Nota	Tecnologia	Conclusão	Status
425490	Produto - Andador - Treinador de Marcha Grillo	Não favorável	Finalizada em 31/10/2025 15:42:53	Ver Nota

Paciente

Idade

Sexo *

Masculino

Feminino

Cidade *

Dados do Advogado do Autor

Nome do Advogado

Número OAB

Autor está representado por

Dados do Processo

Esfera/Órgão *

Vara/Serventia *

NT 425490

Esta tecnologia já foi finalizada e não pode mais ser editada

Diagnóstico Principal

CID *

Diagnóstico *

Meio(s) confirmatório(s) do diagnóstico já realizado(s) *

Laudo médico

Descrição da Tecnologia

Tipo da Tecnologia *

Registro na ANVISA? *

Situação do registro *

Nome comercial

Princípio Ativo *

Descrição *

Via de administração *

Posologia *

Uso contínuo?

Duração do tratamento

Unidade

Indicação em conformidade com a aprovada no registro? *

Previsto em Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Min. da Saúde para a situação clínica do demandante? *

O produto está inserido no SUS? *

O produto está incluído em *

Oncológico? *

Outras Tecnologias Disponíveis

Tecnologia

Descrever as opções disponíveis no SUS e/ou Saúde Suplementar *

<p style="text-align: justify;">est&atilde;o dispon&iacute;veis &oacute;rteses, pr&oacute;teses e meios auxiliares de locomo&ccedil;&atilde;o, como andadores convencionais, bengalas e cadeiras de rodas, conforme diretrizes do Programa de &Oacute;rteses, Pr&oacute;teses e Meios Auxiliares de Locomo&ccedil;&atilde;o (OPM)</p>

Existe Genérico? *

Existe Similar? *

Descrever as opções disponíveis de Genérico ou Similar *

Custo da Tecnologia

Tecnologia

Laboratório

Marca Comercial

Apresentação

Preço de Fábrica

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da Tecnologia - Tratamento Mensal

Tecnologia

Dose Diária Recomendada

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da tecnologia

Fonte do custo da tecnologia

Evidências e resultados esperados

Tecnologia

Evidências sobre a eficácia e segurança da tecnologia *

<p style="text-align: justify;">O andador de transfer&ecirc;ncia &eacute; um &ldquo;treinador de marcha assistido&rdquo;, que &eacute; utilizado como um dispositivo que fornece suporte de tronco e pelve. Imagina-se que, com o treinador de marcha assistido, o paciente desenvolva certa independ&ecirc;ncia na fun&ccedil;&atilde;o motora e que com isso possa obter ganhos na intera&ccedil;&atilde;o social. Tais desfechos, contudo, dependem da condi&ccedil;&atilde;o cl&iacute;nica do paciente, bem como do plano terap&ecirc;utico no qual se planeja utilizar o dispositivo.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">Uma revis&atilde;o sistem&aacute;tica publicada em 2020 avaliou os efeitos do treinamento de marcha assistida na caminhada, participa&ccedil;&atilde;o e qualidade de vida de crian&ccedil;as com paralisia cerebral, incluindo 17 estudos e identificando evid&ecirc;ncias de qualidade moderada. Os resultados indicaram que o treinamento sem suporte de peso corporal promoveu melhorias significativas na velocidade da marcha (+0,25 m/s; IC 95%: 0,13 a 0,37), fun&ccedil;&atilde;o motora global (+11,9%; IC 95%: 2,98 a 20,82) e participa&ccedil;&atilde;o nas atividades di&aacute;rias (+8,2 pontos no PEDI; IC 95%: 5,69 a 10,71). Em contraste, o treinamento com suporte de peso corporal apresentou efeitos limitados, com ganho modesto na velocidade da marcha (+0,07 m/s; IC 95%: 0,06 a 0,08) e sem diferen&ccedil;as significativas em fun&ccedil;&atilde;o motora ou participa&ccedil;&atilde;o. A ocorr&ecirc;ncia de eventos adversos foi rara e sem gravidade. Observou-se que o uso de treinadores de marcha assistida pode ser mais ben&eacute;fico para crian&ccedil;as com disfun&ccedil;&atilde;o motora severa que est&atilde;o iniciando a marcha, enquanto seu uso em crian&ccedil;as que j&aacute; caminham de forma independente pode ser contraproducente. Apenas quatro estudos avaliaram diretamente a participa&ccedil;&atilde;o, e tr&ecirc;s deles relataram melhora secund&aacute;ria ao uso da interven&ccedil;&atilde;o. A revis&atilde;o refor&ccedil;a a necessidade de ensaios cl&iacute;nicos randomizados e controlados mais robustos para esclarecer os efeitos do treino de marcha assistida nessa popula&ccedil;&atilde;o (9)</p>

<p style="text-align: justify;">Custo:</p>

<table>
	<tbody>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align: justify;">Item</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: justify;">Quantidade</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: justify;">Valor Unit&aacute;rio*</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: justify;">Valor Total&nbsp;</p>
			</td>
		</tr>
		<tr>
			<td>
			<p style="text-align: justify;">ANDADOR GRILLO, ANTERIOR PT PEQUENO COM ES (946) - GRILLO APT-ES (1-2)&nbsp;</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: justify;">01</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: justify;">R$ 24.900,00</p>
			</td>
			<td>
			<p style="text-align: justify;">R$ 24.900,00</p>
			</td>
		</tr>
	</tbody>
</table>

<p style="text-align: justify;">&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">&nbsp; Com base no or&ccedil;amento anexado nos autos (Evento 1, OR&Ccedil;AM12, P&aacute;gina 1), foi elaborada a tabela acima.&nbsp;</p>

Benefício/efeito/resultado esperado da tecnologia *

<p style="text-align: justify;">Benef&iacute;cio/efeito/resultado esperado da tecnologia: espera-se que esse tipo de interven&ccedil;&atilde;o aumente a velocidade da marcha em compara&ccedil;&atilde;o &agrave; aus&ecirc;ncia de treinamento.</p>

Recomendações da CONITEC para a situação clínica do demandante *

Conclusão

Tecnologia

Conclusão Justificada *

Conclusão *

<p style="text-align: justify;">Considerando o cen&aacute;rio em tela, manifestamo-nos de forma desfavor&aacute;vel ao fornecimento do treinador de marcha, uma vez que mesmo em condi&ccedil;&otilde;es cognitivas condizentes com o treino, n&atilde;o h&aacute; evid&ecirc;ncias cient&iacute;ficas de alta qualidade de que os treinadores de marcha garantam a efici&ecirc;ncia do desenvolvimento motor da marcha.</p>

<p style="text-align: justify;">Ademais, o objetivo terap&ecirc;utico do equipamento pleiteado de colocar o autor em ortostase e favorecer a deambula&ccedil;&atilde;o pode ser substitu&iacute;do por meio de estrat&eacute;gias como o uso de &oacute;rteses do tipo AFO fixo, imobilizadores de joelho bilateralmente, parapodium e esteiras com assist&ecirc;ncia de profissional, condutas condizentes com seu atual n&iacute;vel de desenvolvimento motor e cognitivo e oferecidas em reabilita&ccedil;&atilde;o f&iacute;sica.</p>

<p style="text-align: justify;">Cabe salientar que o treinador de marcha pleiteado n&atilde;o se configura, neste caso, como tecnologia essencial e insubstitu&iacute;vel, mas sim como equipamento de custo elevado que, se fornecido fora de crit&eacute;rios cl&iacute;nicos rigorosamente estabelecidos, pode configurar atendimento privilegiado por meio de recursos p&uacute;blicos. A destina&ccedil;&atilde;o desses recursos, mesmo em pa&iacute;ses com ampla capacidade or&ccedil;ament&aacute;ria, deve ser pautada pela equidade e racionalidade, visando o atendimento coletivo. Assim, o fornecimento deste equipamento, fora das indica&ccedil;&otilde;es cl&iacute;nicas rigorosamente estabelecidas, pode acarretar preju&iacute;zos ao equil&iacute;brio e &agrave; sustentabilidade do sistema p&uacute;blico de sa&uacute;de, comprometendo a oferta de cuidados a outros usu&aacute;rios igualmente dependentes da assist&ecirc;ncia do SUS.</p>

<p style="text-align: justify;">Diante do exposto, nosso parecer &eacute; desfavor&aacute;vel para o fornecimento do treinador de marcha, por haver alternativa terap&ecirc;utica a ser utilizada no acompanhamento fisioterap&ecirc;utico, pela&nbsp; expectativa terap&ecirc;utica limitada do andador pleiteado no contexto atual e pelo risco de uso ineficiente de recursos p&uacute;blicos.</p>

Há evidências científicas? *

Considera-se urgência as situações de ocorrência imprevista de agravo à saúde, com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita da assistência médica imediata (Resolução CFM 1451/95)

Justifica-se a alegação de urgência, conforme definição de Urgência e Emergência do CFM? *

Justificativa *

Referências bibliográficas *

<p style="text-align: justify;">1. Rafi SK, Butler MG. The 15q11.2 BP1-BP2 Microdeletion (Burnside-Butler) Syndrome: In Silico Analyses of the Four Coding Genes Reveal Functional Associations with Neurodevelopmental Phenotypes. Int J Mol Sci. 2020 May 6;21(9):3296. doi: 10.3390/ijms21093296. PMID: 32384786; PMCID: PMC7246448.</p>

<p style="text-align: justify;">2. Rosenbaum P, Paneth N, Leviton A, Goldstein M, Bax M, Damiano D, et al. A report: the definition and classification of cerebral palsy April 2006. Dev Med Child Neurol Suppl. 2007;109(suppl 109):8&ndash;14.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">3. Barkoudah E. Cerebral palsy: Overview of management and prognosis. UpToDate. 2020.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">4. Barkoudah E. Cerebral palsy: Treatment of spasticity, dystonia, and associated orthopedic issues. UpToDate. 2020.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">5. Cerebral palsy: Treatment of spasticity, dystonia, and associated orthopedic issues . Waltham (MA): UpToDate, Inc.; 2022.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">6. DynaMed Plus [Internet]. Ipswich (MA): EBSCO Information Services; 2022. Management of Cerebral Palsy .&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">7. Engelen V, Ketelaar M, Gorter JW. Selecting the appropriate outcome in paediatric physical therapy: how individual treatment goals for children with cerebral palsy are reflected in GMFM-88 and PEDI. J Rehabil Med. 2007;39(3):225&ndash;31.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">8. Damiano DL. Activity, activity, activity: rethinking our physical therapy approach to cerebral palsy. Phys Ther. 2006;86(11):1534&ndash;40.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">9. Chiu H-C, Ada L, Bania TA. Mechanically assisted walking training for walking, participation, and quality of life in children with cerebral palsy. Cochrane Database of Systematic Reviews 2020, Issue 11. Art. No.: CD013114. DOI: 10.1002/14651858.CD013114.pub2.</p>

NatJus Responsável *

Instituição Responsável *

Nota técnica elaborada com apoio de tutoria? *

Outras Informações *

<p style="text-align: justify;">Conforme laudo apresentado em processo (Evento 102, LAUDO2, P&aacute;gina 1) trata-se de paciente de 6 anos de idade portador de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor devido a doen&ccedil;a gen&eacute;tica (S&iacute;ndrome de Burnside-Butler), com diagn&oacute;stico de paralisia cerebral grau IV. Apresenta comprometimento respirat&oacute;rio moderado a grave, faz uso de traqueostomia e vem realizando fisioterapia duas vezes ao dia. Ao longo do acompanhamento fisioterap&ecirc;utico, observou-se evolu&ccedil;&atilde;o da capacidade motora do paciente, que passou a sentar sem apoio, realizar transi&ccedil;&atilde;o da posi&ccedil;&atilde;o sentada para ortost&aacute;tica e melhora do alinhamento postural e mobilidade global. Neste contexto, foi prescrito treinador de marcha do tipo &quot;Grillo&quot; com vistas a auxiliar no acompanhamento fisioterap&ecirc;utico, motivo desta nota t&eacute;cnica.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">A s&iacute;ndrome de Burnside-Butler &eacute; uma doen&ccedil;a gen&eacute;tica causada pela microdele&ccedil;&atilde;o 15q11.2 nos genes TUBGCP5, CYFIP1, NIPA1 e NIPA2. Ela se manifesta clinicamente com dist&uacute;rbios do neurodesenvolvimento (atrasos motor e de linguagem, dificuldades de aprendizagem), altera&ccedil;&otilde;es comportamentais/psiqui&aacute;tricas (transtorno de d&eacute;ficit de aten&ccedil;&atilde;o, transtornos do humor/psicose) e, em parte dos casos, epilepsia (1).</p>

<p style="text-align: justify;">A paralisia cerebral (PC) descreve um grupo de dist&uacute;rbios permanentes do desenvolvimento do movimento e da postura, causando limita&ccedil;&otilde;es de atividade que s&atilde;o atribu&iacute;dos a dist&uacute;rbios n&atilde;o progressivos que ocorreram no desenvolvimento do c&eacute;rebro fetal ou infantil (2). Os dist&uacute;rbios motores da paralisia cerebral s&atilde;o frequentemente acompanhados por altera&ccedil;&otilde;es de sensa&ccedil;&atilde;o, percep&ccedil;&atilde;o, cogni&ccedil;&atilde;o, comunica&ccedil;&atilde;o e comportamento; por epilepsia e por problemas m&uacute;sculo-esquel&eacute;ticos secund&aacute;rios.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">N&atilde;o existe uma terapia padr&atilde;o para a PC (3,4). O tratamento &eacute; sist&ecirc;mico e consiste no emprego de diferentes modalidades combinadas com o objetivo de atender &agrave;s principais dificuldades apresentadas pelo indiv&iacute;duo, podendo incluir fonoaudiologia, psicologia, terapia ocupacional e fisioterapia, a &uacute;ltima com objetivo de desenvolver for&ccedil;a muscular e melhorar ou desenvolver habilidades para promo&ccedil;&atilde;o da independ&ecirc;ncia motora (5-8).&nbsp;&nbsp;</p>

Anexos

Nota Técnica 425490

PDF Nota Técnica