Nota	Tecnologia	Conclusão	Status
373009	Medicamento - TRASTUZUMABE ENTANSINA	Não favorável	Finalizada em 08/07/2025 15:16:48	Ver Nota

Paciente

Idade

Sexo *

Masculino

Feminino

Cidade *

Dados do Advogado do Autor

Nome do Advogado

Número OAB

Autor está representado por

Dados do Processo

Esfera/Órgão *

Vara/Serventia *

NT 373009

Esta tecnologia já foi finalizada e não pode mais ser editada

Diagnóstico Principal

CID *

Diagnóstico *

Meio(s) confirmatório(s) do diagnóstico já realizado(s) *

laudo médico.

Descrição da Tecnologia

Tipo da Tecnologia *

Registro na ANVISA? *

Situação do registro *

Nome comercial

Princípio Ativo *

Descrição *

Via de administração *

Posologia *

trastuzumabe entansina frascos de 100 mg, uso contínuo. Aplicar 360 mg EV a cada 21 dias por tempo indeterminado, ou seja, até progressão documentada de doença ou toxicidade inaceitável ao tratamento.

Uso contínuo?

Duração do tratamento

Unidade

Indicação em conformidade com a aprovada no registro? *

Previsto em Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Min. da Saúde para a situação clínica do demandante? *

O medicamento está inserido no SUS? *

O medicamento está incluído em *

Oncológico? *

Outras Tecnologias Disponíveis

Tecnologia

Descrever as opções disponíveis no SUS e/ou Saúde Suplementar *

<p>no SUS, a alternativa seria quimioterapia convencional.</p>

Existe Genérico? *

Existe Similar? *

Descrever as opções disponíveis de Genérico ou Similar *

Custo da Tecnologia

Tecnologia

Laboratório

Marca Comercial

Apresentação

Preço de Fábrica

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da Tecnologia - Tratamento Mensal

Tecnologia

Dose Diária Recomendada

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da tecnologia

Fonte do custo da tecnologia

Evidências e resultados esperados

Tecnologia

Evidências sobre a eficácia e segurança da tecnologia *

<p style="text-align: justify;">Efetividade, efic&aacute;cia e seguran&ccedil;a:&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">O trastuzumabe entansina (T-DM1) &eacute; um composto que envolve o trastuzumabe (anticorpo monoclonal) contra o alvo HER2 e a entansina (DM1- quimioter&aacute;pico). A conjuga&ccedil;&atilde;o de DM1 a trastuzumabe confere seletividade do agente citot&oacute;xico para c&eacute;lulas tumorais que superexpressam HER2, aumentando assim a veicula&ccedil;&atilde;o intracelular de DM1 diretamente &agrave;s c&eacute;lulas malignas <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?egvo26">(10)</a>.<br />
O T-DM1 foi avaliado teve sua efic&aacute;cia avaliada no estudo aberto, de fase III denominado EMILIA. Esse estudo randomizou 991 pacientes para o tratamento de segunda linha do c&acirc;ncer de mama avan&ccedil;ado e em progress&atilde;o ap&oacute;s o uso de trastuzumabe com T-DM1 ou a combina&ccedil;&atilde;o lapatinibe em associa&ccedil;&atilde;o com capecitabina. &Eacute; digno de nota que o f&aacute;rmaco lapatinibe n&atilde;o est&aacute; dispon&iacute;vel no SUS. Com seguimento mediano de 19 meses, o estudo mostrou-se positivo em seus desfechos prim&aacute;rios com diferen&ccedil;a estatisticamente significativa em sobrevida global (30,9 vs. 25,1 meses; P&lt;0,001) e sobrevida livre de progress&atilde;o (9,6 vs. 6,4 meses; P&lt;0,001) a favor do tratamento com T-DM1. Al&eacute;m disso, a taxa de resposta objetiva foi maior no grupo T-DM1: 43,6% vs. 30,8% (P&lt;0,001), com um n&uacute;mero necess&aacute;rio para tratar de aproximadamente 8 pacientes para atingir uma resposta objetiva. Neste estudo, os eventos adversos de graus 3 ou 4 foram maiores no grupo tratado com lapatinibe e capecitabina do que com T-DM1 (57% vs. 41%). A incid&ecirc;ncia de trombocitopenia e aumento de enzimas hep&aacute;ticas foi maior com T-DM1 (na maioria dos casos de f&aacute;cil manejo e sem necessidade de redu&ccedil;&atilde;o/interrup&ccedil;&atilde;o de tratamento); enquanto que pacientes tratados com lapatinibe e capecitabina apresentaram maior incid&ecirc;ncia de s&iacute;ndrome m&atilde;o-p&eacute;, n&aacute;usea, v&ocirc;mito e diarr&eacute;ia <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?JLB9gO">(11)</a>.<br />
O ensaio cl&iacute;nico TH3RESA, randomizou 602 pacientes com c&acirc;ncer de mama localmente avan&ccedil;ado, recorrente ou metast&aacute;tico, irressec&aacute;vel, em uma propor&ccedil;&atilde;o de 2:1 para receber T-DM1 ou uma terapia escolhida pelo m&eacute;dico <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?12NvA9">(12,13)</a>. Todos os pacientes tiveram progress&atilde;o em pelo menos dois regimes terap&ecirc;uticos direcionados ao HER2 (com progress&atilde;o em ambos os regimes contendo trastuzumabe e lapatinibe). A maioria dos pacientes designados para escolha do m&eacute;dico recebeu trastuzumabe em associa&ccedil;&atilde;o &agrave; quimioterapia citot&oacute;xica (68%). Comparados ao tratamento com a escolha do m&eacute;dico, os pacientes tratados com T-DM1 apresentaram melhora na sobrevida livre de progress&atilde;o (mediana de 6,2 versus 3,3 meses; hazard ratio [HR] 0,53; IC95% de 0,42 a 0,66). Essa melhora na sobrevida livre de progress&atilde;o foi observada tanto em rela&ccedil;&atilde;o aos pacientes expostos ao trastuzumabe como nos n&atilde;o expostos quando avaliamos o grupo randomizado para a escolha do m&eacute;dico. Tamb&eacute;m houve melhora na sobrevida global (mediana de 22,7 versus 15,8 meses; HR 0,68, IC95% de 0,54 a 0,85). Al&eacute;m disso, o tratamento com T-DM1 n&atilde;o foi associado a um aumento na incid&ecirc;ncia de eventos adversos graves (grau 3/4).</p>

<p style="text-align: justify;">&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">Custo:&nbsp;</p>

<table>
	<tbody>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align: center;">Item</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">Descri&ccedil;&atilde;o</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">Quantidade</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">Valor unit&aacute;rio</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">Valor Anual</p>
			</td>
		</tr>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align: center;">Trastuzumabe Entansina</p>

			<p style="text-align: center;">(Kadcyla&reg;)</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">100 MG PO LIOF SOL INJ IV CT FA VD TRANS</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">36</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">R$ 7.267,95</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">R$ 261.646,20</p>
			</td>
		</tr>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align: center;">Trastuzumabe Entansina</p>

			<p style="text-align: center;">(Kadcyla&reg;)</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">160 MG PO LIOF SOL INJ IV CT FA VD TRANS</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">18</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">R$ 11.628,72</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">R$ 209.316,96</p>
			</td>
		</tr>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align: center;">TOTAL</p>
			</td>
			<td colspan="4">
			<p style="text-align: center;">R$ 470.963,16</p>
			</td>
		</tr>
	</tbody>
</table>

<p style="text-align: justify;">* Valor unit&aacute;rio considerado a partir de consulta de pre&ccedil;o da tabela CMED. Pre&ccedil;o m&aacute;ximo de venda ao governo (PMVG) no Rio Grande do Sul (ICMS 17%). O PMVG &eacute; o resultado da aplica&ccedil;&atilde;o do Coeficiente de Adequa&ccedil;&atilde;o de Pre&ccedil;os (CAP) sobre o Pre&ccedil;o F&aacute;brica &ndash; PF, PMVG = PF*(1-CAP). O CAP, regulamentado pela Resolu&ccedil;&atilde;o n&ordm;. 3, de 2 de mar&ccedil;o de 2011, &eacute; um desconto m&iacute;nimo obrigat&oacute;rio a ser aplicado sempre que forem realizadas vendas de medicamentos constantes do rol anexo ao Comunicado n&ordm; 15, de 31 de agosto de 2017 - Vers&atilde;o Consolidada ou para atender ordem judicial. Conforme o Comunicado CMED n&ordm; 5, de 21 de dezembro de 2020, o CAP &eacute; de 21,53%. Alguns medicamentos possuem isen&ccedil;&atilde;o de ICMS para aquisi&ccedil;&atilde;o por &oacute;rg&atilde;os da Administra&ccedil;&atilde;o P&uacute;blica Direta Federal, Estadual e Municipal, conforme Conv&ecirc;nio ICMS n&ordm; 87/02, sendo aplicado o benef&iacute;cio quando cab&iacute;vel.<br />
&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">O trastuzumabe entansina &eacute; produzido pela empresa Produtos Roche Qu&iacute;micos e Farmac&ecirc;uticos S.A sob o nome comercial Kadcyla&reg; na forma farmac&ecirc;utica de solu&ccedil;&atilde;o injet&aacute;vel para infus&atilde;o intravenosa em frascos de 100 mg/5mL e 160 mg/8mL. A partir de consulta &agrave; tabela da CMED, no site da ANVISA, realizada no momento de cria&ccedil;&atilde;o desta nota, e considerando a prescri&ccedil;&atilde;o m&eacute;dica, foi constru&iacute;da a tabela acima estimando o custo anual do tratamento.<br />
Um estudo de custo-efetividade avaliou o tratamento com T-DM1 em segunda linha para c&acirc;ncer de mama avan&ccedil;ado, HER2 positivo, em pacientes previamente tratados com trastuzumabe e taxano em compara&ccedil;&atilde;o a combina&ccedil;&atilde;o lapatinibe mais capecitabina, sob as perspectivas do pagador e da sociedade norte-americana <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?mkWqqq">(14)</a>. A raz&atilde;o de custo-efetividade incremental (RCEI) foi de US$ 220.385,00 e US$ 183.828,00 por QALY (do ingl&ecirc;s quality adjusted life years, anos de vida ajustados por qualidade) ganho, concluindo que o T-DM1 n&atilde;o foi custo efetivo com um limite de disposi&ccedil;&atilde;o para pagar de US$ 150.000 por QALY ganho.<br />
O National Institute for Health and Care Excellence (NICE) do sistema de sa&uacute;de brit&acirc;nico conclui que o T-DM1 foi eficaz em aumentar a sobrevida global em 4 meses, com maior tolerabilidade ao tratamento e menor incid&ecirc;ncia de eventos adversos em rela&ccedil;&atilde;o ao tratamento com lapatinibe e capecitabina para o cen&aacute;rio de segunda linha de tratamento <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?JpNvkt">(15)</a>. No entanto, a raz&atilde;o incremental de custo-efetividade foi estimada em cerca de &pound; 167.000,00 por QALY ganho, valor considerado muito acima do usualmente considerado como &ldquo;uso custo-efetivo dos recursos do NHS&rdquo;. Mesmo ap&oacute;s nova proposta pelo fabricante, que incorporou &agrave; an&aacute;lise um desconto confidencial de pre&ccedil;o, a medica&ccedil;&atilde;o n&atilde;o pode ser considerada como custo-efetiva, e o tratamento n&atilde;o foi recomendado para uso no NHS naquele momento. Houve ent&atilde;o uma re-submiss&atilde;o da proposta pelo fabricante, considerando novo esquema de pre&ccedil;os e financiamento pelo Cancer Drug Fund. Ap&oacute;s essa nova submiss&atilde;o, considerando novos esquemas de pre&ccedil;o e de acesso, o comit&ecirc; concluiu que a RCEI mais plaus&iacute;vel para trastuzumabe entansina em compara&ccedil;&atilde;o com trastuzumabe mais capecitabina estava dentro da faixa que normalmente seria considerada custo-efetiva quando eram aplicados crit&eacute;rios de fim de vida, e foi autorizado o uso do f&aacute;rmaco nesse sistema de sa&uacute;de.<br />
O painel da Canadian Agency for Drugs &amp; Technologies in Health (CADTH) do Canadá reconheceu o benef&iacute;cio do uso do T-DM1 como tratamento de segunda linha para pacientes com HER2 positivo metast&aacute;tico ou localmente avan&ccedil;ado n&atilde;o ressec&aacute;vel, que tenham recebido tratamento pr&eacute;vio com trastuzumabe e um taxano e com status de desempenho ECOG de 0 ou 1. Entretanto, a raz&atilde;o incremental de custo efetividade apresentou valores sempre acima de CA$ 145.403,00 por QALY ganho e, por conta disso, a recomenda&ccedil;&atilde;o final foi aprovar seu uso apenas ap&oacute;s redu&ccedil;&atilde;o de custo <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?GPQ0NT">(16)</a>.<br />
A Conitec emitiu relat&oacute;rio preliminar em maio de 2022. Como parte da an&aacute;lise, foi constru&iacute;do um modelo de sobrevida particionada para a compara&ccedil;&atilde;o de trastuzumabe entansina versus quimioterapia ou trastuzumabe em associa&ccedil;&atilde;o com quimioterapia em pacientes com c&acirc;ncer de mama HER2 positivo metast&aacute;tico ou localmente avan&ccedil;ado irressec&aacute;vel, com tratamento pr&eacute;vio de trastuzumabe e um taxano <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?CruJpB">(8)</a>.&nbsp; No cen&aacute;rio principal em que foi empregado, houve um ganho em ano de vida de 0,84 e em ano de vida ajustado pela qualidade de 0,56, a um custo adicional de R$ 256.137, resultando nas RCEI de R$ 305.282 por ano de vida salvo e R$ 458.370 por ano de vida salvo ajustado pela qualidade. &Eacute; importante ressaltar que, apesar de os resultados de RCEI serem apresentados por ano de vida salvo ou ano de vida salvo ajustado pela qualidade, a sobrevida adicional &eacute; inferior a 12 meses. No mesmo relat&oacute;rio foi estimado um impacto de R$ 483.110.715 em cinco anos com a incorpora&ccedil;&atilde;o de trastuzumabe entansina quando o comparador &eacute; somente quimioterapia e de R$ 541.160.632 quando o comparador utilizado &eacute; trastuzumabe em associa&ccedil;&atilde;o com quimioterapia.</p>

<p style="text-align: justify;">Os membros da Conitec, em sua 110&ordf; reuni&atilde;o ordin&aacute;ria de 06 de julho de 2022, deliberaram por maioria simples pela recomenda&ccedil;&atilde;o de n&atilde;o incorpora&ccedil;&atilde;o do trastuzumabe entansina para o tratamento de pacientes com c&acirc;ncer de mama HER2 positivo metast&aacute;tico ou localmente avan&ccedil;ado e irressec&aacute;vel que tenham recebido tratamento pr&eacute;vio com trastuzumabe e um taxano <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?C2L6S9">(8)</a>.</p>

Benefício/efeito/resultado esperado da tecnologia *

<p style="text-align: justify;">aumento da taxa de resposta, ganho em sobrevida livre de progress&atilde;o da doen&ccedil;a e ganho em sobrevida global estimado em cerca de 6 meses em rela&ccedil;&atilde;o ao tratamento com lapatinibe e capecitabina.</p>

Recomendações da CONITEC para a situação clínica do demandante *

Conclusão

Tecnologia

Conclusão Justificada *

Conclusão *

<p style="text-align: justify;">Inicialmente, cabe contar que a avalia&ccedil;&atilde;o de manuten&ccedil;&atilde;o de tratamento j&aacute; em uso configura uma decis&atilde;o particularmente complexa. Apesar de avaliarmos o caso individual, entendemos que a conclus&atilde;o da avalia&ccedil;&atilde;o t&eacute;cnica deve alicer&ccedil;ar-se fundamentalmente na avalia&ccedil;&atilde;o de benef&iacute;cios a partir da literatura m&eacute;dica para pacientes de mesmo cen&aacute;rio cl&iacute;nico candidatos ao tratamento, tanto para quest&otilde;es de efetividade, custo-efetividade, e impacto or&ccedil;ament&aacute;rio. O uso de trastuzumabe entansina como terapia sist&ecirc;mica para pacientes com diagn&oacute;stico de carcinoma de mama HER2 positivo, previamente tratados com trastuzumabe, est&aacute; embasado em um estudo de compara&ccedil;&atilde;o com a combina&ccedil;&atilde;o lapatinibe mais capecitabina, demonstrando benef&iacute;cios cl&iacute;nicos nos desfechos de efic&aacute;cia e seguran&ccedil;a avaliados, com aumento marginal da sobrevida global (cerca de 6 meses) e da sobrevida livre de progress&atilde;o (cerca de 3 meses).</p>

<p style="text-align: justify;">O f&aacute;rmaco pleiteado apresenta um perfil de custo-efetividade muito desfavor&aacute;vel - ou seja, o benef&iacute;cio ganho com a sua incorpora&ccedil;&atilde;o n&atilde;o ultrapassa o benef&iacute;cio perdido pelo deslocamento de outras interven&ccedil;&otilde;es em sa&uacute;de que poderiam ser adquiridas com o mesmo investimento, perfazendo portanto mau uso dos recursos dispon&iacute;veis ao sistema. Ag&ecirc;ncias de avalia&ccedil;&atilde;o de tecnologias de outros pa&iacute;ses recomendaram a incorpora&ccedil;&atilde;o do f&aacute;rmaco em seus sistemas apenas ap&oacute;s acordo de redu&ccedil;&atilde;o de pre&ccedil;o. No Brasil, o &oacute;rg&atilde;o p&uacute;blico institu&iacute;do para assessorar o Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de na incorpora&ccedil;&atilde;o de novas tecnologias no SUS (CONITEC) j&aacute; realizou sua avalia&ccedil;&atilde;o para o tratamento pleiteado estimando RCEI de mais de 450 mil reais por QALY ganho, al&eacute;m de elevado impacto or&ccedil;ament&aacute;rio, impedindo assim a incorpora&ccedil;&atilde;o dessa tecnologia no cen&aacute;rio nacional. Finalmente, mesmo em decis&atilde;o isolada, &eacute; elevado, com potencial de comprometimento de recursos p&uacute;blicos extra&iacute;dos da coletividade - recursos p&uacute;blicos que s&atilde;o escassos e que possuem destina&ccedil;&otilde;es or&ccedil;ament&aacute;rias com pouca margem de realoca&ccedil;&atilde;o, e cujo uso inadequado pode acarretar preju&iacute;zos a toda a popula&ccedil;&atilde;o assistida pelo SUS.</p>

<p style="text-align: justify;">Compreende-se o desejo do paciente e da equipe assistente de buscar tratamento para uma doen&ccedil;a cuja expectativa de vida &eacute; baixa na situa&ccedil;&atilde;o cl&iacute;nica apresentada. No entanto, frente ao modesto benef&iacute;cio incremental estimado; &agrave; estimativa de perfil de custo-efetividade desfavor&aacute;vel; ao alto impacto or&ccedil;ament&aacute;rio mesmo em decis&atilde;o isolada; e na aus&ecirc;ncia de avalia&ccedil;&atilde;o pela Comiss&atilde;o Nacional de Incorpora&ccedil;&atilde;o de Tecnologias no Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de, entendemos que se imp&otilde;e o presente parecer desfavor&aacute;vel.</p>

<p style="text-align: justify;">Sobre eventual efeito da interrup&ccedil;&atilde;o do tratamento j&aacute; institu&iacute;do restam incertezas cl&iacute;nicas. N&atilde;o h&aacute; evid&ecirc;ncias sobre tais efeitos. Tampouco identificamos necessidade de suspens&atilde;o gradual. O principal risco com a suspens&atilde;o do tratamento &eacute; o de progress&atilde;o da doen&ccedil;a, risco este que tamb&eacute;m pode ocorrer na vig&ecirc;ncia do tratamento, n&atilde;o sendo poss&iacute;vel garantir, para o caso espec&iacute;fico e conforme os princ&iacute;pios da medicina baseada em evid&ecirc;ncias, que qualquer melhora cl&iacute;nica observada seja inequivocamente causada pelo tratamento.<br />
&nbsp;</p>

Há evidências científicas? *

Considera-se urgência as situações de ocorrência imprevista de agravo à saúde, com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita da assistência médica imediata (Resolução CFM 1451/95)

Justifica-se a alegação de urgência, conforme definição de Urgência e Emergência do CFM? *

Justificativa *

Referências bibliográficas *

<p style="text-align: justify;">1. INCA. Estimativa 2020 - Incid&ecirc;ncia de c&acirc;ncer no Brasil [Internet]. 2019 [citado 7 de mar&ccedil;o de 2023]. Dispon&iacute;vel em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/estimativa-2020-incidencia-de-cancer-no-brasil.pdf</p>

<p style="text-align: justify;">2. National Comprehensive Cancer Network. NCCN Clinical Practice Guidelines in Oncology&mdash;Breast Cancer (version 2.2023). [Internet]. 2023. Dispon&iacute;vel em: https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/pdf/breast.pdf</p>

<p style="text-align: justify;">3. Schott A. Systemic treatment for HER2-positive metastatic breast cancer. UpToDate Waltham, MA: UpToDate. 2023;</p>

<p style="text-align: justify;">4. McAndrew NP, Finn RS. Management of ER positive metastatic breast cancer. Em Elsevier; 2020.</p>

<p style="text-align: justify;">5. Tolaney SM, Krop IE. Mechanisms of trastuzumab resistance in breast cancer. Anticancer Agents Med Chem. mar&ccedil;o de 2009;9(3):348&ndash;55.</p>

<p style="text-align: justify;">6. Giordano SH, Temin S, Chandarlapaty S, Crews JR, Esteva FJ, Kirshner JJ, et al. Systemic Therapy for Patients With Advanced Human Epidermal Growth Factor Receptor 2-Positive Breast Cancer: ASCO Clinical Practice Guideline Update. J Clin Oncol Off J Am Soc Clin Oncol. 10 de setembro de 2018;36(26):2736&ndash;40.</p>

<p style="text-align: justify;">7. Reinert T, Cruz M, Barrios CH. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Oncologia Cl&iacute;nica - Mama: Doen&ccedil;a Metast&aacute;tica. Sociedade Brasileira de Oncologia Cl&iacute;nica; 2020.</p>

<p style="text-align: justify;">8. Comiss&atilde;o Nacional de Incorpora&ccedil;&atilde;o de Tecnologias no SUS (CONITEC). Relat&oacute;rio de Recomenda&ccedil;&atilde;o: Trastuzumabe entansina em monoterapia para tratamento de pacientes com c&acirc;ncer de mama HER2-positivo metast&aacute;tico ou localmente avan&ccedil;ado irressec&aacute;vel, com tratamento pr&eacute;vio de trastuzumabe e um taxano [Internet]. 2022. Dispon&iacute;vel em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/relatorios/2022/20220912_relatorio_752_t-dm1_metastatico.pdf</p>

<p style="text-align: justify;">9. Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de. Secretaria de Aten&ccedil;&atilde;o &agrave; Sa&uacute;de. Portaria Conjunta No. 19 de 3 de julho de 2018. Aprova as diretrizes diagn&oacute;sticas e terap&ecirc;uticas do carcinoma de mama [Internet]. 2018. Dispon&iacute;vel em: https://www.saude.gov.br/images/pdf/2018/julho/16/Portaria-Conjunta-n-19--PCDT-Carcinoma-de-Mama.pdf</p>

<p style="text-align: justify;">10. Ado-trastuzumab emtansine: Drug information - UpToDate [Internet]. UpToDate. Waltham, MA: UpToDate. [citado 3 de mar&ccedil;o de 2023]. Dispon&iacute;vel em: https://www.uptodate.com/contents/ado-trastuzumab-emtansine-drug-information</p>

<p style="text-align: justify;">11. Verma S, Miles D, Gianni L, Krop IE, Welslau M, Baselga J, et al. Trastuzumab emtansine for HER2-positive advanced breast cancer. N Engl J Med. 8 de novembro de 2012;367(19):1783&ndash;91.</p>

<p style="text-align: justify;">12. Krop IE, Kim SB, Gonz&aacute;lez-Mart&iacute;n A, LoRusso PM, Ferrero JM, Smitt M, et al. Trastuzumab emtansine versus treatment of physician&rsquo;s choice for pretreated HER2-positive advanced breast cancer (TH3RESA): a randomised, open-label, phase 3 trial. Lancet Oncol. junho de 2014;15(7):689&ndash;99.</p>

<p style="text-align: justify;">13. Krop IE, Kim SB, Martin AG, LoRusso PM, Ferrero JM, Badovinac-Crnjevic T, et al. Trastuzumab emtansine versus treatment of physician&rsquo;s choice in patients with previously treated HER2-positive metastatic breast cancer (TH3RESA): final overall survival results from a randomised open-label phase 3 trial. Lancet Oncol. junho de 2017;18(6):743&ndash;54.</p>

<p style="text-align: justify;">14. Le QA, Bae YH, Kang JH. Cost-effectiveness analysis of trastuzumab emtansine (T-DM1) in human epidermal growth factor receptor 2 (HER2): positive advanced breast cancer. Breast Cancer Res Treat. outubro de 2016;159(3):565&ndash;73.</p>

<p style="text-align: justify;">15. National Institute for Health and Care Excellence. Trastuzumab emtansine for treating HER2-positive advanced breast cancer after trastuzumab and a taxane. Technology appraisal guidance [TA458]. [Internet]. 2017. Dispon&iacute;vel em: https://www.nice.org.uk/guidance/ta458/chapter/1-Recommendations.</p>

<p style="text-align: justify;">16. Canadian Agency for Drugs and Technologies in Health (CADTH). Trastuzumab emtansine for Metastatic Breast Cancer &ndash; Details (pCODR 10024) [Internet]. 2014. Dispon&iacute;vel em: https://www.cadth.ca/kisqali-fulvestrant-advanced-or-metastatic-breast-cancer-details</p>

NatJus Responsável *

Instituição Responsável *

Nota técnica elaborada com apoio de tutoria? *

Outras Informações *

<p style="text-align: justify;">Conforme documenta&ccedil;&atilde;o m&eacute;dica juntada aos autos , a paciente possui diagn&oacute;stico de c&acirc;ncer de mama metast&aacute;tico, HER2 positivo. J&aacute; foi tratada com trastuzumabe e pertuzumabe por quatro anos, com progress&atilde;o da doen&ccedil;a confirmada por bi&oacute;psia de linfonodo supraclavicular. Nessa situa&ccedil;&atilde;o, pleiteia tratamento paliativo com trastuzumabe entansina, j&aacute; em uso atrav&eacute;s de antecipa&ccedil;&atilde;o de tutela desde abril de 2024. Existe laudo descrevendo que, ap&oacute;s cinco ciclos, apresentou resposta cl&iacute;nica completa, sem toxicidades impeditivas ao tratamento (Evento 74, LAUDO4).</p>

<p style="text-align: justify;">O c&acirc;ncer de mama &eacute; o segundo tipo de neoplasia mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, ficando atr&aacute;s apenas do c&acirc;ncer de pele n&atilde;o melanoma. Apenas no ano de 2020, estimou-se a ocorr&ecirc;ncia de 66.280 casos novos de c&acirc;ncer da mama no Brasil. &Eacute; considerado um c&acirc;ncer de bom progn&oacute;stico, quando diagnosticado e tratado precocemente. No entanto, quando diagnosticado em est&aacute;gios avan&ccedil;ados, com met&aacute;stases sist&ecirc;micas, &eacute; considerado como incur&aacute;vel. O c&acirc;ncer de mama tem seu comportamento e tratamento definidos pela localiza&ccedil;&atilde;o, caracter&iacute;sticas histopatol&oacute;gicas e imunohistoqu&iacute;micas do tumor, idade de apresenta&ccedil;&atilde;o e estadiamento. A sobrevida m&eacute;dia ap&oacute;s cinco anos do diagn&oacute;stico, em pa&iacute;ses desenvolvidos, &eacute; de aproximadamente 85%. No Brasil, a sobrevida aproximada &eacute; de 80% <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?8334VJ">(1)</a>.</p>

<p style="text-align: justify;">As op&ccedil;&otilde;es terap&ecirc;uticas do c&acirc;ncer de mama incluem cirurgia do tumor prim&aacute;rio, linfonodos regionais e, em casos selecionados, das met&aacute;stases; radioterapia; hormonioterapia; quimioterapia; e tratamento com drogas alvo tais como anticorpos monoclonais <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?GubMhL">(2)</a>. O tratamento sist&ecirc;mico pode ser pr&eacute;vio (tamb&eacute;m dito neoadjuvante) ou adjuvante (ap&oacute;s a cirurgia e a radioterapia).&nbsp; Quando o status do HER-2 tumoral &eacute; categorizado como positivo est&aacute; indicada a terapia direcionada a esse alvo. Em mulheres com c&acirc;ncer de mama metast&aacute;tico HER2-positivo, o tratamento objetiva a melhora da qualidade de vida e o aumento da sobrevida, usando terapias que incluem quimioterapia, hormonioterapia e medica&ccedil;&otilde;es alvo <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?3T1QLg">(3,4)</a>.<br />
Embora o trastuzumabe, em combina&ccedil;&atilde;o com quimioterapia, seja considerado o tratamento de primeira linha para os pacientes com c&acirc;ncer de mama inicial HER2 positivo, aproximadamente 15% dos pacientes ter&atilde;o a progress&atilde;o da doen&ccedil;a ap&oacute;s a terapia com trastuzumabe adjuvante <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?KiqhSm">(5)</a>. Nestes casos de falha ao tratamento de primeira linha tendo como alvo o receptor HER2 e progress&atilde;o durante ou ap&oacute;s a terapia com trastuzumabe e taxano, as diretrizes da American Society of Clinical Oncology (ASCO) recomendam uma segunda linha de tratamento, tamb&eacute;m baseada em terapia-alvo para o HER2, combinada &agrave; quimioterapia, ou em combina&ccedil;&atilde;o de duas terapias-alvo HER2 <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?UwaDnr">(6)</a>.<br />
A diretriz da Sociedade Brasileira de Oncologia Cl&iacute;nica recomenda para pacientes que apresentam progress&atilde;o de doen&ccedil;a ap&oacute;s trastuzumabe e pertuzumabe, suspender tal terapia e iniciar tratamento de segunda linha com trastuzumabe entansina (T-DM1). Outra alternativa descrita naquele documento, em caso de indisponibilidade do T-DM1, seria a combina&ccedil;&atilde;o de lapatinibe e capecitabina <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?Xb7VHN">(7)</a>. No entanto, conforme as&nbsp; Diretrizes Terap&ecirc;uticas do Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de para c&acirc;ncer de mama,&nbsp; o uso de trastuzumabe entansina no tratamento do c&acirc;ncer de mama avan&ccedil;ado (metast&aacute;tico ou recidivado) com&nbsp; progress&atilde;o tumoral ap&oacute;s o uso de trastuzumabe deve ser submetido &agrave; an&aacute;lise pela Comiss&atilde;o Nacional de Incorpora&ccedil;&atilde;o de Tecnologias no SUS (CONITEC), para avaliar sua efic&aacute;cia, efetividade, custo-efetividade e custo-oportunidade <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?xN1ibO">(8)</a>.</p>

Anexos

Nota Técnica 373009

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