Nota	Tecnologia	Conclusão	Status
415270	Procedimento - 0406040168 - CORRECAO ENDOVASCULAR DE ANEURISMA / DISSECCAO DA AORTA ABDOMINAL E ILIACAS C/ ENDOPROTESE BIFURCADA	Não favorável	Finalizada em 09/10/2025 14:25:26	Ver Nota

Paciente

Idade

Sexo *

Masculino

Feminino

Cidade *

Dados do Advogado do Autor

Nome do Advogado

Número OAB

Autor está representado por

Dados do Processo

Esfera/Órgão *

Vara/Serventia *

NT 415270

Esta tecnologia já foi finalizada e não pode mais ser editada

Diagnóstico Principal

CID *

Diagnóstico *

Meio(s) confirmatório(s) do diagnóstico já realizado(s) *

laudo médico.

Descrição da Tecnologia

Tipo da Tecnologia *

Registro na ANVISA? *

Situação do registro *

Nome comercial

Princípio Ativo *

Descrição *

Via de administração *

Posologia *

Uso contínuo?

Duração do tratamento

Unidade

Indicação em conformidade com a aprovada no registro? *

Previsto em Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Min. da Saúde para a situação clínica do demandante? *

O procedimento está inserido no SUS? *

O procedimento está incluído em *

Oncológico? *

Outras Tecnologias Disponíveis

Tecnologia

Descrever as opções disponíveis no SUS e/ou Saúde Suplementar *

<p style="text-align: justify;">Corre&ccedil;&atilde;o endovascular de aneurisma / dissec&ccedil;&atilde;o da aorta abdominal com endoprotese reta / c&ocirc;nica (04.06.04.015-0); corre&ccedil;&atilde;o endovascular de aneurisma / dissec&ccedil;&atilde;o da aorta abdominal e il&iacute;acas com endopr&oacute;tese bifurcada (04.06.04.016-8).</p>

<p>Na impossibilidade de uso das endopr&oacute;teses previstas no SUS, as op&ccedil;&otilde;es s&atilde;o reparo aberto ou acompanhamento cl&iacute;nico.</p>

Existe Genérico? *

Existe Similar? *

Descrever as opções disponíveis de Genérico ou Similar *

Custo da Tecnologia

Tecnologia

Laboratório

Marca Comercial

Apresentação

Preço de Fábrica

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da Tecnologia - Tratamento Mensal

Tecnologia

Dose Diária Recomendada

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da tecnologia

Fonte do custo da tecnologia

Evidências e resultados esperados

Tecnologia

Evidências sobre a eficácia e segurança da tecnologia *

<p style="text-align: justify;">Efetividade, efic&aacute;cia e seguran&ccedil;a:</p>

<p style="text-align: justify;">O tratamento endovascular com endopr&oacute;tese ramificada (do ingl&ecirc;s, branched/fenestrated endovascular aortic repair ou B/FEVAR) &eacute; uma alternativa &agrave; cirurgia aberta para aneurisma toracoabdominal degenerativo.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">Diretriz internacional, publicada em conjunto pela American College of Cardiology e pela American Heart Association, traz como recomenda&ccedil;&atilde;o 2b (recomenda&ccedil;&atilde;o fraca, &ldquo;pode ser razo&aacute;vel&rdquo;, &ldquo;efetividade incerta&rdquo;) [1]: &ldquo;em pacientes com aneurisma toracoabdominal degenerativo, intactos, e com anatomia favor&aacute;vel, reparo endovascular por ser considerado em centros com expertise e acesso apropriado a pr&oacute;teses e stents endovasculares&rdquo;. Para ambas as recomenda&ccedil;&otilde;es, o n&iacute;vel de evid&ecirc;ncia &eacute; considerado B-NR (evid&ecirc;ncia moderada, advinda de pelo menos um estudo bem desenhado e bem executado n&atilde;o randomizado / observacional / de registro).&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">N&atilde;o est&atilde;o dispon&iacute;veis ensaios cl&iacute;nicos randomizados comparando resultados precoces ou tardios para reparo aberto versus endovascular para aneurisma toracoabdominal, e at&eacute; o momento da publica&ccedil;&atilde;o da diretriz em novembro de 2022 n&atilde;o havia dispositivos aprovados pela FDA para reparo endovascular de aneurisma toracoabdominal. A maioria dos procedimentos endovasculares realizados atualmente s&atilde;o feitos com endopr&oacute;teses fenestradas ou ramificadas personalizadas. A diretriz descreve claramente que &ldquo;embora o n&uacute;mero de reparos endovasculares realizados tenha aumentado de forma constante, o acompanhamento permanece limitado e, portanto, o reparo aberto continua sendo a terapia preferida para pacientes com aneurismas de aorta t&oacute;raco-abdominal que requerem interven&ccedil;&atilde;o&rdquo;.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">Revis&atilde;o sistem&aacute;tica de Liu e colaboradores [9] incluiu estudos sobre aneurismas de aorta tor&aacute;cica descendente, tanto intactos como rotos, e incluindo estudos comparados n&atilde;o randomizados. Vinte e nove estudos abrangendo 49.972 pacientes (22.049 reparos endovasculares; 27.923 reparos abertos) foram inclu&iacute;dos. O reparo endovascular foi associado a uma taxa de mortalidade p&oacute;s-operat&oacute;ria significativamente menor [raz&atilde;o de chances (RC): 0,57, intervalo de confian&ccedil;a de 95% (IC95%)&nbsp; 0,45 0,72] e morbidade. Por&eacute;m, em termos de sobrevida em longo prazo, a an&aacute;lise de refer&ecirc;ncia demonstrou que o grupo de reparo aberto apresentou melhor sobrevida para todas as causas al&eacute;m de 16 meses (HR 1,64, IC95% 1,53 a 1,75). Ainda, considerando apenas o subgrupo de pacientes com aneurisma intacto, aqueles que foram submetidos a reparo aberto apresentaram maior taxa de mortalidade p&oacute;s-operat&oacute;ria (OR 0,58, IC95% 0,38 a 0,88, embora em an&aacute;lise com alta heterogeneidade), mas tiveram melhor sobrevida por todas as causas al&eacute;m de 7 meses (HR 1,72, IC95% 1,61 a 1,84) do que aqueles que foram submetidos a reparo endovascular.</p>

<p style="text-align: justify;">Revis&atilde;o sistem&aacute;tica buscou comparar estudos de reparo aberto com reparo endovascular de aneurismas toracoabdominais p&oacute;s-dissec&ccedil;&atilde;o [10]. Trata-se na verdade de uma compara&ccedil;&atilde;o de metan&aacute;lises de coortes - n&atilde;o foram identificados estudos comparados, apenas coortes descrevendo pacientes submetidos ao reparo endovascular e outras coortes descrevendo pacientes submetidos a reparo aberto. Esse tipo de estudo tem limita&ccedil;&otilde;es inerentes, uma vez que h&aacute; vi&eacute;s intr&iacute;nseco na indica&ccedil;&atilde;o dos procedimentos. Foram inclu&iacute;dos na revis&atilde;o 15 estudos (8 de reparo endovasculares e 7 de reparo aberto). N&atilde;o houve diferen&ccedil;a estatisticamente significativa na compara&ccedil;&atilde;o de taxa de mortalidade geral em 30 dias entre os grupos (6% no grupo de reparo aberto vs 3% no grupo endovascular, p=0,35). Os tempos de seguimento totais s&atilde;o diferentes para cada grupo de pacientes, sendo mais longo para pacientes submetidos &agrave; reparo aberto (48 mese, intervalo de 10-72 meses; s versus 17 meses, intervalo de 12 a 25 meses no grupo de reparo endovascular) mas mesmo assim a diferen&ccedil;a entre grupos n&atilde;o atingiu signific&acirc;ncia estat&iacute;stica (19% no grupo aberto vs 7% no grupo endovascular, p=0,08). As reinterven&ccedil;&otilde;es a&oacute;rticas tardias foram mais frequentes ap&oacute;s o reparo endovascular (11% vs 32%; p&lt;0,001).</p>

<p style="text-align: justify;">Custo:</p>

<p style="text-align: justify;">N&atilde;o consta or&ccedil;amento para o procedimento e materiais necess&aacute;rios em processo. Foi anexada uma lista de materiais necess&aacute;rios (Evento 1, LAUDO2, P&aacute;gina 3).</p>

<p style="text-align: justify;">N&atilde;o existem estimativas nacionais de custo ou estudos de custo-efetividade. Embora esteja dispon&iacute;vel PCDT sobre tratamento de aneurisma de aorta-abdominal, o mesmo n&atilde;o partiu de demanda de incorpora&ccedil;&atilde;o de tecnologia sobre uso de endopr&oacute;teses, e portanto n&atilde;o existem an&aacute;lises econ&ocirc;micas dispon&iacute;veis. O PCDT diz apenas, na se&ccedil;&atilde;o de Estimativa Do Custo Direto: &ldquo;De acordo com a Quadro de Procedimentos, Medicamentos e &Oacute;rteses, Pr&oacute;teses e Materiais Especiais do Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de (SIGTAP), acrescidas de suas poss&iacute;veis complica&ccedil;&otilde;es, os custos diretos dos procedimentos &eacute; de R$ 11.837,02 para a cirurgia e R$ 33.314,58 para a endopr&oacute;tese.&rdquo;&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">A tabela SIGTAP traz dois procedimentos endovasculares para tratamento de AAA:</p>

<ul>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">04.06.04.015-0 - CORRE&Ccedil;&Atilde;O ENDOVASCULAR DE ANEURISMA / DISSEC&Ccedil;&Atilde;O DA AORTA ABDOMINAL COM ENDOPR&Oacute;TESE RETA / C&Ocirc;NICA. Alta Complexidade. Financiamento: Fundo de A&ccedil;&otilde;es Estrat&eacute;gicas e Compensa&ccedil;&otilde;es (FAEC). Total Hospitalar: R$ 1.614,75.</p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">04.06.04.016-8 - CORRE&Ccedil;&Atilde;O ENDOVASCULAR DE ANEURISMA / DISSEC&Ccedil;&Atilde;O DA AORTA ABDOMINAL E IL&Iacute;ACAS COM ENDOPR&Oacute;TESE BIFURCADA. Alta Complexidade. Financiamento: Fundo de A&ccedil;&otilde;es Estrat&eacute;gicas e Compensa&ccedil;&otilde;es (FAEC). Total Hospitalar: R$ 2.025,24.</p>
	</li>
</ul>

<p style="text-align: justify;">Embora n&atilde;o se trate exatamente da condi&ccedil;&atilde;o em tela, o National Institute for Health and Care Excellence (NICE), bra&ccedil;o do Departamento de Sa&uacute;de e Assist&ecirc;ncia Social da Inglaterra que publica diretrizes sobre o uso de tecnologias de sa&uacute;de dentro do Servi&ccedil;o Nacional de Sa&uacute;de da Inglaterra (NHS) e do&nbsp; Pa&iacute;s de Gales (NHS-Wales), emitiu orienta&ccedil;&otilde;es sobre diagn&oacute;stico e manejo de aneurismas de aorta abdominal que traz aspectos relevantes ao pleito [11]. Duas extensas revis&otilde;es de literatura foram conduzidas durante a elabora&ccedil;&atilde;o das orienta&ccedil;&otilde;es (Evidence review K, incluindo apenas ECRs, e posteriormente Evidence review K2, incluindo estudos observacionais). A orienta&ccedil;&atilde;o foi considerada controversa tanto em sua vers&atilde;o preliminar como na vers&atilde;o final [12,13]. O parecer preliminar publicado em 2018 trazia recomenda&ccedil;&atilde;o contra o uso de reparo endovascular de aneurismas de aorta abdominal n&atilde;o roto na maioria das circunst&acirc;ncias; naquele momento, estimava-se que cerca de 60% dos reparos de aneurisma realizados no pa&iacute;s utilizavam a t&eacute;cnica endovascular, e entre as cr&iacute;ticas recebidas estavam preocupa&ccedil;&otilde;es sobre quest&otilde;es de implementa&ccedil;&atilde;o das recomenda&ccedil;&otilde;es [20]. Depois de muitas itera&ccedil;&otilde;es, o texto do comit&ecirc; respons&aacute;vel removeu a recomenda&ccedil;&atilde;o dura contra reparo endovascular, mas foi recomendada discuss&atilde;o expl&iacute;cita sobre a incerteza de seus benef&iacute;cios e danos durante a tomada de decis&atilde;o compartilhada com os pacientes. Vers&atilde;o final foi publicada em 2020, e traz a possibilidade de uso de reparo endovascular em pacientes com copatologia abdominal (como abdome hostil, rim em ferradura, presen&ccedil;a de estoma ou outras considera&ccedil;&otilde;es espec&iacute;ficas), desde que tenha havido discuss&atilde;o com o paciente resultando em EVAR ser a op&ccedil;&atilde;o preferida. Para pessoas com riscos anest&eacute;sicos e/ou comorbidades m&eacute;dicas que contra-indicariam o reparo cir&uacute;rgico aberto, as orienta&ccedil;&otilde;es recomendam considerar reparo endovascular apenas se as incertezas da interven&ccedil;&atilde;o tiverem sido claramente discutidas com o paciente, e apenas se o procedimento for realizado dentro de acordos especiais para consentimento, auditoria e pesquisa, sendo todos os pacientes inseridos no Registro Vascular Nacional.</p>

<p style="text-align: justify;">Publica&ccedil;&otilde;es posteriores de membros do comit&ecirc; elaborador afirmam que as orienta&ccedil;&otilde;es publicadas n&atilde;o representavam uma capitula&ccedil;&atilde;o, mas sim que buscavam trazer&nbsp; &ldquo;a necessidade de direcionar o sistema para mudar a pr&aacute;tica para a cirurgia aberta ao longo do tempo&rdquo;, apenas &ldquo;de uma forma mais gerenci&aacute;vel para o sistema&rdquo; [14]. As revis&otilde;es de evid&ecirc;ncias publicadas pelo NICE trazem descrito que &ldquo;evid&ecirc;ncia econ&ocirc;mica publicada no Reino Unido s&oacute; poderia ser razoavelmente interpretada como evid&ecirc;ncia de que o reparo endovascular provavelmente n&atilde;o seria um uso eficaz dos recursos do NHS&rdquo;. Estudos de custo-efetividade conduzidos sobre o tema em geral chegam a conclus&otilde;es favor&aacute;veis ao uso da tecnologia no cen&aacute;rio americano, por&eacute;m conclus&otilde;es desfavor&aacute;veis (raz&atilde;o de custo-efetividade incremental acima do limiar de disposi&ccedil;&atilde;o a pagar) em pa&iacute;ses europeus e no Canad&aacute; [15].</p>

Benefício/efeito/resultado esperado da tecnologia *

<p style="text-align: justify;">Considerando o tratamento de aneurismas de aorta t&oacute;raco abdominal, quando comparado a reparo aberto, menor morbimortalidade em 30 dias por&eacute;m desfechos similares para horizontes maiores, seja em mortalidade ou qualidade de vida.&nbsp;</p>

Recomendações da CONITEC para a situação clínica do demandante *

Conclusão

Tecnologia

Conclusão Justificada *

Conclusão *

<p style="text-align: justify;">Com base nas informa&ccedil;&otilde;es m&eacute;dicas atualmente dispon&iacute;veis, n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel inferir marcadores de severidade da doen&ccedil;a e, portanto, de risco de complica&ccedil;&otilde;es, como a ruptura. N&atilde;o est&aacute; claro, ainda, tratar-se de doen&ccedil;a cr&ocirc;nica de longa evolu&ccedil;&atilde;o, ou de quadro cr&ocirc;nico recente. Desconhece-se, em acr&eacute;scimo, a situa&ccedil;&atilde;o atual do paciente e o plano terap&ecirc;utico proposto pela equipe. &nbsp;<br />
&nbsp;&nbsp; &nbsp;Mesmo diante da escassez de informa&ccedil;&otilde;es sobre o quadro cl&iacute;nico atual do paciente, reconhece-se a gravidade da situa&ccedil;&atilde;o em tela e a legitimidade da busca por alternativas terap&ecirc;uticas mais eficazes e seguras. A t&eacute;cnica de reparo endovascular de aneurismas da aorta toracoabdominal, de fato, apresenta menor mortalidade em curto prazo (30 dias); contudo, n&atilde;o h&aacute; demonstra&ccedil;&atilde;o clara de benef&iacute;cios da t&eacute;cnica em desfechos de maior prazo, sejam eles complica&ccedil;&otilde;es, mortalidade ou qualidade de vida.&nbsp;<br />
Particularmente na popula&ccedil;&atilde;o com necessidade de pr&oacute;teses especiais (endopr&oacute;teses fenestradas e ramificadas) e reparos complexos, inexistem ensaios cl&iacute;nicos randomizados e em estudos observacionais nem mesmo diferen&ccedil;a em curto prazo foi observada. Diretrizes de sociedades e pareceres de ag&ecirc;ncias de avalia&ccedil;&otilde;es de tecnologia em sa&uacute;de indicam o reparo endovascular &ldquo;conforme disponibilidade&rdquo;, sendo preciso destacar que em geral essa recomenda&ccedil;&atilde;o nasce de uma estimada equival&ecirc;ncia de custos entre as op&ccedil;&otilde;es de tratamento aberto ou reparo endovascular, que nem sempre &eacute; real e particularmente n&atilde;o parece se aplicar ao cen&aacute;rio nacional.<br />
&nbsp;&nbsp; &nbsp;Refor&ccedil;a-se compreens&atilde;o do desejo da equipe assistente de buscar tratamentos menos invasivos, por&eacute;m considerando as informa&ccedil;&otilde;es cl&iacute;nicas dispon&iacute;veis no momento, e a literatura descrita (considerados estudos que tratam de aneurisma de aorta toracoabdominal), entendemos que n&atilde;o se justifica o disp&ecirc;ndio de recursos p&uacute;blicos em interven&ccedil;&atilde;o sem comprova&ccedil;&atilde;o clara de benef&iacute;cio assistencial e n&atilde;o avaliada pela ag&ecirc;ncia nacional de incorpora&ccedil;&atilde;o de tecnologias.<br />
&nbsp;</p>

Há evidências científicas? *

Considera-se urgência as situações de ocorrência imprevista de agravo à saúde, com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita da assistência médica imediata (Resolução CFM 1451/95)

Justifica-se a alegação de urgência, conforme definição de Urgência e Emergência do CFM? *

Justificativa *

Referências bibliográficas *

<p style="text-align: justify;">1. Isselbacher EM, Preventza O, Hamilton Black J, Augoustides JG, Beck AW, Bolen MA, et al. 2022 ACC/AHA Guideline for the Diagnosis and Management of Aortic Disease: A Report of the American Heart Association/American College of Cardiology Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 13 de dezembro de 2022;146(24):e334&ndash;482.</p>

<p style="text-align: justify;">2. Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de, Comiss&atilde;o Nacional de Incorpora&ccedil;&atilde;o de Tecnologias do SUS. PORTARIA CONJUNTA No 03, DE 7 DE JANEIRO DE 2019. Aprova as Diretrizes Brasileiras para Utiliza&ccedil;&atilde;o de Endopr&oacute;tese em Aorta Tor&aacute;cica Descendente. [Internet]. 2019. Dispon&iacute;vel em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/pcdt/arquivos/2019/utilizacao-de-endoprotese-em-aorta-toracica-descendente-diretrizes-brasileiras1.pdf</p>

<p style="text-align: justify;">3. Azizzadeh A, Arbabi CN. Management of chronic type B aortic dissection. In: Eidt JF, Mills JL Sr, Collins KA, editors. UpToDate. Waltham (MA): UpToDate; 2025 [cited 2025 Sep 24]. Available from: https://www.uptodate.com/contents/management-of-chronic-type-b-aortic-dissection</p>

<p style="text-align: justify;">4. Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de., CONITEC. Diretrizes Brasileiras para o Tratamento de Aneurisma da Aorta Abdominal [Internet]. Report No.: Relat&oacute;rio de Recomenda&ccedil;&atilde;o No 240 Mar&ccedil;o/2017. PORTARIA No 488, DE 06 DE MAR&Ccedil;O DE 2017. Dispon&iacute;vel em: http://antigo-conitec.saude.gov.br/images/Relatorios/2017/Relatorio_Diretriz_AneurismaAortaAbdominal_final.pdf</p>

<p style="text-align: justify;">&nbsp;5. Hultgren R, Zommorodi S, Gambe M, Roy J. A Majority of Admitted Patients With Ruptured Abdominal Aortic Aneurysm Undergo and Survive Corrective Treatment: A Population-Based Retrospective Cohort Study. World J Surg. 2016;40(12):3080&ndash;7.</p>

<p style="text-align: justify;">6. Ronald L Dalman, Matthew Mell. Management of asymptomatic abdominal aortic aneurysm - UpToDate. Em: Literature review current through: Jul 2023. This topic last updated: Apr 26, 2022. UpToDate in Waltham, MA; [citado 6 de agosto de 2023]. Dispon&iacute;vel em: https://www.uptodate.com/contents/management-of-asymptomatic-abdominal-aortic-aneurysm</p>

<p style="text-align: justify;">7. Chaikof EL, Dalman RL, Eskandari MK, Jackson BM, Lee WA, Mansour MA, et al. The Society for Vascular Surgery practice guidelines on the care of patients with an abdominal aortic aneurysm. J Vasc Surg. janeiro de 2018;67(1):2-77.e2.</p>

<p style="text-align: justify;">8. Parkinson F, Ferguson S, Lewis P, Williams IM, Twine CP. Rupture rates of untreated large abdominal aortic aneurysms in patients unfit for elective repair. J Vasc Surg. 1o de junho de 2015;61(6):1606&ndash;12.</p>

<p style="text-align: justify;">9. Liu J, Gou D, Xu K, Lu Z, Li P, Lei Y, Wang Y, Yang Y, Liu S, Zhu G. Comparison of short-and long-term outcomes between endovascular and open repair for descending thoracic aortic aneurysm: a systematic review and meta-analysis. Int J Surg. 2025 Mar 1;111(3):2662-2674. doi: 10.1097/JS9.0000000000002230. PMID: 39869368.</p>

<p style="text-align: justify;">10. Verzini F, Gibello L, Varetto G, Frola E, Boero M, Porro L, Gattuso A, Peretti T, Rispoli P. Proportional meta-analysis of open surgery or fenestrated endograft repair for postdissection thoracoabdominal aneurysms. J Vasc Surg. 2021 Oct;74(4):1377-1385.e9. doi: 10.1016/j.jvs.2021.04.053. Epub 2021 May 19. PMID: 34019989.</p>

<p style="text-align: justify;">11. Recommendations | Abdominal aortic aneurysm: diagnosis and management | Guidance | NICE [Internet]. NICE; 2020 [citado 7 de agosto de 2023]. Dispon&iacute;vel em: https://www.nice.org.uk/guidance/ng156/chapter/Recommendations#repairing-unruptured-aneurysms</p>

<p style="text-align: justify;">12. Hinchliffe RJ, Earnshaw JJ. Endovascular treatment of abdominal aortic aneurysm: a NICE U-turn. Br J Surg. 1o de julho de 2020;107(8):940&ndash;2.</p>

<p style="text-align: justify;">13. julietwalker. The BMJ. 2020 [citado 7 de agosto de 2023]. NICE&rsquo;s guideline on the management of people with an Abdominal Aortic Aneurysm: an unexplained U turn. Dispon&iacute;vel em: https://blogs.bmj.com/bmj/2020/11/27/nices-guideline-on-the-management-of-people-with-an-abdominal-aortic-aneurysm-an-unexplained-u-turn/</p>

<p style="text-align: justify;">14. Chrisp P. Comment on: Endovascular treatment of abdominal aortic aneurysm: a NICE U-turn. Br J Surg. 1o de julho de 2020;107(8):e281.</p>

<p style="text-align: justify;">15. Nargesi S, Abutorabi A, Alipour V, Tajdini M, Salimi J. Cost-Effectiveness of Endovascular Versus Open Repair of Abdominal Aortic Aneurysm: A Systematic Review. Cardiovasc Drugs Ther. agosto de 2021;35(4):829&ndash;39.</p>

NatJus Responsável *

Instituição Responsável *

Nota técnica elaborada com apoio de tutoria? *

Outras Informações *

<p style="text-align: justify;">Segundo documentos m&eacute;dicos, a parte autora encontra-se em interna&ccedil;&atilde;o hospitalar no Hospital de Cl&iacute;nicas de Porto Alegre por &ldquo;Dissec&ccedil;&atilde;o de Aorta Stanford B cr&ocirc;nica com degenera&ccedil;&atilde;o aneurism&aacute;tica toracoabdominal&rdquo; (Evento 1, LAUDO2, P&aacute;gina 3). Apresenta aneurisma de 5,8 cm de di&acirc;metro m&aacute;ximo e, por esse motivo, indica&ccedil;&atilde;o de tratamento endovascular com endopr&oacute;tese ramificada de aorta (Evento 1, LAUDO2, P&aacute;gina 3). N&atilde;o est&atilde;o descritos outros detalhes anat&ocirc;micos da les&atilde;o. Em documento, esclarece-se que existe possibilidade de tratamento cir&uacute;rgico aberto, mas que &ldquo;implica em alta morbi-mortalidade em nosso meio, n&atilde;o sendo uma op&ccedil;&atilde;o adequada para o paciente em quest&atilde;o&rdquo; (Evento 1, LAUDO2, P&aacute;gina 3). Pleiteia-se em processo o material cir&uacute;rgico necess&aacute;rio para a realiza&ccedil;&atilde;o do procedimento junto ao sistema p&uacute;blico de sa&uacute;de. N&atilde;o est&atilde;o dispon&iacute;veis em processo informa&ccedil;&atilde;o sobre evolu&ccedil;&atilde;o do quadro, tempo de diagn&oacute;stico, estabilidade do paciente e sua sintomatologia atual, nem tratamentos j&aacute; realizados.<br />
A aorta &eacute; a maior art&eacute;ria do corpo e pode ser dividida em cinco segmentos anat&ocirc;micos principais: raiz, aorta tor&aacute;cica ascendente, arco a&oacute;rtico, aorta tor&aacute;cica descendente, e aorta abdominal [1]. A Dissec&ccedil;&atilde;o de Aorta configura-se como emerg&ecirc;ncia, sendo condi&ccedil;&atilde;o potencialmente fatal, que ocorre quando h&aacute; uma ruptura da &iacute;ntima (camada mais interna da art&eacute;ria) que permite que o sangue passe atrav&eacute;s desta ruptura e chegue &agrave; camada m&eacute;dia da aorta, criando um retalho de dissec&ccedil;&atilde;o que divide o l&uacute;men verdadeiro (espa&ccedil;o interno do vaso) de um l&uacute;men falso rec&eacute;m-formado (espa&ccedil;o criado pela dissec&ccedil;&atilde;o, entre as camadas do vaso). A dissec&ccedil;&atilde;o pode se propagar de forma anter&oacute;grada ou retr&oacute;grada e levar a uma s&eacute;rie de complica&ccedil;&otilde;es potencialmente fatais, incluindo regurgita&ccedil;&atilde;o a&oacute;rtica aguda, isquemia mioc&aacute;rdica, tamponamento card&iacute;aco, acidente vascular cerebral agudo ou s&iacute;ndromes de m&aacute; perfus&atilde;o. A incid&ecirc;ncia de dissec&ccedil;&atilde;o a&oacute;rtica &eacute; estimada em 5 a 30 casos por milh&atilde;o de pessoas por ano, sendo os homens mais comumente afetados. A maioria das dissec&ccedil;&otilde;es ocorre em pessoas entre 50 e 70 anos de idade, embora pacientes com s&iacute;ndromes relacionadas se apresentem em idades mais jovens [1-3].<br />
O sistema de classifica&ccedil;&atilde;o de Stanford divide as dissec&ccedil;&otilde;es em duas categorias de acordo com o envolvimento da aorta ascendente ou n&atilde;o, independentemente do local de origem: Tipo A, incluindo todas as dissec&ccedil;&otilde;es envolvendo a aorta ascendente, independentemente do local da ruptura da &iacute;ntima; e Tipo B, todas as dissec&ccedil;&otilde;es que n&atilde;o envolvem a aorta ascendente (incluindo dissec&ccedil;&otilde;es que envolvem o arco a&oacute;rtico, mas poupam a aorta ascendente) [1].&nbsp;<br />
Para que se considere uma Dissec&ccedil;&atilde;o de Aorta como cr&ocirc;nica, entende-se que o quadro esteja presente h&aacute;, pelo menos, 90 dias. Assim, n&atilde;o trata-se mais de evento agudo emergencial, e o paciente pode j&aacute; ter apresentado estabiliza&ccedil;&atilde;o cl&iacute;nica sem les&atilde;o de &oacute;rg&atilde;os. Com o passar do tempo, a dissec&ccedil;&atilde;o da aorta pode evoluir para uma degenera&ccedil;&atilde;o aneurism&aacute;tica, que significa uma reconfigura&ccedil;&atilde;o das paredes do vaso, com dilata&ccedil;&atilde;o da aorta de forma anormal - resultando ent&atilde;o um aneurismo, no caso em tela um Aneurisma de Aorta Toracoabdominal [4]. Quando os aneurismas da aorta tor&aacute;cica descendente (TAA, de thoracic aortic aneurysms) se estendem para a aorta abdominal, eles s&atilde;o chamados de aneurismas da aorta toracoabdominal (TAAA, de thoracoabdominal aortic aneurysms) [1].<br />
O manejo da dissec&ccedil;&atilde;o de aorta depende da severidade da doen&ccedil;a [3]. Para a maioria dos pacientes, cuja doen&ccedil;a n&atilde;o cursa com complica&ccedil;&otilde;es (entre elas, ruptura, isquemia de &oacute;rg&atilde;os, dor persistente, crescimento acelerado ou aneurisma grande), o tratamento recomendado &eacute; conservador. Nesses casos, sugere-se controle rigoroso da press&atilde;o arterial e acompanhamento da doen&ccedil;a por meio de exames de imagem peri&oacute;dicos. O objetivo &eacute; reduzir a for&ccedil;a do impacto do sangue sobre a parede da aorta e, com isso, o risco de complica&ccedil;&otilde;es. Para pacientes com caracter&iacute;sticas cl&iacute;nicas de alto risco podem ser recomendadas medidas intervencionistas, como o tratamento endovascular com endopr&oacute;tese ramificada de aorta (pleiteado em processo) ou a cirurgia aberta (disponibilizada pelo sistema p&uacute;blico de sa&uacute;de). Entre as caracter&iacute;sticas cl&iacute;nicas de alto risco destacam-se a dor refrat&aacute;ria ou recorrente com dura&ccedil;&atilde;o superior a 12 horas, hipertens&atilde;o arterial de dif&iacute;cil controle (persistente mesmo com uso de tr&ecirc;s ou mais classes de anti-hipertensivos em doses m&aacute;ximas) e reinterna&ccedil;&otilde;es relacionadas &agrave; dissec&ccedil;&atilde;o. Do ponto de vista radiol&oacute;gico, s&atilde;o considerados fatores de risco a presen&ccedil;a de ponto de entrada localizado na curvatura menor da aorta, ponto de entrada maior que 10 mm, di&acirc;metro da aorta superior a 40 mm, di&acirc;metro do falso l&uacute;men superior a 22 mm, presen&ccedil;a de derrame pleural hemorr&aacute;gico, colapso total do verdadeiro l&uacute;men e sinais de m&aacute; perfus&atilde;o identificados apenas por exames de imagem.<br />
O principal risco relacionado aos aneurismas &eacute; a ruptura, evento com alta letalidade - estimada em cerca de 50% para pacientes que s&atilde;o tratados em ambiente hospitalar, mas atingindo at&eacute; 85% dependendo de acesso e disponibilidade de tratamento [5]. Dois m&eacute;todos de reparo de aneurisma est&atilde;o dispon&iacute;veis atualmente: cirurgia aberta e reparo endovascular de aneurisma, que envolve a coloca&ccedil;&atilde;o de componentes modulares de enxerto entregues atrav&eacute;s das art&eacute;rias il&iacute;acas ou femorais para revestir a aorta e excluir o saco aneurism&aacute;tico da circula&ccedil;&atilde;o [6].&nbsp;<br />
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Anexos

Nota Técnica 415270

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