Nota	Tecnologia	Conclusão	Status
419537	Medicamento - CLORIDRATO DE PONATINIBE	Favorável	Finalizada em 18/10/2025 08:10:16	Ver Nota

Paciente

Idade

Sexo *

Masculino

Feminino

Cidade *

Dados do Advogado do Autor

Nome do Advogado

Número OAB

Autor está representado por

Dados do Processo

Esfera/Órgão *

Vara/Serventia *

NT 419537

Esta tecnologia já foi finalizada e não pode mais ser editada

Diagnóstico Principal

CID *

Diagnóstico *

Meio(s) confirmatório(s) do diagnóstico já realizado(s) *

laudo médico.

Descrição da Tecnologia

Tipo da Tecnologia *

Registro na ANVISA? *

Situação do registro *

Nome comercial

Princípio Ativo *

Descrição *

Via de administração *

Posologia *

ponatinibe 15 mg, 90cp. Tomar 3 comprimidos ao dia, uso contínuo.

Uso contínuo?

Duração do tratamento

Unidade

Indicação em conformidade com a aprovada no registro? *

Previsto em Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Min. da Saúde para a situação clínica do demandante? *

O medicamento está inserido no SUS? *

O medicamento está incluído em *

Oncológico? *

Outras Tecnologias Disponíveis

Tecnologia

Descrever as opções disponíveis no SUS e/ou Saúde Suplementar *

<p>transplante alog&ecirc;nico de medula.</p>

Existe Genérico? *

Existe Similar? *

Descrever as opções disponíveis de Genérico ou Similar *

Custo da Tecnologia

Tecnologia

Laboratório

Marca Comercial

Apresentação

Preço de Fábrica

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da Tecnologia - Tratamento Mensal

Tecnologia

Dose Diária Recomendada

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da tecnologia

Fonte do custo da tecnologia

Evidências e resultados esperados

Tecnologia

Evidências sobre a eficácia e segurança da tecnologia *

<p style="text-align: justify;">Efetividade, efic&aacute;cia e seguran&ccedil;a:</p>

<p style="text-align: justify;">O ponatinibe &eacute; um inibidor de tirosina quinase de terceira gera&ccedil;&atilde;o 500 vezes mais potente que o imatinibe, conforme estudos de inibi&ccedil;&atilde;o fosforila&ccedil;&atilde;o por ensaio enzim&aacute;tico em linhagens celulares portadoras do gene BCR-ABL1 <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?mQo2Yw">(8)</a>. &Eacute; indicado para tratamento de LMC em fase cr&ocirc;nica, fase acelerada ou crise bl&aacute;stica que sejam intolerantes ou resistentes aos ITKs de segunda gera&ccedil;&atilde;o (i.e., nilotinibe e dasatinibe) ou que apresentem a muta&ccedil;&atilde;o T315I, na dose inicial de 45 mg/dia, entre pacientes que apresentem resposta &oacute;tima &eacute; recomendada a redu&ccedil;&atilde;o da dose para 15 mg/dia <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?dbvObn">(7,8)</a>.</p>

<p style="text-align: justify;">Sua efic&aacute;cia foi avaliada entre pacientes com LMC ou LLA Ph1+ resistentes a terapia com nilotinibe ou dasatinibe, toxicidade inaceit&aacute;vel aos ITKs de segunda gera&ccedil;&atilde;o ou que apresentam a muta&ccedil;&atilde;o T315I, em ensaio cl&iacute;nico de fase 2, o estudo PACE <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?eZewF0">(9)</a>. Entre outros crit&eacute;rios de inclus&atilde;o estavam ECOG 0 a 2, fun&ccedil;&atilde;o renal e hep&aacute;tica adequadas, intervalo QTc normal e aus&ecirc;ncia de hist&oacute;ria pessoal de pancreatite <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?JOcBk2">(9)</a>. Neste estudo aberto, 350 pacientes com LMC receberam ponatinibe na dose de 45 mg uma vez ao dia e foram avaliados para o desfecho prim&aacute;rio de resposta citogen&eacute;tica maior em 12 meses (MCyR) e resposta hematol&oacute;gica maior (MaHR) em 6 meses de tratamento <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?KWvSFG">(9)</a>. A MCyR &eacute; definida pela presen&ccedil;a de &lt; 35% de cromossomo Philadelphia em 20 met&aacute;fases analisadas por cari&oacute;tipo convencional, j&aacute; a MaHR &eacute; definida por hemograma completo convencional com leucograma normal, &lt; 20% de bas&oacute;filos e &gt; 100.000 plaquetas <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?1tFXLO">(9)</a>. Ap&oacute;s seguimento mediano de 15 meses, 56% dos pacientes atingiram resposta citogen&eacute;tica maior, enquanto 46% atingiram resposta citogen&eacute;tica completa. Entre os pacientes portadores da muta&ccedil;&atilde;o T315I, 70% apresentaram resposta citogen&eacute;tica maior e 56% apresentaram resposta citogen&eacute;tica completa <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?UYpe6O">(9)</a>. Em seguimento publicado 5 anos ap&oacute;s a publica&ccedil;&atilde;o original <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?mOKXTN">(10)</a>, a sobrevida geral reportada foi 73% (IC95% 66 a 79%) em 5 anos e, entre respondedores, a probabilidade de seguir em MCyR foi de 82% (IC95% 74 a 88%) em 5 anos. Interessantemente, redu&ccedil;&otilde;es de dose do ponatinibe ocorreram em 55% dos pacientes inclu&iacute;dos no estudo, com mediana para redu&ccedil;&atilde;o de dose ocorrendo em 2,3 meses. Entre pacientes que reduziram a dose, 90% mantiveram a resposta atingida ap&oacute;s 40 meses de seguimento <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?1DfPnS">(10)</a>.</p>

<p style="text-align: justify;">O estudo OPTIC, um ensaio cl&iacute;nico randomizado de fase II, avaliou a rela&ccedil;&atilde;o benef&iacute;cio/risco em tr&ecirc;s doses iniciais de ponatinibe (15 mg, 30 mg ou 45 mg) com o intuito de investigar estrat&eacute;gia de redu&ccedil;&atilde;o de dose baseada em resposta para o tratamento com ITK em pacientes adultos com LMC em fase cr&ocirc;nica em que houve falha a dois ITKs pr&eacute;vios. Em pacientes que receberam 45 ou 30 mg diariamente, a dose foi reduzida para 15 mg ap&oacute;s a resposta (n&iacute;veis de transcri&ccedil;&atilde;o BCR ABL1IS 1%). O desfecho prim&aacute;rio foi alcan&ccedil;ado em 44,1% (IC 98,3%: 31,7% a 57,0%) na coorte de 45 mg, 29,0% (IC 98,3%: 18,4% - 41,6%) na coorte de 30 mg e 23,1% (IC 98,3%: 13,4% - 35,3%) na coorte de 15 mg. Resultados &oacute;timos de benef&iacute;cio/risco ocorreram com dose inicial de 45 mg e subsequente redu&ccedil;&atilde;o para 15 mg ap&oacute;s obten&ccedil;&atilde;o de resposta ao tratamento (11).</p>

<p style="text-align: justify;">Efeitos adversos comuns deste medicamento s&atilde;o mielossupress&atilde;o, rash cut&acirc;neo, pele seca, dor abdominal geralmente nos primeiros 2 meses de uso do medicamento <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?tgbcJC">(8)</a>. Pacientes que apresentem sinais de insufici&ecirc;ncia card&iacute;aca, hepatopatia, tromboses venosas e oclus&otilde;es arteriais devem ser monitoradas uma vez que efeitos adversos dessa natureza podem ocorrer entre pacientes tratados com ponatinibe e, inclusive, levar o paciente a &oacute;bito <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?NNHxBW">(8)</a>. Durante a observa&ccedil;&atilde;o do estudo PACE, eventos cardiovasculares, cerebrovasculares e vasculares perif&eacute;ricos ocorreram em 7%, 3% e 5% dos casos <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?2PXDqI">(2,9,10)</a>. A ocorr&ecirc;ncia destes eventos parece ter rela&ccedil;&atilde;o com a dose do medicamento, sua frequ&ecirc;ncia foi 1,75 vezes maior entre pacientes que estavam utilizando doses de 45 mg/dia.</p>

<p style="text-align: justify;">&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">Custo:</p>

<table>
	<tbody>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align: center;">Item</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">Descri&ccedil;&atilde;o</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">Quantidade</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">Valor Unit&aacute;rio</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">Valor Total</p>
			</td>
		</tr>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align: center;">CLORIDRATO DE PONATINIBE</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">15 MG COM REV FR PLAS PEAD OPC X 30</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">19</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">R$ 11.602,26</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: center;">R$ 220.442,94</p>
			</td>
		</tr>
	</tbody>
</table>

<p style="text-align: justify;">*Valor unit&aacute;rio considerado a partir de consulta de pre&ccedil;o da tabela CMED. Pre&ccedil;o m&aacute;ximo de venda ao governo (PMVG) no Rio Grande do Sul (ICMS 17%). O PMVG &eacute; o resultado da aplica&ccedil;&atilde;o do Coeficiente de Adequa&ccedil;&atilde;o de Pre&ccedil;os (CAP) sobre o Pre&ccedil;o F&aacute;brica &ndash; PF, PMVG = PF*(1-CAP). O CAP, regulamentado pela Resolu&ccedil;&atilde;o n&ordm;. 3, de 2 de mar&ccedil;o de 2011, &eacute; um desconto m&iacute;nimo obrigat&oacute;rio a ser aplicado sempre que forem realizadas vendas de medicamentos constantes do rol anexo ao Comunicado n&ordm; 15, de 31 de agosto de 2017 - Vers&atilde;o Consolidada ou para atender ordem judicial. Conforme o Comunicado CMED n&ordm; 5, de 21 de dezembro de 2020, o CAP &eacute; de 21,53%. Alguns medicamentos possuem isen&ccedil;&atilde;o de ICMS para aquisi&ccedil;&atilde;o por &oacute;rg&atilde;os da Administra&ccedil;&atilde;o P&uacute;blica Direta Federal, Estadual e Municipal, conforme Conv&ecirc;nio ICMS n&ordm; 87/02, sendo aplicado o benef&iacute;cio quando cab&iacute;vel.</p>

<p style="text-align: justify;">O medicamento ponatinibe encontra-se registrado sob o nome Iclusig&reg;, &eacute; produzido em formula&ccedil;&atilde;o de 45 mg e 15 mg pela companhia farmac&ecirc;utica Pint Pharma. A tabela acima foi elaborada a partir do PMVG acrescido ICMS de 17% fornecido pela tabela CMED consultada em outubro de 2025, em que se estimou o custo de 6 meses de tratamento conforme prescri&ccedil;&atilde;o m&eacute;dica.</p>

<p style="text-align: justify;">No relat&oacute;rio preliminar publicado pela CONITEC, a an&aacute;lise de custo-efetividade foi apresentada pelo demandante. Com base nos par&acirc;metros e nas premissas utilizados, a raz&atilde;o de custo-efetividade incremental (ICER) foi de R$ 353.134,48 por anos de vida ganho e de R$ 288.287,38 por anos de vida ajustados para a qualidade (QALY) ganho. Ponatinibe aumentou em aproximadamente 2 anos o tempo de perman&ecirc;ncia dos pacientes com LMC na fase cr&ocirc;nica e incrementou 1,7 anos de vida ajustados pela qualidade. O impacto or&ccedil;ament&aacute;rio incremental em cinco anos foi estimado em valor aproximado de R$ 29,8 milh&otilde;es (7).</p>

<p style="text-align: justify;">Em an&aacute;lise econ&ocirc;mica de 3 pa&iacute;ses (Alemanha, Su&eacute;cia e Canad&aacute;), avaliou-se, entre pacientes com indica&ccedil;&atilde;o de receber 3&ordf; linha de tratamento para LMC, o uso de ponatinibe comparando-o com transplante alog&ecirc;nico de medula &oacute;ssea e TKIs de segunda gera&ccedil;&atilde;o <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?9c6XwZ">(12)</a>. A raz&atilde;o de custo efetividade incremental (RCEI) para ponatinibe, quando comparado com TKIs de 2&ordf; gera&ccedil;&atilde;o, foi de U$ 21.543 a 37.755 por QALY ganho na Alemanha, U$ 24.018 a 38.227 por QALY ganho na Su&eacute;cia e U$ 43.001 a 58.515 por QALY ganho no Canad&aacute;. Quando comparado com transplante alog&ecirc;nico de medula &oacute;ssea, o ponatinibe foi dominante na Alemanha, enquanto que as RCEI no Canad&aacute; e Su&eacute;cia foram U$ 31.534 e U$ 715 respectivamente. Na an&aacute;lise de sensibilidade do estudo, considerando-se um limiar de disponibilidade a pagar da sociedade de U$ 50.000, a probabilidade do ponatinibe ser custo efetivo na Alemanha, Su&eacute;cia e Canad&aacute; quando comparado a bosutinibe foi de 54,7%, 52,6% e 25,2% respectivamente, e quando comparado com transplante alog&ecirc;nico de medula &oacute;ssea esta probabilidade foi de 93,6%, 93,3% e 65,7% respectivamente <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?8jmRah">(13)</a>. &Eacute; razo&aacute;vel supor que este tratamento seja custo efetivo nos 3 pa&iacute;ses mencionados, tendo em vista que s&atilde;o aceit&aacute;veis limiares de disponibilidade a pagar mais elevados por QALY ganho (at&eacute; de 3x o PIB per capita do pa&iacute;s).</p>

<p style="text-align: justify;">Estudo de escopo econ&ocirc;mico submetido ao National Institute for Health Care Excellence (NICE), do Reino Unido, <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?n2owPJ">(13)</a>, realizado pela companhia produtora do medicamento (mas revisado por comit&ecirc; independente), utilizou como fonte para modelo o estudo pivotal de fase 2 PACE, previamente citado. Foi considerado o pre&ccedil;o da medica&ccedil;&atilde;o mediante acordo comercial (&lsquo;patient access scheme&rsquo; ou PAS). Na LMC-FA ou CB, o ponatinibe apresentou RCEI de dominante sobre terapia de suporte, &pound; 14.750 sobre transplante alog&ecirc;nico de medula &oacute;ssea imediato e &pound; 13.279 por QALY adicional quando comparado com bosutinibe. Apesar das compara&ccedil;&otilde;es indiretas e incertezas referentes ao modelo econ&ocirc;mico utilizado, a recomenda&ccedil;&atilde;o do Comit&ecirc; Avaliador do NICE foi de incorporar o ponatinibe como op&ccedil;&atilde;o terap&ecirc;utica entre adultos com LMC que falharam (por resist&ecirc;ncia ou intoler&acirc;ncia) aos inibidores de tirosino quinase de segunda gera&ccedil;&atilde;o em que o uso de imatinibe n&atilde;o &eacute; apropriado ou entre pacientes que apresentem a muta&ccedil;&atilde;o T315I, considerando acordo comercial entre o sistema de sa&uacute;de brit&acirc;nico e a companhia (PAS) <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?TgE9ME">(13)</a>.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">O Scottish Medicines Consortium (SMC) <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?kn8L6u">(13)</a> tamb&eacute;m incluiu o ponatinibe como alternativa para pacientes adultos com LMC, independentemente do est&aacute;gio da doen&ccedil;a, que apresentem intoler&acirc;ncia ou resist&ecirc;ncia a TKIs de segunda gera&ccedil;&atilde;o quando o uso de imatinibe &eacute; inadequado e para pacientes com muta&ccedil;&atilde;o T315I <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?VDHbhm">(14)</a>. Em an&aacute;lise datada de 2015, o CADTH tamb&eacute;m recomenda o uso de ponatinibe sob indica&ccedil;&otilde;es semelhantes &agrave;s do NICE e do SMC <a href="https://www.zotero.org/google-docs/?qVDUlM">(15)</a>. Como ressalva o Comit&ecirc; Canadense reconheceu que existe incerteza substancial em rela&ccedil;&atilde;o ao uso do medicamento, tendo em vista a disponibilidade &agrave; &eacute;poca apenas de dados n&atilde;o comparativos com outros TKIs al&eacute;m do custo substancialmente mais alto do que o dos outros TKIs.</p>

Benefício/efeito/resultado esperado da tecnologia *

<p style="text-align: justify;">resposta hematol&oacute;gica maior (MaHR) e resposta citogen&eacute;tica maior (MCyR), e controle da doen&ccedil;a a longo prazo, com aumento de sobrevida livre de progress&atilde;o e sobrevida global.</p>

Recomendações da CONITEC para a situação clínica do demandante *

Conclusão

Tecnologia

Conclusão Justificada *

Conclusão *

<p style="text-align: justify;">Apesar de ser terapia onerosa, ela teve sua incorpora&ccedil;&atilde;o recomendada pela CONITEC, para tratamento de resgate de pacientes com leucemia mieloide cr&ocirc;nica em que houve falha aos inibidores de tirosina quinase de segunda gera&ccedil;&atilde;o. A dose de 45 mg/dia solicitada pela parte autora apresenta alto custo di&aacute;rio (aproximadamente R$1.160,20/dia), enquanto a dose de 15mg/dia, recomendada pelo fabricante, possui um custo de R$386,73/dia. Considerando o custo, juntamente com a gravidade da doen&ccedil;a e o esgotamento das op&ccedil;&otilde;es terap&ecirc;uticas dispon&iacute;veis no SUS, recomendamos revis&atilde;o do caso em tela conforme descrito a seguir para que a terapia n&atilde;o se prolongue de maneira inapropriada.<br />
Primeira revis&atilde;o, em 6 meses do in&iacute;cio do tratamento, com hemograma completo, uma vez que pacientes que n&atilde;o apresentem crit&eacute;rios para resposta hematol&oacute;gica maior em 6 meses devem ter o tratamento descontinuado por falta de efic&aacute;cia. Do contr&aacute;rio o tratamento deve ser mantido e reavaliado em 12 meses de tratamento, para ajuste de dose (redu&ccedil;&atilde;o para 15 mg/dia) caso apresenta resposta objetiva ao cari&oacute;tipo ou PCR quantitativo para BCR-ABL1 compat&iacute;vel com resposta citogen&eacute;tica maior ou resposta mais profunda.<br />
&nbsp;</p>

Há evidências científicas? *

Considera-se urgência as situações de ocorrência imprevista de agravo à saúde, com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita da assistência médica imediata (Resolução CFM 1451/95)

Justifica-se a alegação de urgência, conforme definição de Urgência e Emergência do CFM? *

Justificativa *

Referências bibliográficas *

<p style="text-align: justify;">1. Chronic Myeloid Leukemia | R&uuml;diger Hehlmann | Springer [Internet]. [citado 20 de outubro de 2021]. Dispon&iacute;vel em: https://www.springer.com/gp/book/9783030719128</p>

<p style="text-align: justify;">2. Jabbour E, Kantarjian H. Chronic myeloid leukemia: 2020 update on diagnosis, therapy and monitoring. Am J Hematol. junho de 2020;95(6):691&ndash;709.</p>

<p style="text-align: justify;">3. Protocolos Cl&iacute;nicos e Diretrizes Terap&ecirc;uticas - PCDT [Internet]. Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de. [2025]. Dispon&iacute;vel em: file:///C:/Users/camil/Downloads/Leucemia%20Mieloide%20Cr%C3%B4nica%20do%20Adulto.pdf</p>

<p style="text-align: justify;">4. Hochhaus A, Baccarani M, Silver RT, Schiffer C, Apperley JF, Cervantes F, et al. European LeukemiaNet 2020 recommendations for treating chronic myeloid leukemia. Leukemia. abril de 2020;34(4):966&ndash;84.</p>

<p style="text-align: justify;">5. Cortes J, Jabbour E, Kantarjian H, Yin CC, Shan J, O&rsquo;Brien S, et al. Dynamics of BCR-ABL kinase domain mutations in chronic myeloid leukemia after sequential treatment with multiple tyrosine kinase inhibitors. Blood. 1o de dezembro de 2007;110(12):4005&ndash;11.</p>

<p style="text-align: justify;">6. Bula_Profissional_da_Saude_Iclusig.pdf [Internet]. 2025. Dispon&iacute;vel em: https://www.pint-pharma.com/images/pint/Bula_Profissional_da_Saude_Iclusig.pdf</p>

<p style="text-align: justify;">7. CONITEC. Relat&oacute;rio de Recomenda&ccedil;&atilde;o. Ponatinibe no tratamento de resgate de pacientes com leucemia mieloide cr&ocirc;nica em que houve falha aos inibidores de tirosina quinase de segunda gera&ccedil;&atilde;o. Janeiro/2025. Dispon&iacute;vel em: https://abrale.org.br/wp-content/uploads/2025/02/Portaria-SecticsMS-6-Ponatinibe.pdf</p>

<p style="text-align: justify;">8. Ponatinib: Drug information - UpToDate [Internet]. [citado 23 de outubro de 2021]. Dispon&iacute;vel em: https://www.uptodate.com/contents/ponatinib-drug-information</p>

<p style="text-align: justify;">9. Cortes JE, Kim DW, Pinilla-Ibarz J, le Coutre P, Paquette R, Chuah C, et al. A phase 2 trial of ponatinib in Philadelphia chromosome-positive leukemias. N Engl J Med. 7 de novembro de 2013;369(19):1783&ndash;96.</p>

<p style="text-align: justify;">10. Cortes JE, Kim DW, Pinilla-Ibarz J, le Coutre PD, Paquette R, Chuah C, et al. Ponatinib efficacy and safety in Philadelphia chromosome-positive leukemia: final 5-year results of the phase 2 PACE trial. Blood. 26 de julho de 2018;132(4):393&ndash;404.</p>

<p style="text-align: justify;">11. Cortes J, Apperley J, Lomaia E, Moiraghi B, Undurraga Sutton M, Pavlovsky C, et al. Ponatinib dose-ranging study in chronic-phase chronic myeloid leukemia: a randomized, open-label phase 2 clinical trial. Blood [Internet]. 2021;138(21):2042&ndash;50. Available from: https://www.embase.com/search/results?subaction=viewrecord&amp;id=L2015709344&amp;from=export</p>

<p style="text-align: justify;">12. &nbsp; Hirt C, Iannazzo S, Chiroli S, McGarry LJ, le Coutre P, Stenke L, et al. Cost Effectiveness of the Third-Generation Tyrosine Kinase Inhibitor (TKI) Ponatinib, vs. Second-Generation TKIs or Stem Cell Transplant, as Third-Line Treatment for Chronic-Phase Chronic Myeloid Leukemia. Appl Health Econ Health Policy. agosto de 2019;17(4):555&ndash;67.</p>

<p style="text-align: justify;">13. Pandor A, Stevenson M, Stevens J, James MMS, Hamilton J, Byrne J, et al. Ponatinib for Treating Chronic Myeloid Leukaemia: An Evidence Review Group Perspective of a NICE Single Technology Appraisal. PharmacoEconomics. agosto de 2018;36(8):903&ndash;15.</p>

<p style="text-align: justify;">14. ponatinib (Iclusig) [Internet]. Scottish Medicines Consortium. [citado 24 de outubro de 2021]. Dispon&iacute;vel em: https://www.scottishmedicines.org.uk/medicines-advice/ponatinib-iclusig-fullsubmission-103215/</p>

<p style="text-align: justify;">15. pcodr_ponatinib_iclusig_cml_all_in_rec.pdf [Internet]. [citado 24 de outubro de 2021]. Dispon&iacute;vel em: https://www.cadth.ca/sites/default/files/pcodr/pcodr_ponatinib_iclusig_cml_all_in_rec.pdf</p>

NatJus Responsável *

Instituição Responsável *

Nota técnica elaborada com apoio de tutoria? *

Outras Informações *

<p style="text-align: justify;">A parte autora apresenta laudo m&eacute;dico (Evento 1, ATESTMED3) descrevendo ser portadora de leucemia mieloide cr&ocirc;nica (LMC) com diagn&oacute;stico realizado atrav&eacute;s de bi&oacute;psia de medula &oacute;ssea em agosto de 2018. Iniciou o tratamento medicamentoso com imatinibe, posteriormente interrompido por intoler&acirc;ncia e substitu&iacute;do por dasatinibe em outubro de 2021. Evoluiu com resposta hematol&oacute;gica, por&eacute;m sem resposta citogen&eacute;tica e sem resposta molecular significativa (BCR-ABL1 positiva). Atualmente, encontra-se com boa capacidade funcional, sem restri&ccedil;&otilde;es. Nessa situa&ccedil;&atilde;o, pleiteia tratamento com ponatinibe.<br />
A LMC &eacute; neoplasia de c&eacute;lulas tronco hematopoi&eacute;ticas resultante da transloca&ccedil;&atilde;o dos bra&ccedil;os longos dos cromossomos 9 e 22, a t(9;22)(q34;q11), tamb&eacute;m conhecido como cromossomo Philadelphia, que resulta na forma&ccedil;&atilde;o do gene de fus&atilde;o BCR-ABL1 que apresenta atividade de tirosino quinase de maneira continuada (1). Entre os achados cl&iacute;nicos sugestivos desta patologia est&atilde;o leucocitose acompanhada de eosinofilia e basofilia, presen&ccedil;a de &ldquo;desvio &agrave; esquerda&rdquo; na leucometria, que pode incluir blastos e as formas &ldquo;intermedi&aacute;rias&rdquo; da s&eacute;rie granuloc&iacute;tica neutrof&iacute;lica (pr&oacute;-miel&oacute;citos, miel&oacute;citos, metamiel&oacute;citos, bastonados e segmentados), esplenomegalia, anemia em graus variados, plaquetose e plaquetopenia. A maioria (90%) dos pacientes recebem diagn&oacute;stico na chamada fase cr&ocirc;nica (LMC-FC), e 40% destes pacientes descobrem a doen&ccedil;a ao realizar um hemograma fortuitamente. A incid&ecirc;ncia anual estimada desta patologia &eacute; de 1-2 casos por 100.000 adultos segundo estimativas internacionais (2), afetando homens com maior frequ&ecirc;ncia que mulheres, e a mediana de idade ao diagn&oacute;stico &eacute; de 57-59 anos (3,4). No Brasil, no ano de 2019, foram registrados 127.134 procedimentos de quimioterapia para LMC em adultos, de maneira que se estimou uma preval&ecirc;ncia de cerca de 15.892 casos no pa&iacute;s naquele ano (3).<br />
A hist&oacute;ria natural da progress&atilde;o da doen&ccedil;a &eacute; sabida. A dura&ccedil;&atilde;o da fase cr&ocirc;nica pode ser longa e de curso indolente (3), a fase acelerada da LMC (LMC-FA) e a crise bl&aacute;stica (LMC-CB) s&atilde;o formas mais agressivas e apresentam risco para desfechos negativos, inclusive &oacute;bito. A dura&ccedil;&atilde;o mediana da LMC-FA &eacute; de 1-1,5 anos at&eacute; progress&atilde;o ou &oacute;bito e da LMC-CB &eacute; de 6 meses at&eacute; progress&atilde;o ou &oacute;bito. O advento dos inibidores de tirosino quinase (imatinibe, dasatinibe, nilotinibe, bosutinibe) revolucionou o tratamento da LMC. Pacientes que, at&eacute; o final do s&eacute;culo passado, apresentavam uma expectativa de vida de 20% em 10 anos, passaram a apresentar uma expectativa de vida de 80-90% em 10 anos (2).&nbsp;<br />
Entre os pacientes tratados em primeira linha com imatinibe, 10-15% ter&atilde;o tratamento suspenso por intoler&acirc;ncia e 20-25%, por n&atilde;o atingirem crit&eacute;rios de resposta &oacute;timos, conforme consenso do European Leukemia Net (ELN) (1,4). A monitoriza&ccedil;&atilde;o de resposta ao tratamento, se d&aacute; por hemogramas seriados, an&aacute;lise de cari&oacute;tipo e quantifica&ccedil;&atilde;o de transcritos BCR-ABL1 por m&eacute;todo de rea&ccedil;&atilde;o em cadeia de polimerase quantitativa (PCR) avaliados conforme a escala internacional (IS). Defini-se como falha de tratamento, para pacientes em fase cr&ocirc;nica, &gt; 10% de transcritos BCR-ABL1 ap&oacute;s 6 meses de tratamento, &gt; 1% de transcritos BCR-ABL1 ap&oacute;s 12 meses de tratamento e &nbsp;a qualquer momento ap&oacute;s isso se &gt; 1% de transcritos BCR-ABL1, surgimento de muta&ccedil;&otilde;es que conferem resist&ecirc;ncia ao inibidor de tirosino quinase em uso ou surgimento de altera&ccedil;&otilde;es citogen&eacute;ticas adicionais de alto risco para progress&atilde;o (a saber cromossomo Philadelphia adicional, +8, i(17p), abn(3q26), +19, -7/7q-, 11q23).<br />
Em caso de falha terap&ecirc;utica, definida pelos crit&eacute;rios acima, &eacute; conduta recomendada que a escolha do ITKs subsequente seja baseada no perfil de efeitos adversos e no perfil de muta&ccedil;&otilde;es do dom&iacute;nio quinase (KD) do gene BCR-ABL1 (1,2,4,5). A maioria das muta&ccedil;&otilde;es do BCR-ABL1 KD s&atilde;o trat&aacute;veis com ITKs de segunda gera&ccedil;&atilde;o, com exce&ccedil;&atilde;o da muta&ccedil;&atilde;o do T315I, sens&iacute;vel apenas ao ponatinibe (2,4). A identifica&ccedil;&atilde;o desta muta&ccedil;&atilde;o &eacute; evento raro; em estudo que seguiu 112 pacientes com hist&oacute;rico de LMC com crit&eacute;rio para resist&ecirc;ncia para pelo menos 1 TKI, 59% apresentavam muta&ccedil;&otilde;es do s&iacute;tio BCR-ABL1 KD, sendo destes 15% eram muta&ccedil;&atilde;o do gene T315I (5).</p>

Anexos

Nota Técnica 419537

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