Nota	Tecnologia	Conclusão	Status
428575	Procedimento - 0406040150 - CORRECAO ENDOVASCULAR DE ANEURISMA / DISSECCAO DA AORTA ABDOMINAL C/ ENDOPROTESE RETA / CONICA	Não favorável	Finalizada em 07/11/2025 14:00:18	Ver Nota

Paciente

Idade

Sexo *

Masculino

Feminino

Cidade *

Dados do Advogado do Autor

Nome do Advogado

Número OAB

Autor está representado por

Dados do Processo

Esfera/Órgão *

Vara/Serventia *

NT 428575

Esta tecnologia já foi finalizada e não pode mais ser editada

Diagnóstico Principal

CID *

Diagnóstico *

Meio(s) confirmatório(s) do diagnóstico já realizado(s) *

laudo médico.

Descrição da Tecnologia

Tipo da Tecnologia *

Registro na ANVISA? *

Situação do registro *

Nome comercial

Princípio Ativo *

Descrição *

Via de administração *

Posologia *

Uso contínuo?

Duração do tratamento

Unidade

Indicação em conformidade com a aprovada no registro? *

Previsto em Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Min. da Saúde para a situação clínica do demandante? *

O procedimento está inserido no SUS? *

O procedimento está incluído em *

Oncológico? *

Outras Tecnologias Disponíveis

Tecnologia

Descrever as opções disponíveis no SUS e/ou Saúde Suplementar *

<p style="text-align: justify;">na impossibilidade de uso das endopr&oacute;teses previstas no SUS, as op&ccedil;&otilde;es s&atilde;o reparo aberto ou acompanhamento cl&iacute;nico.<br />
&nbsp;</p>

Existe Genérico? *

Existe Similar? *

Descrever as opções disponíveis de Genérico ou Similar *

Custo da Tecnologia

Tecnologia

Laboratório

Marca Comercial

Apresentação

Preço de Fábrica

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da Tecnologia - Tratamento Mensal

Tecnologia

Dose Diária Recomendada

Preço Máximo de Venda ao Governo

Preço Máximo ao Consumidor

Custo da tecnologia

Fonte do custo da tecnologia

Evidências e resultados esperados

Tecnologia

Evidências sobre a eficácia e segurança da tecnologia *

<p style="text-align: justify;">Efetividade, efic&aacute;cia e seguran&ccedil;a:</p>

<p style="text-align: justify;">Reparo endovascular de aneurismas foi proposto como op&ccedil;&atilde;o menos invasiva de reparo de AAA, com o racional de que a redu&ccedil;&atilde;o de risco operat&oacute;rio se traduziria em benef&iacute;cio sustentado. Quatro ensaios cl&iacute;nicos randomizados (ECRs) foram conduzidos comparando EVAR versus reparo aberto: DREAM [8], EVAR 1 [9], OVER [10] e ACE [11].&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">De forma geral, os resultados desses estudos apontaram redu&ccedil;&atilde;o de mortalidade em 30 dias, por&eacute;m sem diferen&ccedil;a de desfechos em prazos maiores. Alguns estudos aferiram aus&ecirc;ncia de diferen&ccedil;as j&aacute; a partir de um ano de seguimento [12], enquanto estudos de resultados mais favor&aacute;veis aferiram apagamento do benef&iacute;cio inicial no quarto ano de seguimento [10]. EVAR parece estar associado &agrave; necessidade de mais procedimentos secund&aacute;rios e a um maior risco futuro de ruptura a&oacute;rtica, por&eacute;m parece n&atilde;o haver diferen&ccedil;as significativas nas taxas gerais de complica&ccedil;&otilde;es quando todas as complica&ccedil;&otilde;es para cada procedimento s&atilde;o inclu&iacute;das nas an&aacute;lises.</p>

<p style="text-align: justify;">Metan&aacute;lise de dados prim&aacute;rios dos quatro ECRs publicada em 2017 traz dados objetivos confirmando a eros&atilde;o do benef&iacute;cio precoce: no seguimento de 2.783 pacientes, com 14.245 pessoas-ano de acompanhamento (mediana de 5,5&thinsp;anos), a mortalidade precoce (0-6 meses ap&oacute;s a randomiza&ccedil;&atilde;o) foi menor nos grupos EVAR (46 de 1.393 versus 73 de 1.390 mortes; raz&atilde;o de chances (odds ratio, OR) de 0,61, com IC95% 0,42 a 0,89), principalmente devido &agrave; menor mortalidade operat&oacute;ria em 30 dias. Posteriormente (dentro de 3 anos) as curvas de sobrevida convergiram, permanecendo convergidas at&eacute; 8 anos se seguimento, pois ap&oacute;s 3 anos a mortalidade relacionada ao aneurisma foi significativamente maior nos grupos EVAR (OR 5,16, IC95% 1,49 a 17,89) [13]. Metan&aacute;lise publicada em 2019 considerando os quatro ECRs e tamb&eacute;m estudos de coorte ou registros, incluindo no total dados de 20 estudos na aferi&ccedil;&atilde;o de sobrevida aos tr&ecirc;s anos de seguimento, tamb&eacute;m n&atilde;o identificou diferen&ccedil;as de mortalidade nesse horizonte de tempo [14]. Tamb&eacute;m revis&otilde;es focadas em qualidade de vida apontaram que EVAR foi associado a melhores escores em alguns dom&iacute;nios por at&eacute; 12 meses de p&oacute;s-operat&oacute;rio, mas n&atilde;o houve demonstra&ccedil;&atilde;o de vantagens de qualidade de vida relacionada &agrave; sa&uacute;de al&eacute;m de 12 meses [15].</p>

<p style="text-align: justify;">Especificamente na popula&ccedil;&atilde;o com aneurismas complexos ou em anatomia desfavor&aacute;vel, com necessidade de uso de endopr&oacute;teses fenestradas e ramificadas, est&aacute; dispon&iacute;vel estudo prospectivo multic&ecirc;ntrico WINDOW, comparando EVAR (pacientes do registro) versus reparo aberto (grupo controle&nbsp; extra&iacute;do do banco de dados nacional de altas hospitalares). Um total de 268&nbsp; casos e 1.678 controles foram inclu&iacute;dos, e n&atilde;o houve diferen&ccedil;a na mortalidade em 30 dias na an&aacute;lise global (6,7% vs. 5,4%, p = 0,40). Em nenhuma das an&aacute;lises estratificadas EVAR apresentou desfechos superiores ao reparo aberto [16].</p>

<p style="text-align: justify;">Est&aacute; dispon&iacute;vel um grande ensaio cl&iacute;nico randomizado avaliando especificamente pacientes que eram fisicamente ineleg&iacute;veis para reparo aberto, o United Kingdom Endovascular Aneurysm Repair 2 (EVAR 2 trial) [17]. Este estudo avaliou pacientes de ambos os sexos com pelo menos 60 anos de idade com aneurisma da aorta abdominal medindo pelo menos 5,5 cm de di&acirc;metro na tomografia computadorizada; aqueles pacientes que foram considerados ineleg&iacute;veis (ap&oacute;s avalia&ccedil;&atilde;o da fun&ccedil;&atilde;o card&iacute;aca, pulmonar e renal) para reparo aberto, mas que eram candidatos para reparo endovascular, foram inclu&iacute;dos. No total, 197 pacientes foram aleatoriamente designados para o grupo de reparo endovascular e 207 para o grupo sem interven&ccedil;&atilde;o. N&atilde;o houve diferen&ccedil;as significativas entre os dois grupos de estudo com rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s caracter&iacute;sticas basais. A idade m&eacute;dia foi de 76,8 anos (desvio padr&atilde;o de 6,5),&nbsp; 86% dos pacientes eram homens, e o di&acirc;metro m&eacute;dio do aneurisma foi de 6,7cm (desvio padr&atilde;o 1,0).</p>

<p style="text-align: justify;">Como principais resultados, temos que a mortalidade operat&oacute;ria em 30 dias foi de 7,3% no grupo de reparo endovascular. A taxa geral de ruptura de aneurisma no grupo sem interven&ccedil;&atilde;o foi de 12,4 (IC95% 9,6 a 16,2) por 100 pessoas-ano. Embora a mortalidade relacionada a aneurisma tenha sido menor no grupo de reparo endovascular, esta vantagem n&atilde;o resultou em nenhum benef&iacute;cio em termos de mortalidade total: a mortalidade total geral foi de 21,0 mortes por 100 pessoas-ano no grupo de reparo endovascular e 22,1 mortes por 100 pessoas-ano no grupo sem interven&ccedil;&atilde;o. Um total de 48% dos pacientes que sobreviveram ao reparo endovascular tiveram complica&ccedil;&otilde;es relacionadas ao enxerto e 27% necessitaram de reinterven&ccedil;&atilde;o nos primeiros 6 anos.</p>

<p style="text-align: justify;">Diretrizes e pareceres t&eacute;cnicos costumam apontar que desfechos de interven&ccedil;&otilde;es, sejam de reparo aberto ou usando EVAR, dependem do volume de casos realizados pela institui&ccedil;&atilde;o e da experi&ecirc;ncia e treinamento das equipes&nbsp; [2]. No entanto, n&atilde;o foram encontrados dados nacionais sobre desfechos nessa popula&ccedil;&atilde;o.</p>

<p style="text-align: justify;">&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">Custo:</p>

<p style="text-align: justify;">N&atilde;o consta em processo or&ccedil;amento para o procedimento e materiais necess&aacute;rios para o procedimento pleiteado. N&atilde;o h&aacute; base de dados em que conste estimativa de custo para a cirurgia.&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">N&atilde;o existem estimativas nacionais de custo ou estudos de custo-efetividade. Embora esteja dispon&iacute;vel PCDT sobre tratamento de AAA, o mesmo n&atilde;o partiu de demanda de incorpora&ccedil;&atilde;o de tecnologia sobre uso de endopr&oacute;teses, e portanto n&atilde;o existem an&aacute;lises econ&ocirc;micas dispon&iacute;veis. O PCDT diz apenas, na se&ccedil;&atilde;o de Estimativa Do Custo Direto: &ldquo;De acordo com a Quadro de Procedimentos, Medicamentos e &Oacute;rteses, Pr&oacute;teses e Materiais Especiais do Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de (SIGTAP), acrescidas de suas poss&iacute;veis complica&ccedil;&otilde;es, os custos diretos dos procedimentos &eacute; de R$ 11.837,02 para a cirurgia e R$ 33.314,58 para a endopr&oacute;tese.&rdquo;&nbsp;</p>

<p style="text-align: justify;">A tabela SIGTAP traz dois procedimentos endovasculares para tratamento de AAA:</p>

<ul>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">04.06.04.015-0 - CORRE&Ccedil;&Atilde;O ENDOVASCULAR DE ANEURISMA / DISSEC&Ccedil;&Atilde;O DA AORTA ABDOMINAL COM ENDOPR&Oacute;TESE RETA / C&Ocirc;NICA. Alta Complexidade. Financiamento: Fundo de A&ccedil;&otilde;es Estrat&eacute;gicas e Compensa&ccedil;&otilde;es (FAEC). Total Hospitalar: R$ 1.614,75.</p>
	</li>
	<li>
	<p style="text-align: justify;">04.06.04.016-8 - CORRE&Ccedil;&Atilde;O ENDOVASCULAR DE ANEURISMA / DISSEC&Ccedil;&Atilde;O DA AORTA ABDOMINAL E IL&Iacute;ACAS COM ENDOPR&Oacute;TESE BIFURCADA. Alta Complexidade. Financiamento: Fundo de A&ccedil;&otilde;es Estrat&eacute;gicas e Compensa&ccedil;&otilde;es (FAEC). Total Hospitalar: R$ 2.025,24.</p>
	</li>
</ul>

<p style="text-align: justify;">O National Institute for Health and Care Excellence (NICE), bra&ccedil;o do Departamento de Sa&uacute;de e Assist&ecirc;ncia Social da Inglaterra que publica diretrizes sobre o uso de tecnologias de sa&uacute;de dentro do Servi&ccedil;o Nacional de Sa&uacute;de da Inglaterra (NHS) e do&nbsp; Pa&iacute;s de Gales (NHS-Wales), emitiu orienta&ccedil;&otilde;es sobre diagn&oacute;stico e manejo de aneurismas de aorta abdominal [18]. Duas extensas revis&otilde;es de literatura foram conduzidas durante a elabora&ccedil;&atilde;o das orienta&ccedil;&otilde;es (Evidence review K, incluindo apenas ECRs, e posteriormente Evidence review K2, incluindo estudos observacionais). A orienta&ccedil;&atilde;o foi considerada controversa tanto em sua vers&atilde;o preliminar como na vers&atilde;o final [19,20]. O parecer preliminar publicado em 2018 trazia recomenda&ccedil;&atilde;o contra o uso de reparo endovascular de AAA n&atilde;o roto na maioria das circunst&acirc;ncias; naquele momento, estimava-se que cerca de 60% dos reparos de aneurisma realizados no pa&iacute;s utilizavam a t&eacute;cnica endovascular, e entre as cr&iacute;ticas recebidas estavam preocupa&ccedil;&otilde;es sobre quest&otilde;es de implementa&ccedil;&atilde;o das recomenda&ccedil;&otilde;es [20]. Depois de muitas itera&ccedil;&otilde;es, o texto do comit&ecirc; respons&aacute;vel removeu a recomenda&ccedil;&atilde;o dura contra EVAR, mas foi recomendada discuss&atilde;o expl&iacute;cita sobre a incerteza de seus benef&iacute;cios e danos durante a tomada de decis&atilde;o compartilhada com os pacientes. Vers&atilde;o final foi publicada em 2020, e traz a possibilidade de uso de EVAR em pacientes com copatologia abdominal (como abdome hostil, rim em ferradura, presen&ccedil;a de estoma ou outras considera&ccedil;&otilde;es espec&iacute;ficas), desde que tenha havido discuss&atilde;o com o paciente resultando em EVAR ser a op&ccedil;&atilde;o preferida. Para pessoas com riscos anest&eacute;sicos e/ou comorbidades m&eacute;dicas que contra-indicariam o reparo cir&uacute;rgico aberto, as orienta&ccedil;&otilde;es recomendam considerar EVAR apenas se as incertezas da interven&ccedil;&atilde;o tiverem sido claramente discutidas com o paciente, e apenas se o procedimento for realizado dentro de acordos especiais para consentimento, auditoria e pesquisa, sendo todos os pacientes inseridos no Registro Vascular Nacional.</p>

<p style="text-align: justify;">Publica&ccedil;&otilde;es posteriores de membros do comit&ecirc; elaborador afirmam que as orienta&ccedil;&otilde;es publicadas n&atilde;o representavam uma capitula&ccedil;&atilde;o, mas sim que buscavam trazer&nbsp; &ldquo;a necessidade de direcionar o sistema para mudar a pr&aacute;tica para a cirurgia aberta ao longo do tempo&rdquo;, apenas &ldquo;de uma forma mais gerenci&aacute;vel para o sistema&rdquo; [21]. As revis&otilde;es de evid&ecirc;ncias publicadas pelo NICE trazem descrito que &ldquo;evid&ecirc;ncia econ&ocirc;mica publicada no Reino Unido s&oacute; poderia ser razoavelmente interpretada como evid&ecirc;ncia de que o EVAR provavelmente n&atilde;o seria um uso eficaz dos recursos do NHS&rdquo;. Estudos de custo-efetividade conduzidos sobre o tema em geral chegam a conclus&otilde;es favor&aacute;veis ao uso da tecnologia no cen&aacute;rio americano, por&eacute;m conclus&otilde;es desfavor&aacute;veis (raz&atilde;o de custo-efetividade incremental acima do limiar de disposi&ccedil;&atilde;o a pagar) em pa&iacute;ses europeus e no Canad&aacute; [22].</p>

Benefício/efeito/resultado esperado da tecnologia *

<p style="text-align: justify;">quando comparado a reparo aberto, menor morbimortalidade em 30 dias por&eacute;m desfechos similares para horizontes maiores, seja em mortalidade ou qualidade de vida. Quando comparado a acompanhamento cl&iacute;nico, sem benef&iacute;cio claro definido.&nbsp;</p>

Recomendações da CONITEC para a situação clínica do demandante *

Conclusão

Tecnologia

Conclusão Justificada *

Conclusão *

<p style="text-align: justify;">No presente caso, conforme consutla ao sistema GERCON, n&atilde;o h&aacute; demonstra&ccedil;&atilde;o de que o caso da parte n&atilde;o possa ser devidamente tratado em prestador de sa&uacute;de do SUS, inclusive com endopr&oacute;teses conforme SIGTAP. Imprescind&iacute;vel esclarecer o resultado do atendimento pelo servi&ccedil;o de refer&ecirc;ncia do Hospital S&atilde;o Lucas da PUCRS em 27/02/2024 e seguimento do mesmo. Se a parte n&atilde;o compareceu faz-se necess&aacute;rio que o munic&iacute;pio de origem solicite novamente o atendimento pelo SUS.<br />
&nbsp;&nbsp; &nbsp;O parecer desfavor&aacute;vel refere-se ao procedimento pleiteado, n&atilde;o ao atendimento especializado que a parte aguarda h&aacute; mais de dois anos. Em rela&ccedil;&atilde;o ao pleito pelo procedimento destacamos:<br />
do ponto de vista t&eacute;cnico, h&aacute; d&uacute;vidas quanto &agrave; indica&ccedil;&atilde;o adequada do procedimento pleiteado. Ressalta-se que a indica&ccedil;&atilde;o de interven&ccedil;&atilde;o cir&uacute;rgica em AAA est&aacute;vel - conforme exames de imagens de 2023 e 2025 - com di&acirc;metro inferior a 5,0 cm, n&atilde;o encontra respaldo em diretrizes nacionais e internacionais;<br />
n&atilde;o fica claro em que difere o procedimento pleiteado dos reparos endovasculares dispon&iacute;veis no SUS, tampouco em rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s endopr&oacute;teses;<br />
na hip&oacute;tese de o paciente ser considerado inoper&aacute;vel para cirurgia aberta, n&atilde;o h&aacute; nos autos documento que comprove negativa formal de servi&ccedil;o de refer&ecirc;ncia do SUS afirmando que os materiais atualmente dispon&iacute;veis n&atilde;o seriam adequados. Apenas diante de tal comprova&ccedil;&atilde;o poderia ser cogitada uma reavalia&ccedil;&atilde;o futura do caso, eventualmente com parecer favor&aacute;vel para o uso de materiais espec&iacute;ficos, e n&atilde;o para a realiza&ccedil;&atilde;o irrestrita do procedimento.<br />
&nbsp;</p>

Há evidências científicas? *

Considera-se urgência as situações de ocorrência imprevista de agravo à saúde, com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita da assistência médica imediata (Resolução CFM 1451/95)

Justifica-se a alegação de urgência, conforme definição de Urgência e Emergência do CFM? *

Justificativa *

Referências bibliográficas *

<p style="text-align: justify;">1. Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de., CONITEC. Diretrizes Brasileiras para o Tratamento de Aneurisma da Aorta Abdominal [Internet]. Report No.: Relat&oacute;rio de Recomenda&ccedil;&atilde;o No 240 Mar&ccedil;o/2017. PORTARIA No 488, DE 06 DE MAR&Ccedil;O DE 2017. Dispon&iacute;vel em: http://antigo-conitec.saude.gov.br/images/Relatorios/2017/Relatorio_Diretriz_AneurismaAortaAbdominal_final.pdf</p>

<p style="text-align: justify;">2. Chaikof EL, Dalman RL, Eskandari MK, Jackson BM, Lee WA, Mansour MA, et al. The Society for Vascular Surgery practice guidelines on the care of patients with an abdominal aortic aneurysm. J Vasc Surg. janeiro de 2018;67(1):2-77.e2.</p>

<p style="text-align: justify;">3. Rabih A Chaer. Endovascular repair of abdominal aortic aneurysm - UpToDate. Em: Literature review current through: Jul 2023. This topic last updated: Jun 22, 2023. UpToDate in Waltham, MA; [citado 6 de agosto de 2023]. Dispon&iacute;vel em: https://www.uptodate.com/contents/endovascular-repair-of-abdominal-aortic-aneurysm</p>

<p style="text-align: justify;">4. Hultgren R, Zommorodi S, Gambe M, Roy J. A Majority of Admitted Patients With Ruptured Abdominal Aortic Aneurysm Undergo and Survive Corrective Treatment: A Population-Based Retrospective Cohort Study. World J Surg. 2016;40(12):3080&ndash;7.</p>

<p style="text-align: justify;">5. Ronald L Dalman, Matthew Mell. Management of asymptomatic abdominal aortic aneurysm - UpToDate. Em: Literature review current through: Jul 2023. This topic last updated: Apr 26, 2022. UpToDate in Waltham, MA; [citado 6 de agosto de 2023]. Dispon&iacute;vel em: https://www.uptodate.com/contents/management-of-asymptomatic-abdominal-aortic-aneurysm</p>

<p style="text-align: justify;">6. Parkinson F, Ferguson S, Lewis P, Williams IM, Twine CP. Rupture rates of untreated large abdominal aortic aneurysms in patients unfit for elective repair. J Vasc Surg. 1o de junho de 2015;61(6):1606&ndash;12.</p>

<p style="text-align: justify;">7. Oliver-Williams C, Sweeting MJ, Jacomelli J, Summers L, Stevenson A, Lees T, et al. Safety of Men With Small and Medium Abdominal Aortic Aneurysms Under Surveillance in the NAAASP. Circulation. 12 de mar&ccedil;o de 2019;139(11):1371&ndash;80.</p>

<p style="text-align: justify;">8. Prinssen M, Verhoeven ELG, Buth J, Cuypers PWM, van Sambeek MRHM, Balm R, et al. A randomized trial comparing conventional and endovascular repair of abdominal aortic aneurysms. N Engl J Med. 14 de outubro de 2004;351(16):1607&ndash;18.</p>

<p style="text-align: justify;">9. EVAR trial participants. Endovascular aneurysm repair versus open repair in patients with abdominal aortic aneurysm (EVAR trial 1): randomised controlled trial. Lancet Lond Engl. 25 de julho de 2005;365(9478):2179&ndash;86.</p>

<p style="text-align: justify;">10. Lederle FA, Kyriakides TC, Stroupe KT, Freischlag JA, Padberg FT, Matsumura JS, et al. Open versus Endovascular Repair of Abdominal Aortic Aneurysm. N Engl J Med. 30 de maio de 2019;380(22):2126&ndash;35.</p>

<p style="text-align: justify;">11. Becquemin JP, Pillet JC, Lescalie F, Sapoval M, Goueffic Y, Lermusiaux P, et al. A randomized controlled trial of endovascular aneurysm repair versus open surgery for abdominal aortic aneurysms in low- to moderate-risk patients. J Vasc Surg. maio de 2011;53(5):1167-1173.e1.</p>

<p style="text-align: justify;">12. Blankensteijn JD, de Jong SECA, Prinssen M, van der Ham AC, Buth J, van Sterkenburg SMM, et al. Two-year outcomes after conventional or endovascular repair of abdominal aortic aneurysms. N Engl J Med. 9 de junho de 2005;352(23):2398&ndash;405.</p>

<p style="text-align: justify;">13. Powell JT, Sweeting MJ, Ulug P, Blankensteijn JD, Lederle FA, Becquemin JP, et al. Meta-analysis of individual-patient data from EVAR-1, DREAM, OVER and ACE trials comparing outcomes of endovascular or open repair for abdominal aortic aneurysm over 5 years. Br J Surg. fevereiro de 2017;104(3):166&ndash;78.</p>

<p style="text-align: justify;">14. Bulder RMA, Bastiaannet E, Hamming JF, Lindeman JHN. Meta-analysis of long-term survival after elective endovascular or open repair of abdominal aortic aneurysm. Br J Surg. abril de 2019;106(5):523&ndash;33.</p>

<p style="text-align: justify;">15. Kayssi A, DeBord Smith A, Roche-Nagle G, Nguyen LL. Health-related quality-of-life outcomes after open versus endovascular abdominal aortic aneurysm repair. J Vasc Surg. agosto de 2015;62(2):491&ndash;8.</p>

<p style="text-align: justify;">16. Michel M, Becquemin JP, Cl&eacute;ment MC, Marzelle J, Quelen C, Durand-Zaleski I, et al. Editor&rsquo;s choice - thirty day outcomes and costs of fenestrated and branched stent grafts versus open repair for complex aortic aneurysms. Eur J Vasc Endovasc Surg Off J Eur Soc Vasc Surg. agosto de 2015;50(2):189&ndash;96.</p>

<p style="text-align: justify;">17. Endovascular Repair of Aortic Aneurysm in Patients Physically Ineligible for Open Repair. N Engl J Med. 20 de maio de 2010;362(20):1872&ndash;80.</p>

<p style="text-align: justify;">18. Recommendations | Abdominal aortic aneurysm: diagnosis and management | Guidance | NICE [Internet]. NICE; 2020 [citado 7 de agosto de 2023]. Dispon&iacute;vel em: https://www.nice.org.uk/guidance/ng156/chapter/Recommendations#repairing-unruptured-aneurysms</p>

<p style="text-align: justify;">19. Hinchliffe RJ, Earnshaw JJ. Endovascular treatment of abdominal aortic aneurysm: a NICE U-turn. Br J Surg. 1o de julho de 2020;107(8):940&ndash;2.</p>

<p style="text-align: justify;">20. julietwalker. The BMJ. 2020 [citado 7 de agosto de 2023]. NICE&rsquo;s guideline on the management of people with an Abdominal Aortic Aneurysm: an unexplained U turn. Dispon&iacute;vel em: https://blogs.bmj.com/bmj/2020/11/27/nices-guideline-on-the-management-of-people-with-an-abdominal-aortic-aneurysm-an-unexplained-u-turn/</p>

<p style="text-align: justify;">21. Chrisp P. Comment on: Endovascular treatment of abdominal aortic aneurysm: a NICE U-turn. Br J Surg. 1o de julho de 2020;107(8):e281.</p>

<p style="text-align: justify;">22. Nargesi S, Abutorabi A, Alipour V, Tajdini M, Salimi J. Cost-Effectiveness of Endovascular Versus Open Repair of Abdominal Aortic Aneurysm: A Systematic Review. Cardiovasc Drugs Ther. agosto de 2021;35(4):829&ndash;39.</p>

NatJus Responsável *

Instituição Responsável *

Nota técnica elaborada com apoio de tutoria? *

Outras Informações *

<p style="text-align: justify;">Conforme documentos m&eacute;dicos, a parte autora, com 75 anos de idade, possui diagn&oacute;stico de aneurisma da aorta abdominal (Evento 1, OUT5, P&aacute;gina 1). Sofre, tamb&eacute;m, de insufici&ecirc;ncia renal cr&ocirc;nica, de diabetes melito e de hipertens&atilde;o arterial sist&ecirc;mica. Angiotomografia de abd&ocirc;men, de 14 de novembro de 2023, descrita em documento de encaminhamento elaborado por neurologista, evidenciou aneurisma fusiforme no segmento infra-renal, parcialmente trombosado, medindo 4,8x4,3 cm, com extens&atilde;o de 5,3 cm. Consta, ainda, que o colo proximal do aneurisma mede 2,5 cm e dista cerca de 5,1 cm da art&eacute;ria renal esquerda, bem como que o colo distal mede 2,5 cm e dista 2,3 cm da bifurca&ccedil;&atilde;o aortoil&iacute;aca. H&aacute; descri&ccedil;&atilde;o de que &ldquo;o colo do aneurisma evidenciado na angiotomografia &eacute; hostil, impossibilitando o tratamento convencional fornecido no SUS&rdquo; - n&atilde;o h&aacute; maiores detalhes quanto ao tratamento convencional referido em documento (Evento 1, ATESTMED7, P&aacute;gina 1). Documento m&eacute;dico mais recente, elaborado por cirurgi&atilde;o vascular de cl&iacute;nica particular, esclarece o diagn&oacute;stico de aneurisma de aorta abdominal infrarrenal que, em 2025, encontra-se com 4,9 cm de di&acirc;metro m&aacute;ximo (Evento 108, LAUDO2, P&aacute;gina 1). Em documento, o m&eacute;dico assistente aponta &nbsp;crescimento de 7 mm entre 2022 e 2025 (Evento 108, LAUDO2, P&aacute;gina 1).&nbsp;<br />
&nbsp;&nbsp; &nbsp;Encontra-se inscrito na Central de Regula&ccedil;&atilde;o, aguardando atendimento em cirurgia vascular, desde 19 de dezembro de 2023 (Evento 1, OUT5, P&aacute;gina 1 e Evento 1, OUT5, P&aacute;gina 2). &Eacute; digno de nota que, em resposta da gest&atilde;o municipal, consta que a &ldquo;consulta foi cancelada por situa&ccedil;&atilde;o de calamidade p&uacute;blica no munic&iacute;pio&rdquo;, sem maiores detalhes quanto ao tempo de espera para novo agendamento (Evento 32, ANEXO2, P&aacute;gina 3). Em consulta ao sistema GERCON na data de 31/11/25 consta, de fato, que a parte teve agendamento cancelado por calamidade p&uacute;blica em 06/02/2024. No entanto, houve novo agendamento confirmado pelo pr&oacute;prio paciente para o dia 27/02/2024. N&atilde;o h&aacute; atualiza&ccedil;&atilde;o no sistema quanto ao comparecimento da parte no Hospital S&atilde;o Lucas da PUC na referida data.<br />
&nbsp;&nbsp; &nbsp;Nesse contexto, pleiteia a realiza&ccedil;&atilde;o de cirurgia endovascular em cl&iacute;nica particular para tratamento de aneurisma de aorta abdominal infrarrenal.<br />
&nbsp;&nbsp; &nbsp;A aorta &eacute; a maior art&eacute;ria do corpo e pode ser dividida em 5 segmentos anat&ocirc;micos principais: raiz, aorta tor&aacute;cica ascendente, arco a&oacute;rtico, aorta tor&aacute;cica descendente, e aorta abdominal [1]. Na situa&ccedil;&atilde;o em tela, o aneurisma acomete a por&ccedil;&atilde;o abdominal da art&eacute;ria aorta.&nbsp;<br />
&nbsp;&nbsp; &nbsp;Aneurisma arterial &eacute; definido como uma dilata&ccedil;&atilde;o focal do vaso em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; art&eacute;ria original [1-3]. O di&acirc;metro m&aacute;ximo normal da aorta abdominal &eacute; de 2,0 cm, e consideram-se aneurismas quando h&aacute; dilata&ccedil;&atilde;o da aorta abdominal de um di&acirc;metro 50% maior do que o esperado, ou seja, 3,0 cm nos adultos [1]. Aneurismas de aorta abdominal (AAA) s&atilde;o respons&aacute;veis por 90 a 95% de todos os casos de aneurismas de aorta. Estima-se que a preval&ecirc;ncia dos AAA seja de 2% na popula&ccedil;&atilde;o com faixa et&aacute;ria de 60 anos, e em cerca de 5% ap&oacute;s os 70 anos, sendo 2 a 3 vezes mais comum no sexo masculino. H&aacute; forte associa&ccedil;&atilde;o com tabagismo - mais de 90% dos pacientes com AAA fumaram cigarros em algum momento de suas vidas, e o AAA perde apenas para o c&acirc;ncer de pulm&atilde;o em associa&ccedil;&atilde;o epidemiol&oacute;gica ao tabagismo [2]. AAA ocorre com mais frequ&ecirc;ncia no segmento da aorta entre as art&eacute;rias renal e mesent&eacute;rica inferior, aproximadamente 5% dos casos envolvem as art&eacute;rias renais ou viscerais [3].<br />
&nbsp;&nbsp; &nbsp;O principal risco relacionado aos aneurismas &eacute; a ruptura, evento com alta letalidade - estimada em cerca de 50% para pacientes que s&atilde;o tratados em ambiente hospitalar, mas atingindo at&eacute; 85% dependendo de acesso e disponibilidade de tratamento [4]. &Eacute; importante considerar que a cirurgia eletiva da aorta tamb&eacute;m est&aacute; associada a riscos e, portanto, o reparo eletivo do AAA n&atilde;o &eacute; recomendado at&eacute; que o risco de ruptura exceda os riscos associados ao reparo. O risco de ruptura est&aacute; diretamente associado ao tamanho do AAA, e usualmente os pontos de corte indicados para interven&ccedil;&atilde;o est&atilde;o em torno de 5,5cm (variam de 5,4 a 5,6 cm) [1,2,5]. Revis&atilde;o publicada em 2015 considerando pacientes que n&atilde;o eram candidatos a interven&ccedil;&atilde;o cir&uacute;rgica estimou risco de ruptura em 5,3% para todos os AAA &gt; 5,5 cm (representando taxas de ruptura anuais cumulativas de 3,5% (95% CI, -1,6% a 8,7%) em AAAs de 5,5 a 6,0 cm; 4,1% (95% CI, -0,7% a 9,0%) em AAAs de 6,1 a 7,0 cm; e 6,3% (95% CI, -1,8% a 14,3%) em AAA &gt;7,0 cm). Esse estudo tamb&eacute;m apontou que o risco de morte por outras causas que n&atilde;o AAA, independentemente do di&acirc;metro do aneurisma, foi maior do que o risco de morte por ruptura do aneurisma [6].<br />
Para pacientes com AAA assintom&aacute;ticos que n&atilde;o t&ecirc;m indica&ccedil;&atilde;o de corre&ccedil;&atilde;o eletiva, o tratamento m&eacute;dico visa reduzir o risco de eventos cardiovasculares futuros e limitar a taxa de expans&atilde;o a&oacute;rtica atrav&eacute;s de controle de fatores de risco [5]. Estudos recentes reiteram a seguran&ccedil;a da estrat&eacute;gia de acompanhamento, estimando risco anual &lt;0,5% ao ano, mesmo quando tamanho est&aacute; pr&oacute;ximo do ponto de corte sugerido de 5,5 cm [7]. Diretrizes indicam uso de ferramentas de avalia&ccedil;&atilde;o de risco perioperat&oacute;rio e de expectativa de sobrevida em m&eacute;dio prazo para orientar a decis&atilde;o de interven&ccedil;&atilde;o [2].&nbsp;<br />
Dois m&eacute;todos de reparo de aneurisma est&atilde;o dispon&iacute;veis atualmente: cirurgia aberta e reparo endovascular de aneurisma (EVAR, do ingl&ecirc;s endovascular aneurysm repair). EVAR envolve a coloca&ccedil;&atilde;o de componentes modulares de enxerto entregues atrav&eacute;s das art&eacute;rias il&iacute;acas ou femorais para revestir a aorta e excluir o saco aneurism&aacute;tico da circula&ccedil;&atilde;o [5]. Quando o reparo eletivo do AAA &eacute; indicado, a escolha entre o reparo aberto e endovascular do AAA &eacute; baseada em fatores anat&ocirc;micos e na prefer&ecirc;ncia do paciente e do cirurgi&atilde;o - embora o reparo endovascular eletivo do AAA esteja associado a taxas mais baixas de morbidade e mortalidade perioperat&oacute;ria (30 dias), os resultados a longo prazo s&atilde;o semelhantes (ver se&ccedil;&atilde;o 6.1) [5]. As diretrizes nacionais, publicadas em 2017, sugerem cen&aacute;rios para uso de reparo aberto ou EVAR, por&eacute;m n&atilde;o fazem considera&ccedil;&otilde;es espec&iacute;ficas sobre materiais de uso [1]. Ainda, n&atilde;o houve, em sua publica&ccedil;&atilde;o, avalia&ccedil;&atilde;o de incorpora&ccedil;&atilde;o de tecnologia nos moldes completos da Conitec [1].<br />
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Anexos

Nota Técnica 428575

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