Nota	Tecnologia	Conclusão	Status
387733	Medicamento - MESILATO DE OSIMERTINIBE	Não favorável	Finalizada em 09/08/2025 09:46:37	Ver Nota

Paciente

Idade

Sexo *

Masculino

Feminino

Cidade *

Dados do Advogado do Autor

Nome do Advogado

Número OAB

Autor está representado por

Dados do Processo

Esfera/Órgão *

Vara/Serventia *

NT 387733

Esta tecnologia já foi finalizada e não pode mais ser editada

Diagnóstico Principal

CID *

Diagnóstico *

Meio(s) confirmatório(s) do diagnóstico já realizado(s) *

 laudo médico.

Descrição da Tecnologia

Tipo da Tecnologia *

Registro na ANVISA? *

Situação do registro *

Nome comercial

Princípio Ativo *

Descrição *

Via de administração *

Posologia *

osimertinibe 80 mg/dia, com o uso de 1 comprimido ao dia, por tempo indeterminado.

Uso contínuo?

Duração do tratamento

Unidade

Indicação em conformidade com a aprovada no registro? *

Previsto em Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Min. da Saúde para a situação clínica do demandante? *

O medicamento está inserido no SUS? *

O medicamento está incluído em *

Oncológico? *

Outras Tecnologias Disponíveis

Tecnologia

Descrever as opções disponíveis no SUS e/ou Saúde Suplementar *

<p style="text-align: justify;">No SUS est&atilde;o dispon&iacute;veis outros esquemas como quimioterapia citot&oacute;xica e tratamentos n&atilde;o farmacol&oacute;gicos (2).<br />
&nbsp;</p>

Existe Genérico? *

Existe Similar? *

Descrever as opções disponíveis de Genérico ou Similar *

Custo da Tecnologia

Tecnologia

Laboratório

Marca Comercial

Apresentação

Preço de Fábrica

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da Tecnologia - Tratamento Mensal

Tecnologia

Dose Diária Recomendada

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da tecnologia

Fonte do custo da tecnologia

Evidências e resultados esperados

Tecnologia

Evidências sobre a eficácia e segurança da tecnologia *

<p style="text-align: justify;">Efetividade, efic&aacute;cia e seguran&ccedil;a:&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">O osimertinibe &eacute; um inibidor de tirosina quinase de terceira gera&ccedil;&atilde;o que forma uma liga&ccedil;&atilde;o covalente irrevers&iacute;vel no EGFR. Este medicamento est&aacute; aprovado para o tratamento de pacientes com muta&ccedil;&atilde;o no gene EGFR, seja ela a dele&ccedil;&atilde;o do exon 19 ou a muta&ccedil;&atilde;o L858R no exon 21. Al&eacute;m disso, o osimertinibe tamb&eacute;m pode ser utilizado em pacientes com CPCNP que apresentam a variante T790M, j&aacute; que essa muta&ccedil;&atilde;o confere uma capacidade reduzida de liga&ccedil;&atilde;o dos inibidores de tirosina quinases revers&iacute;veis (gefitinibe e erlotinibe) ao EGFR, reduzindo assim o efeito terap&ecirc;utico desses f&aacute;rmacos e levando a progress&atilde;o da doen&ccedil;a (4).</p>

<p style="text-align: justify;">A efic&aacute;cia do tratamento com osimertinibe para pacientes CPCNP e muta&ccedil;&atilde;o T790M foi avaliada no estudo AURA3 (7). Este ensaio cl&iacute;nico aberto, de fase 3, randomizou 419 pacientes pacientes com CPCNP, com doen&ccedil;a metast&aacute;tica, que apresentaram progress&atilde;o em uso de inibidor de tirosina quinase e com muta&ccedil;&atilde;o T790M. Os pacientes poderiam receber osimertinibe 80 mg/dia ou quimioterapia convencional. O desfecho prim&aacute;rio do estudo foi SLP e este foi maior no grupo osimertinibe: 10,1 meses versus 4,4 meses (HR 0,30; IC95% de 0,23 a 0,41; P&lt;0,001). Este benef&iacute;cio tamb&eacute;m foi observado no grupo de pacientes com met&aacute;stase em SNC: 8,5 meses versus 4,2 meses (HR 0,32; IC95% de 0,21 a 0,49). A taxa de resposta na avalia&ccedil;&atilde;o das les&otilde;es por exames de imagem tamb&eacute;m foi significativamente maior no grupo osimertinibe (71%; IC95% de 65 a 76) do que no grupo quimioterapia (31%; IC95%, 24 a 40). Cabe ressaltar que esta resposta foi majoritariamente a estabiliza&ccedil;&atilde;o da doen&ccedil;a ou redu&ccedil;&atilde;o parcial das les&otilde;es, com somente 2% dos pacientes apresentando resposta completa. No final do estudo, o tempo de seguimento m&eacute;dio era de 8,3 meses e 140 pacientes do grupo osimertinibe haviam apresentado progress&atilde;o (50%) versus 110 do grupo quimioterapia (79%).&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">Os dados de sobrevida n&atilde;o foram reportados na primeira publica&ccedil;&atilde;o do estudo, mas sim posteriormente (8). Estes dados devem ser vistos com cuidado, uma vez que se o paciente inicialmente randomizado para quimioterapia convencional apresentasse progress&atilde;o da doen&ccedil;a (desfecho prim&aacute;rio) ele poderia cruzar para o bra&ccedil;o de tratamento com osimertinibe. Dos 279 pacientes randomizados para osimertinibe, 188 morreram (67%). No grupo quimioterapia, 93 dos 140 pacientes morreram (66%), incluindo 66 pacientes que cruzaram para o grupo osimertinibe. A sobrevida m&eacute;dia foi de 26,8 meses versus 22,5 meses, nos dois grupos respectivamente, sem diferen&ccedil;a estatisticamente significativa (HR 0,87; IC95% de 0,67 a 1,12; P=0,277). A sobrevida estimada em 24 e 36 meses foi de 55% versus 43% e 37% versus 30%, respectivamente. Ap&oacute;s o ajuste do cruzamento descrito acima, ainda n&atilde;o houve diferen&ccedil;a estatisticamente significativa para SG (HR de 0,54, IC95%&nbsp; de 0,18 a 1,6). O tempo para a primeira terapia subsequente ou morte mostrou uma vantagem clinicamente significativa para o uso do osimertinibe (HR 0,21; IC95% de 0,16 a 0,28; P&lt;0,001). No momento de an&aacute;lise dos dados, 99/136 (73%) pacientes no bra&ccedil;o de platina-pemetrexede passaram para osimertinibe, 66/99 (67%) dos quais morreram. Os eventos adversos mais comuns possivelmente relacionados ao tratamento foram diarreia (32%; grau &ge;3, 1%) e erup&ccedil;&atilde;o cut&acirc;nea (termo agrupado; 32%; grau &ge;3, &lt;1%): grupo osimertinibe, versus n&aacute;usea (47%; grau &ge;3, 3%) no grupo de platina-pemetrexede.</p>

<p style="text-align: justify;">Uma revis&atilde;o sistem&aacute;tica com metan&aacute;lise tamb&eacute;m avaliou a efic&aacute;cia cl&iacute;nica deste f&aacute;rmaco, com a inclus&atilde;o de 9 ensaios cl&iacute;nicos do uso de osimertinibe como tratamento de segunda linha ou al&eacute;m (9). Em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; resposta terap&ecirc;utica, a taxa de resposta completa nos pacientes positivos para variante T790M foi de apenas 3% (IC95% 1 a 5%), com alta heterogeneidade entre o resultado dos estudos inclu&iacute;dos (I2=79%, P=0,003). A taxa de resposta parcial foi de 55% (IC95% 27 a 84%), tamb&eacute;m com alta heterogeneidade (I2=99%, P&lt;0,00001). Doen&ccedil;a est&aacute;vel foi observada em 14% dos casos (IC95% 5 a 22%), (I2=94%, P&lt;0,00001) e a SLP m&eacute;dia nos pacientes tratados foi de 10,58 meses (IC95% 9,20 a 11,97 meses), (I2=57%, P=0,07). Nesta revis&atilde;o sistem&aacute;tica, o evento adverso de maior incid&ecirc;ncia foi diarreia com uma taxa 44% (IC95% 36 a 52%). O segundo foi rash cut&acirc;neo (42%; IC 95% 33 a 51%). Entre os eventos mais graves (grau &ge;III) os mais comuns foram prolongamento do intervalo QT (2%; IC95% 1 a 3%), neutropenia (2%; IC95% 1 a 3%), diarreia (1%; IC95% 0 a 1%), rash cut&acirc;neo (1% IC95% 0 a 1%).</p>

<p style="text-align: justify;">&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">Custo:&nbsp;</p>

<table>
	<thead>
		<tr>
			<th scope="col">
			<p style="text-align: center;">Item</p>
			</th>
			<th scope="col">
			<p style="text-align: center;">Descri&ccedil;&atilde;o</p>
			</th>
			<th scope="col">
			<p style="text-align: center;">Quantidade</p>
			</th>
			<th scope="col">
			<p style="text-align: center;">Valor unit&aacute;rio</p>
			</th>
			<th scope="col">
			<p style="text-align: center;">Valor Anual</p>
			</th>
		</tr>
	</thead>
	<tbody>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align: center;">MESILATO DE OSIMERTINIBE</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">80 MG COM REV CT BL AL AL X 30</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">12</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">R$ 32.006,19</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">R$ 384.074,28</p>
			</td>
		</tr>
	</tbody>
</table>

<p style="text-align: justify;">* Valor unit&aacute;rio considerado a partir de consulta de pre&ccedil;o da tabela CMED. Pre&ccedil;o m&aacute;ximo de venda ao governo (PMVG) no Rio Grande do Sul (ICMS 17%). O PMVG &eacute; o resultado da aplica&ccedil;&atilde;o do Coeficiente de Adequa&ccedil;&atilde;o de Pre&ccedil;os (CAP) sobre o Pre&ccedil;o F&aacute;brica &ndash; PF, PMVG = PF*(1-CAP). O CAP, regulamentado pela Resolu&ccedil;&atilde;o n&ordm;. 3, de 2 de mar&ccedil;o de 2011, &eacute; um desconto m&iacute;nimo obrigat&oacute;rio a ser aplicado sempre que forem realizadas vendas de medicamentos constantes do rol anexo ao Comunicado n&ordm; 15, de 31 de agosto de 2017 - Vers&atilde;o Consolidada ou para atender ordem judicial. Conforme o Comunicado CMED n&ordm; 5, de 21 de dezembro de 2020, o CAP &eacute; de 21,53%. Alguns medicamentos possuem isen&ccedil;&atilde;o de ICMS para aquisi&ccedil;&atilde;o por &oacute;rg&atilde;os da Administra&ccedil;&atilde;o P&uacute;blica Direta Federal, Estadual e Municipal, conforme Conv&ecirc;nio ICMS n&ordm; 87/02, sendo aplicado o benef&iacute;cio quando cab&iacute;vel.</p>

<p style="text-align: justify;">O osimertinibe &eacute; produzido pela empresa Astrazeneca do Brasil&nbsp; LTDA sob o nome comercial Tagrisso&reg; na forma farmac&ecirc;utica de comprimidos revestidos de 40 ou 80 mg. Em consulta &agrave; tabela da CMED em maio de 2024 e de acordo com a prescri&ccedil;&atilde;o m&eacute;dica juntada ao processo, elaboramos a tabela acima com o custo anual do tratamento.</p>

<p style="text-align: justify;">N&atilde;o encontramos estudos de custo-efetividade com osimertinibe na condi&ccedil;&atilde;o em quest&atilde;o para a realidade brasileira.</p>

<p style="text-align: justify;">O painel da Canadian Agency for Drugs &amp; Technologies in Health (CADTH) do Canadá avaliou o uso do osimertinibe nesse mesmo cen&aacute;rio cl&iacute;nico, e estimou benef&iacute;cio do f&aacute;rmaco; apesar disso, como a raz&atilde;o incremental foi de cerca de 266 mil d&oacute;lares canadenses por anos de vida ajustados para a qualidade (QALY) ganhos, esta n&atilde;o foi considerada uma alternativa custo-efetiva e foi determinado que para sua incorpora&ccedil;&atilde;o seria necess&aacute;rio uma substancial redu&ccedil;&atilde;o de pre&ccedil;o (10).</p>

<p style="text-align: justify;">Em um estudo que simulou a realidade dos EUA e da China, ele foi comparado com quimioterapia convencional e foram constru&iacute;dos modelos para todos pacientes e outro para aqueles com met&aacute;stase em SNC. Para a realidade dos EUA, a raz&atilde;o incremental de custo-efetividade foi cerca de 233 mil d&oacute;lares por QALY ganho para todos os pacientes e cerca de 240 mil d&oacute;lares por QALY ganho para os com met&aacute;stase. Para a realidade chinesa, estes valores foram de 48 mil d&oacute;lares por QALY ganho para todos os pacientes e cerca de 53 mil d&oacute;lares por QALY ganho para os com met&aacute;stase. Os autores conclu&iacute;ram que em ambas as realidades o tratamento com osimertinibe s&oacute; seria&nbsp; custo-efetivo com a diminui&ccedil;&atilde;o no valor do medicamento (11).</p>

<p style="text-align: justify;">Na perspectiva do sistema de sa&uacute;de ingl&ecirc;s, um estudo foi desenvolvido para informar o NICE sobre a custo-efetividade do osimertinibe comparado com quimioterapia em pacientes com CPCNP com a muta&ccedil;&atilde;o T790M que progrediram durante o uso de inibidor de tirosina quinase. Neste estudo, a raz&atilde;o incremental de custo-efetividade foi cerca de 42 mil libras por QALY ganho, quando comparada com quimioterapia convencional (12).</p>

Benefício/efeito/resultado esperado da tecnologia *

<p style="text-align: justify;">aumento de 4,3 e 5,7 meses na sobrevida livre de progress&atilde;o para pacientes com e sem met&aacute;stases cerebrais respectivamente. Existe incerteza quanto aos benef&iacute;cios em sobrevida global.</p>

Recomendações da CONITEC para a situação clínica do demandante *

Conclusão

Tecnologia

Conclusão Justificada *

Conclusão *

<p style="text-align: justify;">Inicialmente, cabe contar que a avalia&ccedil;&atilde;o de manuten&ccedil;&atilde;o de tratamento j&aacute; em uso configura uma decis&atilde;o particularmente complexa. Apesar de avaliarmos o caso individual, entendemos que a conclus&atilde;o da avalia&ccedil;&atilde;o t&eacute;cnica deve alicer&ccedil;ar-se fundamentalmente na avalia&ccedil;&atilde;o de benef&iacute;cios a partir da literatura m&eacute;dica para pacientes de mesmo cen&aacute;rio cl&iacute;nico candidatos ao tratamento, tanto para quest&otilde;es de efetividade, custo-efetividade, e impacto or&ccedil;ament&aacute;rio. Existem evid&ecirc;ncias cient&iacute;ficas que demonstram maior tempo de sobrevida livre de progress&atilde;o (aproximadamente 5 meses) nos portadores de CPCNP metast&aacute;tico com muta&ccedil;&atilde;o T790M com o uso do osimertinibe versus tratamento padr&atilde;o com quimioterapia. H&aacute; incerteza sobre aumento da sobrevida global, mas &eacute; poss&iacute;vel que haja benef&iacute;cio de baixa magnitude.</p>

<p style="text-align: justify;">Al&eacute;m disso, &eacute; razo&aacute;vel estimar que o esquema terap&ecirc;utico pleiteado apresente um perfil de custo-efetividade desfavor&aacute;vel para a realidade brasileira - ou seja, o benef&iacute;cio ganho com a sua incorpora&ccedil;&atilde;o n&atilde;o ultrapassa o benef&iacute;cio perdido pelo deslocamento de outras interven&ccedil;&otilde;es em sa&uacute;de que n&atilde;o mais poderiam ser adquiridas com o mesmo investimento, perfazendo portanto mau uso dos recursos dispon&iacute;veis ao sistema. Ag&ecirc;ncias de avalia&ccedil;&atilde;o de tecnologias de outros pa&iacute;ses n&atilde;o recomendaram a incorpora&ccedil;&atilde;o do tratamento em seus sistemas, ou apenas o fizeram ap&oacute;s acordo de redu&ccedil;&atilde;o de pre&ccedil;o. O impacto or&ccedil;ament&aacute;rio da terapia pleiteada, mesmo em decis&atilde;o isolada, &eacute; elevado, com potencial de comprometimento de recursos p&uacute;blicos extra&iacute;dos da coletividade - recursos p&uacute;blicos que s&atilde;o escassos e que possuem destina&ccedil;&otilde;es or&ccedil;ament&aacute;rias com pouca margem de realoca&ccedil;&atilde;o, e cujo uso inadequado pode acarretar preju&iacute;zos a toda a popula&ccedil;&atilde;o assistida pelo SUS.</p>

<p style="text-align: justify;">Compreende-se o desejo do paciente e da equipe assistente de buscar tratamento para uma doen&ccedil;a cuja expectativa de vida &eacute; muito baixa na situa&ccedil;&atilde;o cl&iacute;nica apresentada. No entanto, frente ao modesto benef&iacute;cio incremental estimado; &agrave; estimativa de perfil de custo-efetividade desfavor&aacute;vel; ao alto impacto or&ccedil;ament&aacute;rio mesmo em decis&atilde;o isolada; e na aus&ecirc;ncia de avalia&ccedil;&atilde;o pela Comiss&atilde;o Nacional de Incorpora&ccedil;&atilde;o de Tecnologias no Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de, entendemos que se imp&otilde;e o presente parecer desfavor&aacute;vel.Sobre eventual efeito da interrup&ccedil;&atilde;o do tratamento j&aacute; institu&iacute;do restam incertezas cl&iacute;nicas. N&atilde;o h&aacute; evid&ecirc;ncias sobre tais efeitos. Tampouco identificamos necessidade de suspens&atilde;o gradual. O principal risco com a suspens&atilde;o do tratamento &eacute; o de progress&atilde;o da doen&ccedil;a, risco este que tamb&eacute;m pode ocorrer na vig&ecirc;ncia do tratamento, n&atilde;o sendo poss&iacute;vel garantir, para o caso espec&iacute;fico e conforme os princ&iacute;pios da medicina baseada em evid&ecirc;ncias, que qualquer melhora cl&iacute;nica observada seja inequivocamente causada pelo tratamento.</p>

Há evidências científicas? *

Considera-se urgência as situações de ocorrência imprevista de agravo à saúde, com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita da assistência médica imediata (Resolução CFM 1451/95)

Justifica-se a alegação de urgência, conforme definição de Urgência e Emergência do CFM? *

Justificativa *

Referências bibliográficas *

<p style="text-align: justify;">1. Instituto Nacional de C&acirc;ncer/Coordena&ccedil;&atilde;o de Preven&ccedil;&atilde;o e Vigil&acirc;ncia. Estimativa 2020: Incid&ecirc;ncia de c&acirc;ncer no Brasil. [Internet]. Dispon&iacute;vel em: https://www.inca.gov.br/estimativa/sintese-de-resultados-e-comentarios</p>

<p style="text-align: justify;">2. Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de. Diretrizes Diagn&oacute;sticas e Terap&ecirc;uticas do C&acirc;ncer de Pulm&atilde;o [Internet]. Bras&iacute;lia &ndash; DF; 2014. Dispon&iacute;vel em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/protocolos-clinicos-e-diretrizes-terapeuticas-pcdt/arquivos/2014/ddt_capulmao_26092014.pdf</p>

<p style="text-align: justify;">3. Hotta K, Fujiwara Y, Kiura K, Takigawa N, Tabata M, Ueoka H, et al. Relationship between response and survival in more than 50,000 patients with advanced non-small cell lung cancer treated with systemic chemotherapy in 143 phase III trials. J Thorac Oncol Off Publ Int Assoc Study Lung Cancer. maio de 2007;2(5):402&ndash;7.</p>

<p style="text-align: justify;">4. Franek J, Cappelleri JC, Larkin-Kaiser KA, Wilner KD, Sandin R. Systematic review and network meta-analysis of first-line therapy for advanced EGFR-positive non-small-cell lung cancer. Future Oncol. 2019;15(24):2857&ndash;71.</p>

<p style="text-align: justify;">5. Soria JC, Ohe Y, Vansteenkiste J, Reungwetwattana T, Chewaskulyong B, Lee KH, et al. Osimertinib in untreated EGFR-mutated advanced non&ndash;small-cell lung cancer. N Engl J Med. 2018;378(2):113&ndash;25.</p>

<p style="text-align: justify;">6. Ramalingam SS, Vansteenkiste J, Planchard D, Cho BC, Gray JE, Ohe Y, et al. Overall survival with osimertinib in untreated, EGFR-mutated advanced NSCLC. N Engl J Med. 2020;382(1):41&ndash;50.</p>

<p style="text-align: justify;">7. Mok TS, Wu YL, Ahn MJ, Garassino MC, Kim HR, Ramalingam SS, et al. Osimertinib or platinum&ndash;pemetrexed in EGFR T790M&ndash;positive lung cancer. N Engl J Med. 2017;376(7):629&ndash;40.</p>

<p style="text-align: justify;">8. Papadimitrakopoulou V, Mok T, Han JY, Ahn MJ, Delmonte A, Ramalingam S, et al. Osimertinib versus platinum&ndash;pemetrexed for patients with EGFR T790M advanced NSCLC and progression on a prior EGFR-tyrosine kinase inhibitor: AURA3 overall survival analysis. Ann Oncol. 2020;31(11):1536&ndash;44.</p>

<p style="text-align: justify;">9. Yi L, Fan J, Qian R, Luo P, Zhang J. Efficacy and safety of osimertinib in treating EGFR‐mutated advanced NSCLC: A meta‐analysis. Int J Cancer. 2019;145(1):284&ndash;94.</p>

<p style="text-align: justify;">10. Tagrisso for Non-Small Cell Lung Cancer &ndash; Details | CADTH [Internet]. [citado 27 de mar&ccedil;o de 2023]. Dispon&iacute;vel em: https://www.cadth.ca/tagrisso-non-small-cell-lung-cancer-details</p>

<p style="text-align: justify;">11. Wu B, Gu X, Zhang Q. Cost-effectiveness of osimertinib for EGFR mutation&ndash;positive non&ndash;small cell lung cancer after progression following first-line EGFR TKI therapy. J Thorac Oncol. 2018;13(2):184&ndash;93.</p>

<p style="text-align: justify;">12. Bertranou E, Bodnar C, Dansk V, Greystoke A, Large S, Dyer M. Cost-effectiveness of osimertinib in the UK for advanced EGFR-T790M non-small cell lung cancer. J Med Econ. 2018;21(2):113&ndash;21.</p>

NatJus Responsável *

Instituição Responsável *

Nota técnica elaborada com apoio de tutoria? *

Outras Informações *

<p style="text-align: justify;">A parte autora apresenta laudo m&eacute;dico (Evento 1 - LAUDO7) descrevendo ser portadora de neoplasia maligna pulmonar, especificamente adenocarcinoma de pulm&atilde;o (CID-10: C34), diagnosticado em est&aacute;gio cl&iacute;nico IV, com met&aacute;stases &oacute;sseas. Inicialmente, foi submetido a m&uacute;ltiplos regimes quimioter&aacute;picos, incluindo quatro ciclos de paclitaxel e carboplatina at&eacute; maio de 2022. Posteriormente, realizou radioterapia para tratamento de met&aacute;stase &oacute;ssea. Em junho de 2022, houve progress&atilde;o da doen&ccedil;a, sendo iniciada quimioterapia com gencitabina e radioterapia para met&aacute;stase em coluna cervical. Apesar das interven&ccedil;&otilde;es terap&ecirc;uticas, observou-se progress&atilde;o da doen&ccedil;a, com agravamento dos sintomas e deteriora&ccedil;&atilde;o do seu estado geral. Exames de imagem, como tomografia computadorizada e cintilografia &oacute;ssea, confirmaram a presen&ccedil;a de les&otilde;es metast&aacute;ticas &oacute;sseas, al&eacute;m de progress&atilde;o das les&otilde;es pulmonares e comprometimento do sistema nervoso central (SNC). O laudo m&eacute;dico tamb&eacute;m evidenciou a presen&ccedil;a de muta&ccedil;&atilde;o no gene EGFR (dele&ccedil;&atilde;o do &eacute;xon 19 e muta&ccedil;&atilde;o L858R no &eacute;xon 21) iniciando, ent&atilde;o, tratamento com gefitinibe, o qual utilizou com estabilidade da doen&ccedil;a at&eacute; setembro de 2023, quando apresentou nova progress&atilde;o de doen&ccedil;a. Realizou, nessa situa&ccedil;&atilde;o nova avalia&ccedil;&atilde;o com bi&oacute;psia l&iacute;quida, a qual evidenciou muta&ccedil;&atilde;o T790M no gene EGFR. Nessa situa&ccedil;&atilde;o, pleiteia tratamento paliativo com osimertinibe j&aacute; em uso atrav&eacute;s de antecipa&ccedil;&atilde;o de tutela desde janeiro de 2024. Em exames de imagem realizados em abril e agosto de 2024, est&aacute; descrita a resposta radiol&oacute;gica ao tratamento (Evento 171 - ATESTMED3).<br />
No Brasil, o c&acirc;ncer de pulm&atilde;o est&aacute; entre as neoplasias mais prevalentes e entre os tumores com maior mortalidade tanto entre homens quanto entre mulheres (1). Os casos de câncer de pulmão s&atilde;o divididos em dois grupos, conforme seu tipo histopatológico, com a finalidade de direcionar estrat&eacute;gias terapêuticas e estabelecer prognóstico: câncer de pulmão de pequenas células (CPPC) e câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) (2). O tipo histol&oacute;gico adenocarcinoma e o tipo carcinoma epiderm&oacute;ide (ou escamoso) integram o grupo do CPCNP.<br />
A sele&ccedil;&atilde;o do tratamento depende do estadiamento cl&iacute;nico da doen&ccedil;a (classifica&ccedil;&atilde;o TNM), capacidade funcional (escala ECOG/Zubrod), condi&ccedil;&otilde;es cl&iacute;nicas e prefer&ecirc;ncias do paciente. Para pacientes no est&aacute;gio cl&iacute;nico IV, as Diretrizes recomendam as seguintes abordagens: quimioterapia paliativa; ressec&ccedil;&atilde;o cir&uacute;rgica de met&aacute;stase cerebral isolada, quando for o caso, seguida ou n&atilde;o por radioterapia craniana; radioterapia externa, associada ou n&atilde;o &agrave; radioterapia intersticial, para les&otilde;es endobr&ocirc;nquicas sintom&aacute;ticas; radioterapia paliativa, com finalidade anti&aacute;lgica ou hemost&aacute;tica (2). A quimioterapia paliativa resulta em modesto incremento na sobrevida mediana (2-3 meses), com possibilidade de controle tempor&aacute;rio dos sintomas, mas sem expectativa de cura. Muitos esquemas de quimioterapia sist&ecirc;mica podem ser usados com finalidade paliativa, contendo medicamentos tais como cisplatina, carboplatina, etopos&iacute;deo, mitomicina C, vimblastina, vinorelbina, gemcitabina, docetaxel, paclitaxel, pemetrexede, erlotinibe, gefitinibe, bevacizumabe e cetuximabe, em monoterapia ou em associa&ccedil;&otilde;es, por at&eacute; tr&ecirc;s linhas de tratamento. Recomenda-se que a quimioterapia paliativa de 1&ordf; linha seja indicada para doentes com capacidade funcional 0, 1 ou 2 na escala de ECOG. Quando poss&iacute;vel, o tratamento deve ser feito com esquema terap&ecirc;utico contendo cisplatina ou carboplatina, associada a um segundo agente antineopl&aacute;sico (2).<br />
As diretrizes n&atilde;o especificam esquema para a quimioterapia paliativa de segunda linha; contudo, recomenda medicamentos antineoplásicos em monoterapia e uso exclusivo em pacientes com boa capacidade funcional (ECOG 0 ou 1)(2). Para esses pacientes, n&atilde;o h&aacute; possibilidade de cura e o progn&oacute;stico &eacute; reservado, com sobrevida global (SG) entre 7 e 9 meses (3).<br />
&nbsp;</p>

Anexos

Nota Técnica 387733

PDF Nota Técnica