Nota	Tecnologia	Conclusão	Status
354572-A	Medicamento - DURVALUMABE	Não favorável	Finalizada em 27/05/2025 19:42:17	Ver Nota
354572-B	Medicamento - TREMELIMUMABE	Não favorável	Finalizada em 27/05/2025 19:46:00	Ver Nota

Paciente

Idade

Sexo *

Masculino

Feminino

Cidade *

Dados do Advogado do Autor

Nome do Advogado

Número OAB

Autor está representado por

Dados do Processo

Esfera/Órgão *

Vara/Serventia *

Esta tecnologia já foi finalizada e não pode mais ser editada

Diagnóstico Principal

CID *

Diagnóstico *

Meio(s) confirmatório(s) do diagnóstico já realizado(s) *

laudo médico

Descrição da Tecnologia

Tipo da Tecnologia *

Registro na ANVISA? *

Situação do registro *

Nome comercial

Princípio Ativo *

Descrição *

Via de administração *

Posologia *

Durvalumabe 500mg e Tremelimumabe 300mg - Dose única de Tremelimumabe 300mg combinada com Durvalumabe 1500mg, seguida de Durvalumabe 1500mg a cada 4 semanas.

Uso contínuo?

Duração do tratamento

Unidade

Indicação em conformidade com a aprovada no registro? *

Previsto em Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Min. da Saúde para a situação clínica do demandante? *

O medicamento está inserido no SUS? *

O medicamento está incluído em *

Oncológico? *

Outras Tecnologias Disponíveis

Tecnologia

Descrever as opções disponíveis no SUS e/ou Saúde Suplementar *

<p style="text-align:justify">quimioterapia paliativa com outros medicamentos, tratamento n&atilde;o medicamentoso (por exemplo, radioterapia) e tratamento de suporte.</p>

Existe Genérico? *

Existe Similar? *

Descrever as opções disponíveis de Genérico ou Similar *

Custo da Tecnologia

Tecnologia

Laboratório

Marca Comercial

Apresentação

Preço de Fábrica

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da Tecnologia - Tratamento Mensal

Tecnologia

Dose Diária Recomendada

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da tecnologia

Fonte do custo da tecnologia

Evidências e resultados esperados

Tecnologia

Evidências sobre a eficácia e segurança da tecnologia *

<p style="text-align:justify">O durvalumabe &eacute; um anticorpo monoclonal humano que age como um inibidor da via do receptor de morte programada 1 (PD-1) (14). Esse receptor est&aacute; presente nas c&eacute;lulas T ativadas, que s&atilde;o c&eacute;lulas do sistema imunol&oacute;gico. O durvalumabe se liga ao PD-1, impedindo sua intera&ccedil;&atilde;o com o ligante PD-L1, que &eacute; encontrado nas c&eacute;lulas tumorais. Isso mant&eacute;m as c&eacute;lulas T ativas, promovendo uma resposta imunol&oacute;gica mais eficiente contra o tumor. Em outras palavras, ao bloquear essa via de sinaliza&ccedil;&atilde;o (PD-1/PD-L1), o durvalumabe ajuda o sistema imunol&oacute;gico a identificar e destruir as c&eacute;lulas cancer&iacute;genas. O tremelimumabe, por sua vez, &eacute; um anticorpo IgG2 humano que bloqueia uma mol&eacute;cula chamada CTLA-4, associada &agrave; regula&ccedil;&atilde;o negativa das c&eacute;lulas T (15). O CTLA-4 &eacute; um mecanismo que inibe a atividade das c&eacute;lulas T. Ao bloquear essa mol&eacute;cula, o tremelimumabe libera essa inibi&ccedil;&atilde;o, permitindo que as c&eacute;lulas T se ativem de forma mais eficiente para combater o tumor.</p>

<p style="text-align:justify">Para avaliar o uso do durvalumabe associado ao tremelimumabe no tratamento do hepatocarcinoma, foi realizado um estudo cl&iacute;nico randomizado, denominado HIMALAYA. Esse estudo foi aberto e multic&ecirc;ntrico e analisou a efic&aacute;cia do tratamento em pacientes com carcinoma hepatocelular irressec&aacute;vel, ou seja, que n&atilde;o podiam ser tratados por cirurgia e n&atilde;o haviam recebido tratamento sist&ecirc;mico pr&eacute;vio (16).</p>

<p style="text-align:justify">O estudo incluiu pacientes com c&acirc;ncer de f&iacute;gado nos est&aacute;gios BCLC B (n&atilde;o eleg&iacute;veis para terapias locais) e BCLC C, conforme os crit&eacute;rios de Barcelona, e que tinham fun&ccedil;&atilde;o hep&aacute;tica classificada como Child-Pugh Classe A. Pacientes com ascite clinicamente significativa, trombose da veia porta principal, ou coinfec&ccedil;&atilde;o pelos v&iacute;rus da hepatite B e C foram exclu&iacute;dos.</p>

<p style="text-align:justify">A randomiza&ccedil;&atilde;o dos 1.171 pacientes foi estratificada de acordo com a presen&ccedil;a de invas&atilde;o macrovascular (IMV), a causa do problema hep&aacute;tico (hepatite B ou C ou outras causas), e o estado de sa&uacute;de geral dos pacientes, avaliado pela escala de performance ECOG (0 ou 1). Os pacientes foram distribu&iacute;dos aleatoriamente em tr&ecirc;s grupos, na propor&ccedil;&atilde;o de 1:1:1:</p>

<ul>
	<li>
	<p style="text-align:justify">Durvalumabe 1500 mg a cada 4 semanas;</p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align:justify">Uma dose &uacute;nica de tremelimumabe 300 mg associada a durvalumabe 1500 mg, seguida de durvalumabe a cada 4 semanas (regime chamado STRIDE);</p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align:justify">Sorafenibe, 400 mg duas vezes ao dia.</p>
	</li>
</ul>

<p style="text-align:justify">O principal objetivo do estudo foi comparar a sobrevida global (SG) entre o grupo que recebeu tremelimumabe + durvalumabe (STRIDE) e o grupo que recebeu sorafenibe. Os objetivos secund&aacute;rios inclu&iacute;ram a sobrevida livre de progress&atilde;o (SLP), a taxa de resposta objetiva (TRO), e a dura&ccedil;&atilde;o da resposta (DoR).</p>

<p style="text-align:justify">Os resultados demonstraram uma melhora estatisticamente significativa na sobrevida global no grupo STRIDE em compara&ccedil;&atilde;o ao grupo sorafenibe [HR=0,78; IC 95% 0,66-0,92; p=0,0035]. A mediana de sobrevida global foi de 16,4 meses no grupo STRIDE, em compara&ccedil;&atilde;o com 13,8 meses no grupo sorafenibe (HR 0,78; IC 95% 0,65-0,93). A terapia combinada tamb&eacute;m mostrou uma taxa de resposta objetiva (TRO) maior (20% no grupo STRIDE versus 5% no grupo sorafenibe) e uma maior taxa de sobrevida em tr&ecirc;s anos (31% no grupo STRIDE versus 20% no grupo sorafenibe), embora a sobrevida livre de progress&atilde;o tenha sido semelhante entre os grupos (3,8 meses no grupo STRIDE versus 4,1 meses no grupo sorafenibe). Contudo, o estudo apresentou importantes limita&ccedil;&otilde;es, principalmente por excluir pacientes com trombose no tronco principal da veia porta e coinfec&ccedil;&atilde;o por hepatite B e C, situa&ccedil;&atilde;o em que se enquadra a parte autora.</p>

<p style="text-align:justify">Em 2024, a American Society of Clinical Oncology (ASCO) atualizou suas diretrizes para o tratamento do carcinoma hepatocelular. A diretriz destacou que &eacute; necess&aacute;rio considerar o risco de sangramento e trombose ao usar durvalumabe associado ao tremelimumabe. Al&eacute;m disso, os pacientes com trombose ou coinfec&ccedil;&atilde;o pelos v&iacute;rus da hepatite B e C n&atilde;o foram inclu&iacute;dos no estudo principal que avaliou o tratamento com durvalumabe associado ao tremelimumabe, o que limita o uso segudo da terapia em pacientes com este perfil (17).</p>

<p style="text-align:justify">Custo:</p>

<table>
	<tbody>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align:center">Item</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">Descri&ccedil;&atilde;o</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">Quantidade&nbsp;</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">Valor Unit&aacute;rio*</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">Valor Anual</p>
			</td>
		</tr>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align:center">DURVALUMABE&nbsp;</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">500 MG/10 ML SOL INJ CT FA VD&nbsp;</p>

			<p style="text-align:center">TRANS X 10 ML</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">36</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">R$ 13.164,36</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">R$ 473.916,96</p>
			</td>
		</tr>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align:center">TREMELIMUMABE</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">300 MG / 15 ML SOL DIL INFUS CT FA VD TRANS X 15 ML</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">1</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">R$ 109.810,31</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align:center">R$ 109.810,31</p>
			</td>
		</tr>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align:center">TOTAL&nbsp;</p>
			</td>
			<td colspan="4">
			<p style="text-align:center">R$ 583.727,27</p>
			</td>
		</tr>
	</tbody>
</table>

<p style="text-align:justify">* Valor unit&aacute;rio considerado a partir de consulta de pre&ccedil;o da tabela CMED. Pre&ccedil;o m&aacute;ximo de venda ao governo (PMVG) no Rio Grande do Sul (ICMS 17%). O PMVG &eacute; o resultado da aplica&ccedil;&atilde;o do Coeficiente de Adequa&ccedil;&atilde;o de Pre&ccedil;os (CAP) sobre o Pre&ccedil;o F&aacute;brica &ndash; PF, PMVG = PF*(1-CAP). O CAP, regulamentado pela Resolu&ccedil;&atilde;o n&ordm;. 3, de 2 de mar&ccedil;o de 2011, &eacute; um desconto m&iacute;nimo obrigat&oacute;rio a ser aplicado sempre que forem realizadas vendas de medicamentos constantes do rol anexo ao Comunicado n&ordm; 15, de 31 de agosto de 2017 - Vers&atilde;o Consolidada ou para atender ordem judicial. Conforme o Comunicado CMED n&ordm; 5, de 21 de dezembro de 2020, o CAP &eacute; de 21,53%. Alguns medicamentos possuem isen&ccedil;&atilde;o de ICMS para aquisi&ccedil;&atilde;o por &oacute;rg&atilde;os da Administra&ccedil;&atilde;o P&uacute;blica Direta Federal, Estadual e Municipal, conforme Conv&ecirc;nio ICMS n&ordm; 87/02, sendo aplicado o benef&iacute;cio quando cab&iacute;vel.&nbsp;</p>

<p style="text-align:justify">A partir de consulta &agrave; tabela da CMED no site da ANVISA, em agosto de 2024, e considerando os dados de prescri&ccedil;&atilde;o m&eacute;dica, elaborou-se a tabela acima estimando o custo anual do tratamento pleiteado.</p>

<p style="text-align:justify">N&atilde;o foram identificadas an&aacute;lises de custo-efetividade ou de impacto or&ccedil;ament&aacute;rio para o contexto nacional para esse tratamento tanto em primeira linha quanto em linhas subsequentes.</p>

<p style="text-align:justify">O National Institute for Health and Care Excellence (NICE), ag&ecirc;ncia de avalia&ccedil;&atilde;o de tecnologias do sistema de sa&uacute;de brit&acirc;nico suspendeu sua avalia&ccedil;&atilde;o do tratamento do hepatocarcinoma avan&ccedil;ado ou metast&aacute;tico com durvalumabe e tremelimumabe j&aacute; que a fabricante n&atilde;o submeteu evid&ecirc;ncias para essa avalia&ccedil;&atilde;o at&eacute; o momento.</p>

<p style="text-align:justify">O grupo respons&aacute;vel por avalia&ccedil;&otilde;es de f&aacute;rmacos oncol&oacute;gicos da ag&ecirc;ncia canadense de avalia&ccedil;&atilde;o de tecnologias - Canada&#39;s Drug Agency- avaliou o tratamento em primeira linha do hepatocarcinoma com durvalumambe e tremelimumabe com relat&oacute;rio final publicado em janeiro de 2024, e condicionou o uso dos medicamentos &agrave; melhora da rela&ccedil;&atilde;o de custo-efetividade estimada (18). Segundo o relat&oacute;rio, o comit&ecirc; de especialistas considerou que h&aacute; um benef&iacute;cio cl&iacute;nico do uso de durvalumabe em combina&ccedil;&atilde;o com tremelimumabe em compara&ccedil;&atilde;o com sorafenibe, com melhora estatisticamente significativa e clinicamente relevante na sobrevida global. A raz&atilde;o de custo-efetividade incremental (RCEI) encontrada para esse tratamento em compara&ccedil;&atilde;o com sorafenibe foi de US$ 265.036 por anos de vida ajustados para a qualidade (QALY) ganho. Seria necess&aacute;ria uma redu&ccedil;&atilde;o de pre&ccedil;o de 50% para tremelimumabe em combina&ccedil;&atilde;o com durvalumabe alcan&ccedil;ar uma RCEI de US$ 50.000 por QALY ganho em compara&ccedil;&atilde;o com sorafenibe, limiar aceito no Canad&aacute;.</p>

Benefício/efeito/resultado esperado da tecnologia *

<p style="text-align:justify">aumento da taxa de resposta objetiva e aumento de cerca de 2 meses de sobrevida global em compara&ccedil;&atilde;o com sorafenibe, sem impacto em sobrevida livre de progress&atilde;o.</p>

Recomendações da CONITEC para a situação clínica do demandante *

Conclusão

Tecnologia

Conclusão Justificada *

Conclusão *

<p style="text-align:justify">Identificamos um ensaio cl&iacute;nico, aberto, que demonstrou ganho marginal de sobrevida global (cerca de dois meses) do tratamento com durvalumabe e tremelimumbabe em primeira linha paliativa quando comparado com o tratamento com sorafenibe, sem impacto em sobrevida livre de progress&atilde;o da doen&ccedil;a. Cabe destacar que o estudo que avaliou o uso do durvalumabe associado ao tremelimumabe no tratamento do hepatocarcinoma excluiu pacientes com trombose da veia porta e coinfec&ccedil;&atilde;o por hepatite B e C, situa&ccedil;&atilde;o na qual se enquadra a parte autora, o que limita o conhecimento acerca da efic&aacute;cia e seguran&ccedil;a neste contexto.&nbsp;</p>

<p style="text-align:justify">N&atilde;o identificamos estudos comparando o tratamento pleiteado com as alternativas dispon&iacute;veis no SUS. Ainda, o perfil de custo-efetividade do tratamento com durvalumabe e tremelimumabe no hepatocarcinoma foi desfavor&aacute;vel para a realidade de um pa&iacute;s de alta renda com servi&ccedil;o universal de sa&uacute;de, como o Canad&aacute;. Logo, &eacute; pac&iacute;fico considerar que com os atuais pre&ccedil;os praticados tamb&eacute;m seja um custo excessivo para a realidade do Brasil, um pa&iacute;s de renda m&eacute;dia igualmente com sistema universal de sa&uacute;de. Ou seja, o potencial benef&iacute;cio marginal buscado n&atilde;o ultrapassa o benef&iacute;cio perdido pelo deslocamento de outras interven&ccedil;&otilde;es em sa&uacute;de que n&atilde;o mais poderiam ser adquiridas com o mesmo investimento, perfazendo portanto mau uso dos recursos dispon&iacute;veis ao sistema. O impacto or&ccedil;ament&aacute;rio da terapia pleiteada, mesmo em decis&atilde;o isolada, &eacute; elevado, com potencial de comprometimento de recursos p&uacute;blicos extra&iacute;dos da coletividade - recursos p&uacute;blicos que s&atilde;o escassos e que possuem destina&ccedil;&otilde;es or&ccedil;ament&aacute;rias com pouca margem de realoca&ccedil;&atilde;o, e cujo uso inadequado pode acarretar preju&iacute;zos a toda a popula&ccedil;&atilde;o assistida pelo SUS.</p>

<p style="text-align:justify">Compreende-se o desejo do paciente e da equipe assistente de buscar tratamentos para uma doen&ccedil;a cuja expectativa de vida &eacute; muito baixa na situa&ccedil;&atilde;o cl&iacute;nica apresentada. No entanto, frente ao modesto benef&iacute;cio incremental estimado, &agrave; estimativa de perfil de custo-efetividade desfavor&aacute;vel, ao alto impacto or&ccedil;ament&aacute;rio mesmo em decis&atilde;o isolada e &agrave; aus&ecirc;ncia de avalia&ccedil;&atilde;o pela Comiss&atilde;o Nacional de Incorpora&ccedil;&atilde;o de Tecnologias no Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de (CONITEC), entendemos que se imp&otilde;e o presente parecer desfavor&aacute;vel.&nbsp;</p>

Há evidências científicas? *

Considera-se urgência as situações de ocorrência imprevista de agravo à saúde, com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita da assistência médica imediata (Resolução CFM 1451/95)

Justifica-se a alegação de urgência, conforme definição de Urgência e Emergência do CFM? *

Justificativa *

Referências bibliográficas *

<p style="text-align:justify">1. Bray F, Ferlay J, Soerjomataram I, Siegel RL, Torre LA, Jemal A. Global cancer statistics 2018: GLOBOCAN estimates of incidence and mortality worldwide for 36 cancers in 185 countries. CA Cancer J Clin. novembro de 2018;68(6):394&ndash;424.&nbsp;</p>

<p style="text-align:justify">2. Chagas AL, Mattos AA de, Carrilho FJ, Bittencourt PL, Members of the Panel of the 2nd Consensus of the Brazilian Society of Hepatology on the Diagnosis and Management of Hepatocellular Carcinoma, Vezozzo DCP, et al. BRAZILIAN SOCIETY OF HEPATOLOGY UPDATED RECOMMENDATIONS FOR DIAGNOSIS AND TREATMENT OF HEPATOCELLULAR CARCINOMA. Arq Gastroenterol. 2020;57(suppl 1):1&ndash;20.&nbsp;</p>

<p style="text-align:justify">3. Okuda H. Hepatocellular carcinoma development in cirrhosis. Best Pract Res Clin Gastroenterol. 2007;21(1):161&ndash;73.&nbsp;</p>

<p style="text-align:justify">4. Paranagu&aacute;-Vezozzo DC, Ono SK, Alvarado-Mora MV, Farias AQ, Cunha-Silva M,</p>

<p style="text-align:justify">Fran&ccedil;a JID, et al. Epidemiology of HCC in Brazil: incidence and risk factors in a ten-year cohort. Ann Hepatol. 2014;13(4):386&ndash;93.&nbsp;</p>

<p style="text-align:justify">5. Carrilho FJ, Kikuchi L, Branco F, Goncalves CS, Mattos AA de, Brazilian HCC Study Group. Clinical and epidemiological aspects of hepatocellular carcinoma in Brazil. Clin Sao Paulo Braz. 2010;65(12):1285&ndash;90.&nbsp;</p>

<p style="text-align:justify">6. Xie L, Guang Y, Ding H, Cai A, Huang Y. Diagnostic value of contrast-enhanced ultrasound, computed tomography and magnetic resonance imaging for focal liver lesions: a meta-analysis. Ultrasound Med Biol. junho de 2011;37(6):854&ndash;61.&nbsp;</p>

<p style="text-align:justify">7. Lee JM, Trevisani F, Vilgrain V, Wald C. Imaging diagnosis and staging of hepatocellular carcinoma. Liver Transplant Off Publ Am Assoc Study Liver Dis Int Liver Transplant Soc. outubro de 2011;17 Suppl 2:S34-43.&nbsp;</p>

<p style="text-align:justify">8. Clavien PA, Lesurtel M, Bossuyt PMM, Gores GJ, Langer B, Perrier A, et al. Recommendations for liver transplantation for hepatocellular carcinoma: an international consensus conference report. Lancet Oncol. janeiro de 2012;13(1):e11-22.&nbsp;</p>

<p style="text-align:justify">9. Outwater EK. Imaging of the liver for hepatocellular cancer. Cancer Control J Moffitt Cancer Cent. abril de 2010;17(2):72&ndash;82.&nbsp;</p>

<p style="text-align:justify">10. Mohanty S, Rajaram R, Bilimoria KY, Salem R, Pawlik TM, Bentrem DJ. Assessment of non-surgical versus surgical therapy for localized hepatocellular carcinoma. J Surg Oncol. fevereiro de 2016;113(2):175&ndash;80.&nbsp;</p>

<p style="text-align:justify">11. Mazzaferro V, Regalia E, Doci R, Andreola S, Pulvirenti A, Bozzetti F, et al. Liver transplantation for the treatment of small hepatocellular carcinomas in patients with cirrhosis. N Engl J Med. 14 de mar&ccedil;o de 1996;334(11):693&ndash;9.&nbsp;</p>

<p style="text-align:justify">12. Peng S, Zhao Y, Xu F, Jia C, Xu Y, Dai C. An updated meta-analysis of randomized controlled trials assessing the effect of sorafenib in advanced hepatocellular carcinoma. PloS One. 2014;9(12):e112530.&nbsp;</p>

<p style="text-align:justify">13. Hsu CY, Lee YH, Hsia CY, Huang YH, Su CW, Lin HC, et al. Performance status in patients with hepatocellular carcinoma: determinants, prognostic impact, and ability to improve the Barcelona Clinic Liver Cancer system. Hepatol Baltim Md. janeiro de 2013;57(1):112&ndash;9.&nbsp;</p>

<p style="text-align:justify">14. Massard C, Gordon MS, Sharma S, Rafii S, Wainberg ZA, Luke J, et al. Safety and Efficacy of Durvalumab (MEDI4736), an Anti-Programmed Cell Death Ligand-1 Immune Checkpoint Inhibitor, in Patients With Advanced Urothelial Bladder Cancer. J Clin Oncol Off J Am Soc Clin Oncol. 10 de setembro de 2016;34(26):3119&ndash;25.&nbsp;</p>

<p style="text-align:justify">15. Fujiwara Y, Takahashi Y, Okada M, Kishimoto T, Kondo S, Fujikawa K, et al. Phase I Study of Tremelimumab Monotherapy or in Combination With Durvalumab in Japanese Patients With Advanced Solid Tumors or Malignant Mesothelioma. The Oncologist. 2 de setembro de 2022;27(9):e703&ndash;22.&nbsp;</p>

<p style="text-align:justify">16. Abou-Alfa GK, Lau G, Kudo M, Chan SL, Kelley RK, Furuse J, et al. Tremelimumab plus Durvalumab in Unresectable Hepatocellular Carcinoma. NEJM Evid. agosto de 2022;1(8):EVIDoa2100070.&nbsp;</p>

<p style="text-align:justify">17. Gordan JD, Kennedy EB, Abou-Alfa GK, Beal E, Finn RS, Gade TP, Goff L, Gupta S, Guy J, Hoang HT, Iyer R, Jaiyesimi I, Jhawer M, Karippot A, Kaseb AO, Kelley RK, Kortmansky J, Leaf A, Remak WM, Sohal DPS, Taddei TH, Wilson Woods A, Yarchoan M, Rose MG. Systemic Therapy for Advanced Hepatocellular Carcinoma: ASCO Guideline Update. J Clin Oncol. 2024 May 20;42(15):1830-1850. doi: 10.1200/JCO.23.02745. Epub 2024 Mar 19. PMID: 38502889.</p>

<p style="text-align:justify">18. Canadian Agency for Drugs and Technologies in Health (CADTH). Imjudo (tremelimumab for injection) in combination with durvalumab is indicated for the first-line treatment of adult patients with unresectable hepatocellular carcinoma (uHCC) who require systemic therapy. [Internet]. 2024. Dispon&iacute;vel em: https://www.cadth.ca/tecentriq-avastin-hepatocellular-carcinoma-details</p>

NatJus Responsável *

Instituição Responsável *

Nota técnica elaborada com apoio de tutoria? *

Outras Informações *

<p style="text-align:justify">A parte autora apresenta laudo m&eacute;dico com diagn&oacute;stico de hepatocarcionoma (CID C22.0) (Evento 1, LAUDO4, P&aacute;gina 4), com estadiamento segundo consenso da Barcelona Clinic Liver Cancer (BCLC) est&aacute;gio C e cirrose CHILD A por coinfec&ccedil;&atilde;o por hepatite B e C, conforme avalia&ccedil;&atilde;o em abril de 2024. Conforme relat&oacute;rio, a parte autora n&atilde;o tem indica&ccedil;&atilde;o de interven&ccedil;&atilde;o cir&uacute;rgica. Possui trombose tumoral no ramo da veia porta. N&atilde;o est&aacute; realizando nenhum tratamento, encontra-se em excelente estado geral (ECOG 0) e n&atilde;o se encontra internado. Nesse contexto, pleiteia tratamento paliativo com tremelimumabe e durvalumabe em primeira linha.</p>

<p style="text-align:justify">As neoplasias malignas hep&aacute;ticas prim&aacute;rias s&atilde;o o sexto tipo mais comum de neoplasia maligna e a quarta principal causa de morte relacionada ao c&acirc;ncer em todo o mundo. O carcinoma hepatocelular (CHC) representa 75 a 85% das neoplasias prim&aacute;rias do f&iacute;gado. Sua incid&ecirc;ncia global anual &eacute; estimada entre 500.000 e 1.000.000 novos casos, levando a 700.000 mortes por ano (1,2). A grande maioria dos casos (90%) est&aacute; associada ao desenvolvimento de cirrose. As infec&ccedil;&otilde;es cr&ocirc;nicas pelos v&iacute;rus da hepatite B e v&iacute;rus da hepatite C est&atilde;o envolvidas em mais de 80% dos casos de CHC (3).</p>

<p style="text-align:justify">O Brasil &eacute; considerado um pa&iacute;s com baixa incid&ecirc;ncia de CHC, com incid&ecirc;ncia anual de 3,5% em pacientes cirr&oacute;ticos (4). A cirrose hep&aacute;tica est&aacute; presente em 98% dos casos e as etiologias mais comuns foram infec&ccedil;&atilde;o cr&ocirc;nica por hepatite C (54%), hepatite B (16%) e alcoolismo (14%) (5). A cirrose, independentemente da etiologia, &eacute; o mais frequente fator de risco para o desenvolvimento de CHC, principalmente nos pacientes portadores de hepatite C.</p>

<p style="text-align:justify">O diagn&oacute;stico do CHC deve ser realizado, preferencialmente, por exames de imagem n&atilde;o invasivos, tais como a ultrassonografia (US), tomografia computadorizada (TC) ou resson&acirc;ncia magn&eacute;tica (RM), as quais tamb&eacute;m podem ser utilizadas para o estadiamento, conforme o m&eacute;todo proposto pelo &ldquo;Barcelona Clinic Liver Cancer Group&rdquo; (BCLC) (6). J&aacute; o diagn&oacute;stico anatomopatol&oacute;gico deve ser reservado para pacientes n&atilde;o cirr&oacute;ticos e para aquelas situa&ccedil;&otilde;es em que os exames de imagem sejam inconclusivos. Nestes casos, deve-se realizar o exame citopatol&oacute;gico ou histopatol&oacute;gico de esp&eacute;cime tumoral obtido por pun&ccedil;&atilde;o com agulha fina ou bi&oacute;psia hep&aacute;tica percut&acirc;nea, laparosc&oacute;pica ou a c&eacute;u aberto (7).</p>

<p style="text-align:justify">Para avaliar a extens&atilde;o da doen&ccedil;a, TC do t&oacute;rax e TC ou RM do abdome e pelve devem ser realizadas (8). Al&eacute;m disso, o potencial de ressec&ccedil;&atilde;o da les&atilde;o deve ser definido por estudo angiogr&aacute;fico hep&aacute;tico, podendo ser realizado por via convencional, por TC helicoidal (angioTC) ou por angioresson&acirc;ncia magn&eacute;tica (angioRM) (9).</p>

<p style="text-align:justify">A ressec&ccedil;&atilde;o &eacute; a principal op&ccedil;&atilde;o terap&ecirc;utica curativa para o paciente com CHC e com f&iacute;gado n&atilde;o cirr&oacute;tico (10). No entanto, a minoria dos pacientes (10% a 15%) apresentam condi&ccedil;&otilde;es cl&iacute;nicas e extens&atilde;o tumoral compat&iacute;veis com realiza&ccedil;&atilde;o deste procedimento cir&uacute;rgico no momento do diagn&oacute;stico. Portanto, o procedimento cir&uacute;rgico de ressec&ccedil;&atilde;o hep&aacute;tica ser&aacute; indicado conforme o estado cl&iacute;nico do paciente e da quantidade prevista de par&ecirc;nquima hep&aacute;tico restante, a qual deve ser de aproximadamente 10% do peso corporal. J&aacute; nos pacientes com CHC associado &agrave; cirrose, o transplante de f&iacute;gado (TxH) &eacute; considerado o tratamento curativo quando o paciente possui boa fun&ccedil;&atilde;o hep&aacute;tica (classifica&ccedil;&atilde;o Child-Pugh A, bilirrubinas normais e aus&ecirc;ncia de hipertens&atilde;o portal) (11).</p>

<p style="text-align:justify">A quimioterapia sist&ecirc;mica paliativa pode resultar em benef&iacute;cio cl&iacute;nico (aumento de sobrevida de 2 a 3 meses) e est&aacute; indicada para pacientes com doen&ccedil;a avan&ccedil;ada ou metast&aacute;tica e com boa capacidade funcional. Nessa situa&ccedil;&atilde;o o sorafenibe &eacute; o medicamento atual mais estudado (12). Para o tratamento em segunda linha pode ser empregado o regorafenibe, quando os pacientes apresentarem boa capacidade funcional (escores ECOG 0 ou 1) e tiverem apresentado falha terap&ecirc;utica ao uso de sorafenibe. Os pacientes com capacidade funcional comprometida (escore ECOG 3 ou 4) ou que apresentem grande extens&atilde;o de doen&ccedil;a n&atilde;o devem receber terapia antineopl&aacute;sica (13).</p>

Anexos

Nota Técnica 354572

PDF Nota Técnica