Nota	Tecnologia	Conclusão	Status
401600-A	Medicamento - TANSULOSINA	Não favorável	Finalizada em 10/09/2025 07:43:18	Ver Nota
401600-B	Medicamento - CLORIDRATO DE DONEPEZILA + CLORIDRATO DE MEMANTINA	Não favorável	Finalizada em 10/09/2025 07:51:13	Ver Nota
401600-C	Medicamento - SUCCINATO DE DESVENLAFAXINA MONOIDRATADO	Não favorável	Finalizada em 10/09/2025 07:57:00	Ver Nota

Paciente

Idade

Sexo *

Masculino

Feminino

Cidade *

Dados do Advogado do Autor

Nome do Advogado

Número OAB

Autor está representado por

Dados do Processo

Esfera/Órgão *

Vara/Serventia *

Esta tecnologia já foi finalizada e não pode mais ser editada

Diagnóstico Principal

CID *

Diagnóstico *

Meio(s) confirmatório(s) do diagnóstico já realizado(s) *

laudo médico

Descrição da Tecnologia

Tipo da Tecnologia *

Registro na ANVISA? *

Situação do registro *

Nome comercial

Princípio Ativo *

Descrição *

Via de administração *

Posologia *

Tansulosina 0,4mg - CP, oral/interna. Tomar 1 comprimido 1 à noite. Medicamento de uso contínuo

Uso contínuo?

Duração do tratamento

Unidade

Indicação em conformidade com a aprovada no registro? *

Previsto em Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Min. da Saúde para a situação clínica do demandante? *

O medicamento está inserido no SUS? *

O medicamento está incluído em *

Oncológico? *

Outras Tecnologias Disponíveis

Tecnologia

Descrever as opções disponíveis no SUS e/ou Saúde Suplementar *

<p style="text-align: justify;">De acordo com a <a href="http://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-3.047-de-28-de-novembro-de-2019-230549540">Portaria GM/MS n&ordm; 3.435</a>/2021, que estabelece o elenco de medicamentos e insumos da Rela&ccedil;&atilde;o Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), no &acirc;mbito do Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de (SUS), os medicamentos doxazosina (alfa-bloqueador, mesma classe do f&aacute;rmaco pleiteado tansulosina) est&atilde;o dispon&iacute;veis por meio do Componente B&aacute;sico da Assist&ecirc;ncia Farmac&ecirc;utica.</p>

Existe Genérico? *

Existe Similar? *

Descrever as opções disponíveis de Genérico ou Similar *

<p>vide CMED.</p>

Custo da Tecnologia

Tecnologia

Laboratório

Marca Comercial

Apresentação

Preço de Fábrica

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da Tecnologia - Tratamento Mensal

Tecnologia

Dose Diária Recomendada

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da tecnologia

Fonte do custo da tecnologia

Evidências e resultados esperados

Tecnologia

Evidências sobre a eficácia e segurança da tecnologia *

<p style="text-align: justify;">O medicamento cloridrato de tansulosina &eacute; um alfa-bloqueador, que atua inibindo os receptores alfa-1 adren&eacute;rgicos no estroma do m&uacute;sculo prost&aacute;tico liso e do colo da bexiga, promovendo o relaxamento da musculatura lisa da pr&oacute;stata e da uretra (6).&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">Uma vez que as diretrizes de tratamento de HPB (7-9) parecem ser homog&ecirc;neas em indicar alfa-bloqueadores, isolados ou em associa&ccedil;&atilde;o com medicamentos com outro mecanismo de a&ccedil;&atilde;o, e considerando que est&atilde;o dispon&iacute;veis na rede p&uacute;blica outros representantes da classe farmacol&oacute;gica, entendemos que n&atilde;o cabe apresentar os estudos que demonstraram efetividade desse f&aacute;rmaco contra placebo, mas sim buscar estudos que compararam o f&aacute;rmaco pleiteado contra as op&ccedil;&otilde;es dispon&iacute;veis no SUS. Cabe inicialmente considerar que as diretrizes previamente citadas n&atilde;o apontam diferen&ccedil;a de efetividade entre representantes das classes.</p>

<p style="text-align: justify;">Em uma revis&atilde;o sistem&aacute;tica com metan&aacute;lise publicada em 2021 que comparou a doxazosina e tansulosina demonstrou efic&aacute;cia equivalente no manejo dos sintomas do trato urin&aacute;rio associados &agrave; HPB, com perfis de seguran&ccedil;a distintos. A escolha entre os dois pode depender de fatores individuais, como risco cardiovascular (prefer&ecirc;ncia para tansulosina) ou preocupa&ccedil;&atilde;o com disfun&ccedil;&atilde;o ejaculat&oacute;ria (prefer&ecirc;ncia para doxazosina) (10).</p>

<p style="text-align: justify;">Uma revis&atilde;o sistem&aacute;tica com metan&aacute;lise buscou avaliar especificamente o perfil de seguran&ccedil;a e a efic&aacute;cia de diferentes alfa-bloqueadores no tratamento de HPB (11). Ao fim da busca e sele&ccedil;&atilde;o de estudos, foram inclu&iacute;dos um total de 25 estudos para a an&aacute;lise de seguran&ccedil;a e 26 estudos na an&aacute;lise de efic&aacute;cia. A metan&aacute;lise n&atilde;o encontrou diferen&ccedil;as na melhoria da Qmax e pontua&ccedil;&otilde;es de sintomas AUA-SI / IPSS entre os diferentes f&aacute;rmacos em compara&ccedil;&atilde;o com o placebo, ou seja, todos os f&aacute;rmacos tiveram efeito similar em todos os desfechos avaliados. Quanto &agrave; seguran&ccedil;a, alfuzosina, terazosina e doxazosina mostraram um risco aumentado estatisticamente significativo de desenvolver eventos vasculares em compara&ccedil;&atilde;o com o placebo.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">Outra revis&atilde;o sistem&aacute;tica com metan&aacute;lise em rede comparando diversos f&aacute;rmacos usados em monoterapia no tratamento de HPB (12), incluiu 58.548 participantes de um total de 124 ensaios cl&iacute;nicos. Quando comparados com placebo, alfa-bloqueadores, inibidores da 5-ARI, e inibidor da fosfodiesterase-5 reduziram o IPSS e aumentaram a taxa de fluxo urin&aacute;rio m&aacute;ximo, com doxazosina (IPSS: diferen&ccedil;a m&eacute;dia de &minus;3,67, IC95% &minus;4,33 a &minus;3,02; Qmax: DM 1,95, IC95% 1,61 a 2,30) e terazosina (IPSS: DM de &minus;3,37, IC95% &minus;4,24 a &minus;2,50; Qmax:DM, 1,21, IC95% de 0,74 a 1,66) mostrando a maior melhora. A melhora no IPSS foi compar&aacute;vel entre tansulosina, alfuzosina, naftopidil, silodosina, dutasterida, sildenafil, vardenafil e tadalafil. A incid&ecirc;ncia de eventos adversos totais e interrup&ccedil;&otilde;es do tratamento devido a eventos adversos foram geralmente compar&aacute;veis entre os v&aacute;rios agentes. Em conclus&atilde;o, os autores descrevem que todos os f&aacute;rmacos avaliados s&atilde;o eficazes para HPB, com a doxazosina e a terazosina parecendo ser os agentes mais eficazes, e que as terapias medicamentosas para a HBP s&atilde;o geralmente seguras e bem toleradas, sem grandes diferen&ccedil;as em rela&ccedil;&atilde;o ao perfil geral de efic&aacute;cia e seguran&ccedil;a.</p>

<table>
	<tbody>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align: center;">Item</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">Descri&ccedil;&atilde;o</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">Quantidade</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">Valor Unit&aacute;rio*</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">Valor Anual&nbsp;</p>
			</td>
		</tr>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align: center;">CLORIDRATO DE TANSULOSINA</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">0,4 MG COM REV LIB PROL CT BL AL AL X 60</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">7</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">R$ 130,72</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">R$ 915,04</p>
			</td>
		</tr>
	</tbody>
</table>

<p style="text-align: justify;">* Valor unit&aacute;rio considerado a partir de consulta de pre&ccedil;o da tabela CMED. Pre&ccedil;o m&aacute;ximo de venda ao governo (PMVG) No Rio Grande do Sul (ICMS 17%). O PMVG &eacute; o resultado da aplica&ccedil;&atilde;o do Coeficiente de Adequa&ccedil;&atilde;o de Pre&ccedil;os (CAP) sobre o Pre&ccedil;o F&aacute;brica &ndash; PF, PMVG = PF*(1-CAP). O CAP, regulamentado pela Resolu&ccedil;&atilde;o n&ordm;. 3, de 2 de mar&ccedil;o de 2011, &eacute; um desconto m&iacute;nimo obrigat&oacute;rio a ser aplicado sempre que forem realizadas vendas de medicamentos constantes do rol anexo ao Comunicado n&ordm; 15, de 31 de agosto de 2017 - Vers&atilde;o Consolidada ou para atender ordem judicial. Conforme o Comunicado CMED n&ordm; 5, de 21 de dezembro de 2020, o CAP &eacute; de 21,53%. Alguns medicamentos possuem isen&ccedil;&atilde;o de ICMS para aquisi&ccedil;&atilde;o por &oacute;rg&atilde;os da Administra&ccedil;&atilde;o P&uacute;blica Direta Federal, Estadual e Municipal, conforme Conv&ecirc;nio ICMS n&ordm; 87/02, sendo aplicado o benef&iacute;cio quando cab&iacute;vel.</p>

<p style="text-align: justify;">O medicamento &eacute; produzido por diversos laborat&oacute;rios. Em consulta &agrave; tabela CMED, no site da ANVISA, realizada em agostoo de 2025, selecionou-se a alternativa de menor custo. De acordo com esse dado e conforme a prescri&ccedil;&atilde;o m&eacute;dica, foi elaborada a tabela acima estimando o custo do medicamento para um ano de tratamento.</p>

<p style="text-align: justify;">N&atilde;o encontramos avalia&ccedil;&otilde;es econ&ocirc;micas para o uso do cloridrato de tansulosina na condi&ccedil;&atilde;o em quest&atilde;o para a realidade brasileira.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">Localizamos estudo que avaliou a custo-efetividade de cloridrato de tansulosina, doxazosina ou terazosina como tratamentos iniciais para HPB moderada em um horizonte temporal de 3 anos, sob a perspectiva do sistema de sa&uacute;de e do pagador. Como terapia inicial para HPB moderada, a tansulosina mostrou-se mais eficaz do que a terazosina ou a doxazosina gen&eacute;ricas, com um custo incremental de cerca de 203 d&oacute;lares por ano (ou cerca de 17 d&oacute;lares por m&ecirc;s) ao longo de 3 anos(13). As diretrizes atuais publicadas pelo NICE n&atilde;o diferenciam entre os f&aacute;rmacos de mesma classe (7).</p>

Benefício/efeito/resultado esperado da tecnologia *

<p style="text-align: justify;">Al&iacute;vio dos sintomas de HPB, como melhora do fluxo urin&aacute;rio e redu&ccedil;&atilde;o do risco de reten&ccedil;&atilde;o urin&aacute;ria, sem diferen&ccedil;a de efetividade em rela&ccedil;&atilde;o aos f&aacute;rmacos dispon&iacute;veis no SUS.</p>

Recomendações da CONITEC para a situação clínica do demandante *

Conclusão

Tecnologia

Conclusão Justificada *

Conclusão *

<p style="text-align: justify;">A terap&ecirc;utica pleiteada constitui um medicamento da mesma classe de alternativas dispon&iacute;veis no SUS. N&atilde;o h&aacute; evid&ecirc;ncia na literatura de superioridade do f&aacute;rmaco pleiteado em rela&ccedil;&atilde;o ao f&aacute;rmaco dispon&iacute;vel; ao contr&aacute;rio, os poucos estudos realizados demonstram equival&ecirc;ncia entre os desfechos avaliados para a compara&ccedil;&atilde;o entre os f&aacute;rmacos da classe farmacol&oacute;gica.</p>

Há evidências científicas? *

Considera-se urgência as situações de ocorrência imprevista de agravo à saúde, com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita da assistência médica imediata (Resolução CFM 1451/95)

Justifica-se a alegação de urgência, conforme definição de Urgência e Emergência do CFM? *

Justificativa *

Referências bibliográficas *

<ol>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">AUA Practice Guidelines Committee. AUA Guideline on management of benign prostatic hyperplasia. Diagnosis and treatment recommendations. J Urol 2003; 170:530-47.</p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">McVary KT, Roehrborn CG, Avins AL, et al. Atualiza&ccedil;&atilde;o das diretrizes da AUA sobre o manejo da hiperplasia benigna da pr&oacute;stata. J Urol 2011; 185: 1793.</p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">Verhamme KM, Dieleman JP, Bleumink GS; et al. Incidence and prevalence of lower urinary tract symptoms suggestive of benign prostatic hyperplasia in primary care -the Triumph project. Eur. Urol. 2002; 42 (4): 323&ndash;8.</p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">Nickel JC, Aaron L, Barkin J et al.Canadian Urological Association guideline on male lower urinary tract symptoms/benign prostatic hyperplasia (MLUTS/BPH): 2018 update. Can Urol Assoc J. 2018;12(10):303-312.</p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">Diretrizes Associa&ccedil;&atilde;o M&eacute;dica Brasileira (AMB). Hiperplasia Prost&aacute;tica Benigna - Tratamento. 2016 [acesso em mar&ccedil;o de 2021]. Dispon&iacute;vel em: <a href="https://online.flippingbook.com/view/675975/">https://online.flippingbook.com/view/675975/</a></p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">Laborat&oacute;rio Eurofarma. cloridrato de tansulosina 0,4 mg. Bula do Profissional.&nbsp;</p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">NICE. Lower urinary tract symptoms in men: management. Clinical guideline [CG97]. Available at <a href="https://www.nice.org.uk/guidance/cg97">https://www.nice.org.uk/guidance/cg97</a></p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">Sociedade Brasileira de Urologia, American Urological Association. Diretrizes - Guia De Bolso - Uma Refer&ecirc;ncia R&aacute;pida Para Os Urologistas. Dispon&iacute;vel em <a href="https://portaldaurologia.org.br/medicos/wp-content/uploads/2017/08/guideline_AUA_SBU-ilovepdf-compressed.pdf">https://portaldaurologia.org.br/medicos/wp-content/uploads/2017/08/guideline_AUA_SBU-ilovepdf-compressed.pdf</a></p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">Sandhu JS, Bixler BR, Dahm P, Goueli R, Kirkby E, Stoffel JT, Wilt TJ. Management of Lower Urinary Tract Symptoms Attributed to Benign Prostatic Hyperplasia (BPH): AUA Guideline Amendment 2023. J Urol. 2024 Jan;211(1):11-19. .</p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">Guo J, Tang R. Efficacy and tolerability of doxazosin gastro-intestinal therapeutic system versus tamsulosin in patients with lower urinary tract symptoms associated with benign prostatic hyperplasia: A systematic review and meta-analysis. Medicine (Baltimore). 2021 Aug 20;100(33):e26955.&nbsp;</p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">Nickel JC, Sander S, Moon TD. A meta-analysis of the vascular-related safety profile and efficacy of alpha-adrenergic blockers for symptoms related to benign prostatic hyperplasia. Int J Clin Pract. 2008 Oct;62(10):1547-59</p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">Yuan, Jin-Qiu PhD; Mao, Chen PhD; Wong, Samuel Yeung-Shan MD, PhD; Yang, Zu-Yao PhD; Fu, Xiao-Hong PhD; Dai, Xiao-Yu MD, PhD; Tang, Jin-Ling MD, PhD Comparative Effectiveness and Safety of Monodrug Therapies for Lower Urinary Tract Symptoms Associated With Benign Prostatic Hyperplasia, Medicine: July 2015 - Volume 94 - Issue 27 - p e974.&nbsp;</p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align: justify;"><a href="https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Walker+A&amp;cauthor_id=23356792">Walker</a> A, <a href="https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Doyle+S&amp;cauthor_id=23356792">Doyle</a> S, <a href="https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Posnett+J&amp;cauthor_id=23356792">Posnett</a> J et al. Cost-effectiveness of single-dose tamsulosin and dutasteride combination therapy compared with tamsulosin monotherapy in patients with benign prostatic hyperplasia in the UK. BJU Int. 2013;112(5):638-46.Ohsfeldt RL, Kreder KJ, Klein RW, Chrischilles EA. Cost-effectiveness of tamsulosin, doxazosin, and terazosin in the treatment of benign prostatic hyperplasia. J Manag Care Pharm. 2004 Sep-Oct;10(5):412-22.</p>
	</li>
</ol>

NatJus Responsável *

Instituição Responsável *

Nota técnica elaborada com apoio de tutoria? *

Outras Informações *

<p style="text-align: justify;">Em breve formul&aacute;rio preenchido por m&eacute;dico, &eacute; informado que a parte autora, paciente masculino, de 77 anos, possui hiperplasia prost&aacute;tica (Evento 1, LAUDO3, P&aacute;gina 5-6) e necessita uso do medicamento tansulosina por piora cl&iacute;nica e comprometimento do paciente com prov&aacute;vel redu&ccedil;&atilde;o da vida de rela&ccedil;&atilde;o. N&atilde;o h&aacute; informa&ccedil;&atilde;o sobre outros tratamentos para a indica&ccedil;&atilde;o pleiteada, somente que j&aacute; fez uso de amitriptilina, fluoxetina e clonazepam. Apresenta como comorbidades doen&ccedil;a de Alzheimer e depress&atilde;o. Pleiteia os seguintes medicamentos: donepezila, memantina, desvenlafaxina e tansulosina (Evento 1, LAUDO3, P&aacute;gina 1-4).&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">Esta nota t&eacute;cnica versar&aacute; sobre o medicamento tansulosina 0,4 mg para o tratamento de hiperplasia prost&aacute;tica benigna.</p>

<p style="text-align: justify;">A hiperplasia prost&aacute;tica benigna (HPB) &eacute; uma das doen&ccedil;as mais comuns no homem idoso. O termo HPB se refere a uma defini&ccedil;&atilde;o histopatol&oacute;gica caracterizada pela hiperplasia de c&eacute;lulas epiteliais e estromais que se inicia na zona periuretral e na zona de transi&ccedil;&atilde;o da pr&oacute;stata. O quadro cl&iacute;nico t&iacute;pico desses pacientes inclui aumento da frequ&ecirc;ncia miccional, noct&uacute;ria, intermit&ecirc;ncia, urg&ecirc;ncia, esfor&ccedil;o miccional, jato urin&aacute;rio fraco e sensa&ccedil;&atilde;o de esvaziamento vesical incompleto. Esse conjunto de sintomas &eacute; classicamente denominado STUI (sintomas do trato urin&aacute;rio inferior). Nem todos os homens com evid&ecirc;ncia histol&oacute;gica de hiperplasia prost&aacute;tica benigna desenvolvem STUI. Al&eacute;m disso, nem todos os pacientes com evid&ecirc;ncia histol&oacute;gica de HPB e com STUI t&ecirc;m aumento prost&aacute;tico, do mesmo modo que o aumento prost&aacute;tico pode existir na aus&ecirc;ncia de STUI. Atualmente, reconhece-se que uma por&ccedil;&atilde;o significativa dos sintomas &eacute; resultado de defici&ecirc;ncia da musculatura detrusora relacionada &agrave; idade e n&atilde;o consequ&ecirc;ncia de obstru&ccedil;&atilde;o infravesical (1).</p>

<p style="text-align: justify;">A decis&atilde;o de tratar clinicamente a HPB equilibra a gravidade dos sintomas do paciente com os efeitos colaterais potenciais da terapia. A menos que os pacientes tenham desenvolvido obstru&ccedil;&atilde;o da sa&iacute;da da bexiga, a HPB s&oacute; requer terapia se os sintomas tiverem um impacto significativo na qualidade de vida do paciente. Os sintomas geralmente aparecem lentamente e progridem gradualmente ao longo de um per&iacute;odo de anos. Mesmo sem terapia, muitos homens experimentam estabiliza&ccedil;&atilde;o ou melhora dos sintomas ao longo do tempo (2). A preval&ecirc;ncia da HBP aumenta com a idade, e de forma geral para homens entre 46 e 70 anos de idade o risco de desenvolver a doen&ccedil;a &eacute; de aproximadamente 45%. As taxas de <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Incid%C3%AAncia_(epidemiologia)">incid&ecirc;ncia</a> aumentam de tr&ecirc;s casos por 1000 homens na faixa et&aacute;ria de 45-49 anos, para 38 casos por 1000 na faixa et&aacute;ria dos 75-79 anos. Ao passo que as taxas de <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Preval%C3%AAncia">preval&ecirc;ncia</a> s&atilde;o de 2,7% para homens na faixa et&aacute;ria dos 45-49 anos, aumentando para 24% na idade dos 80 anos (3).</p>

<p style="text-align: justify;">Os pacientes com sintomas leves (IPSS &lt;7)&nbsp; devem ser orientados para modifica&ccedil;&atilde;o do estilo de vida e vigil&acirc;ncia ativa.&nbsp; As op&ccedil;&otilde;es de tratamento para pacientes com sintomas&nbsp; moderados de HBP (IPSS 8&ndash;18) e graves (IPSS 19&ndash;35) incluem vigil&acirc;ncia ativa/ modifica&ccedil;&atilde;o do estilo de vida, bem como tratamento farmacol&oacute;gico, terapias minimamente invasivas ou cir&uacute;rgicas (4).</p>

<p style="text-align: justify;">Com rela&ccedil;&atilde;o ao tratamento farmacol&oacute;gico, recomenda-se os alfa- bloqueadores (doxazosina, tansulosina, etc) como op&ccedil;&atilde;o terap&ecirc;utica de primeira linha no tratamento dos sintomas da HBP (3). J&aacute; os inibidores de 5-alfa-redutase (dutasterida, finasterida) podem ser prescritos a homens com sintomas do trato urin&aacute;rio baixo e pr&oacute;stata aumentada (&gt;40 mL) ou PSA elevado (&gt;1,6 ng/mL) e podem prevenir a progress&atilde;o da doen&ccedil;a, reduzindo a necessidade de cirurgia e reten&ccedil;&atilde;o urin&aacute;ria aguda. Op&ccedil;&otilde;es alternativas est&atilde;o dispon&iacute;veis para popula&ccedil;&otilde;es espec&iacute;ficas de pacientes. Os inibidores da fosfodiesterase-5 podem ser uma op&ccedil;&atilde;o em homens que tamb&eacute;m t&ecirc;m disfun&ccedil;&atilde;o er&eacute;til. A combina&ccedil;&atilde;o de alfa-bloqueadores e inibidores da 5-alfa-redutase &eacute; um tratamento efetivo para pacientes com STUI moderados a intensos, aumento do volume prost&aacute;tico (&gt; 40 mL), PSA elevado (&gt; 1,6 ng/mL) e fluxo urin&aacute;rio m&aacute;ximo reduzido. A terapia combinada &eacute; v&aacute;lida n&atilde;o apenas para al&iacute;vio dos sintomas, mas, principalmente, para reduzir o risco de progress&atilde;o da HPB, o que inclui, al&eacute;m do aumento do escore de sintomas, a ocorr&ecirc;ncia de reten&ccedil;&atilde;o urin&aacute;ria, necessidade de tratamento cir&uacute;rgico, incontin&ecirc;ncia e infec&ccedil;&atilde;o urin&aacute;ria e insufici&ecirc;ncia renal (5).</p>

Anexos

Nota Técnica 401600

PDF Nota Técnica