima residual em 30% vs. 13% (p=0,0004), respectivamente. Os eventos adversos grau &ge;3 foram mais frequentes no grupo isatuximabe (77% vs. 67%), com maior incid&ecirc;ncia de rea&ccedil;&otilde;es infusionais, hipertens&atilde;o e infec&ccedil;&otilde;es respirat&oacute;rias, especialmente pneumonia. No entanto, a taxa de eventos adversos graves foi semelhante entre os grupos (59% vs. 57%), assim como os eventos fatais durante o tratamento (3% em ambos). A seguran&ccedil;a do regime foi considerada manej&aacute;vel, sem aumento de toxicidade cardiovascular significativa.</p>

<p style="text-align:justify">Dados de seguimento de longo prazo do estudo IKEMA (mediana de acompanhamento de 56,6 meses) mostraram que a mediana de sobrevida global ainda n&atilde;o foi atingida no grupo isatuximabe, enquanto foi de 50,6 meses no grupo controle, com hazard ratio de 0,855 (IC 95% 0,608&ndash;1,202; p unilateral=0,18) <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?mTYpDO">(</a>10). A taxa de sobrevida em 48 meses foi de 59,7% no grupo isatuximabe vs. 52,2% no grupo controle. Embora a diferen&ccedil;a em sobrevida global n&atilde;o tenha atingido signific&acirc;ncia estat&iacute;stica, observou-se melhora cl&iacute;nica relevante em desfechos secund&aacute;rios como tempo at&eacute; o pr&oacute;ximo tratamento (HR 0,583; IC 95% 0,429&ndash;0,792; p=0,0002) e segunda sobrevida livre de progress&atilde;o (HR 0,663; IC 95% 0,491&ndash;0,895; p=0,0035). A seguran&ccedil;a do esquema com isatuximabe permaneceu manej&aacute;vel mesmo com 30 semanas adicionais de exposi&ccedil;&atilde;o, com taxas semelhantes de descontinua&ccedil;&atilde;o por eventos adversos (14% vs. 18%) e sem novos sinais de toxicidade. Esses dados refor&ccedil;am a robustez e durabilidade do benef&iacute;cio cl&iacute;nico da associa&ccedil;&atilde;o isatuximabe, carfilzomibe e dexametasona em pacientes com mieloma m&uacute;ltiplo recidivado ou refrat&aacute;rio.</p>

<table>
	<tbody>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align:center">Item</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">Descri&ccedil;&atilde;o</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">Quantidade</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">Valor Unit&aacute;rio</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">Valor Total</p>
			</td>
		</tr>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align:center">CARFILZOMIBE</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">60 MG PO LIOF SOL INFUS IV CT FA VD TRANS</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">154</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">R$ 6.203,95</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">R$ 955.408,30</p>
			</td>
		</tr>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align:center">ISATUXIMABE</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">500 MG SOL DIL INFUS CT FA VD TRANS X 25 ML</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">28</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">R$ 12.983,95</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">R$ 363.550,60</p>
			</td>
		</tr>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align:center">Total:</p>
			</td>
			<td colspan="4">
			<p style="text-align:center">R$ 1.318.958,90</p>
			</td>
		</tr>
	</tbody>
</table>

<p style="text-align:justify">* Valor unit&aacute;rio considerado a partir de consulta de pre&ccedil;o da tabela CMED. Pre&ccedil;o m&aacute;ximo de venda ao governo (PMVG) no Rio Grande do Sul (ICMS 17%). O PMVG &eacute; o resultado da aplica&ccedil;&atilde;o do Coeficiente de Adequa&ccedil;&atilde;o de Pre&ccedil;os (CAP) sobre o Pre&ccedil;o F&aacute;brica &ndash; PF, PMVG = PF*(1-CAP). O CAP, regulamentado pela Resolu&ccedil;&atilde;o n&ordm;. 3, de 2 de mar&ccedil;o de 2011, &eacute; um desconto m&iacute;nimo obrigat&oacute;rio a ser aplicado sempre que forem realizadas vendas de medicamentos constantes do rol anexo ao Comunicado n&ordm; 15, de 31 de agosto de 2017 - Vers&atilde;o Consolidada ou para atender ordem judicial. Conforme o Comunicado CMED n&ordm; 5, de 21 de dezembro de 2020, o CAP &eacute; de 21,53%. Alguns medicamentos possuem isen&ccedil;&atilde;o de ICMS para aquisi&ccedil;&atilde;o por &oacute;rg&atilde;os da Administra&ccedil;&atilde;o P&uacute;blica Direta Federal, Estadual e Municipal, conforme Conv&ecirc;nio ICMS n&ordm; 87/02, sendo aplicado o benef&iacute;cio quando cab&iacute;vel.</p>

<p style="text-align:justify">O carfilzomibe &eacute; produzido pela empresa Amgen Biotecnologia do Brasil Ltda sob o nome comercial Kyprolis&reg; na forma farmac&ecirc;utica de p&oacute; liofilizado para solu&ccedil;&atilde;o injet&aacute;vel na concentra&ccedil;&atilde;o de 60 mg por frasco. O isatuximabe &eacute; produzido pela Sanofi Medley Farmac&ecirc;utica Ltda sob o nome comercial Sarclisa&reg; na forma farmac&ecirc;utica de solu&ccedil;&atilde;o para dilui&ccedil;&atilde;o para infus&atilde;o na concentra&ccedil;&atilde;o de 20 mg/mL em frascos de 25 mL (500 mg por frasco). Em consulta &agrave; tabela da CMED no site da ANVISA em mar&ccedil;o de 2025 e de acordo com a prescri&ccedil;&atilde;o juntada ao processo, foi estimado o custo para um ano de tratamento.</p>

<p style="text-align:justify">O National Institute for Health and Care Excellence (NICE), &oacute;rg&atilde;o de avalia&ccedil;&atilde;o de tecnologias em sa&uacute;de do Reino Unido, n&atilde;o emitiu recomenda&ccedil;&atilde;o sobre o uso de isatuximabe em combina&ccedil;&atilde;o com carfilzomibe e dexametasona para o tratamento de mieloma m&uacute;ltiplo recidivado ou refrat&aacute;rio. A justificativa apresentada foi a aus&ecirc;ncia de submiss&atilde;o de evid&ecirc;ncias por parte da fabricante Sanofi, o que inviabilizou a realiza&ccedil;&atilde;o da an&aacute;lise pela ag&ecirc;ncia.</p>

<p style="text-align:justify">Na mesma linha, a Canadian Agency for Drugs and Technologies in Health (CADTH) reconheceu os benef&iacute;cios cl&iacute;nicos do esquema terap&ecirc;utico com isatuximabe em combina&ccedil;&atilde;o com carfilzomibe e dexametasona (IsaKd) (11). No entanto, apontou importantes limita&ccedil;&otilde;es no modelo econ&ocirc;mico submetido pela fabricante, incluindo aus&ecirc;ncia de dados comparativos robustos com esquemas padr&atilde;o de tratamento utilizados no Canad&aacute; e pressupostos favor&aacute;veis no modelo. Com isso, n&atilde;o foi poss&iacute;vel determinar uma estimativa confi&aacute;vel de custo-efetividade para a indica&ccedil;&atilde;o aprovada pela Health Canada. Em uma rean&aacute;lise explorat&oacute;ria conduzida pela pr&oacute;pria CADTH, foi estimada uma raz&atilde;o de custo-efetividade incremental (RCEI) de aproximadamente CAD$ 1.588.632 por QALY (ano de vida ajustado por qualidade), em compara&ccedil;&atilde;o ao esquema carfilzomibe-dexametasona. Este valor est&aacute; muito acima do limiar de aceitabilidade canadense de CAD$ 50.000 por QALY. A ag&ecirc;ncia destacou ainda que, mesmo com redu&ccedil;&atilde;o total no pre&ccedil;o do isatuximabe, a terapia n&atilde;o alcan&ccedil;aria custo-efetividade a menos que o pre&ccedil;o do carfilzomibe tamb&eacute;m fosse reduzido em pelo menos 61% em rela&ccedil;&atilde;o ao pre&ccedil;o de tabela.</p>

<p style="text-align:justify">Uma avalia&ccedil;&atilde;o somente do carfilzomibe foi realizada pela CONITEC (5). Na an&aacute;lise do cen&aacute;rio base, apresentada pela demandante, em um horizonte temporal de 30 anos, carfilzomibe acrescentou ganhos incrementais de 1,08 QALY, e uma RCEI de R$ 116.595,00 por QALY ganho. A an&aacute;lise de impacto or&ccedil;ament&aacute;rio estimou que a incorpora&ccedil;&atilde;o de carfilzomibe ao SUS implicaria em custos adicionais ao sistema de sa&uacute;de no montante de aproximadamente R$ 188 milh&otilde;es em cinco anos, se considerar a popula&ccedil;&atilde;o eleg&iacute;vel de 1.283 pacientes, informada pelo demandante, ou R$ 210 milh&otilde;es, com a popula&ccedil;&atilde;o estimada por regress&atilde;o linear.</p>

<p style="text-align:justify">Esta demanda j&aacute; havia sido anteriormente apreciada pela Conitec em 2022 (12). Naquela ocasi&atilde;o, os membros do Plen&aacute;rio recomendaram a n&atilde;o incorpora&ccedil;&atilde;o de carfilzomibe no SUS por n&atilde;o ser custo-efetivo e pelo impacto or&ccedil;ament&aacute;rio. Nesta nova submiss&atilde;o, de 2023, n&atilde;o houve inclus&atilde;o de novos dados cl&iacute;nicos. Entretanto, o pre&ccedil;o do medicamento foi reduzido de R$ 3.403,46 para R$ 2.147,50, afetando os resultados da avalia&ccedil;&atilde;o econ&ocirc;mica e impacto or&ccedil;ament&aacute;rio. Este novo pre&ccedil;o corresponde a um desconto de aproximadamente 55% do PMVG 0% publicado pela CMED em 2023. Salienta-se que a empresa Amgen assegurou que esse pre&ccedil;o pode ser praticado independente da modalidade de compra e se aplicar&aacute; a todos os CACONs e UNACONs. Foram discutidas as incertezas atribu&iacute;das ao impacto or&ccedil;ament&aacute;rio, o valor da raz&atilde;o de custo-efetividade incremental pr&oacute;ximo ao limiar estabelecido em 2022, e a necessidade de op&ccedil;&atilde;o terap&ecirc;utica mais eficaz para a popula&ccedil;&atilde;o objeto da demanda, visto que o MM &eacute; uma doen&ccedil;a grave e cada recidiva tende a ser mais grave e onerosa. Diante de todas essas pondera&ccedil;&otilde;es, a CONITEC recomendou a incorpora&ccedil;&atilde;o deste medicamento no SUS para tratamento de pacientes com MM recidivado ou refrat&aacute;rio que receberam uma terapia pr&eacute;via, conforme protocolo estabelecido pelo Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de (4).&nbsp;</p>

<p>&nbsp;</p>

Benefício/efeito/resultado esperado da tecnologia *

<p style="text-align:justify">em rela&ccedil;&atilde;o ao tratamento com carfilzomibe em monoterapia n&atilde;o houve diferen&ccedil;a estatisticamente significativa em sobrevida global, por&eacute;m o tratamento est&aacute; associado ao aumento em taxas de sobrevida livre de progress&atilde;o.</p>

Recomendações da CONITEC para a situação clínica do demandante *

Conclusão

Tecnologia

Conclusão Justificada *

Conclusão *

<p style="text-align:justify">H&aacute; evid&ecirc;ncia cient&iacute;fica, oriunda de um ensaio cl&iacute;nico randomizado, de que o tratamento com isatuximabe em associa&ccedil;&atilde;o com carfilzomibe e dexametasona aumenta taxas de sobrevida livre de progress&atilde;o de pacientes com mieloma m&uacute;ltiplo com doen&ccedil;a refrat&aacute;ria, por&eacute;m n&atilde;o houve repercuss&atilde;o em taxas de sobrevida global mesmo ap&oacute;s mediana de acompanhamento de mais de 55 meses.&nbsp;</p>

<p style="text-align:justify">Al&eacute;m disso, a combina&ccedil;&atilde;o de medicamentos tem perfil de custo-efetividade desfavor&aacute;vel - ou seja, o benef&iacute;cio ganho com a sua incorpora&ccedil;&atilde;o n&atilde;o ultrapassa o benef&iacute;cio perdido pelo deslocamento de outras interven&ccedil;&otilde;es em sa&uacute;de que poderiam ser adquiridas com o mesmo investimento, perfazendo portanto mau uso dos recursos dispon&iacute;veis ao sistema. Ag&ecirc;ncias de avalia&ccedil;&atilde;o de tecnologias de outros pa&iacute;ses n&atilde;o recomendaram a incorpora&ccedil;&atilde;o do f&aacute;rmaco em seus sistemas, ou apenas o fizeram ap&oacute;s acordo de redu&ccedil;&atilde;o importante de pre&ccedil;o. No Brasil, o &oacute;rg&atilde;o p&uacute;blico institu&iacute;do para assessorar o Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de na incorpora&ccedil;&atilde;o de novas tecnologias no SUS (CONITEC) avaliou apenas o tratamento do carfilzomibe e s&oacute; mudou o seu parecer desfavor&aacute;vel ap&oacute;s a ind&uacute;stria farmac&ecirc;utica conceder um desconto de cerca de 50% no valor do medicamento - desconto esse ainda n&atilde;o aplic&aacute;vel, considerando a tabela CMED. Finalmente, o impacto or&ccedil;ament&aacute;rio das terapias pleiteadas, mesmo em decis&atilde;o isolada, &eacute; elevado e com potencial de comprometimento de recursos p&uacute;blicos extra&iacute;dos da coletividade - recursos p&uacute;blicos que s&atilde;o escassos e que possuem destina&ccedil;&otilde;es or&ccedil;ament&aacute;rias com pouca margem de realoca&ccedil;&atilde;o, e cujo uso inadequado pode acarretar preju&iacute;zos a toda a popula&ccedil;&atilde;o assistida pelo SUS.</p>

Há evidências científicas? *

Considera-se urgência as situações de ocorrência imprevista de agravo à saúde, com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita da assistência médica imediata (Resolução CFM 1451/95)

Justifica-se a alegação de urgência, conforme definição de Urgência e Emergência do CFM? *

Justificativa *

Referências bibliográficas *

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	<p style="text-align:justify">Kumar SK, Rajkumar V, Kyle RA, van Duin M, Sonneveld P, Mateos MV, et al. Multiple myeloma. Nat Rev Dis Primer. 20 de julho de 2017;3(1):1&ndash;20.</p>
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	<li>
	<p style="text-align:justify">Multiple myeloma: Prognosis. Dynamed.</p>
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	<li>
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	<p style="text-align:justify"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?J0sfWF">Dimopoulos MA, Moreau P, Palumbo A, Joshua D, Pour L, Hajek R, et al. Carfilzomib and dexamethasone versus bortezomib and dexamethasone for patients with relapsed or refractory multiple myeloma (ENDEAVOR): a randomised, phase 3, open-label, multicentre study. Lancet Oncol. janeiro de 2016;17(1):27&ndash;38.</a></p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align:justify"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?J0sfWF">Dimopoulos MA, Goldschmidt H, Niesvizky R, Joshua D, Chng WJ, Oriol A, et al. Carfilzomib or bortezomib in relapsed or refractory multiple myeloma (ENDEAVOR):&nbsp; an interim overall survival analysis of an open-label, randomised, phase 3 trial. Lancet Oncol. outubro de 2017;18(10):1327&ndash;37.</a></p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align:justify"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?4q29WT">Moreau P, Dimopoulos MA, Mikhael J, Yong K, Capra M, Facon T, et al. Isatuximab, carfilzomib, and dexamethasone in relapsed multiple myeloma (IKEMA): a multicentre, open-label, randomised phase 3 trial. Lancet Lond Engl. 19 de junho de 2021;397(10292):2361&ndash;71.</a></p>
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	<p style="text-align:justify"><a href="https://www.zotero.org/google-docs/?4q29WT">Yong K, Martin T, Dimopoulos MA, Mikhael J, Capra M, Facon T, et al. Isatuximab plus carfilzomib-dexamethasone versus carfilzomib-dexamethasone in patients with relapsed multiple myeloma (IKEMA): overall survival analysis of a phase 3, randomised, controlled trial. Lancet Haematol. outubro de 2024;11(10):e741&ndash;50.</a></p>
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	</li>
	<li>
	<p style="text-align:justify">CONITEC. Carfilzomibe no tratamento de pacientes com mieloma m&uacute;ltiplo recidivado ou refrat&aacute;rio que receberam uma terapia pr&eacute;via. Relat&oacute;rio de Recomenda&ccedil;&atilde;o 768. Dispon&iacute;vel em <a href="https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/relatorios/2022/20220927_relatorio_768_carfilzomibe_mieloma_final.pdf">https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/relatorios/2022/20220927_relatorio_768_carfilzomibe_mieloma_final.pdf</a>&nbsp;</p>
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Nota técnica elaborada com apoio de tutoria? *

Outras Informações *

<p style="text-align:justify">A parte autora, apresenta laudo m&eacute;dico (Evento 1 - LAUDO10) descrevendo ser portadora de mieloma m&uacute;ltiplo (CID10: C90) de subtipo IgG Kappa, estadiamento ISS IIIA, com diagn&oacute;stico em agosto de 2023. Foi inicialmente tratada com bortezomibe, ciclofosfamida e dexametasona por 9 ciclos at&eacute; abril de 2024. Foi encaminhada para realiza&ccedil;&atilde;o de transplante aut&oacute;logo de medula &oacute;ssea, por&eacute;m foi classificada como portadora de doen&ccedil;a est&aacute;vel, n&atilde;o atingindo crit&eacute;rios de resposta. Dessa forma, foi judicializado sem sucesso, em maio de 2024, tratamento com daratumumabe e lenalidomia. Realizou, dessa forma, tratamento quimioter&aacute;pico com as mesmas medica&ccedil;&otilde;es utilizadas inicialmente. Devido a efeitos adversos relacionados ao uso de bortezomibe e progress&atilde;o de doen&ccedil;a constatada em dezembro de 2024 teve seu tratamento suspenso. Nessa situa&ccedil;&atilde;o, pleiteia tratamento paliativo com isatuximabe e carfilzomibe.</p>

<p style="text-align:justify">O mieloma m&uacute;ltiplo (MM) &eacute; uma neoplasia hematol&oacute;gica caracterizada pela prolifera&ccedil;&atilde;o de plasm&oacute;citos clonais e tipicamente acompanhada pela secre&ccedil;&atilde;o de imunoglobulinas monoclonais detect&aacute;veis no soro ou na urina (1). Os&nbsp; plasm&oacute;citos proliferam dentro da medula &oacute;ssea e provocam les&otilde;es espec&iacute;ficas em &oacute;rg&atilde;os alvo, como les&otilde;es &oacute;sseas osteol&iacute;ticas, fraturas patol&oacute;gicas, anemia ou outras citopenias, hipercalcemia (pela destrui&ccedil;&atilde;o &oacute;ssea) e insufici&ecirc;ncia renal. Pode ser considerada uma doen&ccedil;a rara, correspondendo a 1% a 2% de todos os c&acirc;nceres e aproximadamente 17% das neoplasias hematol&oacute;gicas. Dados epidemiol&oacute;gicos estadunidenses apontam uma incid&ecirc;ncia de aproximadamente 7 casos a cada 100.000 pessoas/ano. &Eacute; uma doen&ccedil;a mais caracter&iacute;stica da popula&ccedil;&atilde;o idosa, com mediana de idade ao diagn&oacute;stico de 65 a 74 anos (2).</p>

<p style="text-align:justify">O diagn&oacute;stico se d&aacute; pela suspeita cl&iacute;nica aliada &agrave; crit&eacute;rios diagn&oacute;sticos como evid&ecirc;ncia de dano em &oacute;rg&atilde;os-alvo que possa ser atribu&iacute;do &agrave; doen&ccedil;a proliferativa de plasm&oacute;citos acrescido de um ou mais biomarcadores de malignidade - plasm&oacute;citos monoclonais na medula &oacute;ssea &ge; 60%, rela&ccedil;&atilde;o da cadeia leve afetada versus n&atilde;o afetada &ge; 100 (desde que a concentra&ccedil;&atilde;o absoluta da cadeia leve afetada seja &ge;100 mg/L) e mais de uma les&atilde;o focal &ge;5 mm em exame de resson&acirc;ncia magn&eacute;tica (2). O MM &eacute; uma doen&ccedil;a heterog&ecirc;nea; alguns pacientes apresentam sintomas rapidamente progressivos e disfun&ccedil;&atilde;o org&acirc;nica, enquanto outros apresentam uma apresenta&ccedil;&atilde;o cl&iacute;nica mais indolente. O progn&oacute;stico depende de diversos fatores como o estadiamento da doen&ccedil;a, fatores biol&oacute;gicos como anormalidades citogen&eacute;ticas, fatores cl&iacute;nicos como idade, comorbidades e resposta ao tratamento (3).</p>

<p style="text-align:justify">Diversos esquemas terap&ecirc;uticos est&atilde;o dispon&iacute;veis para o tratamento espec&iacute;fico do MM (1). Como primeira linha, preconiza-se a realiza&ccedil;&atilde;o de 3 a 4 ciclos de algum esquema quimioter&aacute;pico e a realiza&ccedil;&atilde;o de Transplante Aut&oacute;logo de C&eacute;lulas Tronco Hematopo&eacute;ticas (TCTH) para aqueles pacientes eleg&iacute;veis para o procedimento. No caso de pacientes sem condi&ccedil;&otilde;es cl&iacute;nicas ou muito idosos para tal, a quimioterapia, associada ou n&atilde;o &agrave; radioterapia, &eacute; a alternativa indicada. Por ocasi&atilde;o da recidiva, est&atilde;o dispon&iacute;veis hoje diversas classes de medicamentos que podem ser utilizados em muitos esquemas terap&ecirc;uticos. Quando poss&iacute;vel, &eacute; prefer&iacute;vel que se utilizem esquemas que englobam dois ou tr&ecirc;s medicamentos em combina&ccedil;&atilde;o para uma melhor chance de resposta.</p>

<p style="text-align:justify">No Brasil, n&atilde;o existe um esquema preconizado como padr&atilde;o para a primeira linha de tratamento do MM, mas uma orienta&ccedil;&atilde;o geral de tratamento com uma combina&ccedil;&atilde;o de medicamentos por 3 a 4 ciclos, com ou sem radioterapia, seguida pela realiza&ccedil;&atilde;o do TCTH aut&oacute;logo, para aqueles pacientes eleg&iacute;veis (4). Dentre os medicamentos dispon&iacute;veis, hoje se sabe que esquemas que contenham os inibidores de proteassomas (bortezomibe) e imunomoduladores (talidomida) alcan&ccedil;am melhores resultados terap&ecirc;uticos e sobrevida livre de doen&ccedil;a. Para a segunda, terceira ou demais linhas de tratamento, da mesma maneira, inexiste um esquema formalmente indicado, mas sugerem-se combina&ccedil;&otilde;es de medicamentos que n&atilde;o tenham sido usados em protocolos anteriores.</p>

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Anexos

Nota Técnica 354365

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