Nota	Tecnologia	Conclusão	Status
378199-A	Produto - Órteses, Próteses e Materiais Especiais	Não favorável	Finalizada em 21/07/2025 09:34:27	Ver Nota
378199-B	Procedimento - 0301050023 - ASSISTÊNCIA DOMICILIAR POR EQUIPE MULTIPROFISSIONAL.	Não favorável	Finalizada em 21/07/2025 09:39:59	Ver Nota

Paciente

Idade

Sexo *

Masculino

Feminino

Cidade *

Dados do Advogado do Autor

Nome do Advogado

Número OAB

Autor está representado por

Dados do Processo

Esfera/Órgão *

Vara/Serventia *

Esta tecnologia já foi finalizada e não pode mais ser editada

Diagnóstico Principal

CID *

Diagnóstico *

Meio(s) confirmatório(s) do diagnóstico já realizado(s) *

laudo médico.

Descrição da Tecnologia

Tipo da Tecnologia *

Registro na ANVISA? *

Situação do registro *

Nome comercial

Princípio Ativo *

Descrição *

Via de administração *

Posologia *

Uso contínuo?

Duração do tratamento

Unidade

Indicação em conformidade com a aprovada no registro? *

Previsto em Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Min. da Saúde para a situação clínica do demandante? *

O produto está inserido no SUS? *

O produto está incluído em *

Oncológico? *

Outras Tecnologias Disponíveis

Tecnologia

Descrever as opções disponíveis no SUS e/ou Saúde Suplementar *

<p>n&atilde;o h&aacute;.</p>

Existe Genérico? *

Existe Similar? *

Descrever as opções disponíveis de Genérico ou Similar *

Custo da Tecnologia

Tecnologia

Laboratório

Marca Comercial

Apresentação

Preço de Fábrica

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da Tecnologia - Tratamento Mensal

Tecnologia

Dose Diária Recomendada

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da tecnologia

Fonte do custo da tecnologia

Evidências e resultados esperados

Tecnologia

Evidências sobre a eficácia e segurança da tecnologia *

<p style="text-align: justify;">Efetividade, efic&aacute;cia e seguran&ccedil;a:&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">O CPAP (Continuous Positive Airway Pressure) &eacute; um dos tipos de respiradores mec&acirc;nicos usados no suporte ventilat&oacute;rio por press&atilde;o, tipicamente empregados para a ventila&ccedil;&atilde;o n&atilde;o invasiva. Semelhante a um compressor, ele tem a capacidade de gerar um fluxo de ar para o paciente fazendo com que a press&atilde;o nas vias a&eacute;reas do indiv&iacute;duo fique sempre positiva. O aparelho trabalha com um n&iacute;vel de press&atilde;o constante. Normalmente o ar &eacute; administrado atrav&eacute;s de uma m&aacute;scara nasal ou facial, que o paciente deve usar, no caso da apn&eacute;ia do sono, durante toda a noite. Essa press&atilde;o positiva estimula a normaliza&ccedil;&atilde;o do ritmo de respira&ccedil;&atilde;o, evitando, sobretudo, momentos apn&eacute;icos, sem respira&ccedil;&atilde;o. A configura&ccedil;&atilde;o do respirador e sua parametriza&ccedil;&atilde;o dependem de v&aacute;rios fatores e tem de ser ajustada ao paciente.</p>

<p style="text-align: justify;">Uma s&eacute;rie de tr&ecirc;s casos cl&iacute;nicos de pacientes com esclerose lateral amiotr&oacute;fica (ELA) em est&aacute;gio terminal de fal&ecirc;ncia muscular respirat&oacute;ria avaliou a viabilidade do uso da ventila&ccedil;&atilde;o n&atilde;o invasiva (NIV) em modo cont&iacute;nuo e com configura&ccedil;&otilde;es completas (full-setting) como alternativa &agrave; traqueostomia, permitindo manejo domiciliar at&eacute; o fim da vida (7). Os autores justificam a import&acirc;ncia do trabalho ressaltando que, at&eacute; ent&atilde;o, esse tipo de abordagem havia sido descrita apenas em um centro nos Estados Unidos, sendo necess&aacute;rio mostrar que ela &eacute; fact&iacute;vel tamb&eacute;m em outros contextos, como na Am&eacute;rica do Sul.</p>

<p style="text-align: justify;">A metodologia consistiu na apresenta&ccedil;&atilde;o de tr&ecirc;s pacientes caucasianos diagnosticados com ELA. Todos os pacientes recusaram a realiza&ccedil;&atilde;o de traqueostomia, optando por utilizar ventila&ccedil;&atilde;o n&atilde;o invasiva com press&atilde;o inspirat&oacute;ria entre 16 e 20 cmH₂O e press&atilde;o expirat&oacute;ria de 4 a 6 cmH₂O, com frequ&ecirc;ncia respirat&oacute;ria de backup de 16 incurs&otilde;es por minuto. A equipe monitorou a progress&atilde;o cl&iacute;nica por meio de medidas seriadas da capacidade vital (VC), press&otilde;es respirat&oacute;rias m&aacute;ximas (MIP e MEP), gasometria arterial e satura&ccedil;&atilde;o de oxig&ecirc;nio, al&eacute;m do uso de dispositivos de assist&ecirc;ncia &agrave; tosse. O manejo foi realizado no domic&iacute;lio, com envolvimento ativo das fam&iacute;lias.</p>

<p style="text-align: justify;">Os resultados mostraram que todos os pacientes tornaram-se dependentes de NIV cont&iacute;nua por per&iacute;odos que variaram de 15 a 27 meses. Mesmo ap&oacute;s a perda completa da capacidade vital mensur&aacute;vel, foi poss&iacute;vel manter n&iacute;veis normais de di&oacute;xido de carbono (PaCO₂ entre 38 e 41 mmHg) e satura&ccedil;&atilde;o perif&eacute;rica de oxig&ecirc;nio ao redor de 97%, demonstrando efic&aacute;cia da ventila&ccedil;&atilde;o n&atilde;o invasiva mesmo na aus&ecirc;ncia de for&ccedil;a respirat&oacute;ria residual. Durante o acompanhamento, os pacientes apresentaram infec&ccedil;&otilde;es respirat&oacute;rias tratadas com sucesso em casa, sem necessidade de hospitaliza&ccedil;&atilde;o. Em todos os casos, a fala foi preservada gra&ccedil;as ao suporte ventilat&oacute;rio. Os pacientes faleceram subitamente em casa, com n&iacute;veis normais de oxigena&ccedil;&atilde;o, sem sinais de sofrimento agudo, refor&ccedil;ando a possibilidade de uma morte tranquila em ambiente familiar.</p>

<p style="text-align: justify;">Entre as limita&ccedil;&otilde;es do estudo, os autores destacam o pequeno n&uacute;mero de casos, que impede generaliza&ccedil;&otilde;es, e a aus&ecirc;ncia de um grupo comparativo, o que restringe as conclus&otilde;es quanto &agrave; superioridade da estrat&eacute;gia adotada. Tamb&eacute;m n&atilde;o foram aplicados instrumentos padronizados de avalia&ccedil;&atilde;o da qualidade de vida, embora os relatos dos pacientes e familiares tenham sido positivos. Outra limita&ccedil;&atilde;o importante &eacute; o vi&eacute;s de sele&ccedil;&atilde;o: os pacientes inclu&iacute;dos mostraram boa ades&atilde;o ao tratamento, contavam com suporte familiar adequado e aceitaram interven&ccedil;&otilde;es como gastrostomia, caracter&iacute;sticas que podem n&atilde;o estar presentes em todas as situa&ccedil;&otilde;es cl&iacute;nicas. Al&eacute;m disso, os dados econ&ocirc;micos, embora discutidos, n&atilde;o foram apresentados com uma metodologia sistem&aacute;tica de an&aacute;lise de custo-efetividade.</p>

<p style="text-align: justify;">N&atilde;o foram encontrados estudos mostrando manejo com uso de CPAP em pacientes com diagn&oacute;stico de ELA associada a SAHOS.</p>

<p style="text-align: justify;">Nos pacientes com SAHOS, o CPAP &eacute; a terapia de escolha. O CPAP fornece uma press&atilde;o constante ao longo do ciclo respirat&oacute;rio e o principal efeito do CPAP nesta condi&ccedil;&atilde;o &eacute; a manuten&ccedil;&atilde;o da pot&ecirc;ncia das vias a&eacute;reas superiores, evitando eventos obstrutivos e hipopneias e permitindo que a oxigena&ccedil;&atilde;o e a ventila&ccedil;&atilde;o continuem ao longo do ciclo respirat&oacute;rio. V&aacute;rios relatos de casos e s&eacute;ries prospectivas relatam redu&ccedil;&atilde;o da PaCO2 relacionada ao sono e vig&iacute;lia, bem como melhorias na qualidade de vida ap&oacute;s o in&iacute;cio do CPAP embora a normaliza&ccedil;&atilde;o da PaCO2 n&atilde;o seja universal (8). Como o CPAP n&atilde;o aumenta diretamente a ventila&ccedil;&atilde;o, exceto pela manuten&ccedil;&atilde;o da permeabilidade das vias a&eacute;reas superiores, a melhora da hipercapnia relacionada ao CPAP durante a vig&iacute;lia e o sono pode ser devido ao al&iacute;vio da fadiga dos m&uacute;sculos respirat&oacute;rios e/ou aumento do impulso ventilat&oacute;rio central (9). Da mesma forma, o CPAP pode n&atilde;o eliminar universalmente a dessatura&ccedil;&atilde;o noturna da oxihemoglobina, que &eacute; um sinal de hipoventila&ccedil;&atilde;o noturna persistente.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">Em uma meta-an&aacute;lise de 35 ensaios cl&iacute;nicos randomizados, o CPAP, quando comparado com o placebo, resultou em uma redu&ccedil;&atilde;o significativa no &iacute;ndice de apn&eacute;ia e hipopn&eacute;ia (IAH) (diferen&ccedil;a m&eacute;dia -33,8 eventos/hora), bem como melhora da sonol&ecirc;ncia diurna avaliada pela Escala de Sonol&ecirc;ncia de Epworth, press&atilde;o arterial sist&oacute;lica e diast&oacute;lica e qualidade de vida relacionada ao sono (10). Nenhum efeito apreci&aacute;vel sobre a mortalidade foi relatado.</p>

<p style="text-align: justify;">Em uma segunda meta-an&aacute;lise, publicada em 2019 pela Academia Americana de Medicina do Sono, em compara&ccedil;&atilde;o com nenhuma terapia, o CPAP teve um impacto significativo na gravidade da SAHOS (-23 eventos/hora IC95% -29 a -18), Escala de sonol&ecirc;ncia de Epworth (ESS) (-2,4 pontos; IC95% -2,8 a -1,9), press&atilde;o arterial (PAS) sist&oacute;lica noturna (-4,2 mmHg; IC95% -6,0 a -2,5), PA diast&oacute;lica (-2,3 mmHg IC95% -3,7 a -0,9) e PA m&eacute;dia de 24 horas (-2,6 mmHg, IC95% -3,4 a -1,4). O uso do CPAP tamb&eacute;m impactou positivamente a taxa de acidentes automobil&iacute;sticos (raz&atilde;o de risco 0,3 IC95% 0,2-0,4) e a qualidade de vida. No entanto, o CPAP n&atilde;o teve impacto nos eventos cardiovasculares (por exemplo, infarto do mioc&aacute;rdio, acidente vascular cerebral), mortalidade, fun&ccedil;&atilde;o neurocognitiva, humor, glicemia de jejum ou hemoglobina glicada, fra&ccedil;&atilde;o de eje&ccedil;&atilde;o do ventr&iacute;culo esquerdo ou risco de hospitaliza&ccedil;&atilde;o (11).</p>

<p style="text-align: justify;">&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">Custo:&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">O produto pleiteado &eacute; registrado na ANVISA sob a categoria &ldquo;Correlatos&rdquo;, n&atilde;o estando sujeito &agrave; regula&ccedil;&atilde;o de pre&ccedil;os, conforme Lei n&ordm; 10.742/2003. Não existe, portanto, base oficial de valor que seja possível estimar o custo. Considerando os or&ccedil;amentos juntados pela parte autora, o de menor valor, tem um custo de loca&ccedil;&atilde;o mensal de R$ 600,00 (Evento 134, ANEXO4, P&aacute;gina 1).</p>

Benefício/efeito/resultado esperado da tecnologia *

<p style="text-align: justify;">redu&ccedil;&atilde;o PaCO2 relacionada ao sono e vig&iacute;lia, bem como melhorias na qualidade de vida.</p>

Recomendações da CONITEC para a situação clínica do demandante *

Conclusão

Tecnologia

Conclusão Justificada *

Conclusão *

<p style="text-align: justify;">O uso de dispositivos que levam press&atilde;o positiva n&atilde;o invasiva nas vias a&eacute;reas &eacute; o tratamento de primeira linha para pacientes com SAHOS, havendo evid&ecirc;ncia cient&iacute;fica de benef&iacute;cio em desfechos importantes, como qualidade de vida. Todavia, ressaltamos que al&eacute;m do custo do equipamento esta &eacute; uma&nbsp; tecnologia que requer insumos, a exemplo de m&aacute;scara, manuten&ccedil;&atilde;o e treinamento/acompanhamento especializado para o uso, visto que &eacute; necess&aacute;rio programar par&acirc;metros, regular para as necessidades e eventuais dificuldades de adapta&ccedil;&atilde;o mediante o uso da paciente.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">A utiliza&ccedil;&atilde;o do CPAP na aten&ccedil;&atilde;o domiciliar &eacute; regulamentada pela Portaria MS n&ordm; 963, de 27 de maio de 2013 (12) para pacientes que se enquadram nos crit&eacute;rios definidos pela referida portaria. N&atilde;o h&aacute;, por&eacute;m, dados adicionais que corroborem a indica&ccedil;&atilde;o de CPAP para SAHOS no caso em tela.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">Por fim, cabe destacar que n&atilde;o h&aacute; evid&ecirc;ncia robusta acerca da indica&ccedil;&atilde;o de CPAP para pacientes com diagn&oacute;stico de ELA, motivo pelo qual nos manifestamos desfavor&aacute;veis ao pleito jurisdicional.</p>

Há evidências científicas? *

Considera-se urgência as situações de ocorrência imprevista de agravo à saúde, com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita da assistência médica imediata (Resolução CFM 1451/95)

Justifica-se a alegação de urgência, conforme definição de Urgência e Emergência do CFM? *

Justificativa *

Referências bibliográficas *

<ol>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">Lauren B Elman, Leo McCluskey. Clinical features of amyotrophic lateral sclerosis and other forms of motor neuron disease. In UpToDate, available at www.uptodate.com/contents/clinical-features-of-amyotrophic-lateral-sclerosis-and-other-forms-of-motor-neuron-disease</p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">Wuolikainen A, T Moritz T, Marklund SL, Antti H, Andersen PM. DiseaseRelated Changes in the Cerebrospinal Fluid Metabolome in Amyotrophic Lateral Sclerosis Detected by GC/TOFMS. PLoS ONE 2011 6(4): e17947.</p>
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	<li>
	<p style="text-align: justify;">Balbani APS, Formigoni GGS. Ronco e s&iacute;ndrome da apn&eacute;ia obstrutiva do sono. Rev Assoc Med Bras. julho de 1999;45:273&ndash;8.</p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">Young T, Palta M, Dempsey J, Peppard PE, Nieto FJ, Hla KM. Burden of sleep apnea: rationale, design, and major findings of the Wisconsin Sleep Cohort study. WMJ. agosto de 2009;108(5):246&ndash;9</p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">Benjafield AV, Ayas NT, Eastwood PR, Heinzer R, Ip MSM, Morrell MJ, et al. Estimation of the global prevalence and burden of obstructive sleep apnoea: a literature-based analysis. Lancet Respir Med. agosto de 2019;7(8):687&ndash;98.</p>
	</li>
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	<p style="text-align: justify;">Kapur VK, Auckley DH, Chowdhuri S, Kuhlmann DC, Mehra R, Ramar K, et al. Clinical Practice Guideline for Diagnostic Testing for Adult Obstructive Sleep Apnea: An American Academy of Sleep Medicine Clinical Practice Guideline. J Clin Sleep Med. 15 de mar&ccedil;o de 2017;13(3):479&ndash;504.</p>
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	<p style="text-align: justify;">De Vito EL, Su&aacute;rez AA, Monteiro SG. The use of full-setting non-invasive ventilation in the home care of people with amyotrophic lateral sclerosis-motor neuron disease with end-stage respiratory muscle failure: a case series. J Med Case Rep. 2012 Jan 30;6:42. doi: 10.1186/1752-1947-6-42.</p>
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	<p style="text-align: justify;">Tsolaki V, Pastaka C, Kostikas K, Karetsi E, Dimoulis A, Zikiri A, et al. Noninvasive ventilation in chronic respiratory failure: effects on quality of life. Respiration. 2011;81(5):402&ndash;10.</p>
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	<p style="text-align: justify;">Berthon-Jones M, Sullivan CE. Time course of change in ventilatory response to CO2 with long-term CPAP therapy for obstructive sleep apnea. Am Rev Respir Dis. janeiro de 1987;135(1):144&ndash;7.</p>
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	<p style="text-align: justify;">Jonas DE, Amick HR, Feltner C, Weber RP, Arvanitis M, Stine A, et al. Screening for Obstructive Sleep Apnea in Adults: Evidence Report and Systematic Review for the US Preventive Services Task Force. JAMA. 24 de janeiro de 2017;317(4):415&ndash;33.</p>
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	<li>
	<p style="text-align: justify;">Patil SP, Ayappa IA, Caples SM, Kimoff RJ, Patel SR, Harrod CG. Treatment of Adult Obstructive Sleep Apnea With Positive Airway Pressure: An American Academy of Sleep Medicine Systematic Review, Meta-Analysis, and GRADE Assessment. J Clin Sleep Med. 2019;15(2):301&ndash;34.</p>
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	<li>
	<p style="text-align: justify;">Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de., Gabinete do Ministro. PORTARIA No 963, DE 27 DE MAIO DE 2013 Redefine a Aten&ccedil;&atilde;o Domiciliar no &acirc;mbito do Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de (SUS). [Internet]. Dispon&iacute;vel em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0963_27_05_2013.htm</p>
	</li>
</ol>

NatJus Responsável *

Instituição Responsável *

Nota técnica elaborada com apoio de tutoria? *

Outras Informações *

<p style="text-align: justify;">Conforme relat&oacute;rio m&eacute;dico anexado aos autos, a parte autora foi diagnosticada com esclerose lateral amiotr&oacute;fica desde dezembro de 2022. Evoluiu com paresia dos quatro membros, espasmos musculares, apneia obstrutiva do sono, atrofia muscular e comprometimento psicossocial, encontrando-se sem autonomia para a realiza&ccedil;&atilde;o de atividades cotidianas. Cabe instar que quanto ao quadro de apneia obstrutiva do sono, n&atilde;o constam dados cl&iacute;nicos e exames complementares. Diante desse quadro, foram indicados: suporte para dieta e hidrata&ccedil;&atilde;o, aspirador de secre&ccedil;&atilde;o, cadeira de rodas com apoio cervical e cintas de conten&ccedil;&atilde;o, cadeira de banho, bomba de infus&atilde;o para dieta e aparelho CPAP, al&eacute;m de acompanhamento por meio de servi&ccedil;o de home care, com atua&ccedil;&atilde;o de profissionais de enfermagem, fisioterapia, psicologia, fonoaudiologia, nutri&ccedil;&atilde;o e medicina. A m&eacute;dica da unidade b&aacute;sica de sa&uacute;de de refer&ecirc;ncia relatou que n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel manter a periodicidade necess&aacute;ria dos cuidados, devido &agrave; alta demanda da unidade. Assim, a parte autora pleiteia judicialmente o fornecimento dos equipamentos, insumos e acompanhamento multiprofissional anteriormente mencionados.</p>

<p style="text-align: justify;">Esta nota versar&aacute; acerca do uso do CPAP no contexto de ELA, abordando tamb&eacute;m o quadro descrito de apneia obstrutiva do sono.</p>

<p style="text-align: justify;">A esclerose lateral amiotr&oacute;fica (ELA) &eacute; uma doen&ccedil;a neurodegenerativa progressiva, atualmente incur&aacute;vel, que causa fraqueza muscular, incapacidade e, eventualmente, morte. O termo &quot;esclerose lateral amiotr&oacute;fica&quot; &eacute; derivado da combina&ccedil;&atilde;o do achado do exame cl&iacute;nico de amiotrofia com o achado patol&oacute;gico de esclerose lateral. Embora j&aacute; tenha sido presumido ser um dist&uacute;rbio motor puro, hoje se entende que h&aacute; tamb&eacute;m degenera&ccedil;&atilde;o de outras regi&otilde;es do c&eacute;rebro, como neur&ocirc;nios corticais frontais e temporais. A ELA &eacute; a forma mais comum de doen&ccedil;a do neur&ocirc;nio motor e inclui patologias dos neur&ocirc;nios motores superiores e inferiores (<a href="https://www.zotero.org/google-docs/?ZSVDV9">1</a>).</p>

<p style="text-align: justify;">A manifesta&ccedil;&atilde;o cl&iacute;nica inicial da ELA pode ocorrer em qualquer segmento do corpo, sendo a fraqueza assim&eacute;trica dos membros a apresenta&ccedil;&atilde;o mais comum (80%). O curso progressivo da ELA pode eventualmente produzir um ou ambos os aspectos da doen&ccedil;a com risco de vida: insufici&ecirc;ncia respirat&oacute;ria neuromuscular e disfagia. A maioria dos pacientes com ELA morre dentro de tr&ecirc;s a cinco anos ap&oacute;s o diagn&oacute;stico. No entanto, uma sobrevida mais longa n&atilde;o &eacute; rara; aproximadamente 30% dos pacientes com ELA est&atilde;o vivos cinco anos ap&oacute;s o diagn&oacute;stico, e 10% a 20% sobrevivem por mais de 10 anos (<a href="https://www.zotero.org/google-docs/?irKuRW">2</a>). Os fatores associados a um aumento de sobrevida sem insufici&ecirc;ncia respirat&oacute;ria incluem idade mais jovem no in&iacute;cio dos sintomas, maior atraso do in&iacute;cio dos sintomas at&eacute; o diagn&oacute;stico, maior pontua&ccedil;&atilde;o na escala de classifica&ccedil;&atilde;o funcional da ELA, maior capacidade vital for&ccedil;ada na apresenta&ccedil;&atilde;o, e in&iacute;cio dos sintomas nos membros em vez de sintomas bulbares (<a href="https://www.zotero.org/google-docs/?phd5PV">1</a>).</p>

<p style="text-align: justify;">Quanto ao tratamento, s&atilde;o indicadas estrat&eacute;gias terap&ecirc;uticas para apoio sintom&aacute;tico, incluindo cuidado multidisciplinar, com aten&ccedil;&atilde;o especial ao manejo das fun&ccedil;&otilde;es respirat&oacute;ria e alimentar (2).</p>

<p style="text-align: justify;">A apneia, por sua vez, &eacute; definida como a cessa&ccedil;&atilde;o da respira&ccedil;&atilde;o por 10 ou mais segundos. As apneias podem ser classificadas como obstrutivas, mistas ou centrais. Nas apneias obstrutivas, o fluxo a&eacute;reo &eacute; impedido pelo colapso das vias a&eacute;reas superiores, apesar dos esfor&ccedil;os repetidos para restabelecer a respira&ccedil;&atilde;o. Durante as apneias centrais, a ventila&ccedil;&atilde;o cessa porque o sistema nervoso central &eacute; incapaz de ativar o diafragma e outros m&uacute;sculos respirat&oacute;rios. As apneias mistas come&ccedil;am com uma pausa do centro respirat&oacute;rio, seguida por aumento sucessivo do esfor&ccedil;o respirat&oacute;rio contra uma via a&eacute;rea obstru&iacute;da (3<a href="https://www.zotero.org/google-docs/?gwukKp">,</a>4).</p>

<p style="text-align: justify;">A incid&ecirc;ncia da S&iacute;ndrome da Apneia-hipopneia Obstrutiva do Sono (SAHOS) na popula&ccedil;&atilde;o &eacute; desconhecida. Acredita-se que 4% dos homens em idade produtiva sejam afetados pela s&iacute;ndrome (3). &Eacute; sabido que o sexo masculino &eacute; 8 a 10 vezes mais acometido do que o feminino, talvez por raz&otilde;es anat&ocirc;micas relacionadas ao sexo. As mulheres com SAHOS frequentemente encontram-se no climat&eacute;rio, sugerindo uma influ&ecirc;ncia hormonal na fisiopatologia do colabamento das vias a&eacute;reas durante o sono. A SAHOS pode ocorrer em qualquer faixa et&aacute;ria, mas seu pico de incid&ecirc;ncia situa-se entre os 40 e 50 anos de idade. A obesidade &eacute; o principal fator de risco para a s&iacute;ndrome; cerca de 2/3 dos pacientes com SAHOS s&atilde;o obesos (5).</p>

<p style="text-align: justify;">O diagn&oacute;stico &eacute; cl&iacute;nico e laboratorial, aferido por um exame que se chama polissonografia do sono. Este &uacute;ltimo, contudo, &eacute; reservado para pacientes com sonol&ecirc;ncia diurna excessiva na maioria dos dias e presen&ccedil;a de pelo menos duas das seguintes caracter&iacute;sticas cl&iacute;nicas de SAHOS: ronco alto habitual, apneia testemunhada, respira&ccedil;&atilde;o ofegante, engasgamento durante o sono e diagn&oacute;stico sist&ecirc;mico de hipertens&atilde;o (6). A justificativa para esses crit&eacute;rios &eacute; que esses achados predizem um risco aumentado de SAHOS moderada a grave.</p>

<p style="text-align: justify;">A SAHOS n&atilde;o tratada &eacute; um dist&uacute;rbio progressivo associado a uma morbidade significativa, de modo que o reconhecimento e o tratamento s&atilde;o essenciais. A press&atilde;o positiva n&atilde;o invasiva nas vias a&eacute;reas (PAP) &eacute; o tratamento de primeira linha para pacientes com SAHOS, embora o efeito na sobrevida n&atilde;o seja claro (4).</p>

Anexos

Nota Técnica 378199

PDF Nota Técnica